Everlong - Teenage Dream Outtake escrita por Sophie Queen


Capítulo 2
Naturalmente Fácil, Genuinamente Complicado


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: nem TWILIGHT, muito menos a música EVERLONG me pertencem, mas Edward apaixonado pelo Bellinha mesmo depois de 12 anos, sim. Então, por favor, respeitem!
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Leitura de TEENAGE DREAM é essencial para o entendimento desta fanfic.
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N/A: Hey amores!
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Como estão todos?! Espero que maravilhosamente bem! Isso de escrever 2 fics da mesma história é complexo, tenho mais que certeza que será a primeira e última vez. IHAUISHUIAHSI
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Todos amam POVs do Edward, e quando mostra um lado dele apaixonado, mas ainda com um tesão sem limites pela Bella, todos gostam mais ainda. LOOL
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Eu sei que muita gente não aceitou muito bem o fato de Alice e Rosalie se meterem entre os dois, e esconderem dos dois a verdade, mas convenhamos, sempre avisei que TEENAGE DREAM seria uma fic leve, com um plot mais adolescente, sem muita complicação (o que é uma mentira no quesito para escrever), porque não um motivo tolo, bem bobinho?! Hun?! Vocês podem dizer que eu estava com medo de ousar, ou o que for, mas confesso que sempre foi assim que planejei. Aqui tem mais um capítulo, lá em TD mais 4, e... cest la fini.
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Acho que quem me acompanha, tá careca de saber, mas quem ainda não sabe, aqui vai: eu não vou resgatá-los futuramente em um novo outtake ou uma continuação, tudo o que envolve a trama foi mais do que explanado, ok?! Então só... aproveitem esse finalzinho, ok?! E quem tiver paciência para reler, releia quantas vezes quiser.
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Quem ainda tem dúvidas, perguntas, curiosidades, ou o que for, não deixem de ir ao tumblr da fic e me perguntar - youngforeverlikeateenagedream(PONTO)tumblr(PONTO)com/ ou senão for suficiente no formspring me perguntar www(PONTO)formspring(PONTO)me/carolvenancio prometo responder todas as perguntas da maneira que puder, ok? Só lembrando que para acessar qualquer um dos dois basta trocar a palavra (PONTO) pelo símbolo, ok?
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Espero que todos aproveitem o capítulo!
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Boa leitura. ;D
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CAPÍTULO 02 – Naturalmente Fácil, Genuinamente Complicado

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Eu estava decidido. Eu não ia esperar uma oportunidade futura, eu usaria a oportunidade que tinha aqui e agora. Sabia que me causaria inúmeros problemas, mas dane-se, eu não podia suportar mais 12 anos longe dela.

Tanto que quando Bella retornou a mesa, sentando-se ao meu lado mais uma vez – obrigado por isso Senhor –, não esperei uma respiração dela sequer para partir para o ataque.

Me pediram para ser um cafajeste, e um que se preze dá em cima de tudo o que é mulher. Por que não poderia dar em cima da única que eu queria, e mostrar para todo mundo na porra do bar que ela era minha?!

Foda-se, eu ia fazer isso. Queiram ou não queiram.

- Então, Bella – comecei suavemente. – será que você frequenta muito lugares como esse? – perguntei com uma voz galanteadora, dando uma piscadela ao final. Pela minha visão periférica vi Rosalie girar seus olhos em indignação e descrença.

- Hum... não muito. Eu normalmente não gosto de sair... acho que tive o meu excesso na faculdade. – sorriu brilhantemente, bebendo um longo gole de sua bebida.

- Ah é?! – repliquei genuinamente curioso. – Você foi para Columbia, certo?! – inquiri retoricamente, indicando que eu sabia pelo menos essa pequena informação sobre ela. Ela confirmou a cabeça. – Dizem que as festas da Columbia são as melhores de todas as escolas da Ivy League. – comentei, relembrando de um colega cuja meta era conhecer festas de todas as universidades, e que a melhor sem dúvida foi a da Columbia, segundo ele.

Ela deu de ombros.

- Bom, eu só estive nas da Columbia e da NYU, não sei dizer quanto das outras universidades, mas ambas eram ótimas. – sorriu amplamente, dando de ombros.

Tinha como ela ser mais fofa?! Lógico que não!

- Tenho certeza que alguém assim como você – lancei um olhar nada inocente por todo o seu corpo. – chamava muita atenção. – provoquei correndo as pontas de meus dedos pelo seu braço desnudo. Senti alguém me chutando por debaixo da mesa, e pela expressão de Alice eu sabia que era ela.

Foda-se, eu iria ter Bella essa noite custe o que custasse.

- Ninguém interessante. – sorriu torto, bebendo um gole de sua cerveja. – Ninguém assim como você. – piscou para mim com seus longos cílios e brilhantes olhos castanhos, correndo as pontas de seus dedos pela mão que havia feito o mesmo no seu braço, e depois enlaçando nossos dedos dando um leve aperto, antes de soltá-los.

Porra, ela estava flertando comigo?!

Eu amo essa mulher.

Mudei-me para mais próximo dela, fazendo com que meu rosto ficasse alguns centímetros do seu, ocasionando que a sua respiração suave e seu hálito adocicado me inebriassem como eu estava ansiando para. Sorri enviesado.

- Ah é?! – repliquei convencidamente. – O que eu tenho de diferente? – provoquei, ampliando meu sorriso torto. Senti mais dois chutes em minhas canelas, e ao olhar de canto de olho para Rosalie e Alice eu sabia que tinha vindo delas. Mas foda-se, elas poderiam me chutar a noite inteira que eu não estaria desistindo de flertar com a minha Bella.

Bella jogou sua cabeça para trás e riu animada. Ou ela estava muito bêbada e não tinha levado a sério a minha cantada, ou ela estava rindo do absurdo da minha cantada.

Bem, podia ser pior.

- Oh Edward! – exclamou, batendo suavemente em meu braço, como se tivesse a necessidade de me tocar.

Sim! Ponto para mim! Estávamos os dois flertando aqui!

- Então, o que eu tenho de diferente? – perguntei outra vez, com meus olhos focados em seus voluptuosos lábios róseos que tanto gostaria de beijar, curvando-me mais perto dela, sem me importar que estivesse invadindo seu espaço pessoal.

