10 Motivos escrita por Karinah


Capítulo 4
Motivo 2- Você tem um ótimo emprego.




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Pov. Edward


Estava apreensivo desde que sai do hospital. Por céus! Com tantas medicas espalhadas pela cidade Victoria tinha que marcar consulta com Isabella. Eu queria poder explicar, mas eu não sabia o que fazer nem eu conseguia explicar a mim mesmo o que estava acontecendo.


–Droga Edward- falei sozinho na minha sala. Eu havia saído do hospital á duas horas e mesmo assim não conseguia esquecer o episodio.


Eu estava confuso e chateado. Eu ainda recordava as perguntas dela “O que acha que eu sou? O que você quer de mim?” Deus, eu não queria que ela me achasse um cafajeste, na verdade eu não sabia direito o que eu queria dela.


Isabella estava se tornando uma colega, uma conhecida, uma amiga. Eu verdadeiramente me afeiçoei com ela, não sei se pelo fato de vê-la naquele estado tão frágil, eu apenas queria protegê-la. Eu a queria por perto, apenas para ter certeza de que ela ficaria bem.


Trabalhei e conversei com meu pai apenas por telefone, eu prometi que passaria na casa dele hoje, mas não estava me sentindo bem para isso. Voltei para casa por volta das oito, fiquei andando de um lado para o outro pensando em como conseguir o perdão de Isabella, eu estava sem idéias.


–Será que ela gosta de flores?- perguntei a mim mesmo enquanto entrava na cozinha.


Eu lembrava quando meu pai e minha mãe tinham algum tipo de desentendimento e ele comprava flores fazia declarações melosas. Ri sozinho.


–Tomara que não tenha alergia a flores Isabella, pois você terá uma grande surpresa- fui ao segundo andar e procurei na agenda o nome de alguma floricultura, encomendei alguns buquês de rosas e pedi que entregassem no hospital, eu iria na manhã seguinte ao hospital pagaria e escrevia algo para ela, tinha que ser cedo, pois eu tinha uma reunião pela manhã.


Estava contente, talvez ela gostasse do presente, talvez ela me desculpasse pela mentira. Deitei por alguns minutos, mas eu não conseguia tirar aquela mulher da cabeça. Fiquei encarando o meu celular por muito tempo até tomar coragem de ligar para ela, mas parecia que ela estava mais zangada do que pensei, pois não atendeu nenhuma das ligações que fiz.


Não dormi nada bem naquela noite.


...


–Entregue esse cartão- passei um envelope ao entregador de flores- Eu não vou entrar, estou atrasado para um compromisso.


–Sim senhor- ele falou- Doutora Isabella Swan, correto?


–Sim, sim- confirmei- Tenha um bom dia- acenei e voltei para a minha Mercedes já que o volvo ainda estava com Victoria, eu precisaria pegar ele.


Dirigi até a fabrica, hoje e eu e Emmett receberíamos a visita de alguns inspetores e teríamos uma reunião longa e chata. Cheguei até o local, o carro de Emmett ainda não estava no estacionamento.


–Preguiçoso- murmurei balançando a cabeça.


Sai do carro direto para o elevador, eu tinha uma pequena sala no ultimo andar da fabrica, não era muita coisa já que eu não ficava muito tempo por aqui, Emmett tinha uma assistente e uma secretaria, mas quando eu vinha para cá ele me emprestava uma dela.


–Bom dia Senhor Cullen- Jenny me cumprimentou.


–Bom dia Senhorita Lossy- falei de volta- Meu irmão ainda não chegou não é- ela assentiu- Será que a senhorita poderia me ajudar na minha sala por alguns minutos? Assim que ele chegar vamos á uma reunião, mas tenho algumas coisas para organizar.


–Claro Senhor Cullen- ela levantou e me acompanhou até a sala.


Jenny era ótima, muito competente, sempre que eu precisava ela estava por perto. Era jovem também não deveria passar dos trinta.


–Toc toc- Emmett entrou na minha sala sem bater- Atrapalho alguma coisa?- olhou malicioso de mim para Jenny.


Ela corou, aquilo me lembrou Isabella, Jenny parecia normal quando corava, mas Isabella ficava extremamente encantadora quando estava envergonhada. Sorri.


–Oi Emmett, tudo bom?- perguntei ignorando ele.

