Capítulo 23- O Ínicio de algo especial.

- Eu estou atrasada. – Atena falou antes mesmo de Amy levantar alguma questão.

- Então é por isso que saiu correndo? – Amy ergueu a sobrancelha.

- Exatamente. – Atena falou firmemente.

- O que você viu exatamente? – Amy disse e a expressão de Atena mudou para um olhar confuso e ao mesmo tempo triste.

- Eu... Eu vi o bastante. – Atena falou.

- E o quanto isso te afetou? – Amy perguntou.

- Não me afetou. – A deusa estava decidida a não deixar suas emoções transparecerem, afinal ela não sentia nada por ele, absolutamente nada. Era nisso que ela tinha que acreditar.

- Você é a deusa da sabedoria, deveria saber que não pode me enganar. Eu posso te ajudar...

- Não. – Atena a interrompeu. – Eu não preciso de ajuda, eu não entendo porque está me dizendo essas coisas, eu estou bem.

- Não, não está. Você está confusa, não sabe o que sente. Você não dá abertura e ele não é exatamente um santo.

- Ele? Quem é ele? Eu não sei do que você está falando e não quero mais conversar, tenho  algumas coisas que preciso ler. Eu...Eu, tenho que ir. – Após dizer isso a deusa sumiu deixando apenas uma fumaça levemente esbranquiçada pra trás.

*-*-*-*-*

Quando Amy voltou a casa grande avistou Apolo rindo junto a dois garotinhos loiros que aparentavam 7 e 10 anos de idade e se pareciam bastante com o deus, a maneira como riam jogando a cabeça pra trás e como falavam gesticulando; Ela teve certeza de que eram filhos dele.

- Ei o aconteceu? - Apolo perguntou e os dois garotos assumiram uma postura ereta e respeitosa na presença da deusa e a cumprimentaram com um  tímido aceno de cabeça.

- Hum, nada. Nada mesmo. Nada importante. – Amy riu e mudou de assunto para evitar mais perguntas. – Esses são? – Ela perguntou, referindo-se a dois garotinhos loiros

- Meus  filhos. Felipe. – Ele apontou para o mais novo que ficou com as bochechas rosadas. – E Henrique. – Apontou para o mais velho.

- São lindos. – Ela falou.

- Eu sou o pai, o que você esperava? – Apolo riu.

- Felipe, Henrique! – Uma menininha de cabelos castanhos chamava.

- Hum, vão lá, e não esqueçam o que eu ensinei : Elogiem primeiro, beijem depois.

Os garotos acenaram que sim com a cabeça, despediram-se e saíram com um sorriso maroto no rosto.

- Ensinando aos garotos a arte da conquista? – Amy perguntou sentando-se.

- Sempre. – Apolo riu e a puxou para si beijando o topo da cabeça da deusa, que se acomodou no ombro dele e ficou observando os campistas nas suas tarefas diárias.

- Ali vem Poseidon e Afrodite. – Apolo apontou para o lado oposto ao que Amy olhava um grupo de garotos treinarem arco e flecha, mais filhos de Apolo, pensou.

- E aí, o que nós perdemos? – Poseidon falou sentando-se ao lado de Amy que murmurou sou o quão apertado o lugar tinha se tornado.

- Hum, nada. Nada mesmo. Nada importante. – Falou Apolo e Amy percebeu que ele não tinha engolido o fato dela ter corrido até o meio da floresta e voltado dizendo que não tinha sido nada.

- Hum, mais diversão. – Afrodite falou quando viu o garoto chamado Felipe conversando com a menina que o chamara a pouco. – Vou lá ajudar aquele futuro casal. – E dizendo isso foi caminhando em direção a eles.

- Afrodite, eu já ensinei tudo o que ele tinha que aprender volta aqui! – Soltou Amy e correu atrás dela.

- Ficou mais vago agora? – Poseidon riu.

- Engraçado, muito engraçado.  – Amy soltou um sorriso irônico. -Eu queria te perguntar uma coisa.

- Como um bom pai devo dizer que: Se for sexual, pergunte a sua mãe. – E riu mais ainda.

- Não, eu entendo desse assunto melhor do que você imagina. O assunto é Atena.

Poseidon ficou tenso, e mudou de posição, ficando reto.

- O que eu teria pra te responder sobre ela? – Ele perguntou.

- Ela viu você no maior amasso com Afrodite.

- O quê? Mas ela não veio. – Poseidon falou olhando pra Amy.

- Sim, ela veio. E viu tudo, eu não sei o que você quer, mas ela não me parece o tipo que gosta de brincar com esse tipo de coisa. Ela pareceu perturbada. – Amy fitou os olhos do pai. – Fala com ela.

- Eu não tenho nada pra falar com ela, eu beijo quem eu bem entender. – Ele falou.

- Você que sabe, você que sabe...

E nesse momento uma mensagem de íris surgiu e Zeus apareceu dizendo para os olimpianos voltarem ao Olimpo para uma reunião de emergência sobre um monstro que estava causando estragos demais numa rua movimentada.

- Salvo pelo gongo. – Amy riu; Poseidon piscou pra ela e desapareceu numa nuvem com cheiro de mar.

- A gente se vê querida. – Afrodite acenou e desapareceu.

- Até mais. – Apolo deu um selinho em Amy e desapareceu também.

Então agora sou só eu, Amy pensou e viu algo muito familiar na borda da floresta ao longe, ela levantou, e percebeu que não era algo, era... Alguém.