Pov. Edward

A noite estava muito fria, de verdade eu deveria voltar para casa, poderia ser assaltado ou qualquer coisa do tipo, olhei no meu relógio eram quinze minutos para a meia noite.

-Que loucura, Edward- murmurei para mim mesmo, mas só assim em um lugar vazio eu poderia sentir paz.

Andei mais um pouco eu já estava na praça onde deixei meu volvo que por sinal era o único carro no lugar, eu fiz menção de ir até ele, mas ao olhar em redor visualizei algo que me chamou atenção. Parecia uma mulher, ou melhor, era mesmo uma mulher o cabelo dela voava ao vento, ela estava na beira da ponte, que loucura ela poderia cair dali.

Meus pés já se moviam em direção a ela antes mesmo que eu pudesse ter qualquer pensamento coerente, o que ela estaria fazendo ali? Cheguei perto o suficiente para ouvir o choro baixo que ela emitia, senti que ela estava prestes a pular pigarreei para chamar a atenção dela.

O corpo dela ficou tenso e ela se agarrou na barra com força virando-se para me olhar.

Ela era linda, verdadeiramente linda, minha mente ficou confusa não sei o que afligia aquela mulher a ponto de fazê-la pensar em suicídio, mas naquele momento eu queria abraçá-la e confortá-la em meus braços, senti a necessidade de tirar ela dali e assim o fiz. Conversamos um pouco e ela finalmente concordou em não pular. Prometi a tal Isabella que daria dez motivos para ela não pular da ponte e assim faria, deixei-a em casa e peguei o numero dela.

Eu tinha planos de fazer aquela estranha enxergar que suicídio não era uma saída para nada. Sempre fui um homem decidido e não deixaria de ser agora, eu cumpriria minha promessa.

...

Pov. Bella

A manhã estava cinzenta não era o clima do qual eu gostava. Levante-me para mais um dia de trabalho. Ser medica era o que eu mais queria na vida por isso não reclamava do emprego, mas outras coisas chegavam a me chatear.

Tomei café e me vesti sem pressa ainda tinha tempo até chegar ao hospital, coloquei meus acessórios dentro da minha bolsa e olhei meu celular, não sei por que, mas tinha a esperança de que ele tocasse a qualquer hora.

Peguei minhas chaves e sai de casa, meu carro estava no estacionamento, era um Cadillac CTS preto eu gostava dele apesar de não entender muito sobre carros. Dirigi até o hospital ficava em uma distancia considerável do meu condomínio. Quando cheguei lá o sol já estava começando a sair, o dia poderia ser quente hoje, sorri e entrei no hospital.

-Bom dia Doutora Isabella- a recepcionista me cumprimentou.

-Bom Dia- respondi, eu não lembrava o nome dela.

Fui direto para o meu consultório, eu tinha algumas consultas marcadas para hoje. Eu era ginecologista e obstetra, era algo que eu realmente gostava de fazer.

-Doutora Isabella- bateram na porta.

-Entra- falei pegando meu jaleco.

Uma das assistentes entrou no local com um sorriso no rosto.

-Eu atualizei a lista de pacientes temos duas desistências então a Senhora provavelmente saíra mais cedo hoje- falou.

-Obrigada- sentei na minha mesa ligando o computador.

-Na verdade ouve três desistências, mas acrescentei uma paciente a sua lista, ela seria paciente da doutora Lauren...- Ela parou, a olhei nos olhos- Mas como ela precisará sair mais cedo hoje para uma consulta por conta do bebê e...

-Eu já entendi, agora pode se retirar eu vou olhar a lista e tudo mais, obrigada- pedi sem paciência.

A mulher saiu, eu também não lembrava o nome dela.

Não sabia se era pirraça das pessoas desse lugar, mas parecia que todos queriam me lembrar da gravidez da minha colega de trabalho a Lauren, aquele nojenta. Engoli em seco, como eu a odiava.

Olhei a lista pela segunda vez, a primeira paciente estaria na minha sala em dez minutos, apenas retirei minha calça jeans e coloquei minha calça branca. Mais um dia no trabalho estava começando.

...

