10 Motivos escrita por Karinah


Capítulo 3
Ele poderia ter me contado




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Pov. Edward.

O passeio com Isabella tinha sido divertido, eu não era o tipo de pessoa que conversava muito sobre mim, mas com ela eu gostava de falar.

A garota era incrível eu fiz bem em tirá-la daquela ponte, eu estava morto de curiosidade para saber o motivo que faria uma pessoa tão maravilhosa querer se matar, loucura total, se bem que Isabella parecia se maluquinha mesmo.

Estacionei na frente da minha casa, respirei fundo ao ver as luzes ligadas e constatar que ela estava em casa.

Quando o meu celular tocou no parque eu tentei ao maximo controlar minhas feições para não denunciar a Isabella uma parte da minha historia que eu não queria nem poderia falar agora. Sai do volvo e o deixei perto do portão, ela deveria ter vindo de taxi já que o carro não estava aqui, então eu faria a gentileza de levá-la de volta para casa.

Andei lentamente até o portão branco e destravei com minha chave. Fui mais lentamente ainda até a escadaria que dava acesso a porta principal e adentrei a casa. O cheiro de pizza me atingiu assim que fechei a porta atrás de mim.

-Edward- a mulher de cabelos vermelhos veio correndo em minha direção- Onde você estava? Eu liguei, mas não consegui falar- ela passou os braços em volta da minha cintura, porém eu não retribui o abraço suspirei e me afastei dela rapidamente.

-Victoria, eu pedi para não entrar na minha casa quando eu não estiver- falei calmamente.

-Desculpa, mas como disse, eu liguei tentando avisar- dei de ombros- Onde estava?

-Por ai- respondi caminhando até a sala e me jogando no sofá.

-Pedi pizza- apontou para a mesinha de centro que tinha uma caixa de pizza e algumas latinhas de refrigerantes.

Olhei tudo e fechei os olhos.

-Não adianta forçar isso- abri os olhos novamente a encarando.

-Eu não estou forçando nada- ela falou aparentemente zangada.

-Invade a minha casa, pedi pizza, garanto que deve ter alugado um filme também, mas Victoria não vai adiantar nada por que eu não estou mais apaixonado por você- nós já tínhamos tido aquela conversa umas cinco vezes, mas minha ex-namorada era muito teimosa.

Eu e Victoria nos conhecemos há muito tempo, ela sempre foi uma pessoa boa, já tínhamos saído juntos muitas vezes, mas eram encontros casuais, ela nunca se importou de fazer sexo sem compromisso, depois de um tempo nessa ficamos mais íntimos e nos tornamos namorados, o problema era que alguns meses atrás eu percebi que não era isso que queria e estou tentando convencê-la de que não daríamos certo, mas como a mulher teimosa que ela é insistia de todas as formas reatar comigo.

-Tudo bem- levantou furiosa agora- Eu não vou mais insistir em nós.

“Maravilha”-pensei.

-Que bom- assenti- Não é nada pessoal Vic, apenas não combinamos.

-Só quero saber qual é desculpa que vai dar para não assumir seu filho- ela falou enquanto colocava um casaco- a propósito eu vou fazer a primeira ultrassom amanhã espero que você vá- retirou um papel do bolso e jogou sobre mim no sofá.

Li o endereço do hospital e peguei a chave do volvo, eu até queria levá-la para casa, mas agora que ela tinha tocado naquele assunto eu não tinha nem vontade de levantar do sofá.

-Leva o carro depois eu pego- dei as chaves a ela que pegou e saiu da minha em casa em passos duros.

Mais um detalhe que eu tinha escondido de Isabella, eu iria ser pai.

Pov. Bella

Cantarolei uma musica qualquer enquanto estacionava em frente ao hospital. Não sabia o motivo de tanta felicidade hoje, quer dizer, eu sabia sim. Não era mais uma adolescente idiota que foge dos sentimentos, eu estava assim por causa de Edward, não estava apaixonada por ele ou algo do tipo, apenas estava curtindo a presença dele e saber que teria mais dela hoje me deixava eufórica.

-Bom dia Doutora Isabella- sorri para a mulher na recepção.

-Bom dia- acenei passando por ela, terei um longo dia hoje, mas não era nada que tirasse meu bom humor.

