Everlong - Teenage Dream Outtake escrita por Sophie Queen


Capítulo 1
Compreendendo o Incompreensível




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***EVERLONG***

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Título: Everlong (Uma Eternidade)

Autora: Sophie Queen

Beta: Pattitorres

Shipper: Bella & Edward

Personagens: Humanos

Gênero: Romance / Humor

Classificação: M – maiores de idade

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Sinopse: O quanto 12 anos podem mudar duas pessoas? O que é verdade e o que não é? Qual é a verdadeira história por trás de um retorno a adolescência? – POV do Edward de Teenage Dream.


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Hello, I've waited here for you
Olá, eu tenho esperado você por aqui
Everlong...
Uma eternidade...
Tonight I throw myself into
Esta noite, eu me joguei de cabeça
And out of the red out of her head she sang
E de repente, do nada, ela cantou
Come down and waste away with me
Vem cá e se perca por aí comigo
Down with me...
Para baixo comigo...
Slow, how you wanted it to be
Devagar, como você queria que fosse
Over my head, out of my head she sang
Além de minha mente, fora da minha mente, ela cantava

And I wonder when I sing along with you
E eu me pergunto, quando eu canto com você
If everything could ever feel this real forever
Se tudo pudesse ser tão real para sempre
If anything could ever be this good again
Se tudo pudesse ser tão bom assim de novo
The only thing I'll ever ask of you
A única coisa que eu sempre irei te pedir
You've gotta promise not to stop when I say when
Você tem que prometer nunca parar quando eu disser "quando"...
She sang
Ela cantou

Breathe out, so I can breathe you in
Expire, então eu posso te inspirar
Hold you in...
Segurar você por dentro...
And now I know you've always been
E agora, eu sei que você sempre esteve lá
Out of your head out of my head I sang
Fora de sua cabeça, fora de minha cabeça. E eu cantei

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Foo Fighters ~ Everlong
www(PONTO)youtube(PONTO)com/watch?v=eBG7P-K-r1Y&ob=av3e

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Leitura de TEENAGE DREAM é essencial para compreender o conteúdo dessa fanfic.

Disclaimer: nem TWILIGHT, muito menos a música EVERLONG me pertencem, mas os pensamentos perturbados de um Edward Cullen aos 31 anos, sim. Então, por favor, respeitem!

CAPÍTULO 01 – Compreendendo o Incompreensível

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Concentrar. Calcular o ângulo. Franzir o cenho. Desdenhar o adversário para tirar sua concentração. Tomar distância. Mirar o ponto exato de ataque. Hora de destruir os desgraçados.

Isso!

– Quem é que manda nessa porra, hein?! Seus monstrinhos verdes que fodem a minha vida! – exclamei para a tela do meu computador em que estava jogando Angry Birds. – Quem é que manda, hein?! Quem?! Palhaços! – vangloriei-me depois de 15 tentativas de passar de fase no videogame.

Era sexta-feira à noite, uma das raras folgas que eu tinha durante as playoffs da NFL, que felizmente foi concedida após a nossa vitória sobre o Dallas Cowboy. Quatro dias para aproveitar um final de semana sem preocupar-me com táticas, planejamentos, jogadas. Não era muito, evidentemente, mas diante da exaustão de jogos, treinos e pressão da comissão técnica e patrocinadores, era uma benção.

“Agora as notícias quentíssimas que rolam pelos bastidores da NFL. O quarterback sensação dos últimos campeonatos, queridinho da América, eleito o melhor jogador da liga e gênio dos Giants, está estudando a proposta tentadora do atual campeão do Superbowl para deixar NYC e mudar-se para Nova Orleans.” – entonou o comentarista de esportes do telejornal noturno, exalando o seu sarcasmo irritante. – “Será que o sedutor e mulherengo Edward Cullen abandonará o seu posto e as diversas mulheres com quem o vimos nos últimos anos para se esconder na capital do Jazz? Quando os valores das negociações ultrapassam os 7 dígitos, tudo é possível.” – completou com malícia.

– Cala a sua boca, Malcolm! – brandi irritadiço para a imagem do comentarista que sorria convencido em minha televisão. Como sempre esse filho da puta arrumava fofocas ridículas, principalmente de mim para conseguir ibope.

Como se eu realmente tivesse deixando Nova Iorque ou os Giants por causa de uma proposta bilionária. Tudo bem que há anos tentam me tirar do New York Giants, porém nem todo o dinheiro do mundo me levaria para longe dessa cidade.

Distraidamente encarei o relógio e a data no extremo inferior direito de meu computador, enquanto os créditos finais do maldito telejornal subiam rapidamente por minha televisão.

Doze de setembro de 2010, onze horas e cinquenta e nove minutos.

Respirei profundamente, fechando meus olhos e contendo a sensação de vazio que me dominava todos os anos, ou pelo menos nos últimos 12 anos, naquela data.

Treze de setembro.

Encarei a tela do meu celular e depois o papel de parede do meu notebook. Lá estava ela, em sua beleza angelical e única, sorrindo timidamente para a câmera; desviando o seu olhar para os seus pés. Os cabelos castanhos estavam presos em um coque elegante na fotografia, seus olhos castanhos como chocolate derretido eram escondidos por suas pálpebras semicerradas, mas perfeitamente coloridas com uma maquiagem prateada e azul. Sua pele cremosa, levemente rosada, contrastava com o tecido suave e elegante de seu vestido azul meia noite.

Ela estava tão linda aquela noite. Nós estávamos tão felizes.

Mas o que é um baile de formatura do High School sem um pouco de drama, afinal?! Nada. Contudo, nunca imaginei que a merda iria bater no ventilador e cair justamente em cima de mim e dela, ainda mais naquela noite.

Amaldiçoada seja aquela noite, as pessoas que fizeram isto conosco, e também a teimosia, o sentimento de auto depreciação e a falta de confiança dela, que nunca deu uma chance aos nossos sentimentos, ao nosso amor, e aceitou no que ela sempre acreditou o que iria acontecer: o inevitável, como ela acreditava.

Merda!

Nem mesmo com tantos motivos, a sua falta de confiança em nós e a distância em que vivemos conseguem me fazer odiá-la. Nada. Eu a amo com a mesma intensidade, mesmo fervor, mesma paixão de 12, quase 13 anos atrás.

Bella. Isabella Swan.

Joguei a cabeça para trás contra o sofá, fechando os meus olhos enquanto me recordava dos seus olhos, de seu sorriso, do seu jeito feminino e meio atrapalhado, sua voz rouca, ligeiramente aguda e baixa, o seu perfume suave adocicado e floral, algo como morangos e frésias. Sua pele macia, sedosa como pêssegos.

Deus! Como eu sinto a falta dela.

Determinado a não me enterrar na tão conhecida culpa ou sei lá o quê, levantei-me do sofá e fui até a cozinha minúscula, porém moderna do meu apartamento. Garrafas de cerveja, caixas de pizza e embalagens de take outs estavam espalhadas pela pia e balcão. É... eu teria que dar uma organizada nisso ou daqui a pouco uma ratazana estará morando aqui junto comigo.

Bom, amanhã eu dou uma organizada.

Abri a geladeira e encarei o vazio branco, onde continha algumas garrafas de cerveja, uma garrafa pela metade de suco de laranja, e outra quase vazia de leite. Um pote de manteiga de amendoim e um de picles. Senti meu estômago se revirando ao ver o que continha no meu refrigerador.

Irritado, fechei e me arrastei para o meu quarto para tomar um banho e depois dormir. Desde que entrara nesse apartamento na quinta-feira pela manhã, não havia saído, ou sequer tomado um banho ou deitado em minha cama. Para variar eu estava uma bagunça.

Que ironia. Dizem que sou mulherengo, festeiro, um desses jogadores que após ficarem famosos e terem tudo o que querem viram playboys. Eu consigo visualizar pelo menos um erro grande em toda essa sentença. Eu não tinha o que mais desejava, eu não tinha Bella para que eu pudesse apertá-la em meus braços, tocar seus lábios com os meus.

Droga! Ficar pensando em Bella neste momento não era uma boa coisa, porque estava me causando um rígido problema entre as minhas pernas quando alcancei o chuveiro.

Eu estava precisando de sexo, isto era um fato claro. Nem mesmo me lembro de quando foi a última vez que estive mergulhado no calor apaziguante de uma mulher. Dois, três meses? Eu não fazia ideia e também não queria, porque por mais que tivesse tudo quanto é tipo de mulher aos meus pés ou comigo, eu só desejava uma. Bella.

Decidido a ignorar a minha semi-ereção, comecei a pensar em estratégias de ataque para o jogo da próxima quarta-feira enquanto sentia a água morna batendo sobre meus ombros. Pensar em football havia me ajudado durante o banho, contudo, quando encostei a cabeça em meus travesseiros, me preparando para a noite de sono, meus pensamentos voltaram novamente para ela.

Sua pele macia, suave, perfumada, completamente ardente contra a minha. Seus seios arredondados que cabiam perfeitamente em minhas mãos. Os botões róseos de seus mamilos intumescidos me convidando para chupá-los, acariciá-los com a minha língua, com meus lábios. A curva acentuada de sua cintura, me chamando para colocar as minhas mãos e apertá-la carinhosamente. Suas coxas pálidas relativamente grossas e tonificadas pelos treinos de líder de torcida me chamavam para ficar entre elas. Suas pernas longas e brancas me abraçando, pedindo para que as minhas mãos corressem por elas. Os quadris suaves e voluptuosos desnudos. Sua feminilidade suave, quente, pulsante; escorrendo por entre as suas coxas sua excitação, a ansiedade que ela tinha em me ter ali, dentro dela.

O calor. O aperto. Os movimentos. O olhar que trocava com ela quando estávamos unidos carnalmente, nos movimentando em nosso ritmo, em nosso amor, declarando a nossa paixão, nossa ânsia do corpo um do outro. A devoção que tínhamos um pelo o outro. Seus lábios ávidos contra os meus, os beijando com sofreguidão, enquanto nossas pélvis moviam-se em sincronia.

Como eu sentia falta dela.

Vislumbrei a tenda que se formava no lençol a partir do centro do meu corpo. Só de pensar no corpo suave da Bella, eu me sentia como um adolescente constantemente com tesão, excitado pela garota mais linda da escola.

Será que fantasiar com o corpo nu, com o sexo da minha ex-namorada aos 17 anos é considerado pedofilia? Querendo ou não eu já tinha meus bons 31 anos.

Merda! Estou tão necessitado de sexo que até analisando coisas aleatórias eu estou.

Preciso dormir. É isso. Dormir.

Fazendo um esforço sobrenatural tentei esvaziar a minha mente e adormecer.

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Oito horas da manhã de um sábado e eu já estou mais que acordado, e pensando nela. Não que me incomodasse sonhar acordado com Bella, o problema é que sonhar acordado com ela justamente no dia do seu aniversário e não poder estar ao seu lado é uma dor inestimável.

“Ótimo! Agora eu estou parecendo um emo nerd adolescente que sofre porque a sua paixão de infância, a garota mais popular e linda da escola não está nem aí para ele.”