Seis horas, já estava começando a anoitecer, era para eu sair mais cedo, mas algumas consultas foram mais demoradas do que eu previa. Sentei em minha poltrona levando as mãos às têmporas e massageando, suspirei o silencio reinava no consultório até o meu celular tocar.

-Droga- tateei a mesa sem abrir os olhos, achei o aparelho atendi o celular sem olhar o numero.

-Alô- falei sem animo.

-Acho que liguei em uma hora ruim- aquela voz, abri os olhos rapidamente.

-Não imagina, é só que...- limpei a garganta- eu tive uma dia difícil no trabalho- fui sincera.

-Então o que tenho em mente vai te ajudar- a voz dele estava divertida.

-O que?- perguntei.

-Que tal você encontrar naquela praça de ontem, podemos comer algo e depois eu tenho uma coisa pra te mostrar- torci os lábios.

-Te encontrar agora?- perguntei.

-Se você puder, se não podemos marcar mais tarde- ele falou.

-Não precisa meu expediente já chegou ao fim- falei me levantando e catando as coisas que tinha tirado da bolsa- eu vou demorar uns vinte minutos para chegar lá na praça.

-Tudo bem eu estarei lá quando chegar- avisou- Até mais Isabella.

-Até- desliguei o celular.

Um sorriso brotou em meu rosto, eu não tinha amigos na cidade, era apenas eu e seria legal sair com alguém ao invés voltar para o apartamento. Fui até o banheiro lavei meu rosto, troquei de roupa. Guardei meu jaleco e outros acessórios. Penteei o cabelo e sai trancando o meu consultório.

-Já está de saída Doutora Isabella- encarei Garret o enfermeiro chefe do local.

-Sim Senhor Miler.

-Bom, eu saio em cinco minutos quem sabe...

-Me desculpe já tenho compromisso- falei seria, ele sorriu torto adiantei antes que perdesse a paciência.

Garret era um pé no saco, eu não gostava nem um pouco dele ou dos olhares que ele dava para as enfermeiras, qualquer dia desses eu iria brigar feio com aquele idiota. Dirigi até a praça como tinha previsto demorei em volta de vinte minutos para chegar lá e Edward já estava lá como ele falou.

Estacionei o carro e fui até ele que estava encostado no volvo, olhei as roupas dele, eram bem casuais, uma camisa preta com gola V e um jeans.

-Pontual você- ele falou.

-Obrigada- sorri- Então, eu estou aqui.

-É você está- olhei em volta e meus olhos bateram na ponte que ele me encontrou.

-Não encontrou os dez motivos e vai me jogar da ponte?- perguntei brincando.

-Não- ele negou- Quer não com tanta gente olhando- ele riu e eu o acompanhei.

-Pra onde vamos?- perguntei.

-Eu soube que tem um pequeno parque atrás de alguns prédios e pretendo te levar para dar um passeio lá- Achei que ele estivesse brincando, mas o olhar dele mostrava que estava falando serio.

-Parque de diversão?- perguntei- Por quê?

-Vai ver- ele sorriu- Vamos.

Caminhamos lado a lado pelas ruas.

-Então parte da noite de hoje será para você contar o porquê estava tentando se suicidar- ele tocou no assunto e eu baixei a cabeça corada.

-Não sei se é a melhor hora para falar sobre isso- queria desconversar.

-Não precisa se sentir intimidada, só irá contar o que sente quando se sentir a vontade comigo- Edward me tranqüilizou- Eu vou estar aqui quando precisar, alías que tal você anotar meu numero também, assim se você ficar infeliz com alguma coisa poderá ligar pra mim e...

-Eu não quero incomodar, não sei se você é casado, se tem filhos, eu posso saber seu nome, mas não sei sua historia- falei dando de ombros.

-Depois de passar no parque vamos parar em algum lugar para comer daí eu vou te dar a oportunidade de conhecer melhor Edward Cullen- Assim que ele fechou a boca paramos em frente ao parque, a noite já tinha caído e a placa de neon vermelha ilustrava a entrada do local.

Havia crianças brincando e rindo, sorri vendo um menino se lambuzar com um soverte.