Dois novos chutes em minhas canelas vieram de Rosalie e Alice, e desta vez doeu como uma cadela. Porra, pelo que parecia deveria ter vindo equipado com as proteções que normalmente uso por debaixo do meu uniforme quando jogo, se elas continuassem a me chutar assim.

- Oh! Merda! Estão fechando o bar! – exclamou Emmett aborrecido, desfazendo a aura de flerte entre mim e Bella. Ela piscou algumas vezes para desfazer a intensidade que nos encarávamos, enquanto eu me afastava, bebendo um longo gole da minha bebida. – Mas já são 2 horas?! – perguntou para ninguém em especifico.

- Duas e meia para ser mais exato. – replicou Jasper, olhando para o seu relógio. – Acho que essa é a nossa deixa para irmos. – pontuou lançando um olhar de Emmett para mim, e depois para as meninas. Não pude deixar de notar Alice e Rosalie compartilhando um olhar de alívio.

Incrível! Elas continuam se metendo na minha vida. Minha e da Bella.

Com uma agilidade nauseante, o garçom que nos serviu durante a noite, trouxe a nossa conta, antes mesmo que nós a pedíssemos. Como sempre alguns nova-iorquinos mostrando a sua educação diante dos clientes.

Eu, Emmett e Jasper jogamos umas notas sobre a mesa, e começamos a nos preparar para deixar o pub. Alice, Rosalie e Bella conversavam baixinho com as cabeças juntas, rindo de alguma coisa. Emmett e Jasper partilharam um sorriso cumplice, lançando olhares em minha direção.

Que porra estava acontecendo aqui?!

- Então Edward, você vai querer uma carona para casa? – questionou Jasper, que segurava a minha irmã pela cintura, enquanto ela distribuía pequenos beijos em seu pescoço e maxilar.

- Hum... não Jazz. Chelsea é totalmente fora do seu caminho. – respondi meio deslocado. – De qualquer modo prefiro ir de táxi. – murmurei. Todos riram do meu desconforto.

- Cresça Edward! – exclamou Alice, reivindicando os lábios de Jasper com uma fúria nauseante. Tive que desviar o olhar antes que eu vomitasse tudo o que havia bebido.

Entenda, eu aceito que Alice e Jasper vivam juntos, que estejam prestes a casar, mas ainda ver os dois se agarrando como se estivessem sozinhos me incomodava mais do que eu gostaria de admitir.

- Cala a boca Mestre dos Magos. – retruquei para a minha irmã, arrancando mais risos de todos.

- E você Bells, vai precisar de uma carona? – questionou Emmett para Bella.

Imediatamente meu coração começou a bater mais agilmente. Minhas mãos suavam, por conta disso revolvi enterrá-las no bolso da minha calça, mas mesmo tentando duramente mostrar que me importava com a resposta da Bella, fiquei a aguardando.

- De jeito nenhum! – exclamou Bella, rindo nervosa. – Conheço bem como vocês dois são – ela apontou para o irmão e cunhada. – e, sem querer soar puritana, não estou a fim de assistir a um filme pornô protagonizado por meu irmão. – respondeu divertida.

Rosalie rolou os olhos.

- Assim você me ofende, Bella. – replicou a loira.

- Rose, você sabe que consegue bater qualquer atriz pornô, certo?! – perguntou Bella retoricamente. A loira ampliou seu sorriso convencida.

- Obrigada cunhadinha. – murmurou, dando uma piscadela para Bella.

- Bom, Bells então você vai de táxi. Precisamos ficar aqui esperando um com você?! – perguntou Emmett com visível preocupação.

- Não Emm, pode ir. Eu sei que é isso que você quer! – disse a gargalhadas. Todos rimos antes de nos despedirmos. Obviamente que tanto Rosalie quanto Alice vieram dar recomendações para que eu não tentasse levar Bella para o meu apartamento, enquanto Jasper e Emmett somente desejaram-me boa sorte.

Como pode haver tanta contradição entre 4 pessoas, como esses 2 casais?! Eu não fazia ideia.

Com a ida dos 4, ficamos eu e Bella, e mais algumas pessoas que também haviam sido expulsas do bar, esperando um táxi. Eu estava tentando duramente pensar em algo que pudesse fazer conversa com Bella, mas inesperadamente ela quebrou o silêncio que recaía sobre nós, me surpreendendo com o que disse:

- Então quer dizer que você realmente mora em Chelsea? – riu para si mesma. – Parece que foi ontem que disse a você que provavelmente você moraria lá. – meus olhos se ampliaram em surpresa.

Como é que é?!

- O quê? – perguntei reflexivamente, mas diante da expressão confusa dela, emendei outra pergunta. – Você se lembra disso?! Dessa nossa conversa?! – inquiri com urgência.

Ela lembrava que fomos namorados?! Como assim?!

- O quê?! Não deveria lembrar? – replicou defensivamente. Balancei a minha cabeça confuso.

- Não, é só que... eu achei que você não se lembrava dessa nossa conversa. Faz tanto tempo. – rapidamente justifiquei engolindo em seco, num misto de confusão, admiração e temor.

Ela franziu o cenho, claramente confusa.

- Eu me lembro de tudo, Edward. – disse suavemente, estendendo a sua mão para um táxi, que parou diante dela. – Então, será que você quer dividir um táxi comigo?! Greenwich Village é no meio do caminho para Chelsea. – sorriu brilhantemente.

Ela ainda estava flertando comigo?! Convidando-me para dividir um táxi?!

Oh meu Deus.

“Acorda, débil! Ela está sendo educada!” – murmurou a inconveniente da minha consciência.

Foda-se, eu precisava aproveitar esse momento a mais com ela. Ela só havia se lembrado de tudo... será que ela ainda lembra mesmo de tudo?!

- Edward? – chamou sorrindo, entrando no táxi.

- Hum... certo. Eu aceito dividir um táxi com você. – disse rapidamente, acompanhando-a para se sentar ao seu lado no banco traseiro do táxi. Bella deu seu endereço ao motorista, que me encarou pelo retrovisor.

- Você é Edward. Edward Cullen, certo? – questionou o motorista curioso, colocando o carro em movimento bem lentamente.