...

Olhei o relógio ainda faltavam cinco minutos para o horário do almoço terminar, mas eu não me importava quanto mais cedo atendia as paciente mais cedo eu sairia.

Estava pronta para mandar a assistente trazer a próxima quando meu celular tocou.

-Oi- falei sorrindo, era Edward.

-Oi Isabella- ele não parecia nada contente.

-Tudo bem com você?- perguntei.

-Não muito, eu to te ligando para cancelar o jantar hoje- meu sorriso murchou- Me perdoe, mas eu adquiri um compromisso extra e ainda tenho muito trabalho para hoje.

-Tudo bem- tentei soar calma.

-Podemos sair amanhã- ele sugeriu.

-Seria perfeito.

-Eu ligo para confirmar o horário que irei buscar você.

-Ok, eu esperarei- e esperaria mesmo.

-Qualquer coisa me liga- pediu.

-Certo- assenti, mesmo que ele não pudesse ver.

Despedimos-nos e eu desliguei o celular.

...

Confesso que aquela ligação me deixou meio triste, eu teria que voltar para casa depois do trabalho e ficar sozinha, seria muito triste, mas fazer o que?

Tentei esquecer a frustração pelo jantar desmarcado. As horas pareciam correr, antes mesmo que eu notasse já eram três.

-Doutora Isabella- a assistente chamou.

-Sim?

-A paciente das três faltou- avisou olhando a prancheta.

-A das três e meia já chegou?- perguntei.

-Sim, ela está- falou.

-Mande preparar a sala da ultrassonografia, essa paciente fará a primeira ultrassom hoje- pedi- Peça para que ela entre.

-Tudo bem- a pequena mulher saiu da sala e eu passei a olha a ficha marcando a ausência de uma paciente, teria que pedir que ligassem para ela.

-Oh Deus- levantei os olhos encarando o dono da exclamação e qual não foi minha surpresa ao encontrar os olhos verdes de Edward Cullen me encarnado.

-Tudo bem Edward?- A mulher ruiva ao lado dele o encarou.

-Aham- ele assentiu.

Eu estava muda, não sabia o que dizer. Por qual motivo Edward Cullen estaria na minha sala junto com uma das minhas pacientes? Será que ele era marido dela? Analisei rapidamente a mão esquerda dos dois e não havia aliança, poderia ser amigos, ou ela poderia ser aquela irmã de quem ele falou.

-Senhorita...- olhei a ficha no computador- Lefreve- sorri para ela- sente-se- pedi, mas minha expressão não deveria ser a melhor.

Ela sentou e Edward ficou parado na frente da porta fechada.

-Edward vai esperar um convite para sentar também?- ela sorriu e balançou a cabeça- Ele está meio estranho- falou me encarando, mas eu deveria estar mais.

Balancei a cabeça levemente eu deveria ser profissional, era uma mulher grávida, eu precisava deixar as duvidas para depois.

-Então por ser sua primeira consulta comigo eu irei fazer algumas perguntas- tentei sorri.

Edward sentou ao lado da ruiva, mas não disse nem uma palavra.

Depois de algumas perguntas básicas eu chamei assistente e perguntei se já estava tudo preparado na sala da ultrassonografia.

-Senhorita Lefreve acompanhe a assistente até a sala ao lado e vista a camisola que ela lhe indicar, eu irei pegar alguns equipamentos e estarei lá- ela sorriu e se levantou.

Edward continuava lá de cabeça baixa.

-Você não vem?- a ruiva perguntou o cutucando.

-Claro que vou, pode ir se trocar na frente- ela deu de ombros e saiu juntamente com minha assistente.

Eu não dirigi uma palavra sequer a Edward apenas me levantei e fui até o armário pegar algumas coisas que seriam necessárias, mas também eu não sabia o que falar. Bom, eu queria gritar para ele e perguntar por que ele não me contou sobre aquela garota, ou melhor, primeiramente eu iria querer saber quem era aquela garota, mas eu não tinha nada haver com aquilo, Edward era apenas um estranho, não devia satisfação a mim.

-Isabella eu...- virei olhando-o e ele parou.