–Comigo sim, claro- passou pela porta e me deu a visão de mais dois homens atrás dele. Eram Paul e Mark.


–Senhores- falei acenando.


–Como vai Senhor Cullen?- Paul perguntou.


–Eu vou bem e me chame de Edward- pedi e ele sorriu.


Paul e Mark eram supervisores do pessoal por aqui, eu não tinha muito intimidade, mas pra mim era estranho ser chamado de Senhor Cullen toda hora. Mark me cumprimentou também, ambos sentaram no sofá que tinha na minha sala e Emmett ajudava a mim e a Jenny separando alguns documentos.


–Deveria ter feito isso ontem- Emmett me deu uma bronca.


–Não estava com cabeça- dei de ombros sem me importar.


O toque do meu celular interrompeu o que ele iria falar, eu estava ocupado no momento, fiquei com medo de ser Victoria.


–Atende para mim Lossy- pedi a secretaria.


Ela pegou o celular e atendeu. Eu sempre pedia para minhas secretarias ou assistente atenderem meu celular quando estava ocupado aquilo não era algo estranho para mim.


–Olá, Bom dia- Jenny atendeu, ela esperou por alguns minutos- Ele se encontra sim.


–Quem é senhorita Lossy?- perguntei fechando a pasta com documentos.


–Isabella Swan- parecia que eu tinha levado um choque, meu sorriso deveria estar enorme, estendi a mão e a secretaria me entregou o celular.


–Isabella?- chamei e me virei de costas para o pessoal na sala.

–Oi Edward- ela falou meio receosa- Está ocupado?

–Não, pode falar- Emmett fez um som estranho atrás de mim.

–Eu queria agradecer pelas flores- ela soltou um risinho- Foi muito gentil- sorri.

–Você gostou?

–Claro- falou animada- Eu só não sei como levarei isso tudo para casa- ela riu e eu acompanhei.

–Não precisa levar tudo para casa, eu só espero que isso tenha o efeito desejado- falei segurando o impulso de cruzar os dedos- Estou perdoado?- perguntei.

–Olha eu que deveria pedir desculpas, foi uma reação exagerada da minha parte.

–Você não fez nada de errado, eu menti e mereci isso, mas é claro que se você me perdoar e topar a minha segunda oferta eu posso conversar mais sobre aquele assunto- falei.

–Claro, me paga as oito no meu apartamento- ela parecia super empolga.

–Obrigado.

–Eu que agradeço, agora eu tenho que ir trabalhar, até a noite- falou.

–Até- me despedi e desliguei meu celular.


Virei-me devagar para ver o pessoal na minha sala. Emmett me encarava com a cara que dizia “Hoje tem, hein?!” Os outros não estavam me encarando e eu tratei de falar algo para quebrar o silencio.


–Desculpa a minha falta de educação em atender aqui, mas era realmente importante- falei meio constrangido.


–Não se preocupe- Emmett falou por eles- Deveria ser bem importante mesmo- sorriu malicioso.


–Temos uma reunião não é- desviei o assunto.


Bom, nem precisava dizer que eu estava morto de felicidade.


...

Pov. Bella


–Esse foi o ultimo Isabella- Minha assistente informou, nós estávamos colocando todos os meu buquês em meu carro, haviam alguns no porta malas, no banco do passageiro e do carona, eu ri vendo meu carro entupido de flores.


–Bom eu já vou indo tenho um compromisso- falei feliz.


–Até amanhã- se despediu.


–Até- acenei e entrei no carro, suspirei dando a partida seria difícil olhar no retrovisor com tanto carro, mas eu tentaria.


Cheguei ao condomínio depois de ter cometido algumas barbeiragens, mas valia a perna eu não poderia deixar todas aquelas flores dentro do meu consultoria as pobrezinhas poderiam morrer.


Acenei para o porteiro e pedi que viesse me ajudar, dei alguns dólares para ele me ajudar a levar tudo até meu andar, demos algumas voltas e finalmente havíamos terminado.


–Vou colocar todas na varanda para tomar um ar- falei mordendo os lábios.

–A senhora comprou tudo isso?- ele perguntou limpando algumas gotículas de suor que saiam da testa.


–Não, isso foi um pedido de desculpas- sorri, não consegui parar de sorrir hoje.