- Yeah... esse sou eu. – murmurei incomodado.

- Uau! – exclamou o homem. – Excelente partida na quarta-feira, a propósito. – elogiou com um enorme sorriso.

- Obrigado, Laurent. – respondi dizendo seu primeiro nome, que estava pendurado na licença para conduzir táxi atrás de seu banco. Ele sorriu amplamente.

- Você realmente tornou-se um jogador famoso. Eu sempre soube que você chegaria longe, Edward. – contemplou Bella com um sorriso amplo.

- É... eu acho. – sorri ainda confuso. Ela estava se lembrando de nós, ou será que ela já se lembrava, mas fazia-se de esquecida para Alice e Rosalie?

- Você ainda toca?! – perguntou com um sorriso suave. – Esses dias atrás, estava vendo o show do Foo Fighters no Wembley Stadium, lembrei-me de quando fomos vê-los em Seattle em 97. Você se lembra?! – inquiriu com suavidade. Imediatamente meus olhos se arregalaram confusos.

Ela lembrava realmente que fomos namorados?! Como assim?!

- Sim... eu me lembro. – disse lentamente. – Você também se lembra disso?! – perguntei sem me conter. – O que mais você se lembra?! – pedi com demasiada urgência.

Ela jogou a sua cabeça para trás e riu suavemente.

- Já te disse, Edward. Eu me lembro de tudo. Como eu poderia esquecer?! – disse retoricamente, sorrindo amplamente.

- E você não está incomodada com isso? – questionei confuso, virando o meu corpo no espaço limitado do táxi para encará-la.

- Lógico que não! – ela exclamou ofendida. – Nós fomos namorados quando erámos adolescentes há 12, 13 anos atrás, e ficamos todo esse tempo sem nos ver... – suas bochechas tingiram-se daquele rosa incrível que eu tanto amava. – tivemos tantas lembranças juntos, tantos momentos só nossos. – completou com suavidade, apertando suavemente a minha mão que estava sobre o banco entre nós.

Eu estava atordoado. Por que ela nunca disse nada as suas melhores amigas?! Por que ela estava me dizendo?! O que tudo isso significava?!

- Você quer subir para mais um drink, ou então um café? – ofereceu suavemente apontando para o edifício no qual estávamos parados em frente.

Eu nem tinha visto que o táxi havia parado de andar.

- Hum... er... sim? – murmurei soando mais como uma pergunta. Ela sorriu amplamente, entregando uma nota de vinte dólares ao taxista.

- Vamos? – chamou suavemente quando já havia deixado o táxi. Nem havia percebido que ainda não havia me mexido.

- Yeah... vamos. – murmurei mais para mim mesmo do que para ela, abrindo a porta do carro e saindo por esta.

Bella sorriu amplamente para mim, mas eu esbocei um forçado, por mais que me odiasse por ter feito isso. Eu estava completamente confuso com... tudo. Bella estava se lembrando do nosso namoro, e falando dele como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se todas as coisas que passamos depois desse tempo todo só ficaram as lembranças boas.

Mas, Rosalie e Alice não haviam me dito que ela tinha amnésia dessa época? Como de repente ela se lembra?! A não ser, é claro, que ela nunca se esqueceu, mas decidiu agir assim por querer se preservar. É, faz sentido.

De qualquer maneira, fosse o que fosse eu iria aproveitar essa oportunidade.

Tomei uma respiração profunda, sendo brindado com o cheiro espetacular da Bella, que caminhava a alguns passos a frente de mim, clicando seus saltos no piso de mármore, balançando seus cabelos castanhos e, claro, rebolando a sua linda bunda para mim. Sério, eu amo essa mulher.

“Vamos lá Edward, você esteve esperando 12 anos para ficar a sós com a Bella em um quarto. Essa é a sua chance garotão!” – murmurou a impertinência em vida que era a minha consciência, mas mesmo odiando concordar eu tinha que aceitar que ele, o Maluco, estava me dizendo a mais pura verdade.

- Então – comecei suavemente quando estávamos dentro do elevador que levava ao seu andar. –, você se lembra da nossa viagem a San Diego? – perguntei testando o terreno.

Ela gargalhou.

- Deus, claro que sim! Como poderia me esquecer daquela viagem?! – perguntou retoricamente, abrindo a porta do elevador e começando a caminhar pelo longo corredor do seu andar. – Eu estava morrendo de vergonha porque tinha que dividir um quarto com você, mas mesmo você toda hora me perguntando se eu tinha certeza, eu não mudei a minha decisão. – ela gargalhou mais uma vez, enquanto começava a abrir a porta de seu apartamento. – Meus planos era te seduzir naquela viagem... apesar de não ter saído da forma que eu esperava, foi bom... segundas bases. – divertiu-se dando uma ligeira piscadela, oferecendo para que eu entrasse em sua casa.

Yeap! Ela se lembra de tudo, e riu do que passamos – pelo menos dos bons momentos. É uma boa coisa, certo?!

“Claro que é!!!” – exclamou a minha consciência em êxtase!

- Você bebe vinho?! Tenho frisante só. – disse desculpando-se de sua cozinha.

- Hum... claro. – respondi atordoado. Eu estava tão focado no fato que ela se lembrava do nosso namoro que mal percebi que ainda estava parado próximo a porta, agindo como um completo idiota. Fechei meus olhos tentando colocar a minha mente no lugar, antes de admirar todo o seu pequeno apartamento.

O ambiente em formato de ‘L’ era dividido em três ambientes. Próximo à porta de entrada ficava a sala de estar onde móveis de um tom marrom claro se harmonizavam com o sofá, poltrona, e estofados de um banco abaixo da janela em cor creme, sobre cada um deles almofadas de estampas diversificadas sempre no tom de verde água, que era o mesmo tom da parede que ficava atrás do sofá. Em cada canto, altas folhagens verdes davam um ar de frescor e uma lembrança do lugar de onde ela nasceu.

Não consegui conter o sorriso que dominou o meu rosto.

No canto do ‘L’, ficava uma porta de correr que dava para um corredor do qual supus que ficavam os quartos e banheiro; próximo a porta, uma mesa redonda de tampo de vidro portava 6 cadeiras com o estofado do mesmo tom creme dos sofás da sala, e um belo vaso de lírios brancos sobre a mesa.