Bufei irritado, chutando os meus lençóis e me levantando da cama, vestindo em seguida uma calça de moletom e uma antiga camiseta da Yale. Foda-se esse dia, que custaria a passar pelo que parecia.

Surpreendi-me ao encontrar o meu apartamento totalmente ao contrário do que tinha deixado na noite anterior. Não havia mais a bagunça ou o cheiro desconfortável de chulé, ou então de restos de comida prestes a apodrecer. Curioso para descobrir quem havia dado um jeito em minha casa, logo encontrei a responsável pela surpreendente organização: Maggie. Empregada da minha irmã e ocasionalmente minha faxineira.

– Bom dia Edward. – saudou animadamente enquanto organizava a pequena cozinha. – Sua irmã pediu que eu viesse aqui porque, sabiamente, ela pensou que você necessitava da minha ajudinha. Vejo que ela tinha completa razão. – logrou a senhora de 50 e poucos anos.

– Obrigado Maggie. – agradeci com um sorriso torto. – Hum... será que você pode ir ao mercado para mim depois? – pedi incerto, analisando a minha vazia geladeira, optando por agarrar a garrafa com o suco de laranja e bebendo o conteúdo diretamente dela.

– Sua irmã disse que talvez você precisasse disso também. – divertiu-se.

– Alice é Alice. Sempre sabendo o que eu preciso. – falei com um sorriso torto, bebendo um longo gole do suco. – Será que ela comentou se tinha algum plano para hoje? – perguntei lentamente, medindo as minhas palavras. Maggie rapidamente virou para mim com a sobrancelha arqueada e suas mãos na cintura.

– Ela instruiu para que eu te dissesse para não ter nenhuma ideia mirabolante hoje, ou ficar telefonando para conseguir algo. – explanou de uma forma muito Alice de comandar as coisas.

– Foda-se a minha irmã! – exclamei irritadiço, colocando a garrafa vazia de suco na pia e bufando em direção à sala, onde recolhi o meu computador e celular, e munido de ambos retornei ao meu quarto.

Mesmo sabendo que iria ouvir muitos impropérios de Alice, disquei o seu número de telefone, porque sou um sádico masoquista e precisava saber, nem que fosse pelos outros, como ela estava.

Eu gostaria de saber qual é a porra do seu problema que não consegue entender o fato que eu não quero falar com você hoje?! – atendeu já estridente a chamada.

– Bom dia para você também irmãzinha. – repliquei sabendo que iria irritá-la. – E essa por um acaso é forma de se falar com seu irmão querido que faz tudo por e para você?! E que você não vê há mais de um mês? – perguntei fingindo indignação.

Não Edward. – respondeu enfaticamente. – Não adianta vir com essa ladainha pra cima de mim, a resposta continua sendo a mesma: não!

Suspirei irritado.

– Qual é, Alice?! – interpelei, esquecendo completamente o meu tom amigável. – Já se passaram 12 anos! – brandi categórico para fazer meu ponto.

Edward, não! – negou sem pestanejar. – Agora tchau, falo com você amanhã à noite. – e com isso encerrou a ligação, deixando-me completamente apático encarando o pequeno aparelho.

Alice sempre defendeu com unhas e dentes Bella de mim. Sempre marcando reuniões, encontros, festas, o que for com ela quando eu não estava na cidade, e, quando eu estava ela se recusava a falar comigo, como tinha feito há pouco. Oh sim, Alice fazia o possível e o impossível para deixar-me o mais longe possível da Bella, por mais que morássemos na mesmo cidade.

Uma cidade com 8 milhões de pessoas. Encontrá-la em NYC é como tentar encontrar uma agulha em um palheiro.

Joguei-me sobre a cama com meu telefone na mão, encarando a sua foto no nosso baile de formatura. Estava tão submerso em meus pensamentos, quase adormecendo, que me sobressaltei quando visualizei o nome do meu pai, Carlisle, aparecendo na tela do aparelho que segurava, indicando que ele chamava. Para que ele me ligasse às 6 da manhã – horário de Forks – significava que ele estava de plantão, e que tinha algo muito urgente para me dizer.

– Olá. – murmurei com a voz abafada por causa do travesseiro.

Edward? Eu sei que você está acordado. – demandou com seriedade.

Alice. – anui com mal humor. Óbvio que tinha o dedo daquela pixel-Mestre dos Magos nessa ligação.

Sim, sua irmã acabou de me ligar, contando da sua recente ligação. – explanou com indignação. – Por que Edward? Por que depois de todo esse tempo e de tudo o que aconteceu você só não deixa tudo para trás, filho? Por que não superar o que aconteceu no High School? – inquiriu com uma voz que esbanjava seu tom paternal por ela. Suspirei pesadamente, virando o meu corpo, para que minha voz não ficasse mais abafada por causa do travesseiro.

– Porque eu ainda a amo, pai. – respondi soando como uma criança fazendo birra. – Sem contar que eu preciso dizer encarando os olhos dela que não tive nada a ver com o que aconteceu aquela noite, e principalmente que eu nunca a traí. – repeti as mesmas palavras que sempre usava para justificar as minhas fracassadas tentativas de explicar tudo para a Bella.

Meu pai suspirou pesado, mostrando que ele estava cansado, não só com seu turno exaustivo no hospital, como também com a minha teimosia nessa história.

Ok, Edward. Vejo que você não terá paz enquanto não esclarecer tudo o que aconteceu aquela noite. – sorri enviesado, meu pai me conhecia tão bem.

– Eu não posso, pai. Eu não posso desistir de nós dois, fingindo que nada aconteceu como todo mundo faz. Eu tenho a obrigação de esclarecer tudo para a Bella. Eu tenho o conhecimento que explicar tudo não irá trazê-la de volta para os meus braços, mas eu preciso fazer isso. Eu tenho que fazer isso! – exclamei com decisão.

Sabe... você realmente se tornou um homem do qual me orgulho, Edward. Vejo tanto de mim em você. – falou com emoção em sua voz.

– Obrigado pai. – agradeci pelo elogio.

Se tinha algo que eu estava longe de ser, é ser parecido com o meu pai. Ele sempre foi um bom homem, enquanto eu... bem... eu tenho mais falhas de caráter do que gostaria de admitir.

Meu conselho para você neste dia especial? Faça acontecer, Edward. – orientou com determinação e segurança. – Promova este encontro com ela, não fique tentando capturar a vontade de sua irmã ou de Jasper, ou qualquer outra pessoa para você conseguir o que quer. Aja por você, Edward. Eu sei que você pode fazer isto, e, isto só depende de você. Então faça acontecer.falou com veemência, me sobressaltando com suas palavras. Em 12 anos, Carlisle nunca havia me dado um conselho como este, era como se ele estivesse cansado de esperar algo acontecer.

– E o que eu devo fazer? – questionei com curiosidade, mas principalmente motivado com as palavras de meu pai.

Ele riu debochado no telefone, como se tivesse ouvido uma piada.

Isto é com você, meu filho. Eu sei que você é inteligente, perspicaz, e principalmente criativo o suficiente para encontrar uma solução. Mas ‘faça acontecer’. – ponderou mais uma vez. – Eu falo com você amanhã. Boa sorte com o que decidir. – desejou sem esperar a minha resposta, desligando a ligação.

Pela segunda vez afastei o telefone do meu ouvido e o encarei, vislumbrando a bela foto da Bella ao fundo.

Suspirei pesadamente.

Como farei “algo acontecer” quando não faço ideia de como começar?

Peguei meu travesseiro, colocando-o sobre o meu rosto para que eu pudesse pensar. Não sei dizer quanto tempo fiquei ali matutando as palavras do meu pai, mas quando meu estômago protestou alto pela falta de alimento, sabia que precisava me alimentar, e principalmente sair de casa para arejar a minha cabeça e ter, quem sabe, uma ideia para o que fazer a respeito sobre a Bella.

Arrastei-me literalmente para o banheiro, onde tomei um longo e demorado banho, ainda refletindo a conversa que tive com meu pai. Vesti uma roupa qualquer, mas extremamente confortável, e sem querer sorri, pois ela me recordava as que eu usava no High School. Coloquei um boné do NY Giants para me disfarçar e saí para colocar algo no estômago. Avisei a Maggie, que estava lavando umas peças de roupa, que iria sair, mas que havia deixado dinheiro sobre o balcão para que ela fosse ao mercado.

O ar quente de setembro me inebriou assim que pisei na calçada enquanto caminhava tranquilamente pelas ruas do meu bairro, Chelsea, atrás de uma Starbucks.

Não faço ideia de quanto tempo fiquei sentado na confortável poltrona verde, depois que terminei o meu café latte grande e um queijo quente que devorei em duas mordidas, só sei que de repente a solução para as palavras do meu pai surgiram em minha mente com uma facilidade inexplicável.

Com um sorriso largo em meu rosto, saí do calor da cafeteria para o ar abafado de NYC, estendendo o meu braço para um taxi.

– Avenida Lexington com a setenta e cinco. – orientei ao taxista. Ele deu um aceno de cabeça, colocando o carro em movimento para o endereço de Upper East Side que indiquei.

Em um pouco mais de 15 minutos estava pagando o taxista para enfrentar novamente o calor abafado de NYC na Lexington Avenue. Sabendo que deveria ter algo em mãos para agradar quem eu iria enfrentar, caminhei por algumas quadras, parando em uma loja de lenços, Hermès se não me engano, para comprar um para ela. Optei por um verde com estampa lilás e desenhos minúsculos, fazendo referência à Índia. Com a sacola laranja intensa com detalhes negros em mãos, caminhei novamente até onde ficava o apartamento da minha irmã.

Tomando uma respiração profunda caminhei decidido pelo hall. Sorri enviesado para o porteiro que há muito me conhecia, indicando que iria ao apartamento da Alice, e que não seria necessário ele avisar minha chegada, pois gostaria de lhe fazer uma surpresa. Ele, como sabia bem que Alice adorava quando eu vinha visitá-la, ainda mais carregando uma embalagem de presente de alguma grife, aceitou minha informação, não causando nenhum problema com a minha subida.

Sorri motivado para a porta, quando o elevador alcançou o andar onde minha irmã vivia com Jasper. Mantendo meu sorriso, toquei a campainha, aguardando que alguém viesse atender. Foram 2 minutos inteiros até que finalmente o noivo da minha irmã e meu amigo de longa data abrisse a porta e me encontrasse sorrindo vitorioso diante dele.

– Isso não vai dar certo. – murmurou balançando sua cabeça, contudo divertido para mim, permitindo que eu entrasse.

Jazz, quem era... – começou Alice caminhando para a sala, não permitindo sequer que eu cumprimentasse Jasper. – De jeito nenhum! – exclamou assim que me viu. – O que você faz aqui? Será que não entendeu que hoje eu não quero te ver? – questionou, aproximando-se de mim com suas mãos na cintura.

– Credo, Alice, vim de boa vontade te fazer uma visita, trazer um presente, e você me trata assim?! Como um cachorro sarnento?! – repliquei com falsa indignação para ela, mostrando a embalagem onde estava o lenço. Rapidamente ela pegou a sacola da minha mão, curiosa para saber o que era, e assim que viu sorriu meio agradecida, meio indignada e meio aborrecida.

