medo escrita por murilo


Capítulo 7
decesso


Notas iniciais do capítulo

é, último capítulo, então.
espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/194878/chapter/7

Anne acordou. Afinal, tudo havia sido um sonho. Ela estava em sua cama, em seu quarto... Mas, não. Aquele não era seu quarto. O teto branco, ou melhor, tudo branco. Ela se encontrava coberta com um lençol fino e branco, também. Aquilo era um quarto, mas não o seu, o de um hospital.

Ela olhou para o lado e viu sua mãe dormindo numa poltrona pequena e desconfortável — pelo menos parecia. A mulher acordou num pulo.

— Filha, você acordou! — A mulher sorriu, emocionada e abraçou a filha com cuidado.

— Ai! — a menina sentiu uma dor horrível perto do peito e afastou a mãe com cuidado.

— Ah, desculpa minha filha. Você quebrou uma costela e levou um ponto na cabeça. Mas agora já está tudo melhor, eu espero. — A mulher continuava sorrindo. Ela segurava algo na mão e o escondeu nas suas costas. — Um vizinho tirou vocês da casa da... Joana. — A mulher apertou o jornal com força. A garota ficou curiosa:

— É tá tudo bem... O que é que você tem aí na sua mão? É um presente? — A garota riu abafado na esperança de que fosse aquilo que achava.

O rosto da mulher entristeceu, e ela negou com a cabeça, triste.

— Não filha, é só o jornal... Acho melhor você não vê-lo. — A mulher fez uma cara de preocupação e largou o jornal em uma cômoda afastada da maca onde Anne estava.

— Ué, me deixa ver mãe! — A menina ficou curiosa ao extremo.

— Filha... Você está muito fraca, ainda não...

— Por favor... — a garota abaixou os olhos e ficou fitando seu curativo que transparecia por debaixo de sua “camisola”.

A mulher estendeu o braço, tremendo um pouco, e largou o jornal no colo de Anne. A garota viu na capa a seguinte manchete:

Mulher é morta por cruz em festa de reinauguração de igreja. Pág: 7.

A garota folheou o jornal até a página 7, rapidamente, com o coração batendo rápido. Quando chegou lá, se deparou com uma notícia que ocupava ¼ de uma folha do jornal.

Cruz despencou do altar enquanto mulher rezava, matando-a por lesão no cérebro.

Uma tragédia aconteceu na festa de reinauguração da igreja. Dolores Aguiar, de 50 anos, após sair da festa por uma porta que dava direto para a igreja (a porta estava aberta para quem quisesse entrar para ver como a igreja havia ficado depois da restauração) para rezar, foi atingida bruscamente pela cruz de Jesus Cristo que não estava bem presa. Testemunhas relatam que avisaram para que ela não fosse ao altar, pois ainda estava em obras, mas ela era uma frequentadora da igreja desde pequena e sempre rezava no altar. Seu ex-marido veio de Minas Gerais às pressas. Infelizmente, a noite não foi composta apenas de uma tragédia para a família Aguiar: a filha de Dolores, Joana, morreu misteriosamente após cair de sacada interna da casa, tendo lesões no cérebro, como a mãe e quebrando vários ossos.

Anne focou-se na frase “a filha de Dolores, Joana, morreu...”. Ela ficou tonta, não conseguia raciocinar direito. Sentiu-se fraca e deixou o jornal cair. Então, as lágrimas começaram a tomar conta de todo o seu rosto. Sua mãe correu para abraça-la.

— Sh, sh... Vai ficar tudo bem... — A mãe de Anne ficou chorosa, tal como a menina.

Passou-se um dia. Anne já estava um pouco recuperada fisicamente (psicologicamente demoraria muito tempo) e já tinha recebido alta. Ela havia recebido a visita de alguns policiais, perguntando o que havia acontecido com Joana. Anne respondeu:

“Eu não me lembro, eu só me lembro de que... Aquela casa era tão estranha. Tinham cruzes e santos por todos os lados... Eu ficava um pouco apreensiva dentro dela, tinha, como se fosse uma energia ruim. Eu tive algumas visões horríveis de fantasmas e...” Os homens olhavam-na incrédulos, rindo abafado, como se ela estivesse contando uma piada horrível.

“Bom, eu me lembro de que alguém bateu na porta e eu fui me esconder porque... Bom, a mãe da Joana nunca gostou muito de mim, então não era pra eu estar ali. Eu só fui porque a Joana...” a garota secou algumas lágrimas enquanto os policiais escreviam coisas em uns bloquinhos que tinham à mão. “... A Joana disse que ela ia voltar tarde e que ela nem ia saber... Então eu vi algo dentro do armário, pode ter sido impressão, mas era algo horrível, tipo um monstro.”

Os policiais riram mais um pouco e anotaram mais algumas coisas. “Essa é louca” sussurrou um para o outro sem se importar muito se Anne ouvira ou não. O outro respondeu com um risinho.

“Então eu saí correndo, procurando pela Joana... Ela estava na porta do quarto da mãe dela e tinha... alguma coisa no quarto da mãe dela que, quando eu cheguei, começou a se mover e a chegar perto de mim... Depois eu só me lembro de estar caindo e vendo aquela mesma coisa sobrevoando a casa e sumir. Então eu senti uma dor e desmaiei. Só isso que me lembro!”

Os policiais saíram aos risinhos. Agora, a mãe de Anne arrumara suas coisas para a garota voltar para a sua casa. Anne entrou no carro com dificuldade, pois sua cabeça e costelas ainda doíam. Chegaram a casa.

— Eu comprei uma coisa para, sabe... Proteção! — A mulher apontou para a parede acima da lareira, onde se encontrava uma pequena cruz, com uns 20 cm. A partir dos pés de Jesus.

— Ah... — Anne falou, medrosa. Ela fitou a cruz e se assustou, ficou branca como cera. A cruz estava de cabeça pra baixo!

Ela piscou de novo:

A cruz voltara ao normal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "medo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.