–Fico feliz pela senhora e o senhor Black terem reatado- ele comentou e eu congelei no lugar.


–Não foi um pedido de desculpas do Jacob- falei seca- eu não sei por onde ele anda e nem quero saber.


–Bom, ele esteve aqui alguns dias atrás- o porteiro comentou.


–Sabe que não pode deixar ele subir...


–Sei Senhora, ele não irá passar por lá- me tranqüilizou.


–Obrigada- sorri e apertei a mão dele.


–Por nada- retribuiu o aperto e volto-se para saída- eu tenho que ir.


Ele foi embora e eu levei as flores para a varanda, coloquei todas arrumadinhas para que decorassem minha sacada. Olhei no relógio eram sete e vinte.


–Droga- murmurei correndo para me arrumar.


Peguei um vestido azul escuro, ele tinha alguns desenhos de flores e era sem alças. Escolhi saltos pretos, brincos, pulseira, prendedor para cabelo e maquiagem. Corri para o banheiro e tomei um banho.


Ás oito horas meu interfone tocou, ainda faltava colocar os acessórios. Atendi o interfone era o porteiro informando que Edward Cullen estava na recepção, eu fiquei entre pedir para ele subir e pedi para que esperasse, fiquei com a segunda opção eu já estava quase terminando. Só demorei mais cinco minutinhos e desci as pressas.


Parei na recepção, lá estava Edward, ele estava todo de preto, a camisa tinha alguns botões abertos, os cabelos ainda um pouco molhados e um sorriso torto lindo.


–Você está linda- ele andou na minha direção e me apertou contra seus braços, retribui o abraço e aproveitei para sentir o cheiro maravilhoso que ele exalava.


–Obrigada, Edward- corei levemente- Você também está lindo- ele sorriu.


–Vamos?- assenti.


Demos boa noite ao porteiro e saímos, me surpreendi quando ele caminhou em direção a uma Mercedes preta.


–Também é seu?- Perguntei enquanto ele abria a porta para mim.


–É sim, o meu segundo favorito- fechou a porta e deu a volta assumindo o lugar do motorista.


–Deve ter vários carros- comentei.


–Contando com o volvo são quatro- deu a partida.


–E onde está o volvo- perguntei.


–Emprestado- ele falou apenas.


Continuamos conversando bobagens até ele parar em frente a um restaurante, eu conhecia o lugar, era chique e bonito, um bom ambiente.


Saímos do carro andando lado a lado. Pedimos uma mesa para dois e eu não pude deixar de notar o olhar da garçonete para Edward, revirei os olhos, mas não fiquei zangada.


–Espero que goste daqui- Edward comentou quando a garçonete se afastou.


Peguei um cardápio.


–Adoro comida italiana.


–Que tal Bruschetta*?- ele falou e eu mordi os lábios.


–Maravilha- sorri e ele sorriu de volta- eu adoro.


Ele chamou uma garçonete.


–Traga duas porções de Bruschetta e uma taça do seu melhor vinho- pediu sem tirar os olhos de mim.


–Sim Senhor- a mulher saiu, ela voltou alguns minutos depois trazendo pão como entrada e o vinho.


–Ótimo- Edward falou e ela saiu.


Comi alguns pedaços de pão enquanto Edward nos servia.


–Então- mordi os lábios- Como foi seu dia no trabalho?


Ele me encarou por alguns segundos.


–Cansativo- confessou- passei a maior parte do dia com o Emmett, meu irmão, e ele não parava de perguntar quem é Isabella Swan- riu- Não se assuste se ele aparecer do nada aqui, ele disse que me seguiria para descobrir o que faria hoje à noite.


–Serio?- arregalei os olhos, não queria conhecer a família de Edward, e se eles pensassem que sou uma vadia destruidora de lares que estou separando Edward da namorada ou seja lá o que Victoria for.

–Não se preocupe ele é inofencivo- riu novamente.


–Você contou sobre mim para ele?- perguntei bebendo um pouco.


–Não, ele estava na minha sala quando você ligou.


–Oh- eu mordi os lábios- Eu fiquei meio constrangida quando a moça atendeu pensei que você pudesse estar ocupado.


–Não eu estava me preparando para minha reunião- bebeu um pouco e voltou a me encarar- e como foi o seu dia no trabalho?