-Vem, você vai poder fazer o que quiser, mas primeiro vamos a um brinquedo- Edward pegou minha mão e me puxou para a fila de um dos brinquedos, pagou dois bilhetes, eu estava meio aérea vendo as pessoas rindo, namorando e crianças brincando.

Edward estava sendo muito legal comigo, eu não saberia agradecer a essa gentileza dele, estava pronta para agradecer pela noite antecipadamente quando me dei conta de em qual brinquedo iríamos. Era a roda gigante, senti um aperto no peito, tudo menos aquilo.

-Edward- chamei e ele me olhou- Por que temos que ir nesse brinquedo?- perguntei respirando fundo.

-Eu o adoro, ver a cidade do alto é tão legal- ele parecia empolgado, eu tentei sorri, mas não tive sucesso.

-Mas eu tenho que ir mesmo?- Nós já estávamos nos aproximando da entrada tinham apenas mais dois casais na nossa frente.

-O que Isabella? Não quer ir?- Ele me olhou sugestivamente e eu engoli em seco, mas um casal embarcou e só restava um.

-Eu... eu...- olhei novamente para cima, meu coração batia rapidamente, o outro casal embarcou também e seriamos os próximos.

-Você?- Edward perguntou entregando o bilhete para o rapaz e esperando a nossa vez.

Eu estava muda, não sabia o que dizer. “Respira fundo Bella, não estrague o passeio dele, respira fundo sua medrosa’- falei para mim mesmo, Edward segurou minha mão e me conduziu aquela espécie de cabine monstruosa, o rapaz fechou a cabine e lentamente começamos a subir.

-Deus- murmurei quando começamos a tomar altura.

-O que foi?- Edward perguntou relaxado.

-Quanto tempo ficaremos aqui?- perguntei ainda mais desesperada.

-Não muito só umas três voltas e...

-TRÊS?- falei alto demais e ele me encarou.

-Você tem algo pra me dizer?- entendi no momento que ele perguntou, Edward tinha me levado ali apenas para que eu confirmasse que tinha medo de altura, merda.

-Não- menti orgulhosa.

-Tudo bem- ele colocou a mão em uma alavanca que fazia a droga da cabine girar, me segurei no banco e fechei os olhos. A merda começou a girar mais, abri os olhos por um segundo e vi que estávamos no topo, gritei e fechei os olhos novamente.

-Vamos Isabella, você sabe que eu posso ficar aqui até amanhã se necessário- ele falou girando mais.

-O que você quer que eu diga?- Perguntei de olhos abertos.

-Aceite o meu motivo numero um para você não ter pulado- ele parou de girar por alguns instantes.

-E qual é?- me fingi de desentendida.

-Motivo um você tem medo de altura, ou seja, tem medo de cair é um bom motivo pra não ficar na beira daquela ponte- ele falou e voltar a rodar.

-Eu aceito esse motivo, eu realmente tenho medo de altura- falei e ele parou de girar novamente.

-Tudo bem- estávamos descendo novamente- Vem aqui, você não vai cair daqui- ele ergueu os braços e eu o abracei apertado fechando os olhos. Sei que não era hora para isso, mas ele tinha um cheiro maravilhoso. Respirei fundo.

-Avista daqui é linda, você deveria abrir os olhos- ele falou.

-Não- murmurei de olhos fechados, ele riu.

-Medrosa- murmurou de volta.

Nós já estávamos perto do chão o bastante, ouvi Edward pedindo para abrirem nossa cabine e abri os olhos, respirei aliviada quando ele saiu e me puxou pela mão para que fizesse o mesmo.

-Nossa você está péssima- falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha- Vamos comer algo.

...

Estávamos sentados em volta de uma mesa de plástico na lanchonete do parque.

-Desculpa- Edward pediu pela quarta vez.

-Eu já disse que está tudo bem- dei de ombros e bebi mais um pouco da minha coca.

-Mas então já temos um motivo para você não voltar para lá- ele realmente parecia empolgado com isso.

-É temos um, mas devo dizer que terá que ser muito convincente nos nove que restam.

-Exigente você viu- ele brincou.

-Obrigada- falei sorrindo largamente.

