Capítulo 24 - Fantasmas

Enquanto Amy corria mil coisas passavam por sua cabeça, seria mesmo real o que ela tinha visto, seria mesmo possível o que parecia estar acontecendo?  O vulto que Amy perseguia de repente parou, e então ela percebeu que não se tratava de uma pessoa e sim de um fantasma, e a cada vez que a deusa olhava parecia ficar mais transparente, mas o sorriso, ah o sorriso, esse ela conhecia como a uma canção de ninar tocada quando se é criança, aquele era o sorrriso de sua mãe, não de Afrodite, mas de Margareth.

- Mamãe?! - Amy falou.

- Querida, você está realmente bonita. - O fantasma falou.

- E continua forte. - Outro fantasma vinha aparecendo, saido de trás de uma árvore, era o pai de Amy.

- Papai. - Lágrimas desciam pelo rosto da deusa.

- Amor. – O homem/fantasma sorriu.

- Mas, como... o quê? - Amy tentava organizar questões, mas não conseguia sequer pensar direito.

- Sua missão querida. - Margareth falou calmamente. - Você deve nos libetar, estamos presos e não podemos ir adiante porque você se sente culpada pelo que aconteceu. – Margareth respondeu.

- Como assim? – Amy estava confusa, afinal, foi ela quem se apaixonou pelo assassino dos pais,não?

- Sua culpa nos prendeu, e agora é hora de você parar de se culpar e nos deixar ir. – O pai dela falou calmante.

- Eu sinto muito. – Os pais dela não tiveram paz após a morte, e eles queriam que ela não se sentisse culpada? - Mas como eu vou fazer isso? – Ela perguntou quase que numa súplica.

- Primeiro aceitando o fato de que aconteceu o que devia ter acontecido... – Amy ficou confusa e antes que perguntasse sobre o que ela  estava falando, a mãe / fantasma,completou.  - ...Nós sabíamos o que ia acontecer desde o dia em que aceitamos recebê-la.

- Era o preço a se pagar, veja bem, queriamos muito ter um filho, mas não conseguiamos, tentamos de tudo e nada,até você aparecer, e você era tão linda. – O pai falou num tom nostálgico.

- Nós te aceitamos, mas teve uma condição, que aceitamos sem hesitar, seríamos muito felizes, mas por um curto período de tempo. Porque seu destino era ser uma deusa e morar no Olimpo,não viver como uma mortal. – Margareth falou.

- Mas eu teria preferido isso à perder vocês. – Amy falou e sabia que era a mais pura verdade.

- Nós sabemos. – Margareth hesitou como se sentisse dor , mas completou. -E agora que você já sabe a verdade ainda acha que foi a culpada pela nossa morte?

- Eu sinto muito. - Amy caiu de joelhos e enterrou a cabeça na mãos. - Me perdoem, eu... eu.

- Você? – O pai estimulou.

- Eu entendo que não foi culpa minha, agora eu entendo, mas eu sinto a falta de vocês todos os dias, eu queria vocês aqui.

 Amy aceitou a ideia de que não era culpada porque ela agora sabia novamenteo que era amar, e quando se sabe disso torná-se muito mais fácil perdoar, mesmo que seja a si mesma.

- Mas estamos aqui. - O pai/fantasma, apontou pro coração de Amy- E sempre estaremos.

- Basta lembra-se disso no dias tristes e ficarás mais feliz. – Margareth completou.

- Mas agora você nos libertou e devemos ir. – O homem falou. – Seja feliz querida, adeus.

- Adeus amor. – Margareth falou.

- Adeus. – Respondeu Amy.

E aos poucos os dois foram desaparecendo, ambos olhando fixamente para Amy e sorrindo, eles teriam paz de agora em diante.

Depois que eles desapareceram o vento soprou frio ao redor de Amy, ela não entendia como se sentia, devia estar feliz, e estava, mas também estava triste, tão triste que teve certeza de que podia chorar o oceano inteiro, talvez ela tivesse chorado se não tivesse ouvido um som como o de um fogo de artificio soando ao longe, no Acampamento, ela sumiu e reapareceu no Acampamento surpreendêndo-se com o que viu.