– Obrigada pelo lenço, era exatamente o que eu queria. – agradeceu. Sorri animado. O agrado havia conseguido amolecê-la. – Mas você sabe que um agrado desse não vai mudar a minha decisão sobre o que você veio fazer aqui. A resposta continua sendo a mesma: Não. – disse com determinação.

– Do que você está falando Alice?! – desdenhei rindo, fingindo que não entendi a sua direta. – Só vim fazer uma visita para vocês, tomar um chá, almoçar com vocês. – ponderei dando de ombros.

– Edward, eu te conheço. – disse arqueando suas sobrancelhas e sorrindo enviesado. – A última coisa que você veio fazer aqui foi tomar um chá, almoçar, ou simplesmente nos ver. – esclareceu rolando seus olhos, e determinada a me ignorar, caminhou por seu apartamento, provavelmente retornando ao lugar onde estava antes. Lancei um olhar a Jasper que deu de ombros, mas indicando para que seguisse Alice.

– Ok Alice, você sabe o porquê eu vim aqui, então o que custa nós conversarmos sobre isso e você permitir que eu a veja, fale com ela, hein?! – falei cansado, sentando-me pesadamente no sofá de seu ateliê. Jasper encostou-se no batente da porta encarando nós dois com expectativa.

– Ela não quer conversar com você, Edward. – sentenciou sem hesitação, enquanto apontava um lápis de desenho.

– Alice, já faz 12 anos! Impossível ela ainda estar magoada com o que aconteceu há tanto tempo, acho que ela até esqueceu. – repliquei indignado, dando de ombros.

– Exatamente Edward! – exclamou batendo seus punhos em suas coxas. – Ela esqueceu. Não quero ver a minha amiga sofrendo outra vez por sua causa! – exasperou decidida, virando-se para a sua mesa de trabalho e me ignorando.

– Por que você tem tanta certeza que irei magoá-la?! Alice, você sabe muito bem o lixo que fiquei depois daquele baile, e que eu não tive nada a ver com toda aquela armação, e como eu ainda a amo! – exclamei com fervor. – Por favor, Alice, eu tenho te implorado por isso há tanto tempo, por favor, deixa eu me aproximar dela, mostrar o quanto eu sinto a sua falta.

– Não! Não importa o que você diga, o que você justifique. Você não vai chegar perto dela. Ponto final, Edward. E outra, ela nem se lembra de nada. Seria só cutucar uma ferida já cicatrizada, ela se esqueceu de tudo. – suspirou pesadamente.

Se esqueceu de tudo? – repeti confuso. – O que você quer dizer?

– Não importa! Isso não é do seu interesse. – falou, desviando o seu olhar do meu rosto, e rabiscando algo em uma folha de desenho.

– Como assim não é do meu interesse, Alice? Tudo o que é relacionado a Bella é do meu interesse. – vociferei apertando meu punho, pronto para socar algo.

Ela riu desdenhosa.

– Nada a respeito da Bella é do seu interesse, Edward! – brandiu arrogantemente, mas pontuando cada palavra com uma ferocidade inigualável.

– Alice, é melhor dizer a verdade. Já passou da hora dele saber. – ponderou Jasper com sensatez, apaziguando nossos estados exaltados.

– Saber o quê?! – repliquei curioso e impaciente.

– Não sei Jazz... – murmuro incerta a minha irmã para o seu noivo, abandonando toda a sua postura de cão raivoso e agindo como uma suave menininha.

– Allie, você prometeu que iria contar. – contrapôs.

– Eu disse que “um dia” iria contar. – choramingou fazendo bico.

Rolei meus olhos. Alice conseguia convencer qualquer ser humano com essa postura de menininha indefesa.

– Olá! Eu ainda estou aqui. Será que vocês podem me dizer que porra estão falando?! – vociferei irritado pelo mistério que os dois estavam fazendo.

– Você já vai entender, Edward. – brandiu Jasper encarando-me com impaciência. – Allie?! – incentivou.

– Rosalie vai me matar. – choramingou.

– Rosalie? – repeti mais uma vez, dominado pela curiosidade, e também espantado, mas não surpreso pela cunhada da Bella estar metida nessa história.

– Alice. – pediu Jasper com amorosidade.

Ela tomou uma respiração profunda, fechando seus olhos verdes idênticos aos meus. Piscou-os algumas vezes, antes de finalmente me encarar com toda a intensidade do seu olhar.

– Bom, depois daquele vexame no baile, Bella voltou para casa completamente destruída. Na verdade, ela não fazia sentido sequer. – balançou a cabeça negativamente. – Dizendo que aquilo era óbvio, que você nunca se apaixonaria por ela e toda a parte que você já sabe, porque estava lá e também porque já te contei um milhão de vezes. – ela tornou a fechar seus olhos, contendo as lágrimas que a lembrança remetia.

“De qualquer maneira, não sei muito bem o que aconteceu naquela madrugada. Provavelmente ela chorou a noite inteira, lamentou por ter acreditado em suas palavras apaixonadas, não sei, só sei que quando eu e Rose fomos na casa dela no domingo para conversar, dizer que tudo não passava de um mal entendido, ela havia colocado todas as lembranças do namoro de vocês em uma caixa, e já estava arrumando as coisas para ir pra Jacksonville, e depois para cá, onde ela faria faculdade.” – ela suspirou pesadamente, colocando seu rosto entre suas mãos, apoiando os cotovelos em suas coxas.

“Ela me entregou a caixa com tudo o que você deu a ela. Fotos de vocês, presentes, lembranças das viagens, tudo. Mas eu recusei a pegar.” – completou rapidamente diante do meu olhar alarmado. – “Ela falou que ia queimar tudo, mas acredito veemente que Renée tenha guardado tudo em algum lugar. Pelo menos foi o que ela disse que faria.” – sorriu solidária.

– E depois? – incentivei, sentindo um nó em minha garganta.

– Depois ela voou para Flórida. – respondeu dando de ombros, sorrindo de maneira tristonha. – Você foi para o acampamento em Albuquerque, e semanas depois eu e Rose fomos ao encontro dela em Jacksonville, e... – ela hesitou, encarando Jasper com seu lábio inferior preso entre seus dentes. O loiro deu um suave aceno de cabeça, incentivando-a.

E? – também incentivei, completamente ansioso para saber o que aconteceu a seguir.

– E ela havia se esquecido de tudo, Edward. – falou com pesar.

– Esqueceu-se de tudo? O que isso quer dizer? – perguntei confuso aos dois.

– Isso! – clamou Jasper. – Esqueceu Edward. Bloqueou, como você quiser chamar. – explicou dando de ombros. Voltei meus olhos para Alice para que ela fundamentasse melhor esta explicação.

Ela suspirou pesadamente.

– É como se o nosso senior year nunca tivesse acontecido da maneira que aconteceu. Para ela, no último ano ela foi invisível como sempre foi. Em sua cabeça, ela nunca foi uma líder de torcida, rainha do homecoming, ou sua namorada. Nada aconteceu para ela. Tudo o que aconteceu, na cabeça dela simplesmente não existiu. – disse com o olhar cheio de desculpas por estar me contando isso somente agora, 12 anos depois.

– Mas como?! – pedi com a voz miúda, completamente atordoado com o que ela estava me contando. Eu ainda não conseguia acreditar que a resposta para 12 anos separados era essa: amnésia psicológica.

– Carlisle disse que é uma maneira do seu cérebro evitar o sofrimento, uma amnésia psicológica, do qual ocorre devido a um trauma, onde ela bloqueou tudo o que tinha relacionado com esse trauma, no caso o namoro de vocês. – explicou Jasper calmamente.

– Ela não se lembra de mim? Ou de tudo o que vivemos? – perguntei com um fio de voz, sentindo o amargor da verdade em minha boca.

– Não. – confirmou Alice baixinho, balançando a cabeça em negação. – Me desculpe, Edward.

– Não é sua culpa, Alice. – explanei, levantando do sofá em que estava, passando meus dedos por meus cabelos, absorvendo a terrível verdade.

Doze anos. Doze anos acreditando que ela me odiava, que ela nunca iria me perdoar pelas armações de Tanya Denali e Jacob Black, que ela acreditava que durante os 8 meses maravilhosos em que namoramos era tudo uma mentira, que eu estava somente a enganando. Durante estes doze anos, por mais que me doesse, eu acreditava nisso; mas diante dessa nova verdade, tudo mudava.

Talvez agora eu possa reconquistá-la, ou conquista-la com determinação, sem os dramas adolescentes ou brigas, invejas, intrigas que rondaram o nosso senior year. Agora erámos adultos. Tudo estava diferente, ninguém iria nos atrapalhar e finalmente eu iria poder cumprir a promessa que eu fiz a ela há tanto tempo, numa tarde fria de dezembro.

Eu via um futuro completamente novo, sem os sofrimentos do passado se formando na minha frente.

Edward? – chamou Alice incerta ao longe.

– Eu preciso vê-la. Conquistá-la para sempre. – falei decidido para os dois, que me encaravam com surpresa.

– Não! – exclamou Alice alarmada.

– Por que não?! – repliquei confuso. – Essa é a minha chance de conquistá-la, ser o homem que sempre deveria ter sido para ela. Passaram-se 12 anos, Alice, este é o momento mais que perfeito! – suspirei animado.

– Edward, nós tememos que se ela revê-lo, tudo desbloqueie e ela entre em colapso, depressão. – ponderou Jasper.

– Isso não irá acontecer, e se acontecer, eu estarei ao lado dela, não a abandonarei. O quão difícil é para vocês compreenderem que eu amo a Bella, e que eu faço qualquer coisa por ela, para ficar com ela? Se eu tiver que abdicar de tudo por ela, eu abdico! – exclamei com determinação. – E qual é, gente?! Eu apareço em 2 comerciais diferentes todos os dias, sem contar as milhares de fotos minhas que existem por esta cidade, ou ainda o meu nome na boca de todo mundo desse país. Se o fato dela me ver desbloqueasse tudo, então isso já teria acontecido. – falei com sensatez.

– Edward tem um ponto, Alice. – concordou Jasper depois de alguns segundos. – Ele tem razão. Se vê-lo desbloqueasse tudo, já teria sido desbloqueado há tempos. Poutz... por que nunca pensamos nisso antes? – perguntou para ninguém em especial.

Alice nos encarou, enquanto mastigava o seu lábio inferior de uma maneira muito Bella de ser, claramente ponderando os prós e os contras do que estava lhe propondo.

– Allie, considere com calma. Edward e eu iremos dar uma volta. – comentou Jasper com um sorriso simpático, dando-lhe um beijo de devoção na testa. Não pude deixar de me sentir feliz por Alice ter encontrado alguém como Jasper Whitlock, que mesmo com a separação que tiveram, continuam se respeitando e se amando da mesma forma que era no início.

– Ok. – concordou minimamente, mas ainda claramente nervosa com algo. Dei-lhe um sorriso simpático, torcendo internamente para que ela aceitasse a minha proposta.