–Foi legal, apenas um cancelamento, eu estava sorrindo muito hoje- corei ao falar aquilo, ele riu.


–Posso saber por quê?- sugeriu.


–Não- falei e ri.


–Tudo bem- deu de ombros- eu nem estou curioso- ele fez uma carinha linda, com um biquinho perfeito.


–Ah Edward eu fiquei feliz pelas flores foi muito, sei lá, gentil da sua parte eu acho- ele riu e tocou minha mão em cima da mesa, meu corpo se arrepiou com o toque dele.


–Eu estou feliz por você se sentir assim- a garçonete chegou com os nossos pedidos quebrando nosso contato visual.


Comemos e rimos de mais algumas coisas, quando terminamos Edward escolheu nossa sobremesa que não demorou a chegar.


–Então sobre a Victoria...- comecei e ele me olhou- É o nome dela certo?


–É sim Victoria Lefreve- ele olhou em outra direção como se tivesse perdido em pensamentos- É complicado.


–Bom eu não vou a lugar nenhum- falei.


–Eu conheço a Victoria há muito tempo- ele começou a falar baixo- Nós não tínhamos uma relação até algum tempo atrás, era sexo sem compromisso sabe, ela ficava com os caras que queria e eu fazia o mesmo- contou- Mas acabamos nos tornando namorados já que ficávamos muito tempo juntos.


–Entendi até ai- estimulei para que ele continuasse.


–Algumas semanas atrás eu conversei com ela e tentei explicar que não estava apaixonado, não é isso que quero, ela é uma boa amiga, mas eu tenho vinte e seis quero formar uma família um dia e fazer outras coisas mais que eu não sinto vontade de fazer com ela- passou a mão no cabelo- a questão é que ela não aceitou muito bem isso, ela mesma disse que me amava e que faria tudo pra ficar comigo, eu não ligava para o que ela estava dizendo até aquele dia em que te encontrei na ponte.


–Como assim?- perguntei confusa.


–Bem, eu voltei do trabalho e ela estava em minha casa, eu já tinha dito para ela não entrar sem minha permissão, porém acredite se quiser ela não quer me devolver à chave que dei pra ela- bufou, aquilo parecia irritá-lo- Como eu ia dizendo ela estava lá e parecia chateada, eu briguei com ela pelo fato de estar cansado, e ela praticamente jogou um exame da minha cara, eu não sabia do que se tratava então ela explicou eu seria pai- mordeu os lábios.


–Nossa- falei.


–Daí eu sai de casa sem saber o que fazer, não me entenda mal eu quero ter filhos, mas não era com a Vic que eu quero formar uma família, e eu sei que uma criança precisa de um lar eu estou preocupado com o futuro da criança, acho que não serei um bom pai- balançou a cabeça- Eu estava andando na rua por muito tempo naquela noite, bebi um pouco e estava voltando para casa quando uma certa imagem me deixou confuso.


–O que?- perguntei já sabendo do que se tratava.


–Uma mulher muito linda que estava para se jogar de uma ponte- falou e eu sorri abaixando a cabeça.


–Agora entendo o que você estava fazendo por lá- conclui- eu sinto muito, não deveria ter aquela reação, você deve estar preocupado, mas se quer saber eu acho que será um pai maravilhoso- voltei a encará-lo.


–Obrigado- sorriu- eu vou assumir a criança, com certeza vou, eu acho que só estou assustado com tudo isso acontecendo, sempre imaginei casar primeiro e demorar muito mais para ter filhos e não assim- gesticulou.


–E a sua família?- perguntei apenas por perguntar.


–Ninguém sabe ainda- segredou- Eu pretendo contar logo, mas eu sei que Esme vai dar um ataque, ela não gostava muito da Vic- não sei por que ouvi-lo chamá-la de “Vic” não me agradava.


–Ela parece ser uma pessoal legal- dei de ombros.


– É quando não está sendo teimosa, ou quando se zanga com algo- suspirou- De qualquer forma não a amo ou estou apaixonado por ela, e com certeza não teremos mais relacionamento algum o único vinculo que temos está na barriga dela, o meu filho.


–Quer um menino?- mordi os lábios.


–Pode ser.


–Em breve vai dar pra ver o sexo do bebê- eu falei mexendo as mãos.


–Eu iria te contar em breve- falou- juro que iria- o encarei.