Eu queria poder falar alguma coisa naquele momento também, porém nada saia.

-A senhorita está me esperando- foi o melhor que consegui. Andei até a porta saindo de lá.

Eu tentava a todo custo não encarar Edward enquanto fazia o meu trabalho. A tal Victoria olhava a monitor impressionada.

-O coração está batendo tão rápido- Ela falou, por instante me permitir olhar para Edward, ele não parecia emocionada ou qualquer coisa do tipo, apenas olhava o monitor, mas os olhos estavam vazios- Quando poderemos ver o sexo?- Lefreve continuou.

-Bom, é possível visualizar o sexo do bebê quando atinge a marca de treze semanas...

-Eu tenho quatorze- ela falou empolgada.

-Mas...- voltei a encarar o monitor- a posição deve ser favorável o que no seu caso infelizmente não é- sorri me desculpando.

-Como assim, meu bebê está em perigo?- Perguntou alarmada, sorri um pouco.

-Claro que não, o bebê vai se mover na sua barriga e logo estará em uma posição que será favorável o suficiente para identificarmos o sexo- falei.

-Que bom- ela olhou a barriga- eu quero um menino- declarou- Tem preferia Edward?- Então ele era mesmo o pai.

-Não- falou balançando a cabeça.

Só poderia ser brincadeira, por que ele não me contou que a namorada, amante ou sei lá o que estava grávida.

-Por hoje é só senhorita- falei retirando as luvas- Você pode marcar uma nova consulta na recepção, minha assistente vai te ajudar com o gel e as roupas- ela assentiu.

-Obrigada Doutora Swan- sorriu.

-Não por isso- acenei saindo da sala.

Não fui direto ao meu consultório como deveria, andei pelos corredores em direção a saída eu precisava tomar ar. Sentia que ele estava bem atrás de mim, mas não me virei para conferir se tinha razão. Assim que passei pela porta de vidro a mão de Edward alcançou meu braço me virando rapidamente.

-Por que não falou?- descarreguei minha raiva- O que acha que eu sou? O que você quer de mim? Que droga Edward eu perguntei se tinha filhos- falei olhando-o nos olhos, ele não parecia estar preparando para esse confronto.

-Isabella desculpa- ele pediu- Eu nem sei como explicar, Victoria não é nada para mim eu...

-Ela não é nada a não ser a mãe de seu filho- ironizei-Olha tudo bem se você quer formar uma família, mas poderia ter me dito, isso é importante.

-Eu estou tentando resolver essa parte da minha vida, eu estou confuso- confessou passando uma mão pelo cabelo acobreado.

-Mentiu pra mim- falei respirando fundo.

-Você perguntou se eu tinha filhos e eu respondi a verdade- o encarei incrédula.

-Você está certo, eu não tenho nada haver com a sua vida, nem sei por que estou tendo essa discussão com você- dei de ombros- sou apenas uma lunática que você retirou daquela maldita ponte, esquece- balancei a cabeça e fiz menção de voltar ao hospital.

-Isabella, por favor, como eu disse ainda estou confuso e juro que a Victoria não é nada para mim- suspirou- na verdade ela é uma ex-namorada, é muito complicado.

Eu ainda estava zangada, e se ele estivesse mentido. Não me entenda mão eu não conheço a cabeça dos homens, uma vez meu pai me disse que homem só pensa em sexo e se Edward estivesse em busca de sexo fácil comigo?

-Eu já disse, não sou nada sua não preciso ter essa reação exagerada- encarei o chão.

-Podemos sair ainda, eu posso te explicar melhor sobre tudo isso- gesticulou.

-Francamente eu não estou com vontade de sair- rebati- E você disse que tinha muito trabalho hoje.

-Eu tenho, mas posso cancelar alguns compromissos e...

-Não Edward- o interrompi- E agora eu preciso trabalhar.

-Isabella...

-Tchau- falei entrando no hospital e andando até meu consultório em passos largos, adentrei o local e fechei a porta atrás de mim.

-Idiota- murmurei para mim mesma. Eu não deveria ter demonstrado o quanto me senti abalada em saber que Edward seria pai, não sabia se estava sendo movida pela raiva ou pela inveja quando toquei minha barriga e senti meus olhos se encherem de lagrimas- Droga- limpei uma das lagrimas que caíram e voltei até minha mesa eu precisava me acalmar.