Acompanhei Jasper para fora do apartamento. Conforme caminhávamos pelas ruas de Upper East Side, um silêncio confortável recaia sobre nós, como sempre era, entretanto uma ansiedade torturante me sufocava.

– Você acha que ela irá aceitar?! Digo, que eu a veja, que converse com Bella outra vez? – perguntei a Jazz quando sentamos em um restaurante próximo ao Central Park.

– Não sei, Edward. Talvez. – deu de ombros. – Muitas coisas mudaram nesses anos. Bella não é mais a menina tímida do interior, que se envergonha com qualquer coisa, que acha que ela não merece nada. Agora ela é uma mulher decidida, focada na profissão, por mais que tenha seus problemas. – pontuou enigmático.

– Que problemas?! – inquiri. – Ela não está saindo com alguém?! Está?! – de repente me senti um idiota, provavelmente Bella estava com alguém.

– Não, ela não está com ninguém. – tranquilizou o futuro marido da minha irmã. – Parece que assim como você, Bella não consegue passar do terceiro, quinto encontro. – disse com uma risadinha. – E os problemas? Bem, sua irmã ou Rose não falam nada para mim ou Emmett, mas nós dois sabemos que ela sente falta de algo, e por mais difícil que seja admitir, achamos sinceramente que este “algo” é você. – sorriu com camaradagem. – Desde o High School não vimos a Bella genuinamente feliz como ela era quando estava com você, e por mais que não seja de assumir qualquer coisa, vejo que Emmett está preocupado com ela. – ponderou tristemente.

– Como assim preocupado? Alice não me pareceu tão preocupada com ela. – refleti, sabendo que tinha algo a mais nessa história toda.

Jasper riu sem humor.

– Bella só pensa em trabalho, Edward. Para qualquer coisa que a convidamos para fazer, ela sempre recusa, e quando não, pensa milhões de vezes antes. Alice odeia isso em Bella, mas acaba aceitando. Emm, em contrapartida, se sente mal por vê-la saindo tão pouco, não se relacionando com ninguém exceto nós, seus amigos desde sempre. Bella não tem amigos aqui em NYC, apenas nós. – explicou bebendo um gole da sua cerveja.

– Emmett me culpa pelo que Tanya e Jacob fizeram?! – perguntei temeroso, mas com genuína curiosidade, já que está questão sempre rondou a minha cabeça.

– Não. – negou com um aceno enfático. – Eu já te expliquei isso. Ele e eu ouvimos os dois falando sobre o plano alguns minutos antes de acontecer, mas como não achávamos você ou Bella em lugar algum, não deu tempo de avisar, e aí... – ele suspirou profundamente. – aconteceu tudo aquilo que Alice te disse, que eu sempre achei que só acontecia em filmes. – completou cabisbaixo.

– Mas será que ele não tentou falar com ela? – questionei ansioso. – Explicar que eu não tive nada a ver com o que aconteceu?

– E Bella ouve alguém quando coloca algo na cabeça? – replicou com uma pergunta. – Você sabe muito bem como ela é teimosa. – rolou os olhos.

– Sim, eu sei bem o quanto ela é teimosa. – concordei, me recordando de inúmeros momentos nossos em que a sua teimosia mostrava-se incomoda.

Ficamos um tempo no restaurante conversando sobre Bella, mas também diversas coisas aleatórias, aproveitando para almoçar. Jasper por mais que não desse crédito as fofocas, me inquiriu sobre a proposta do New Orleans Saints que os tabloides estavam falando, e por mais que elas sejam demasiadamente exageradas nas questões de números, eram verdadeiras. Não querendo me questionar ou intrometer-se, somente buscando compreender as minhas razões pela recusa, o expliquei sobre a insegurança da mudança de time, a quebra de contratos com os Giants e patrocinadores, mas principalmente por não querer me mudar de NYC, por causa dela.

Inesperadamente o telefone de Jasper tocou, e pelo seu sorriso bobo ao visualizar quem era no visor do telefone, com toda a certeza se tratava de Alice. Ele falou baixinho com ela, e não querendo me intrometer na intimidade do meu amigo e da minha irmã, me foquei em qualquer outra coisa que não fosse a conversa que tinham. Mais rápido do que eu poderia imaginar, a ligação encerrou e Jasper estava me encarando com um sorriso divertido.

– Vamos? – ofereceu com um sorriso enviesado. – Alice disse que tem uma pessoa que quer falar com você. – falou misteriosamente. Arqueei minha sobrancelha e estudei Jasper. Será que Alice havia telefonado para Bella e pedido para que ela fosse até a sua casa?

Instantaneamente me senti animado com a perspectiva de vê-la mais cedo do que supunha ou imaginava. Joguei uma nota de 50 dólares – que eu sabia que seria mais do que suficiente para pagar o que havíamos consumido –, levantando-me em um rompante, para retornar logo para o apartamento de Alice. Jasper me encarou divertido, mas abstraiu-se de fazer qualquer comentário.

Dez minutos de caminhada, que eu poderia jurar que fosse mais uma maratona angustiante de dias, e o hall do edifício que Alice vivia parecia mais uma imensa sala de espera, cheia de expectativas. Poderia ser meus olhos, mas tudo brilhava indistintamente. O elevador era um preâmbulo sufocante para o desenrolar perfeito, os números passavam em câmera lenta, e quando finalmente chegamos ao andar correto, minhas pernas não eram longas o suficiente para abrir a porta do apartamento e encontrá-la em algum cômodo.

Todavia, quando adentrei o imenso apartamento não havia nenhum sinal dela, ou de seu perfume, somente a minha irmã sentada na sala encarando a porta com um olhar ansioso.

Senti meu coração falhar uma batida. Ela não estava aqui. Alice não aceitou que eu a encontrasse.

– Por favor... – comecei suplicando, praticamente em uníssono. Alice interferiu:

– Sente-se Edward. – encarei seus olhos verdes semelhantes aos meus por uma infinidade de segundos, tentando compreender, ler o que se passava na mente da minha irmã. – Sente-se Edward. – repetiu com segurança. – Tem uma pessoa que quer falar com você.

Não totalmente consciente das minhas ações, caminhei com passos vacilantes até o sofá que estava diante dela, e só neste momento notei o computador sobre suas pernas.

Eu teria essa conversa com Bella por uma webcam? Eu não queria isso. Eu necessitava sentir a presença dela próximo a mim.

Senti meu coração batendo ruidosamente contra as minhas costelas. Minha respiração estava entrecortada.

Alice estudava o meu rosto com uma expressão enigmática, era como se ela fosse uma espécie de telespectadora em um filme de mistério. Jasper, em oposição, sorria ligeiramente divertido com a cena que se desenrolava a sua frente, ocupando o lugar ao lado da minha irmã de frente para onde estava sentado.

Possivelmente havia se desenrolado alguns segundos, mas para mim pareciam horas, quando finalmente Alice falou.

– Olha Edward, eu pensei sobre o seu pedido, e também a promessa que fiz a Jasper. Porém não é só a minha opinião e decisão que contam neste ponto. Todos nós que vivemos com Bella naquela época, e até hoje, tememos o que pode acontecer. Temos pavor que ela volte a sofrer daquela forma, por isso fui atrás de uma segunda opinião sobre este assunto. – anunciou com sensatez e calma, colocando o seu computador na mesa entre nós, fazendo com que pela primeira vez eu percebesse quem aparecia na tela.

Rosalie.

A loira, que há muito tempo atrás foi a capitã das líderes de torcida da FHS, me encarava através da tela do computador com intensidade. Seus olhos azuis eram como lanças afiadíssimas, que perfuravam os meus olhos, a minha alma. Sua expressão era neutra, mas ao longe eu conseguia notar uma aura de desaprovação e desgosto. Eu sabia, somente por causa de seu olhar penetrante, que ela não estava nem um pouco feliz em me ver.

Merda! Essa seria uma longa conversa. Eu sentia isso.

– Olá, Edward. – cumprimentou-me calorosamente. Algo totalmente ao contrário do que o seu olhar e postura indicavam.

– Olá, Rosalie. – repliquei incerto, temendo está amistosidade forçada que pairava no ar entre nós.

– Nunca tive a oportunidade de agradecê-lo corretamente pelo seu presente de casamento. Emmett e eu adoramos. – agradeceu suavemente, relembrando-me do equipamento de som e imagem, e o cartão vale-presente de uma loja de móveis que os havia presenteado há quase 4 anos.

– Obrigado Rose, mas realmente aquilo não foi nada. – respondi distraído. Não era isso que eu queria. Eu queria, necessitava saber se eu poderia ou não ver Bella.

Rosalie fechou seus belos olhos azuis em fendas. Mesmo que fizessem anos que não nos víamos pessoalmente, eu sabia o que ela estava fazendo. Ela estava estudando meu rosto, a minha postura, tudo. Ela estava ponderando sobre o que havia decidido, e algo dentro de mim tinha pleno conhecimento de que eu estaria recebendo uma negativa, uma recusa ao meu pedido.

– Erga seu celular, Edward. – pediu a loira com determinação. Atordoado e confuso levantei o aparelho para que ela o visse através da câmera que conversávamos. – Desbloqueie, por favor. – solicitou com uma nota de ansiedade em sua voz.

Voltei o telefone para mim, enquanto deslizava o dedo pela tela touchscreen. Instantaneamente a imagem da Bella no dia do nosso baile, o dia que havíamos terminado o nosso relacionamento, apareceu no visor. Segurei uma respiração surpresa levantando o meu rosto para encarar Alice, que sorria enviesado para mim. Com um mínimo aceno ela me incentivou a mostrar a imagem da minha ex-namorada, eterna paixão da minha vida, para a cunhada dela.

Lentamente, como se todos os meus movimentos fossem bruscos e estabanados, virei o visor para que Rosalie pudesse ver com seus próprios olhos o que Alice provavelmente havia lhe dito.

– Oh meu Deus! – exclamou com surpresa. Notei os seus olhos lápis-lazúli brilhando de uma maneira diferente. É como se tivessem banhados de lágrimas. – Todo este tempo? – inquiriu com genuína curiosidade e voz miúda.

Sempre. – murmurei sentindo o aperto da saudade, da ausência, pressionando a minha traqueia. Fechei os meus olhos tentando controlar a emoção indistinta e ao mesmo tempo tão conhecida que consumia todo o meu corpo. Tornei a abrir meus olhos quando todos os meus sentimentos e emoções não mais me denunciariam, indicando que estava prestes a sucumbir diante da minha maior fraqueza: Bella.

Quando finalmente meus olhos corajosos e curiosos focalizaram a imagem de Rosalie, toda a emoção que ela havia demonstrado anteriormente havia se esvaído. Seu olhar estava frio, sua postura rígida, nenhuma emoção ou sentimento era expresso por seu rosto. Se existia uma palavra que pudesse definir a postura da loira, esta seria neutra.

Eu temi mais uma vez que os meus desejos, anseios e esperanças de ver Bella, estar em sua presença, esvaíram-se como tentar pegar o ar com as mãos.