–Eu apenas não entendi por que mentiu pra mim, somos amigos não somos?- perguntei olhando diretamente nos olhos dele.


–Somos- falou depois de um tempo- Podemos virar essa pagina?


–Claro, não vejo por que insistir nisso- passei a mão no cabelo.


Edward pareceu pensar em alguma coisa e depois falou.


–Já que somos amigos você vai me contar o porquê quis cometer suicídio?- ele tocou no outro assunto chato.


Eu poderia contar o que tinha acontecido há algumas semanas, mas eu ainda me sentia fragilizada, então decidi que poderia contar tudo e omiti apenas um pequena parte.


–Bom, você vai me achar uma idiota, mas pra falar a verdade eu não estava muito afim de continuar viva- comecei.


–Por quê?- perguntou tocando minha mão pela segunda vez.


–Eu sempre quis ser medica- falei me preparando para tocar no assunto- Quando terminei de fazer a faculdade em Springfield eu decidi que viria para Chicago, não era algo muito inteligente para uma garota que cresceu em um lugar chamado Buffalo, já ouviu falar?- perguntei.


Ele negou.


–É uma cidadezinha próxima a Springfield- expliquei- Eu decidi vir para cá, primeiro deixe-me explicar o por que tomei a decisão de vir embora- ele continuava com a mão sobre a minha- Bom, meus pais são divorciados, então eu não tinha uma família de verdade, minha mãe deixou papai quando eu tinha onze anos, mas continuou morando na em Buffalo até que eu completasse a maioridade eu comecei a fazer faculdade minha mãe foi morar em Springfield eu ficava na casa dela e nos finais de semana eu visitava meu pai.


–Na faculdade eu conheci Jacob Black, ele cursava engenharia civil, nós nos apaixonamos e começamos a namorar, fizemos muitos planos juntos e foi daí que surgiu a idéia de vir morar em Chicago. Meu pais não tinham muito tempo para mim, eu decidi que seria melhor assim, meu pai tem uma namorada e minha mãe também tem um namorado, ou quase isso- dei de ombros- pensei que talvez seria melhor se distanciar formar uma família aqui em Chicago, por isso vim para cá com o Jacob há um ano e alguns meses- parei e ele apertou minha mãe levemente.


–Jacob era um cara e tanto, eu o amava- confessei- Sabe quando a gente deseja passar o resto dos nossos dias ao lado de uma pessoa? Eu sentia isso com ele, a presença dele me fazia feliz- sorri enquanto sentia meus olhos embaçarem, tentei disfarçar para Edward não perceber o quanto aquele assunto doía.


–Ele sempre me disse que sentia o mesmo por mim- continuei- Morávamos no meu apartamento, e estávamos bem até dois meses atrás.


–O que aconteceu?- Edward estava curioso.


–Jacob me traiu, na verdade sempre me traia, eu cheguei a desconfiar muitas vezes dele, mas não era nada grave demais- balancei a cabeça- o desgraçado me traia no nosso próprio apartamento e pior ele se encontrava com ela no hospital também.


–Então a moça trabalha no mesmo hospital que você?


Assenti.


–Lauren- falei o nome da vagabunda- Ela sempre fingiu ser minha amiga, ia até meu apartamento conversa coisas comigo, uma fingida- murmurei- Eu descobri que Jacob me traia por ela, a mentirosa foi até meu consultório há dois meses e disse que tinha uma confissão a fazer, eu não entendi muito bem, ela falou que era sobre o bebê que ela carregava.


–Ela está grávida?- Edward perguntou surpreso.


–Sim- limpei uma lagrima que saiu sem que eu percebesse- Sete meses- falei- Lauren engravidou, eu cheguei a perguntar sobre o pai do bebê, mas ela sempre dizia que era um assunto delicado, que eu saberia depois e naquele dia que ela entrou na minha sala dizendo que Jacob era o pai do bebê dela, que eles estavam juntos desde que se conheceram no hospital, ela falou tudo disse que os dois se gostavam e que eu precisava saber- respirei fundo.


–Eu fiquei horrorizada mandei ela sair da minha sala e chorei muito não querendo acreditar no que ouvia, liguei para Jacob e pedi que ele fosse até o hospital ele apareceu depois de um tempo, eu estava tão nervosa que esperei por ele na recepção- balancei a cabeça lembrando com detalhes da cena- Quando o vi passar pela porta do hospital eu não me controlei parti para cima querendo uma explicação- me encolhi- ele ficou bravo e brigamos ali mesmo.