...

Dentro do meu apartamento eu tentei a todo custo esquecer o episodio ocorrido á tarde, mas se nem trabalhando após aquilo eu pude esquecer duvidaria muito que poderia esquecer agora sozinha em um apartamento silencioso.

Peguei uma cerveja na geladeira e fui para meu quarto, eram oito horas, eu poderia estar com Edward agora. Revirei os olhos, eu deveria parar de pensar nele.

Liguei a televisão e comecei a passar os canais, nada me agradava deixei por fim em um seriado qualquer enquanto pegava um livro no criado ao meu lado e bebia mais minha cerveja. Eu acabei pegando no sono após terminar minha bebida. Quando acordei eram duas da manhã eu estava suando e a televisão estava ligada.

-Calor- murmurei umedecendo os lábios. Liguei o ar condicionado e desliguei a televisão, peguei meu celular apenas para ter certeza que ninguém me ligou e tive uma surpresa havia cinco ligações do Edward entre nove e onze horas. Coitado deve estar achando que eu o ignorei de propósito, mas poxa ele poderia ter me contado.

Virei-me na cama até conseguir pegar no sono novamente.

...

-Bom dia doutora Isabella- Revirei os olhos, hoje não seria nada bom.

Continuei andando sem dar a resposta.

-Doutora Isabella- a moça da recepção insistiu, girei nos calcanhares para olhá-la.

-Pois não?

-Chegou uma entrega para senhora há vinte minutos, eu não sabia quando a senhora estaria aqui e tomei a liberdade de usar uma chave extra para abrir seu consultório e deixar a tal entrega lá- a olhei entediada.

-Não poderia guardar aqui na recepção- eu não gostava quando abriam meu consultório antes que eu chegasse.

-Iria incomodar um pouco- ela comentou, fiquei meio confusa.

-Tudo bem, obrigada- voltei a caminhar em direção ao meu consultório.

Quando cheguei à porta e minha assistente me olhou sorridente da mesa onde ficava.

-Bom dia- falou e me entregou um pequeno envelope branco.

-Bom dia- respondi pegando o envelope, segurei em uma mão enquanto abria a porta com a outra- Do que se trata?

-Chegou com a sua encomenda- sorriu.

Abri a porta, mas não adentrei eu estava mais curiosa para saber quem havia me enviado a tal encomenda. Dentro do envelope tinha um cartão perfumado. Dizia:

“Talvez essa não seja a melhor maneira de conseguir o seu perdão, mas saiba que me esforçarei. Isabella, eu estou extremamente arrependido por mentir para você, prometo que vou explicar tudo com mínimos detalhes se, claro, você prometer jantar comigo.

PS.: Espero que não tenha alergia a flores”

Sorri meio confusa e levantei o rosto para minha sala, meu queixo com certeza foi ao chão. Dei um passo empurrando mais a porta.

A minha sala estava decorada com muitas rosas vermelhas um cheiro delicioso se instalava no local, ri jogando minha bolsa no chão e indo apreciar um buquê em cima da minha mesa.

-Minha nossa devem ter uns trinta buquês aqui dentro- ri cheirando as rosas.

-Na verdade tem quarenta desses- a minha assistente falou com sua prancheta na mão.

-O que faremos com tudo isso?- ela perguntou e eu dei de ombros.

Eu não sei o que faria com as flores, mas com certeza aquele tinha sido um gesto muito agradável da parte de Edward. Peguei minha bolsa de volta do chão e retirei meu celular de lá, eu iria ligar para ele, precisava agradecer. Sorri enquanto esperava ele atender.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal... Espero que tenham curtido esse capitulo.
Era pra ter saído mais cedo, porém eu estava cansada e fui dormir.
Daí acordo de madrugada e decido postar ashuahsahusahushu.
Não sei se está muito cedo para Edward e Bella terem algum tipo de relação, mas esse capitulo será fundamental para o resto da fanfic.
Então, tem alguém ai ansioso para saber a historia de Edward e Victoria? o/
No próximo capitulo teremos mais um dos dez motivos.
Beijos e comentem amores.