Sua cozinha era toda branca, uma bancada delimitava onde começava a cozinha, em frente desta, 3 banquetas altas que tinham o mesmo tom de estofado das outras. Sobre a bancada da cozinha, um vaso de folhas verdes trazia um toque alegre ao pequeno ambiente.

Em cada ambiente, tapetes de cores claras com detalhes minúsculos davam um ar aconchegante ao pequeno apartamento. Cada local tinha a cara da Bella. Ali era o seu habitat, o seu lar.

Um nó se formou em minha garganta quando lembrei que há muito não pertencia a esse lar.

Eu precisava mudar isso.

- Emmett me obrigou a comprar uma televisão desse tamanho, com toda a aparelhagem necessária. – disse com um sorriso em seu rosto, saindo de sua cozinha e caminhando para a sala, da qual nem percebi que estava de pé.

- É um bom centro de entretenimento. – concordei, analisando que além de uma TV de tela plana de 42 polegadas, havia um aparelho de DVD e um home theater.

- Completamente desnecessário para mim. – murmurou, sentando-se na ponta do sofá próximo a janela, e colocando sobre a mesinha de centro duas taças e a garrafa de vinho que ela havia dito. – Sente-se Edward. – ofereceu com um sorriso deslumbrante enquanto abria a garrafa de vinho e servia para nós dois.

Porra! Por que eu não estava conseguindo sequer falar, quanto mais me comportar como um ser humano ao lado dela?!

Eu não fazia ideia da resposta.

Porém, a segurança da Bella, o seu flerte sem resignação, de alguma maneira estava me afetando de uma forma que eu não conseguia compreender o quão grave, mas estava. Tentei mais uma vez me recompor antes de sentar-me na outra ponta do sofá em que ela estava.

- Legal seu apartamento, bem a sua cara. – elogiei, finalmente encarando o seu rosto, que tinha uma pequena sombra rubra em suas bochechas.

Ela deu de ombros.

- Eu tentei fazer algo parecido com o que vi em uma revista. Acho que deu certo. – sorriu enviesado, me entregando a taça com o borbulhante vinho branco.

- Acredito que tenha ficado melhor do que na revista. – elogiei, dando uma piscadela.

- Oh Edward! – gracejou dando um tapinha em minha perna, do qual imediatamente uma onda de calor alastrou-se por todo o meu corpo. – Um brinde a nós? – ofereceu erguendo a sua taça.

- A nós. – concordei com um sorriso enviesado, clicando nossas taças.

Passamos um longo tempo falando de tudo e nada ao mesmo tempo. Nosso relacionamento não voltou em pauta, apesar de claramente ser enorme o elefante rosa na sala. Bella falou-me de sua vida, de seu trabalho no New York Times, seu tempo de faculdade, sempre afirmando que adorava morar na Big Apple. Na minha vez também lhe contei um pouco da minha vida, de como foi a minha contratação para jogar pelos Giants, e a minha vontade de ainda trabalhar com a medicina, mas na área esportiva.

Nós rimos, como dois velhos amigos que fazia anos que não se viam, e que mesmo depois de tantos anos e tantas diferenças na forma de pensar, continuavam se entendendo muito bem. Uma garrafa de vinho depois, eu já não me aguentava mais de curiosidade, e sendo um masoquista do caralho como eu sou, fiz a pergunta que poderia mudar tudo para bem ou para mal.

- Hum... dos momentos que passamos namorando, qual foi o mais... memorável para você? – questionei, virando o meu corpo para encarar o rosto dela. Bella sorriu amplamente, desviando o seu olhar ligeiramente do meu rosto, enquanto um rubor intenso tomava sua face.

- Todos foram memoráveis, Edward. Os bons e os maus. – respondeu com suavidade. – Mas o que com certeza foi o ponto alto do nosso relacionamento foi a nossa primeira vez. – ela riu para si mesma. – Eu estava tão nervosa, e depois fiquei toda paranoica que você não tinha gostado, ou que pelo fato que eu estava dolorida causaria um rompimento entre nós. – riu mais amplo. – Tola que eu fui.

- Desculpa por ter sido um idiota depois. – murmurei sentindo o amargor em minha boca, pois logo após a nossa primeira vez, comecei a agir possessivo e ciumento para com ela.

- Águas passadas. – replicou fazendo um gesto de descaso com a mão.

Caímos em um silêncio confortável. Eu admirava sem nenhuma vergonha o seu rosto, notando suas bochechas ficarem rubras quando um sorriso tímido brotava em seu rosto, imediatamente a imitei.

- O que foi? – perguntou defensivamente, mas falhando ao sorrir torto no final.

- Você está linda. – elogiei. – Os anos só parecem fazer bem a você. – completei, colocando uma mecha dos seus cabelos atrás de sua orelha.

Ela sorriu mais uma vez timidamente, e eu não pude mais controlar a ânsia dentro de mim de tê-la. Por isso, tão naturalmente como a situação pedia, coloquei a minha mão que havia tirado o seu cabelo do rosto contra a sua bochecha, e suavemente fiz movimentos circulares com meu polegar. Ela fechou seus olhos, ronronando baixinho para o gesto, e aquele simples ronronar foi o suficiente para que eu tomasse a minha decisão.

Como se tudo a minha volta estivesse acontecendo em câmera lenta, aproximei-me mais dela, continuando o movimento circular com meu polegar. Quando a sua respiração adocicada bateu em meu rosto, aspirei com vigor o seu perfume tão familiar – morangos, frésias e limão. Seus olhos castanhos como chocolates derretidos se abriram para mim, sorrindo para mim. E tão lentamente como eu podia, rocei nossos lábios.

A centelha de fogo magnética que me era tão conhecida criou vida dentro de mim, queimando ardentemente, exigindo uma maior aproximação. Tomei uma respiração profunda, para enfim aprofundar o beijo que tanto ansiei em 12 malditos anos.

Os seus lábios eram quentes, saborosos, únicos, como bem me lembrava, e de tal maneira, eles ainda se encaixavam da maneira primorosa que antes. Lentamente tracei a minha língua sobre seu lábio inferior, pedindo autorização para aprofundarmos ainda mais o nosso beijo, e tal como eu desejava, ela me concedeu sem nenhuma hesitação.