-Me passa seu celular tenho que colocar meu numero na sua agenda- pediu, dei o meu celular pra ele e esperei até ele terminar- Agora já pode me ligar quando quiser e...- Ele não terminou de falar, pois o celular dele começou a tocar.

-Não sou eu- brinquei, Edward pegou o celular e olhou o numero desligando e colocando de volta no bolso.

-Não é ninguém importante- deu de ombros. Não sei por que, mas a cara que ele fez quando olhou o visor do celular indicava que era alguém importante sim.

-Mas será essa a hora que terei o prazer de conhecer Edward Cullen?- sugeri.

-Tudo bem- sorriu- Pergunte o que quiser.

-Idade.

 -Vinte sete anos- começou. Eu imaginava que ele tinha menos, mordi os lábios.

-Tem filhos?- perguntei corando.

-Nenhum- negou sorrindo- E você fica linda quando cora- fiquei ainda mais vermelha e ele riu.

-E seus pais?- perguntei.

-Eles moram na cidade, também tenho um irmão e uma prima irmã, a mãe dela era irmã da minha mãe e faleceu quando a menina nasceu daí minha mãe cuidou dela- falou espontaneamente.

Conversamos mais um pouco, tudo sobre ele, ri de algumas coisas que ele contava sobre a infância, descobri coisas interessantes sobre Edward Cullen, e de quebra ainda fiquei deslumbrada a cada sorriso que ele dava. Eu não queria ser salva daquela ponte, mas se pudesse escolher alguém que me tirasse de lá seria Edward, ele era um homem perfeito, não só fisicamente, mas em todos os aspectos.

-E você? Eu também quero saber mais sobre você- ele me intimou.

-Bom, o parque já vai fechar e amanhã eu tenho que chegar cedo ao trabalho- não estava apenas dando uma desculpa para não falar sobre mim, estava falando a verdade também.

-Então vamos voltar para praça, eu faria a gentileza de te levar para casa, mas seu maravilhoso Cadillac te espera- sorriu.

-Entende muito sobre carros- falei.

-Ocultei um detalhe sobre mim, eu sou dono de uma concessionária de carros eu e meu irmão mais velho.

-Que legal- sorri empolgada- é um bom emprego.

-É, eu adoro carros, são maquinas fascinantes.

-Eu não entendo quase nada, mas eu gosto do meu- rimos e saímos do parque voltando para a praça.

-Vocês fabricam seus carros?- perguntei despreocupada.

-Bom, eu e Emmett, meu irmão mais velho, gostamos tanto de carros que compramos ações de certa fabrica de carros, pegamos um empréstimo enorme e conseguimos a implantação dela aqui, fica um pouco afastada da cidade, Emmett fica mais tempo lá do que eu- Explicou- Depois de conseguir trabalhar na fabrica achamos legal abrir uma concessionária onde eu passo a maior parte do meu dia.

 -Então isso deve dar um dinheirão né.

-Ou quase isso, mas sempre se pode fazer mais, é o que sempre digo.

-Então podemos sair amanhã novamente assim eu te conto sobre mim e as coisas que eu faço- estava super empolgada com o fato de que poderia sair com ele mais dias.

-Podemos marcar isso, amanhã vou ver Emmett e fechar alguns negócios, depois visitar meu pai, prometo que estarei pronto para sair ás oito, assim podemos jantar...

-Eu pago- falei antes dele concluir o pensamento.

-Não- negou sem cerimônia.

-Você já pagou hoje...

-Não gastei nem cinqüenta dólares- fez careta.

-Rachamos a conta.

-Para de ser teimosa, eu não tenho a oportunidade de sair com uma mulher linda todos os dias, deixe-me ser um cavalheiro- Não sai com mulheres todos os dias? Por quê?... Ele me chamou de linda? Corei muito.

-Está vermelha novamente- riu e eu fiquei ainda mais.

Paramos ao lado do meu carro.

-Até mais Edward- batei de leve no peito dele.

-Até mais Isabella e lembre-se já temos um motivo só faltam nove- piscou.

Sorri e entrei no carro, sai de lá antes dele e voltei correndo para o meu apartamento, eu não sabia que tipo relação estava tendo com o Edward, mas de qualquer forma estava sendo muito legal.