Meu coração mais uma vez começou a bater em um ritmo descompassado e alto, sentindo o sabor da recusa que pairava no ar.

– Você não a vê desde essa noite. – questionou Rosalie indicando com o queixo meu telefone que estava em minhas mãos.

Confirmei com um aceno de cabeça, querendo desviar meus olhos das íris azuis da loira, mas não conseguindo.

– Você realmente não teve nada a ver com o que aconteceu aquela noite? Foi realmente Tanya que forçou o beijo entre vocês? – questionou com intensidade, procurando algum vacilo em minha postura, que felizmente continuou a mesma. Eu tinha a minha consciência completamente limpa. Sabe-se lá o que Bella pensava que eu havia feito contra ela, contra nós.

– Não. – declarei com sinceridade. – A aposta que Bella me ouviu falando com Tyler e James tinha relação com o acampamento que eu fui naquelas férias. – senti o gosto amargo daquelas palavras descendo por minha garganta. – Eu estava 100% convicto que a liga universitária não me convocaria para ir ao acampamento, havia apostado isso com eles, nada mais que isso. – respondi derrotado.

– E quanto a Tanya? Você retornou o beijo que ela te deu. – insistiu acusatoriamente.

– Rose... acho que você me conhecia bem o suficiente para saber que nunca tocaria em Tanya, nem que ela fosse a última garota do universo, e ainda mais quando estava em um relacionamento com Bella que já havia passado por tantas dificuldades. – suspirei pesadamente, recordando com exatidão àquela noite.

“Vocês todos viram como eu fiquei quando Jacob Black tirou Bella de perto de mim para conversar, mas ela havia me dito tantas vezes que não sentia nada por ele, só uma grande compaixão por tudo o que ele passou com a sua família.” – ri sem humor. – “Família. Como a Bella pode acreditar em tudo aquilo? Por que ela não perguntou ao seu pai sobre o que era verdade e o que não era?” – balancei a cabeça negativamente. – “De qualquer maneira, o ciúme me consumia como um veneno, mas o controlei. Controlei porque confiava em Bella, no que tínhamos, e acreditava que ninguém tentaria nos envenenar um contra o outro, não depois de termos provado que nos amávamos, que estávamos fortes e determinados a prosseguir com o nosso relacionamento.”

“Mas, é claro, nunca nada é perfeito o suficiente que não possa ser estragado. Esqueci o principal: que nós dois erámos imaturos e por mais que gostássemos um do outro com toda a intensidade, erámos idiotas em não perceber que o ciúme, a inveja de certas pessoas poderia acabar com nosso relacionamento.” – balancei negativamente a cabeça. – “Que iriam dar um último golpe, em uma noite tão clichê, que porra, parecia impossível.”

“Não sei exatamente o porquê eu aceitei em participar da conversa com Tyler e James, ainda mais falando da porra daquela maldita aposta que havíamos feito muito antes de começar a sequer me envolver, me aproximar da Bella. Me distraí com os dois, porque eu era, sou um imbecil, e claro que ela ouviu justamente algo que em um contexto aleatório parecia que eu havia apostado ter um relacionamento com ela, não a verdade. Porra, tudo fazia sentido na cabeça dela. Eu mesmo já pensei muito nisso. Antes, eu nunca dei a atenção devida a ela, e justamente quando decidi me aproximar, Bella muda drasticamente, tudo por causa do que Tanya havia feito em seu aniversário.” – balancei negativamente a cabeça mais uma vez, incrédulo com o quão ridícula era toda essa história.

“Óbvio que ela iria acreditar que eu havia apostado. Óbvio que ela iria acreditar no veneno de Jacob Black, na mentira que Tanya gritou a plenos pulmões naquele palco. Tudo fazia a porra de sentido na cabeça dela, e por mais fodido que seja, eu não posso deixar de concordar que foi um verdadeiro golpe de mestre daqueles filhos da puta.” – suspirei pesadamente, rindo sem nenhum humor. – “Eu estava com um sentimento estranho todo o dia do baile. Bella mesmo implorou para que não fossemos. Eu deveria ter a ouvido, mas não, fui tão imaturo, idiota, imbecil, que quis esfregar na cara de todo mundo que duvidou que iríamos conseguir encerrar o senior year juntos, que estávamos lá, felizes e que nada poderia nos separar.”

Ri indignado com as minhas próprias palavras.

– Foram dois, no máximo 3 minutos de distração na minha vigília sobre Bella enquanto falava com Tyler e James, que por mais absurdo que possa parecer eu tenho certeza que estavam envolvidos no plano de Tanya e Jacob. Não para fazerem mal, porque os dois eram dois panacas, mas para se divertirem às custas dos outros como sempre haviam feito. – tornei a balançar a minha cabeça, incrédulo. – De repente tudo começou a passar muito rápido. Anunciaram o meu nome como a porra do rei do baile, e por mais que queria dar um beijo em Bella, me vi forçado a subir no palco e receber a porcaria da coroa. Em seguida Tanya foi eleita a rainha, quando todos acreditavam que seria você, Rose, e antes que eu pudesse encontrar o olhar da Bella no meio da multidão e fazer alguma careta tola pelo fato de ter sido coroado ao lado de Tanya, aquela... ela me beijou. – fechei meus olhos tentando conter a raiva que essas lembranças despertavam em meu imo.

“Eu fiquei paralisado naquele momento, em choque mesmo. Eu não conseguia raciocinar, a única coisa que conseguia pensar era que tudo isso era errado, que eu não deveria estar naquele palco ao lado de Tanya, e que ela muito menos deveria me beijar.” – tirei meu boné, correndo meus dedos por meus cabelos e os puxando em plena aflição. - “Porra Rose, você se lembra disso, estava naquele salão também. Quando vi Bella correndo para a saída, empurrei Tanya e disse a todos que ela estava mentindo, mas ela nunca ouviu isso, certo?” – perguntei retoricamente.

“Claro que não.” – suspirei atordoado. – “Então Jacob Black me parou no meio do caminho na busca por Bella, dizendo que ele já tinha contado toda a verdade a ela, que eu havia apostado que namoraria com ela, se vangloriando de ter conseguido o que sempre quis, me ver na lama, longe da garota que eu faria tudo para estar ao lado, que se me pedisse para deixar o football eu deixaria. Aquele desgraçado falou que eu era indigno não só da Bella, mas também de ter ganhado uma bolsa de estudos e o direito de jogar em Yale. A inveja daquele filho da puta era corrosiva, e sei lá, diante de suas palavras naquele momento eu agi completamente irracional, esqueci que deveria correr atrás dela, a única coisa que eu queria naquele segundo era arrebentar Jacob Black, matá-lo se possível.” – brandi com ódio e nojo por sequer pensar naquele desgraçado.

“Ele sempre foi a porra de um invejoso de merda, sempre ansiando tudo o que eu tinha. Minha posição no football, a minha família, a minha sagacidade ao jogar, meu título de capitão, a minha namorada, a porra da minha vida. Ele sempre quis ter a minha vida, e foi por isso que ele fez algo que sabia que não só me destruiria, mas acabaria de vez com algo que eu me importava de verdade. Ele queria tirar tudo de mim, como a porra de um sanguessuga do caralho.” – suspirei pesadamente, balançando a cabeça inconformado. Essas recordações tinham o dom de me deixar afobado, indignado, com a minha raiva prestes a explodir para arrancar a cabeça de um.

“Ele deveria ter feito algo comigo, me acusado de fraudar a minha aplicação a Yale, o que fosse, mas não, ele colocou a Bella no meio, se portando como amigo, aproveitando-se de sua ingenuidade para enganá-la com histórias trágicas sobre a sua família.” – ri sem humor algum. Era tão grotesca toda essa história, que mais parecia roteiro de um filme adolescente de má qualidade de Hollywood que qualquer outra coisa.

Fechei meus olhos, contendo o nervosismo que parecia coçar a minha pele.

– Ele e Tanya haviam arquitetado tudo muito bem, usando a porra do timing perfeito para foder meu relacionamento, por isso que eu digo que Tyler e James estavam envolvidos, não para causar uma tragédia, mas para se divertirem. E toda vez que eu penso nisso eu quero... agrrr... estrangular aquele filho da puta pelo que ele fez, assim como cada um que ajudou na desgraça total.

Tornei a rir sem humor, balançando a minha cabeça quando o desfecho daquelas lembranças cruzou a minha mente.

– Tanya notou que o plano dela iria dar errado, e novamente correu em minha direção enquanto eu enfrentava Jacob, puxando-me para ela, forçando que eu a beijasse. – funguei ironicamente. – De repente eu só ouvia você e Alice gritando comigo, e depois você batendo em Tanya, a propósito, parabéns por aquela briga, você parecia uma maldita lutadora de vale tudo. – sorri relembrando a cena de Rosalie com uma força sobre humana puxando o cabelo de Tanya, arranhando o rosto da mesma, rasgando todo o vestido.

– Obrigada. – sorriu Rose orgulhosa.

– De qualquer maneira, diante daquele pandemônio de gritos da Alice, você e Tanya lutando como duas desesperadas, Emmett e Jasper tentando afastar eu e Jacob, que estávamos rolando no chão do salão, os professores auxiliando para separar as duas brigas, e depois quando tudo estava resolvido, você, Rose, vindo para cima de mim, me acusando de trair Bella... foram longos minutos até que você finalmente desse ouvidos a Emmett e Jasper lhe contando a verdade, que ouviram Jacob e Tanya falando sobre o plano deles... então, quando resolvemos esse problema e vocês sabiam que eu não tinha nada com aquela... aquela...

– Piranha. – completou Alice, participando pela primeira vez da conversa com Rosalie.

– Isso... piranha, fomos para a casa da Bella, mas porra, já era tarde demais, ela se recusou a me ver. Eu sabia que deveria ter esperado ela se acalmar, mas poxa eu só queria falar com ela, explicar que eu não tinha nada a ver com Tanya. E indo contra tudo o que vocês me disseram, a procurei no dia seguinte, no momento que ela estava indo à lanchonete da Sue para buscar o almoço, mas antes que eu chegasse perto o suficiente, aquele filho da puta do Jacob estava a beijando na porra da entrada, e ela... ela estava correspondendo! – exclamei atordoado, ainda completamente abismado que ela havia feito isso, mesmo sabendo que havia se passado 12 malditos anos.

– Bella beijou Jacob? – pediu com urgência Alice, levantando-se do sofá e correndo para o meu lado para encarar o rosto de Rosalie, que estava indiferente, e depois o meu. – Como eu nunca soube disso? – acusou abismada tanto para mim quanto para Rosalie, por ter deixado algo dessa magnitude de fora de toda essa história.

Rosalie deu de ombros.

– Não era importante. – disse com arrogância. Ligeiramente Alice voltou seus olhos verdes para os meus, ansiando uma resposta mais elaborada da minha parte.