Nossas línguas dançavam uma contra a outra. Não existia uma batalha entre elas, era como se as duas estivessem determinadas a trabalharem juntas. Algumas vezes ela mordiscava meus lábios e depois os sugava, outras vezes era eu que fazia o mesmo, enquanto gemíamos um contra a boca do outro.

Era um beijo onde saudades, desejo, desculpas, luxúria e amor se mesclavam em uma harmonia aterradora, como se fossem instrumentos de uma orquestra trabalhando juntos para produzir a mais bela sinfonia.

Minha mão que estava em sua bochecha, foi para a sua nuca, onde apertava lentamente, trançando meus dedos entre seus fios de mogno; a outra segurava a sua cintura com possessividade, trazendo-a para mais perto de mim.  Suas mãos pequenas e delicadas enterraram-se entre meus cabelos, puxando-os levemente.

A distância que ainda existia entre nós era incomoda, e sem pestanejar a puxei para o meu colo. Suas pernas longas e torneadas, cobertas por sua calça jeans repousaram-se a cada lado do meu quadril, seu sexo ardente roçava a minha ereção já dura como pedra. Apertei-a mais em meus braços, colando o seu peito ao meu, sem deixar em minuto algum seus lábios fervorosos que tanto amava.

Nossos corpos demonstravam através de nossos beijos, de nossa proximidade, o quão sentiam falta de sua outra metade, daquela parte que sempre se encaixou com perfeição a ele, como um quebra cabeças. Nosso desejo um pelo outro era urgente, era como se nada mais no mundo fosse mais importante do que estarmos próximos, pele com pele, nos amando como sempre deveria ter sido.

Tínhamos uma necessidade pungente um do outro, e parecia que nada era o suficiente para abrandá-la.

Bella quebrou o nosso beijo, afastando-se minimamente seus lábios dos meus, abrindo seus longos olhos castanhos para que eu os encarasse. Em seu olhar senti toda a necessidade que queimava em seu imo.

- Pro quarto. Vamos pro quarto. – suspirou, para no segundo seguinte capturar novamente nossos lábios em um beijo tão urgente e sôfrego quanto os outros.

Não sei exatamente como consegui me levantar do sofá, trazendo Bella comigo – que agilmente enrolou suas pernas em torno de mim –, e agindo mais por instinto do que conscientemente, comecei a caminhar em direção ao seu quarto.

Eu tentava manter meus olhos abertos para focar no caminho, mas os seus lábios, seus dentes, atacando não só meus lábios, como meu maxilar e pescoço, tiravam completamente a minha concentração, fazendo com que meus olhos girassem em suas órbitas de puro deleite, ocasionando que vez ou outra eu parasse para pressioná-la contra uma parede e atacar seus lábios com voracidade.

Bella deve ter notado que não estávamos indo a lugar nenhum, pois mesmo com protestos da minha parte, afastou seus lábios da minha pele, e desceu do meu colo, para no segundo seguinte enlaçar nossos dedos e levar-me com rapidez para o seu quarto.

No ambiente totalmente branco de seu quarto, não tive tempo para sequer analisar como este era, pois com uma fúria alucinante começamos a tirar um a roupa do outro em desespero. Cada peça retirada e o desejo entre nós era elevado a um patamar superior. Nossas mãos eram ávidas contra a pele desnuda do outro, mostrando toda a devoção, toda a saudade, todo o desejo que estávamos sentindo.

Quando não havia mais nenhuma barreira de roupas em nosso caminho, caímos embolados em um abraço, nos beijando com sofreguidão sobre a sua cama. Abrimos os olhos e nos encaramos por um tempo. Amor, desejo, saudade, estava tudo ali transbordando por aquelas piscinas de chocolate. Sorrimos no mesmo momento.

- Você tem certeza? – perguntei arfante, olhando de seu rosto para a sua boca.

- Mais do que tudo. – respondeu em um sussurro, capturando meus lábios outra vez com os seus.

Ainda nos beijando me posicionei entre as suas pernas, e tão lentamente como podia – exigindo toda a minha força interior –, comecei a deslizar por seu calor úmido e apertado, que tanto sentia falta. Nós dois, como se fossemos um reflexo, afastamos do beijo quando eu estava todo dentro dela.

Uma emoção indecifrável brilhava em seus olhos. Ainda sem me mover, retirei alguns fios de cabelos que haviam caído em seu rosto, em seguida apoiando minhas mãos lado a lado de sua cabeça. Sua respiração saía entrecortada e ruidosa, mas um sorriso enviesado iluminava a sua pele radiante.

- Como senti a sua falta. – murmurei contra o seu rosto, correndo o meu nariz por toda a linha de seu maxilar.

- Eu também. – suspirou, trançando seus dedos entre meus cabelos, e me puxando para um novo beijo urgente. Não conseguindo mais esperar, comecei a me mover lentamente dentro dela, sem quebrar o beijo.

Respirações erráticas, sorrisos partilhados, gemidos de necessidade e prazer; tudo o que esperei 12 anos para ter outra vez ao seu lado, estávamos ali tendo. Já não era desajeitado como fora quando erámos adolescentes. Nossos corpos – agora experientes – sabiam sem termos um segundo de constrangimento o que precisávamos. Posições diferentes; ritmos mais intensos, mais cadenciados, mais lentos; movimentos certos; e a construção do orgasmo tão bem-vindo.

Nos amamos sem restrições ou pudores, matando a saudade que nossos corpos sentiam um do outro, apaziguando nossas almas atormentadas pela falta um do outro, amando o corpo e tudo do outro como sempre deveria ter sido.

O relógio em seu criado mudo brilhava que eram alguns minutos antes das 6 da manhã, e completamente exaustos, mas mais satisfeitos do que jamais poderíamos estar, deixamos que o sono nos levasse para a sua terra de sonhos e tranquilidade, com Bella em meus braços.

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Eu estava em uma ilha, uma ilha paradisíaca e isolada, onde roupa era desnecessário, o calor confortável e o vento uma brisa tranquila. Bella e eu estávamos – nus – sobre a sombra de uma palmeira, admirando o mar azul a nossa volta, nos deliciando da paz e tranquilidade que só conseguíamos juntos.