Flashback on.


“Respira fundo”- falei para mim mesma, ela deve estar mentindo, Jacob te ama, ele te ama. Abri os olhos e vi quando ele passou pela porta de vidro do hospital, eu queria ter ficado sentada e esperar até chegar no meu consultório, mas meu corpo não me obedecia.


–Seu porco- bati no peito dele falando um pouco alto.


–O que foi Isabella?- ele perguntou segurando o meu pulso.


–Lauren me contou tudo- falei enquanto as lagrimas escorriam por minha face.


Vi ele revirando os olhos e largando meu pulso.


–Mulheres não conseguem ficar com a boca calada eu disse a ela que esperasse- falou com a maior naturalidade do mundo.


–Como assim?- perguntei quando ele me deu as costas- Jacob Black- chamei.


–Olha Isabella eu não vou ficar aqui se você só me chamou para fazer barraco- varias pessoas já nos olhavam- eu estava ocupado, podemos conversar em casa?- perguntou já virando para saída.


Eu o segui, estava furiosa.


–O quão demente mental você é?- perguntei já do lado de fora- Acha que pode me trair e nem dar explicação sobre isso?- falava enquanto andava, pois ele não parava de seguir em direção ao carro.


–Quer uma explicação?- gritou, as pessoas nos olhavam assustadas, alguns funcionários também presenciavam a cena- Eu não amo você Isabella Swan, você não significa nada pra mim e fingir que te amava todo esse tempo me deixou cansado- eu estava chocada, coloquei a mão na boca em sinal de espanto enquanto as lagrimas rolavam por meu rosto- Eu agradecerei a Lauren por ter te contado tudo isso, finalmente eu não vou ter que fingir prazer com você em cima da cama- aquilo de verdade acabou comigo.


–COMO ASSIM?- gritei partindo para cima dele- Você jurou que me amava, você foi até a casa dos meus pais, você me fazia juras de amor- batia nele enquanto falava- mentiroso, mentiroso- ele me segurou pelos pulsos e me empurrou.


–Tenha um pouco de amor próprio- falou ajeitando as roupas- todos estam lhe olhando- falou apontando para o lado- eu não virei minha cabeça, mas sabia que estavam todos lá.


–Como pode?- perguntei chorando.


–Eu achava que você era uma coisa, mas na verdade é outra- ele deu de ombros- não tem sentindo ficar com você.


–E por que não me disse isso? Precisava me trair?


–Nem um filho você pode me dar- riu balançando a cabeça- volta ao trabalho Isabella, vai, não temos mais nada pra falar.


Não consegui falar mais nada enquanto ele entrava no carro e saia dali.


Flashback off.


Quando terminei de contar Edward me olhou horrorizado.


–Deus- exclamou- que cretino.


–Depois daquele dia só nos falamos duas vezes, eu fiquei sabendo hoje pelo porteiro que ele esteve lá, mas eu já avisei que não quero vê-lo nunca mais- falei.


–Eu não poderia imaginar isso- falou.


–Entenda eu não tenho ninguém por aqui, meus pais sabem que terminei com Jacob, mas não sabem o motivo, eles não vem me visitar, eu não tenho irmãos, amigos ou parentes por aqui, me senti tão solitária que...


–Não precisa mais lembrar sobre isso- prometeu- Eu estou com você, agora você tem a mim.


–Obrigada Edward- apertei sua mão.


–Vamos pedir a conta- ele chamou a garçonete novamente.


Edward pagou tudo depois de discutimos um pouco sobre dividir.


...


–Estou curioso sobre uma coisa- falou quando estávamos no carro.


–O que?- mordi os lábios.


–Você comentou que o tal lá falou sobre você não poder dar filhos a ele, você é estéril?- perguntou.


–Sim- falei- ou quase, quando chegamos aqui eu tive a idéia de ter um filho, Jacob disse que tudo bem, mas tentamos muito e eu nunca ficava, fui a um medico e descobri através de alguns exames que não podia ter filhos- falei- isso pude mudar, eu teria que passar por alguns tratamentos junto com o meu parceiro, o medico falou que seria bom tentar por inseminação, mas Jacob não queria fazer assim e disse que tudo bem que poderíamos adotar.