– Alice, eu estava abismado sequer para pensar em dizer algo sobre isso. Eu não achava que era possível. Comecei a acreditar que talvez Bella estava com Jacob, que ela estava, sei lá, feliz com ele. Porra, eu não sei o que eu deveria ter dito, eu estava puto da cara por Bella estar ainda conversando com ele, beijando ele, quando ele, justamente ele foi um dos responsáveis pelo nosso fim, pela nossa desgraça. – corri meus dedos nervosamente por meu cabelo que estava uma bagunça caótica.

“Você se lembra disso, Alice. Eu sumi de casa, fui voltar só 3 dias depois, e quando eu voltei... porra, quando eu voltei Bella já tinha ido embora, tinha fugido de tudo. Abandonado Forks, sumido da minha vida e não havia nada que eu poderia fazer, e eu também não queria fazer naquele momento, pois estava doendo demais o fato que eu a vi beijando aquele desgraçado, correspondendo-o com o mesmo fervor que me correspondia!” – exclamei completamente atordoando enquanto os meus pensamentos estavam todos desconexos, não fazendo sentido nem mesmo para mim.

Eu odiei reprisar os eventos daquele domingo à tarde, e como eu fui... sei lá... tolo? Por ter deixado que aquela cena definisse tudo. Eu deveria ter sido homem o suficiente e exigido uma explicação, mas eu só aceitei como um covarde.

Balançando a minha cabeça, tentando controlar o sentimento de covardia que ainda sentia por mim mesmo por não ter feito alguma coisa naquele dia, encarei os rostos que estavam diante de mim. Rosalie continuava impassível em sua arrogância e olhar superior. Alice com os olhos verdes marejados, Jasper com uma expressão apologética e abismada. Eu nunca havia dito a nenhum deles sobre o beijo que Bella havia partilhado com Jacob, eu nunca antes achei necessário.

Engoli em seco. Eu odiava o fato que deixei toda essa circunstância acontecer, eu podia ser uma vítima, mas também era o culpado.

– Você ainda a ama? Ama sinceramente? – Rosalie perguntou algum tempo depois.

Sorri indignado. Era simplesmente absurda está pergunta. Será que ela não ouviu tudo o que eu acabei de lhe dizer?

– Tem certeza que não é uma obsessão pelo o que você perdeu? Pelo o que vocês tinham? – insistiu a loira.

– Você está me chamando de louco? – repliquei com a minha voz subindo uma oitava. – Eu sei que durante 12 anos eu agi como um imbecil, saía com tudo que é criatura que tinha um belo par de seios, e um traseiro arrebitado, fui o pior tipo de cafajeste que poderia ser. Acredite, eu sei de tudo isso, e por causa disso posso não merecer a sua confiança, mas nenhuma dessas mulheres com quem estive chegam aos pés de Bella, e olha que eu tentei encontrar outra, ou até mesmo alguma que a superasse. Mas... – sorri enviesado com a imagem de deusa do sexo, da inocência, do amor, do meu amor, que havia construído para que ela fosse. Só Bella. – nenhuma conseguirá alcançar o patamar que ela está. Bella é única. – declamei com fervor, analisando o rosto de Rosalie.

“Então Rose, acredite, a última coisa que sou é um maníaco obsessivo que não consegue se conformar com o que perdeu. Eu simplesmente a amo! Com a mesma intensidade, fervor, paixão que sempre amei. Bella sempre será a única. Sempre será o “amor da minha vida”. – declamei em um discurso apaixonado.

Rosalie arqueou suas sobrancelhas perfeitas, fazendo com que elas tocassem os seus cabelos dourados. Seus olhos azuis e frios estudavam o meu rosto com curiosidade. Eu sentia que os olhos de Alice e Jasper estavam da mesma maneira, mas não ousei encará-los, pois algo me dizia que era Rose que decidiria qualquer coisa. Pelo meu bem ou pelo meu mal.

– Por que você não a procurou durante todos esses anos, se, como você disse, sempre foi perdidamente apaixonado por ela? – inquiriu impassível. Rosalie definitivamente fazia o papel de policial má, de advogada do diabo, procurando uma brecha, um vacilo nas minhas declarações.

– Porque eu sempre acreditei que ela não queria me ver. Eu respeitei a vontade dela, por mais que me doesse não vê-la, ouvi-la, senti-la em meus braços. – explanei com fervor. – Mas não era a vontade dela, certo? Ela não se lembra de mim, do meu sentimento por ela, do que vivemos juntos... – senti minha traqueia se apertar mais uma vez. – De tudo o que aconteceu no nosso senior year.

– Quem garante que ela queira te ver agora? – replicou desafiante Rosalie. – Como você pode ter certeza que ela quer te ver, que nunca fora o desejo dela te afastar completamente? Te apagar como um erro? – a loira estava impassível, ela não daria espaço para que eu argumentasse.

A minha derrota neste ponto era inevitável.

– Fala logo que você não me quer perto dela. Por mais difícil que seja, eu aceito. – minha voz estava exalando desgosto. – Eu vou ter que esperar que o destino seja meu amigo e me coloque em seu caminho, ou que um dia vocês se cansem desse joguinho de ‘o que é melhor para a Bella’ e me deixem chegar perto dela outra vez. – suspirei esgotado. Relembrar todos os eventos daquele maldito fim de semana era exaustivo.

– Não é isso que eu quero dizer. – replicou defensivamente. – Eu só estou tentando entender... – suspirou balançando seus cabelos dourados.

– É simples, Rose. Eu amo a Bella, sempre amei. A inveja dos outros acabou com o nosso relacionamento, porque ambos erámos vulneráveis demais, fracos demais. Deixamos que inseguranças que nem sabia que tínhamos ficassem entre nós. O abismo era tamanho que nos levou por todos estes anos separados. Ao mesmo tempo em que somos vítimas, somos culpados. É terrível assumir isto, mas é a verdade. – falei cansado, parecia que já tinha explicado mil vezes isso.

– Vocês não viviam o conto de fadas que você prega, Edward. Você sabe muito bem disso. Poderia ser brigas tolas e passageiras, mas elas eram praticamente diárias. Será que isso realmente não era a prova de que vocês não deveriam ficar juntos? – ponderou com uma sensatez incomoda, relembrando de uma época do nosso relacionamento que eu queria esquecer e nunca mais lembrar.

– Que casal que não briga, Rosalie? Vai me dizer que você e Emmett vivem perfeitamente, sem nenhuma briga, diferença, qualquer coisa? Um conto de fadas da Disney? – desdenhei irritadiço. Foda-se que estava agindo rudemente, eu já estava cansado de todos me acusando por ser indiferente a Bella. – Relacionamento é isso, não é? Aceitar as diferenças, aprender com as diversidades, e conversar sobre o que aflige? Nós erámos adolescentes bobos, não sabíamos, não tínhamos a maturidade suficiente naquela época. Infelizmente. – pontuei tristemente.

As sobrancelhas perfeitas e bem delineadas arquearam-se outra vez enquanto os olhos perspicazes e astutos de Rosalie me estudavam com atenção. Eu podia ver as engrenagens se movendo maquinalmente atrás de sua cabeleira loira.

– Você quer vê-la mesmo? – perguntou com a voz miúda.

– Mais do que tudo na minha vida. – disse com um riso meio nervoso, meio indignado pela pergunta. – Pergunte para Alice o quanto eu insisto por isso durante os 2 últimos anos, incansavelmente.

– Eu sei Edward, Alice me falou. – comentou com simpatia.

Um silêncio pesado caiu sobre nós, e ficou rondando nossas cabeças por longos minutos.

– Edward, presta atenção porque só direi uma única vez. – falou com a voz dura.

– Diga Rose, eu sou todo ouvidos. – concordei com um aceno de cabeça e suspirando pesado em derrota.

– Bella acha que você é um idiota, imbecil, mulherengo. Tecnicamente ela nunca ouviu todos os seus galanteios e todas aquelas coisas cheias de romance que você disse a ela durante todo o tempo que ficaram juntos. Para Bella você sempre foi aquele garoto popular, indiferente a todos, indiferente a ela. – declarou Rosalie sem emoção.

– Você tem certeza? – perguntei lentamente.

– Absoluta. – concordou veemente.

– Ok. – concordei reticente.

Os olhos de Rosalie perfuraram o meu rosto, como se ela estivesse ponderando suas próximas palavras.

– Digamos que eu concorde com você ir conosco hoje à noite. – disse lentamente. Um sorriso vitorioso brotou em meus lábios, fazendo Rosalie rolar os olhos, irritada. – Se você for conosco Edward, terá que prometer, melhor, jurar que concorda em agir da maneira que Bella acha que você é.

Arqueei minhas sobrancelhas, avaliando as palavras da loira à minha frente.

– Um idiota imbecil mulherengo? – comentei, repetindo as suas próprias palavras. Um sorriso arrogante brotou em seus lábios.

– Sim, um bastardo completo. – seus olhos faiscaram animados com essa sentença.

Levantei meus olhos do computador e encarei minha irmã, que havia retornado ao seu posto ao lado de seu noivo, e que tinham expressões de apreensão e expectativa em seus rostos.

Se você for, terá que agir desse jeito. Sem comentários sobre o nosso senior year, sobre “coisas” que vocês fizeram juntos. Tudo o que aconteceu em 97 e 98 está proibido de ser citado, mencionado, sequer pensado. Será que você pode fazer isto, Edward? – quis saber Rosalie.

Ponderei as palavras da loira, avaliando o cenário em que elas estavam embutidas. Sempre havia me punido, lastimado pelo que aconteceu no nosso baile de formatura, em mais de uma ocasião eu desejei voltar ao tempo e mudar completamente a ordem dos fatos e tudo mais, mesmo sabendo que isto era impossível.

Entretanto, no mesmo contrapeso que eu desejava alterar tudo o que ocorreu, eu tinha pleno conhecimento que se tivéssemos continuado juntos após o High School, nosso relacionamento provavelmente se desgastaria. Teríamos inúmeras brigas, e tantas outras coisas, já que meus treinos de football naquela época combinados com a carga horária do meu curso, não me deixava ter uma vida social como desejava – não digo que eu não tive, mas era bem menos intensa do que a maioria dos meus colegas de classe ou meus companheiros de time, que sempre se vangloriavam de suas noitadas e conquistas diversas. Se Bella e eu tivéssemos continuando com o nosso relacionamento, eu nunca poderia ter dado a ela a atenção que merecia, que eu deveria dar a ela.

Porém, havia todos os momentos que passamos juntos, todas as situações que passamos juntos. Quantos “primeiros” fomos um do outro. Toda a mágica, toda a emoção, paixão, amor que compartilhamos era inestimável, e nada, nada poderia superar a felicidade, a ligação, a conexão que tínhamos. E mesmo depois de todo esse tempo, a chama do que vivemos continuava acesa, mesmo quando era uma brasa quase morta, mas ainda era viva em nossos peitos; e por mais que Bella tenha se esquecido do que partilhamos, tudo ainda estava em algum lugar enterrado em sua memória, só precisando de um empurrãozinho para que ela se lembrasse de tudo, dos meus sentimentos por ela, que mesmo depois de todo esse tempo manteve-se imutável, vivo...