Era o cenário perfeito, até que um grito estridente desfez a imagem, estalando meus olhos abertos e me sobressaltando.

-Aaahhhhgggggrrrrrr.

Tão rápido quanto o grito me acordou, sentei-me em um rompante na cama em que estava deitado. Meu cérebro trabalhou rápido para assimilar o lugar em que eu estava, enquanto meu olhar encarava alarmado Bella, que estava nua em frente ao espelho que um dia pertencera a sua avó, me encarando como se tivesse visto uma assombração.

Um arrepio que nada tinha a ver com frio passou por todo o meu corpo, mas tentei ignorá-lo pelo meu próprio bem, mas no mesmo instante Bella se cobria com um robe de seda preto.

Engoli em seco.

- Você pode se cobrir, por favor. – pediu Bella com uma voz sombria.

- Hum? – questionei sem compreender o que ela havia me dito.

Bella tomou uma respiração profunda, fechando seus olhos enquanto fazia isso.

- Você pode se cobrir, por favor. – implorou com um olhar nervoso.

Sorri da sua timidez desnecessária.

- Não é como se você não tivesse visto nada daqui, Bella. Volte a dormir baby, não é nem 9 horas ainda. – murmurei sonolento, lançando um olhar para o rádio relógio.

Não suportando o peso da minha cabeça, que parecia rodar diante do tanto de álcool que havia ingerido na noite passada, caí molemente sobre os travesseiros que exalavam o perfume feminino e único da minha deusa. Não consegui conter minhas mãos de deslizarem por seus lençóis, em seguida batendo sobre eles, convidando-a para voltar para ali, para o meu lado, para os meus braços.

Assisti Bella se movimentar nervosamente em seu lugar, e naquele momento não pude deixar de perder meus olhos em suas curvas acentuadas, a sua pele cremosa, em seu corpo delicioso. Um sorriso convencido brotou em meus lábios.

Minha. Ela era toda minha. Refleti comigo mesmo.

- O que aconteceu aqui? – perguntou confusa, admirando com olhos arregalados a bagunça de roupas que havíamos deixado para trás em nossa pressa.

Arqueei minhas sobrancelhas e sorri sedutor para ela.

- Venha até aqui que te mostro o que aconteceu noite passada. – ofereci com uma voz rouca de desejo, deslizando novamente minha mão por seus lençóis.

Bella piscou em confusão.

- Como chegamos aqui? – questionou subitamente. Tive que conter a vontade de rolar meus olhos em indignação.

- Táxi. – respondi mal humorado, sentando na cama e apoiando minhas costas contra a cabeceira, não me importando com a minha nudez. O calor em NYC para um mês de setembro estava absurdamente intenso.

- Você poderia se cobrir? – pediu com a voz esganiçada.

Apertei meu maxilar, trincando os meus dentes.

Sério que agora ela brincaria de inocente?! Depois de tudo o que fizemos na noite passada?! Eu não podia acreditar.

- Por que Bella? – pedi retoricamente e ofendido por seu teatrinho. – Você já viu tudo isso diversas vezes. Tudo bem que pode ser que em 12 anos algumas coisas mudaram, mas ainda sou eu, Edward. Você me disse que se lembrava de tudo. – suspirei cansado.

Ela piscou confusa, e se beliscou.

Temi o que poderia ter acontecido. Engoli em seco.

Será que ela havia se esquecido de mim outra vez?! Da noite maravilhosa que passamos, relembrando nosso tempo juntos?!

Foi a minha vez de piscar os olhos atordoado e fazer uma prece aos céus para que isso não fosse verdade.

- Você é fruto da minha imaginação. Isso tudo não passa de um sonho. – acusou baixinho.

- O quê? – repliquei confuso.

Isso não podia estar acontecendo, de maneira alguma.

- Você. Não. Existe! É. Somente. Fruto. Da. Minha. Imaginação. Um. Sonho. – falou pontuadamente.

Minha boca se abriu em indignação. Pisquei tentando afastar o sono que provavelmente estava me causando alucinações.

- Por que você pensa isso? – ofereci, soando mais duro do que queria. Ela riu friamente.

- Porque a minha imaginação é fértil? – exclamou retoricamente. – Porque convenhamos, nunca alguém como você se envolveria com alguém como eu, quando se pode ter qualquer uma das Angels da Victoria's Secret. – pontuou, usando como exemplo a porra da minha vida pública que é sempre tão cheia de mentiras.

Merda! – vociferei, levantando-me da cama com agilidade, parando no meio do caminho para recolher meu celular que ainda estava no bolso da calça jeans e marchar em sua direção.

Eu precisava força-la a lembrar de tudo o que ela havia se lembrado na noite passada.

- Bella, nós nos conhecemos há anos. Primeiro fomos amigos, depois namorados. Saímos diversas vezes para programas com Emm, Rose, Allie e Jazz. Fomos Rei e Rainha do Homecoming, onde eu finalmente tomei coragem para te beijar pela primeira vez, depois a pedi em namoro, passamos todo o nosso senior year juntos. Fomos os primeiros em tantas coisas um do outro. – disse suavemente, enquanto lembranças da nossa adolescência passavam por minha mente. – Você me disse ontem, antes de virmos para o quarto, que se lembrava de tudo isso. Então por que agora você se recusa a dizer isso? – pedi desesperado.

Ela piscou em confusão, deixando a sua boca pender um pouco aberta.

- Nós fomos juntos ao baile de formatura. – completei como se aquilo fosse o ponto mais importante, em seguida colocando o meu telefone em frente aos seus olhos.

Ela piscou algumas vezes, para se acostumar com o objeto que interferia em sua visão, mas não me incomodei, pois o olhar aterrorizado em seu rosto quando se reconheceu me assustou. Era como se ela não tivesse acreditando que era ela ali.

Engoli em seco, sentindo o aperto incomodo em minha garganta; a recusa vindo dela mais uma vez.