–Sinto muito.


–Não sinta- não queria tocar no assunto novamente- Já passou.


Enquanto Edward dirigia fazia algumas perguntas sobre mim, coisas normais e que não doíam quando eu falava.


–Chegamos- falou.


–É, chegamos- abri a porta do carro ele fez o mesmo e deu a volta ficando ao meu lado encostado no carro.


–Aquele ali é o seu apartamento- apontou para minha sacada.


–Como sabe?- perguntei.


–As rosas- falou sorrindo.


–Ah sim, eu queria decorar a sacada, deixar mais viva.


–Como trouxe elas?


–Coloquei tudo no meu carro, fiz muitas barbeiragens sem poder ver o retrovisor- sorri.


–Por que não me ligou para que eu fosse te ajudar, poderia ter acontecido um acidente- falou visivelmente preocupado.


–Já passou Edward- desencostei do carro e fiquei de frente para ele- Preto é uma cor que combina com você- corei e desviei meu olhar do dele.


–Vermelho combina perfeitamente com você- rimos- e azul também- segurou minha mão e girou-me.


Edward estava sendo espontâneo e engraçado, eu estava adorando estar ao lado dele.


–Vai trabalhar amanhã?- perguntei corando enquanto ele me avaliava.


–Não- negou com a cabeça- e você?


–Tenho uma cesariana marcada para amanhã pela manhã- fiz uma careta- saio ao meio dia.


–Almoço?- perguntou- pego você no hospital.


–Perfeito- sorri largamente.


Ele sorriu também.


–Então eu tenho mais um motivo, pensei nisso hoje a tarde- falou.


–Qual?- perguntei ao lado dele.


–Motivo dois você tem um ótimo emprego- falou- sabe o que você contou lá no restaurante e tudo mais, se você não estivesse empregada teria passado por algo pior e eu também já ouvi falar casos de pessoas que se suicidaram por falta de emprego e muitas dividas.


–Não sei se posso aceitar isso- brinquei.


–Claro que pode, eu já te dei dois motivos para não pular- ele segurou minha mão- um você tem medo de altura e dois você tem um ótimo emprego, você cuida de mamães e bebês.


–Tudo bem, mas o terceiro vai ter que ser muito melhor- ele me puxou um pouco mais para perto.


–Prometo- beijou minha testa.


–Então, nos veremos amanhã, não é?- perguntei enquanto minha mão subia por seus braços.


–Claro, vamos almoçar- assenti.


–Boa noite Edward- minhas mãos foram para o pescoço dele e ele envolveu os braços em minha cintura.


Abraçamos-nos e o que deveria ser um abraço rápido se tornou mais prolongado, eu adorei sentir a pele quente dele contra minha enquanto ele enfiava o rosto em meu pescoço e inspirava.


–Você cheira a morangos- riu e eu ri levemente.


–É o meu shampoo- falei.


–Maravilhoso- ele deu um beijo em meu ombro e todo meu corpo se arrepiou.


–Edward...- Chamei enquanto ele passava a mão em minha cintura.


–Hum...- respondeu.


–Eu trabalho amanhã- falei baixo.


Ele se afastou de mim, os olhos dele estavam escuros e eu podia sentir toda a eletricidade entre nossos corpos.


–Até amanhã.


–Até- acenei e voltei para o condomínio, o porteiro estava lá e não estava dormindo, legal.


Estava eufórica e demorei muito a dormir, quando estava quase dormindo meu celular apitou, havia chegado uma mensagem sorri ao ver que era de Edward.


De:Edward

Para: Isabella


“Já temos dois motivos, agora só faltam oito.

Durma bem, beijos.”

–Ok- falei sozinha e voltei a encostar a cabeça no travesseiro adormecendo.



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Notas finais do capítulo

*Bruschetta:é um antepasto italiano feito à base de pão, que é tostado em grelha com azeite e depois esfregado com alho.
Eiii gente...
Escrevendo aqui rapidinho tem uma pizza me esperando
Espero que tenham gostado. Esse momento Edward e Bella no final foi tão perfeito, pelo menos pra mim eu adorei rs.
Comentem e até o próximo capitulo com muuuuuuitas emoções.