Era tão fácil despertar a chama que ainda estava acesa em nosso peito. Era só inclinar um pouquinho, e sussurrar uma pequena frase apaixonada em seu ouvido, correr a ponta do meu nariz pelo ponto sensível atrás de sua orelha, e vê-la se arrepiar com o contato, enquanto as suas bochechas se tingiam daquele rosa, tom forte de pêssego. Lindo, perfeito. Apaixonante.

Sorri com a lembrança, emendando em seguida um novo cenário.

O prazer de conquistar Bella novamente, de flertar com ela, tentar impressioná-la com palavras delicadas, levá-la a lugares fantásticos, procurando sempre surpreendê-la. Poder presenteá-la com flores quando eu bem entendesse, sem temer que o Chefe Swan me caçasse com uma espingarda. Poder levá-la a outra cidade, a praia, uma pousada, um concerto, sem pedir permissão ao seu pai, com a promessa de não encostar um dedo nela que não fosse de maneira inocente. Poder passar a noite com ela conversando, assistindo algum filme, ouvindo música, ou simplesmente tomar um vinho aproveitando a sua companhia, o fato de tê-la em meus braços.

Definitivamente poder ter o prazer de fazer tudo isso pela primeira vez com ela novamente era magnânimo. Uma sensação de satisfação de passar por tudo isso com ela mais uma vez, era uma perspectiva deliciosa. Eu queria isso. Eu queria conquistar Bella outra vez, e continuar conquistando-a todos os outros dias que estivéssemos juntos.

Um anseio estrangeiro me dominou.

Uma vontade, uma esperança única de fazer aquilo era mais forte do que qualquer outra das minhas vontades. Eu poderia aproveitar, deliciar-me das sensações do seu corpo mais tarde, teríamos tempo para isso, toda a atenção que ela merece eu poderia dar. Tudo o que ela merece, eu poderia dar neste momento, sem a interferência, inveja de ninguém. Só nós, como sempre deveria ter sido desde o início.

Rosalie, sem sequer saber ou imaginar estava me dando um presente inestimável, muito mais valioso que o que dei a ela em seu casamento. E tudo o que eu precisava fazer era bancar um idiota por algumas horas, flertar com ela de uma maneira mais cafajeste.

Oh sim, valia a pena agir completamente o contrário à minha natureza para com ela, se isso significasse que eu pudesse ter tudo isso outra vez, além do prazer inestimável de conquistá-la mais uma vez. Eu faria.

Eu faria qualquer coisa por Bella, para vê-la outra vez, para deixar que ela retornasse a minha vida.

Um sorriso torto dominou meus lábios. Senti meus olhos brilhando animados. A adrenalina, que era um misto de vê-la novamente com o poder de conquistá-la mais uma vez, começou a correr com ferocidade em meu sangue.

– Tudo bem, eu aceito. – declamei animado a Rosalie, que se surpreendeu com as minhas palavras, assim como Alice e Jasper.

– Você entendeu que não poderá falar nada para ela sobre a época que vocês namoravam, certo? – perguntou a loira lentamente, como se eu fosse uma criança da qual estava aprendendo as primeiras regras de uma nova escola, ou então, sendo repreendida pela diretora.

– Entendi perfeitamente Rose, e eu aceito. – afirmei outra vez.

– Oh! – exclamou surpresa com a minha afirmativa. – Certo. Então você chega ao St. Patrick’s com Alice e Jasper, ok?! – perguntou, tentando recuperar sua compostura. Confirmei com um aceno de cabeça, sorrindo largamente.

“E Edward? Qualquer menção de qualquer coisa que vocês passaram juntos, considere-se um homem morto, entendido?!” – ameaçou com um olhar ferino.

– Ok Rosalie. Prometo me comportar. – disse com um sorriso animado. Ela rolou os olhos, em seguida despedindo de nós com a promessa de nos encontrar em breve no pub em que iriamos comemorar o aniversário da Bella. Fechei a tela do computado de Alice, e encarei a ela e Jasper. Notei os dois me encarando com apreensão.

Alice foi quem quebrou o silêncio.

– Você tem certeza que pode fazer isso? – perguntou com descaso.

– É verdade Edward, você tem certeza que conseguirá se conter diante da Bella, e não dizer nada? Nenhuma menção do que aconteceu entre vocês? – ponderou Jasper inquisitivamente.

Suspirei cansado. Eles tinham tão pouca confiança em mim.

– Eu sei que é irreal para vocês que eu esteja aceitando essa proposta da Rosalie, mas para quem não vê a Bella há mais de 12 anos, que sonha com ela todos os dias, que diariamente imagina mil e uma opções, soluções para consertar o que aconteceu em nosso baile, para fazer tudo corretamente agora. – sorri enviesado para os dois. – Rose, em meio a todas as suas limitações, me presenteou com a oportunidade de poder conquistá-la, fazer tudo corretamente com Bella desta vez, sem a neura do que aconteceu anteriormente, sem julgamentos prévios, expectativas tolas. Bom... isso é mais do que eu esperava conseguir hoje no momento em que acordei. – falei com sinceridade.

Alice e Jasper sorriram comovidos e orgulhosos com a minha sentença.

– Ok, você me convenceu – sorriu animada Alice. –, e por mais que você vá como um “penetra” na festa da Bella, acho melhor você usar uma roupa melhor, tomar um banho, sabe, ficar bem apresentável. – falou dando de ombros.

– Com certeza Allie. Que horas eu encontro vocês, no... qual é mesmo o nome do local e aonde fica?! Não estava prestando muita atenção antes. – perguntei, sorrindo enviesando enquanto me levantava do sofá e me alongava animado com a expectativa de encontrar Bella.

– Na verdade, acho que você deveria ir com a gente, como se não tivéssemos outra opção senão levá-lo conosco. – pontuou Jasper. – Vamos lá, você está sem carro, e eu vou com você na sua casa, enquanto Alice se arruma, e depois eu me arrumo, pode ser? – questionou, mais para sua noiva do que para mim.

– Ok, mas vocês têm que ir agora! – exclamou com determinação. – E de preferência não demorarem muito. Daqui a pouco temos que ir.

– Serei rápido Alice. – afirmei. – Antes de você terminar de se maquiar, nós já estaremos aqui. – sorri para a minha irmã, que replicou o gesto para mim.

Jasper sorriu animado de mim para Alice. Segundo o que havia me dito, tanto ele como Emmett ansiavam o reencontro meu e de Bella. Nas palavras do próprio Jasper: “era como se ela não estivesse completa”.

Dei um beijo de despedida na testa da minha irmã, com um silencioso obrigado, enquanto Jasper deu um suave beijo em seus lábios, seguindo para a saída do apartamento rumo a minha casa.

Não conversamos muito, não era necessário. Jazz, como um bom observador, quase um leitor do estado de emocional de qualquer pessoa a sua volta, pressentia a minha ansiedade e animação com o iminente encontro com Bella. Ele sabia que pela minha mente passava mil e uma maneiras de como eu poderia flertar com ela, de como deveria conquistá-la; entretanto, em nenhum momento ele me pressionou para saber de que maneira eu iria fazer isso, permitindo assim que elaborasse o meu plano, sem a intervenção de ninguém.

Mais rápido do que eu imaginava ser possível, Jasper estava estacionando sua Mercedes negra em frente ao edifício que eu morava em Chelsea. Com uma conversa leve, longe de qualquer expectativa ou qualquer outro sentimento de ansiedade, ou pensamentos sobre Bella, segui diretamente para o banheiro, para me banhar, enquanto Jazz pegava um refrigerante na geladeira e se acomodava no sofá, assistindo a um programa aleatório.

Evidentemente que, mesmo debaixo da água morna do chuveiro, a expectativa, a ansiedade que me dominava a cada segundo, não se esvaia. Na realidade, uma rígida ereção era o que eu estava conseguindo, enquanto fantasiava com uma Bella adulta, da qual eu não fazia ideia de como estava, misturando com lembranças de tantos momentos íntimos que partilhamos, inúmeros banhos que tomamos juntos, mesmo que fossem cheios de inocência.

Tentei desviar a minha linha de pensamentos, tentando me focar inteiramente nas novas estratégias de jogadas que eu, juntamente com o treinador do Giants, havíamos elaborado. Mas, escusa-se a dizer que nem mesmo o meu esforço em focar somente no football estava adiantando alguma coisa, pois sempre um pensamento se perdia, e me levava novamente a fantasiar com Bella.

Me odiando por parecer um adolescente hormonal, constantemente excitado, envolvi a minha mão úmida em torno do meu pau, começando a manuseá-lo em seu eixo, focando meus pensamentos em Bella – algo que sempre acontecia quando me masturbava. Entretanto, desta vez, minha fantasia com ela era nós dois sendo dois desconhecidos, que se conhecem em um bar, e entre flertes e conversas cheias de segundas intenções, iríamos para o meu apartamento, onde deixávamos que nossos desejos, anseios, paixão e luxúria nos consumisse, e que assim seguíssemos pelo vale do prazer único e envolvente que só nós poderíamos ir com a companhia um do outro.

Com a vaga lembrança de Bella gritando o meu nome quando chegou ao seu orgasmo, eu gozei, sentindo meu líquido quente e viscoso escorrendo por minha mão e deslizando pela parede de azulejos marfim do meu banheiro.

Estava longe de me sentir satisfeito com a minha autolibertação, mas por hora, me masturbar era o que eu podia. Finalizei o meu banho e voltei para o meu quarto, sabendo que não poderia exagerar demasiadamente na roupa que vestiria. Claro que por Alice eu usaria praticamente um terno e gravata. Se eu soubesse que isso iria surpreender Bella, eu usaria, mas levando em conta o que eu sabia dela, e também que simplesmente não era eu, tornei a vestir a calça jeans que estava, e também calçando meus Adidas verdes – minha edição especial –, completando com uma camiseta do Queen sobre uma camisa jeans – da qual eu deixei aberta e com as margas dobradas.

Diante da minha vestimenta e do estado caótico do meu cabelo acobreado, e sabendo que iríamos a algum lugar lotado, tornei a colocar o boné dos Giants, terminando de me arrumar e indo ao encontro de Jasper na sala da minha casa.

Assim que entrei na mesma, o noivo da minha irmã, e grande amigo – mesmo quando estava defendendo os EUA nas guerras do Afeganistão e Iraque – levantou os olhos, me estudando de cima a baixo. Qualquer homem poderia ficar incomodado com o olhar analisador de Jasper, mas eu sabia que o seu olhar naquele momento era uma pré-avaliação do que Alice faria comigo quando chegássemos a sua casa.

– Esta é a sua maneira de não lembrar nada do High School? – questionou ligeiramente divertido. – E, sério, como você ainda tem estes Adidas? Achei que não era mais sequer fabricado. – ponderou com curiosidade.

Rolei meus olhos.

– Sou garoto propaganda da Adidas, Jasper. Eles produzem qualquer coisa que eu queira, desde que eu desfile com algum artigo da marca. Está no meu contrato. – expliquei com arrogância, mas estragando o efeito quando gargalhei ao final.

– O quê? Edição especial Edward Cullen? – replicou divertido. Confirmei com um aceno de cabeça. – Wow! – exclamou com um sorriso torto. – E quanto a se vestir como se estivesse indo a um concerto de rock, ou ao cinema? – devolveu curioso.