- Onde você arrumou isso? – pediu em um tom acusatório. – Isso é uma montagem, nunca aconteceu! – exclamou visivelmente aterrorizada, afastando-se de mim. Eu podia ver a sua mente trabalhando em uma explicação, mas nenhuma surgindo. Eu temi, temi tudo o que Alice e Rosalie havia me alertado no dia anterior, uma nova crise em Bella. Tentei evitar esses pensamentos, pedindo mais para mim mesmo do que para ela:

- Por favor, Bella. Lembre-se, meu amor. – supliquei, contudo ela arregalou seus olhos, aterrorizada diante do que eu lhe disse; ou talvez, pela forma como a chamei, já nem sabia mais ao certo. – Merda! – esbravejei, sentindo lágrimas que nem sabia ao certo o porquê, se acumulando em meus olhos.

Notei-a engolindo em seco.

Ótimo, agora eu estava a assustando. Parabéns Cullen! Pensei sarcasticamente.

Eu tinha que explicar tudo a ela, mostrar que eu me importava com ela. Foda-se minha irmã e sua cunhada que me fizeram jurar não contar nada a ela, eu precisava lhe dizer a verdade, eu não conseguia mais sequer pensar em ter que ficar longe dela.

- Bella, essa foto foi tirada no dia do nosso baile, que infelizmente foi também o dia em que terminamos. De alguma forma, a maneira como tudo ocorreu, levou ao fim o nosso relacionamento, que não foi culpa nossa, mas sim uma armação – explanei, fazendo questão de dizer que eu não tive nada a ver com aquilo. –, e foi traumático o suficiente para que você esquecesse tudo o que passamos juntos. – expliquei concisamente. Seu olhar estava vago, como se tivesse se esforçando para entender o que lhe dizia, como se tal fosse, um insolúvel problema de matemática.

Um novo tremor passou por meu corpo, como se fosse um mau presságio, da mesma maneira que a mão invisível que estava em torno da minha garganta se comprimiu mais ainda.

- Você me disse ontem que havia se lembrado de tudo. – falei com a voz baixa, já aceitando a minha derrota. Ela não se lembrava de mim, não se lembrava de nós, ela sequer se lembrava de como viera para a sua casa e como nos entregamos pelo desejo que sentíamos um pelo outro, que por tanto tempo foi nos privado.

- Isso nunca aconteceu! Isso foi só um sonho. Você acha o quê? Que eu sou idiota? – exclamou irritadiça, como se eu estivesse mentindo para ela. Neguei veementemente com a cabeça, sentindo todas as minhas esperanças de ficar com ela para sempre se esvaindo, como água pelo ralo. – É melhor você ir embora. – exigiu com determinação, mas no segundo seguinte correndo para o banheiro de seu quarto e se trancando lá.

- Bella! Bella! Bella, por favor, abra essa porta. Nós precisamos conversar. – pedia enquanto batia violentamente na porta do seu banheiro, mas não obtendo nenhuma resposta, somente o som de seu chuveiro sendo ligado ao longe.

Inesperadamente meu celular começou a vibrar em minha mão. Eu queria jogar a porra do aparelho longe, mas sabendo que isso me causaria mais problemas do que alívio, apertei o botão para atender a chamada, sem sequer olhar quem era.

- O quê? – pedi com uma voz derrotada.

- Edward, onde você está?! Toda equipe já está aqui no La Guardia, só estamos esperando você para embarcarmos no voo para Nova Orleans. – a voz grossa e profunda de um membro da comissão técnica demandou no telefone.

Eu queria chorar em frustração.

- Droga, Garrett. Estou no meio de uma crise, não posso encontrá-los à noite em NOLA? – pedi com a voz cheia de derrota.

Ele riu cheio de cumplicidade.

- Edward, você sabe o quanto eu gostaria de dizer que sim, mas todo o time tem um almoço às 3 com o patrocinador. Ele exige a presença de todos, a sua principalmente. – explicou calmamente.

- Merda! – exclamei, puxando meu cabelo com força.

- Edward?! – chamou Garrett. Murmurei uma concordância de que estava ouvindo-o. – Eu posso enrolar a comissão por uma hora, é suficiente? – perguntou calmamente.

- Não é muito, mas ajuda Garrett. – concordei, caminhando no quarto da Bella com meus pensamentos a mil. – Em uma hora estarei aí. – murmurei irritadiço.

- Portão G. – avisou, antes de encerrar a chamada.

Suspirei pesadamente.

Merda! Merda! Merda!

Quando uma coisa em minha vida sai da maneira que eu quero, outra sai totalmente ao avesso.

Chamei mais uma vez Bella, mas assim como da outra vez não obtive resposta.

Irritado com o fato que a minha vida profissional estava mais uma vez fodendo com a minha pessoal, segui para o pequeno banheiro que tinha no corredor do apartamento, e encontrando uma toalha, tomei um rápido e gélido banho para me despertar e espantar todo o mau humor que eu estava sentindo. Ao retornar ao quarto, me vesti com a roupa que usava na noite anterior, e tentando apaziguar os ânimos da Bella, arrumei seu quarto, tentando deixá-lo da maneira que estava antes de... de termos a melhor noite da minha vida.

Quando terminei de organizar o quarto, lancei um olhar para o rádio relógio. Eu tinha que estar em quarenta e cinco minutos no La Guardia.

Merda!

Tendo consciência de que não poderia deixar Bella sozinha, com tudo o que havia acontecido essa manhã, decidi ligar para Alice, mesmo sabendo que ela iria me xingar e provavelmente me proibir para sempre de chegar próximo ao amor da minha vida.

Engoli em seco, enquanto procurava o seu número na minha lista de contatos. No segundo toque ela atendeu.

- Espero que você esteja dentro de um avião, me ligando para agradecer o fato de você ter visto a Bella ontem. – disse com uma voz que não trazia nenhum resquício de que acabara de acordar.

- Hey Allie. – murmurei como uma criança que está prestes a confessar a sua mãe que quebrou seu vaso de cristal que era uma relíquia. – Então, hum... er... obrigado por ontem a noite, e falando sobre isso... er... eu...

- Onde você está?! Você não está na porra de um avião indo para Nova Orleans, certo? – perguntou irritadiça, já sabendo a minha resposta diante do meu devaneio para lhe confessar.

- Hum... não... eu estou... – engoli em seco. – no apartamento da Bella. – murmurei mais para mim do que para ela.

- O quê?! – exclamou subindo umas três oitavas no seu tom de voz. – Você contou para ela?! O que você fez para seduzi-la?! Edward, juro por Deus, eu vou te matar! E isso em qualquer circunstancia, tanto se a minha amiga melhorar como não! Eu sabia que você ia fazer merda! Eu sabia! – esbravejou em um folego só.

- Ela disse que se lembrava de tudo, Alice! – brandi na necessidade de me defender.

- Ah é?! – desdenhou. – E onde ela está agora?! – perguntou petulante.

- No banheiro. – murmurei com a voz miúda.

- Há! – riu minha irmã.

- Alice... – comecei suplicante, mas ela me interrompeu.

- Eu não quero saber, Edward. Acredito que você deva ir para a sua casa, pegar as suas coisas e entrar no maldito avião que te leve longe o suficiente de NYC. – demandou com arrogância.

- Mas... – comecei outra vez.

- Não quero saber de ‘mas’. Vá resolver as suas coisas que da Bella resolvo eu. Vou me trocar e em breve estou indo aí, e, quando eu chegar, não quero nem ver sombra da sua presença, entendido? – exigiu com determinação.

- Ok. – murmurei sem convicção, mas não recebendo nada em troca da minha irmã, o telefone já estava mudo.

Suspirei pesadamente caindo sobre a cama da Bella.

Que merda eu havia feito?!

Será que ela, Bella, ficaria com ódio de mim para sempre, e dessa vez se recusaria a me ver, sem precisar da interferência de Alice ou Rosalie? No mínimo.

Meu celular vibrou mais uma vez.

Garrett, outra vez.

Meu tempo estava se esgotando.

Me odiando por ser o cara que foge em uma crise, bati com força na porta do banheiro em que ela estava trancada para dizer que estava indo embora, mas que deixaria o meu telefone para que ela me ligasse, caso fosse a sua vontade.

- Bella? Você está bem? – perguntei preocupado com o seu bem estar. – Eu, eu tenho que ir... hum... er... vou deixar o meu número de telefone em sua escrivaninha, por favor, me ligue para falarmos sobre... hum... er... sobre o que aconteceu, ok? – implorou com a voz temerosa.

Previsivelmente não recebi um retorno. Caminhei até a sua escrivaninha e rabisquei meu telefone em um papel para recado, colocando ao lado de sua bolsa.

Suspirando mais uma vez, perdi o meu olhar por todo o seu quarto branco de estilo vintage, absorvendo cada mínimo detalhe, do que era claramente a minha primeira e última visita. Minha mente repassou todos os momentos maravilhosos que passamos durante a noite, e um sorriso já saudosista tomou meu rosto.

Misteriosamente minha mente fez uma prece aos céus, para que ela se lembrasse de tudo e que pudéssemos ser felizes juntos. Dessa vez sem a interferência de ninguém.

Saindo como um verdadeiro derrotado, abri a porta de seu apartamento lançando um novo olhar ao sofá que foi onde tudo começou, e continuando a minha prece, saí para o extenso hall de seu andar, batendo a porta atrás de mim.

Eu só poderia esperar que tudo desse certo.

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Notas finais do capítulo

N/A: Amando esse Edward um pouquinho mais?! IUHAUSHUASHUIAHSUIHAIUSHIAS
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Num tem como não querer pegar esse menino e colocar no colo, não é mesmo?! Tudo bem o capítulo não é assim 100% inédito, porque a parte da manhã seguinte é a mesma de TEENAGE DREAM, mas o que vale aqui é a explicação de como foram parar no apartamento da Bella, e o que ocasionou toda a crise da Bellinha.
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A Bella lembrou antes de dormir o que tinha acontecido entre eles, mas depois esqueceu outra vez... será que foi tudo culpa do álcool?! Eu posso apostar que sim! Coitado do Edward, ficou dividindo em agir cavalheiro ou um adolescente cheio de hormônio para cima dela, por fim os hormônios falaram mais alto. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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Mas e agora?! Edward em NOLA, Bella em Forks... o que vai acontecer?! Cenas dos próximos capítulos! LOOL
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Obrigada a todos que leem, comentam, recomendam, palpitam, indicam, perguntam, são vocês que fazem com que eu continue escrevendo esta fanfic, obrigada por isso gente! Patti, eu sei que você vive uma vida atribuladíssima, mas eu só posso te agradecer muitas e muitas vezes para tirar um tempinho para betar essas coisas absurdas que eu escrevo. Obrigada eternamente por isso.
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Nós vemos semana que vem, meus amores!
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Amo vocês!
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Beijos,
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Carol.
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N/B: Ai, a Carol poderia fazer de Everlong uma fanfic não acham? É tão bom ver tudo pelo ângulo do Edward! Vixe, ela vai me matar quando ler essa sugestão hauhsuashaushuahsuahushuahsas
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Ai que amor essa noite de amor. Awwwwwwwnnnnnnnnnn. Pena que a Bella esqueceu TUDO novamente! Coitado do Edward, há 12 anos só se fodendo kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Bom, agora é com ela. Estar de volta à cidade natal depois de saber toda a verdade, depois de passar a noite com o amor de sua vida, ouvir todas as confirmações, e entrar em contato com todas as lembranças do relacionamento intenso, meigo e apaixonante que tiveram outrora, possa trazer tudo à tona de uma vez por todas o que fora esquecido pela amnésia. Chega de distância, de pessoas se metendo, de sofrimento. Eles merecem ser felizes. Para sempre.
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Agora vou fazer uma pequena invejinha: enquanto vocês curtem esse segundo outtake de Everlong, vou lá ler o capítulo 37 de Teenage Dream que já está comigo kkkkkkkkkkkkkkkkk
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Agora já sabem. Hora de deixar reviews e mostrar a Carol que vocês estão curtindo isso aqui tanto como eu estou.
Pena que está quase no fim. Já sinto saudades :(
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Ok, não vou lembrar sobre isso. Um ótimo fim de semana e nos vemos em TD ;)
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Beijos,
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Patti
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Quer fazer uma pobre autora feliz? oO
Deixa uma review ou um comentário para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*
Ficarei encantada em ler!