– Qual é, Jazz? – perguntei retoricamente. – Vocês disseram que estamos indo a um pub, e eu estou indo meio de ‘penetra’, como uma visita indesejada para você e Alice. Usar um terno e gravata, ou qualquer roupa que não seja meu estilo chamará a atenção de Bella. – pontuei com sensatez. – Sem contar que esse sou eu, sempre me vesti assim, desde quando era adolescente. Não me sinto confortável usando qualquer outro tipo de roupa. – dei de ombros. - Esse sou eu. – sorri com simpatia.

– Não estou te julgando, Edward. – defendeu-se Jasper. – Só que Alice e Rosalie não ficarão nem um pouco felizes em te ver assim. Mas concordo que é a melhor forma. Então? Vamos? – ofereceu. Acenei com a cabeça, recolhendo minha carteira, celular e chaves para deixar meu apartamento, rumo a Upper East Side, onde Alice vivia.

Como Jasper havia dito, Alice não ficou nem um pouco feliz em me ver vestido daquela maneira, mas por fim aceitou meus argumentos, dizendo que eu realmente tinha razão. Como bem previ, Alice demorou a se arrumar, fazendo com que eu e Jasper – que depois que chegamos da minha casa tomou banho e se arrumou – ficássemos esperando-a por 30 minutos a mais do que deveríamos. Dizer que estava ansioso era um eufemismo do caralho. Eu estava praticamente surtando, por mais gay que isso possa parecer.

O interior da Mercedes preta de Jasper durante o percurso até o pub irlandês que iríamos celebrar o aniversário da Bella era sufocante. Eu me sentia enclausurado, suando em bicas.

– Sossega Edward! – exclamou Alice com impaciência. – Você está parecendo um louco. – advertiu com um olhar que era meio divertido, meio apreensivo.

– Estou tentando. – murmurei entre os dentes, retirando o boné que usava mais uma vez, e correndo meus dedos por meu cabelo que estava caótico a esta altura.

Finalmente Jasper entrou no estacionamento em que deixaria o carro. Mesmo não fazendo ideia que carro Emmett tinha atualmente, a enorme Hummer gelo me fez acreditar que aquele era o seu automóvel, o que significava que Bella já estava no pub.

Imediatamente meu coração acelerou. Eu estava a poucos minutos de ver Bella, depois de 12 anos.

Como será que ela está?! Linda?! Com certeza sim. Sexy?! Eu podia apostar para perder, possivelmente sexy como o inferno. Madura?! Decidida?! Seduzível?! Eram tantas perguntas que rondavam a minha mente que tive que me curvar apoiando minha cabeça quase entre meus joelhos para acalmar meu estado de espírito.

Respira.

Inspira.

Expira.

Inspira.

Expira. Repete outra vez.

Acredito que fiquei uns 5 minutos tentando me acalmar, elevando meu rosto para encontrar o ansioso e temeroso de Alice.

– Tem certeza que você consegue fazer isso? – inquiriu com as sobrancelhas arqueadas.

– Agir como um idiota? – repliquei, ela acenou com a cabeça. – Com certeza, Allie. – respondi com sinceridade. Minha irmã encarou seu noivo, como se tivesse procurando uma afirmativa para a minha decisão diante do aceno mínimo de Jasper. Ela sorriu compassiva para mim, caminhando decidida para o bar. Contei até 10 lentamente para enfim segui-los.

Naturalmente, quando se é um jogador de football de um time como o NY Giants, passar despercebido por um pub cheio de nova-iorquinos apaixonados por esporte é meio impossível. Não é que eu não goste de ser reconhecido, parabenizado por dar tudo de mim durante um jogo. Mas, essa noite em especial, não queria que me parabenizassem pelo fato de declararem que eu sou o melhor quarterback da NFL. Essa noite eu não era o Edward Cullen, famoso jogador, que estampa anúncios publicitários em todas as mídias. Essa noite eu era Edward Cullen, um homem decidido a se reencontrar, se reconectar com o grande amor da sua vida. Da sua existência.

Por isso, conforme eu avançava entre a multidão no pub, seguindo Alice e Jasper, eu não prestava a atenção nas palavras que me diziam, somente murmurando “obrigados” e “eu faço o meu melhor” de uma maneira tão mecânica, que algumas pessoas poderiam achar que haviam criado um clone perfeito, ou então um robô, que nada fugia do original que foi inspirado. Entretanto, o zumbido que assolava por meus ouvidos, a energia que corria pelo ar, apaziguando o meu espírito perturbado, e, o meu coração pulsando ferozmente em meu peito, eram a prova de que eu estava ali, vivo, e Bella estava a apenas alguns metros de mim.

Ouvi o grito histérico de Alice, entoando um parabéns. Neste segundo, as minhas pernas protestaram o simples movimento de andar. Eu estava paralisado. Cerrei meus olhos, tentando controlar minha respiração e vestir a máscara de indiferença que me propus. Trinta segundos, contei antes de retornar a andar em direção a mesa em que meus amigos, e o amor da minha vida estavam.

Com uma força que nem sabia que tinha, evitei encará-la, optando por deixar o melhor para o final. Emmett, que de vez em quando encontrava no nosso dia a dia, me saudou com animação. Ele sempre foi um bom amigo, um dos melhores que tive e ainda tenho, por mais que não sejamos tão próximos quanto antes, o que de certa forma é irônico, já que quando Bella e eu começamos a namorar ele fora totalmente contrário.

Entrando na brincadeira de Emmett, que falou alguma coisa sobre a minha presença, e sendo o canalha que me propus exclamei:

– Emmett Swan! Como você tem andado? Alice me disse que você virou empresário de artigos esportivos, precisando de um garoto propaganda? – questionei, recebendo um olhar confuso de Emmett. Pelo que parecia, Rosalie não havia lhe dito o que combinamos. Com certeza foi uma boa idéia, pois, assim como a sua irmã, Emmett era um péssimo mentiroso. Ou talvez fosse a minha sentença ridícula?! É claro que eu sabia que ele havia tornado-se proprietário de uma loja de artigos esportivos. Eu mesmo estive nela várias vezes, conversando rapidamente com ele.

Chutei-me mentalmente por estar tão incorporado no meu fingimento que estava agindo como um retardado por coisas que sabia que não alteraria em nada a memória da Bella, e assim pudesse se recordar do nosso senior year.

Eu e Emmett continuamos a nossa conversa tola, antes de finalmente virar-me para Rosalie e brincar com ela sobre algo da nossa adolescência, e de como ela, apesar de ser sempre decidida, quando se tratava de Emmett se derretia toda. Acidamente ela me respondeu algo, mas continuando com a sua atuação, principalmente sobre Bella, que deveria achar que esse era o meu verdadeiro eu.

Depois de abraçar a loira em cumprimento, senti meu coração batendo ruidosamente. Era hora de encará-la. Hora de agir como um completo babaca idiota como me propus a Rose, Alice e Jasper, mas será que consigo?! Bom, eu teria que conseguir.

Engoli em seco.

Voltei o meu olhar lentamente para ela. E Deus... Ela estava mais linda do que eu sequer poderia imaginar. A vida adulta realmente lhe caiu bem. Nova Iorque era definitivamente o seu habitat.

– Porém você eu não a reconheço. – comecei fechando meus olhos em fenda. – Alice disse que era aniversário de uma amiga, Isabella Swan, mas que eu me lembre Isabella Swan era uma nerd estranha que andava com ela no colégio, mas você... você não se parece nem um pouquinho com aquela garota. – gracejei, fazendo referência ao tempo do colégio que ela se recordava segundo Rose e Alice. E aproveitando para ser o cafajeste que eu deveria ser, como me propus a ser, analisei de maneira nem um pouco discreta o seu belíssimo corpo de cima a baixo. – Você parece sexy como o inferno, decidida, linda, nada a ver com aquela menina do colégio. – completei, aproveitando a oportunidade para elogiá-la, para dizer como ela estava linda e gostosa, e porra, como ela me atraía! Eu queria mais do que nunca arrancar a blusa xadrez que ela usava, rasgar a sua calça jeans para fora de seu corpo e amá-la como eu deveria sempre ter amado, como eu ansiei por 12 anos poder venerar o seu corpo.

Senti os olhos de Alice e Rosalie queimando minha pele. Sim, eu sabia que tinha passado dos limites, mas foda-se, foram 12 anos sem vê-la, amando-a incondicionalmente, desejando encontrá-la, abraçá-la, elogiá-la e nunca podendo. Porém, antes que uma das duas pudesse dizer algo contra o meu comportamento, Emmett interveio divertido:

– Ei! Não fale assim da minha irmã. – brincou.

Agindo o máximo que podia como um asno, virei-me assombrado para Emmett e depois para ela, e continuando a minha atuação o máximo que podia, inquiri mais uma vez, direcionando especialmente para ela:

Isabella? Isabella Swan? – lentamente ela confirmou com a cabeça, sorrindo timidamente, fazendo com aquele rubor encantador que eu tanto amava espalhasse por sua face de porcelana.

Não conseguindo me conter, lancei um novo olhar a ela de cima a baixo... e porra... como Bella estava linda. Deus. Era até mesmo um crime não venerar a sua beleza. Lembrando que deveria ser um babaca e não ficar babando pela forma deslumbrante que ela olhava, completei:

– E o patinho feio, realmente virou um cisne. – murmurei sobre a minha respiração, sorrindo torto e a deixando completamente vermelha e sem graça. Perfeita.

Porra! Como eu amo essa mulher. Eu preciso tê-la novamente em minha vida.

Eu deveria estar admirando-a como um tarado, pois Jasper coçou a sua garganta, Emmett segurou uma gargalhada, Rosalie rolou seus olhos, trocando um olhar com Alice, que parecia conter uma risada prestes a explodir por suas bocas.

– Parabéns Bella. – disse com um sorriso enviesado.

Notei-a levando seu lábio inferior entre seus dentes em um gesto nervoso que tenho certeza que nem mesmo ela sabia que fazia, intensificando o tom rubro em suas bochechas. Linda, deslumbrante, sexy. Ela é tudo e mais um pouco que uma mulher deve ser.

Pelo seu olhar meio desfocado e sua boca ligeiramente aberta– mesmo que ela estivesse mordendo o seu lábio inferior –, eu poderia afirmar com absoluta certeza que Bella estava deslumbrada, e mesmo que eu fosse um babaca por afirmar isso, eu adorava saber que ainda podia deslumbrá-la com tanta facilidade.

Deus... quem eu quero enganar?

Era eu quem estava deslumbrado por ela, e não o contrário.

Percebi que ela balançava a sua cabeça, evidentemente para voltar a si, enquanto apertava com mais força o seu lábio inferior com os dentes, claramente ansiosa.

– Obrigada. – murmurou timidamente. Não consegui evitar que um sorriso torto crescesse em meus lábios.

Mesmo odiando o fato que não poderia ficar flertando com ela, abusando do conhecimento que tinha sobre ela e como ela gostava de ser cortejada, sentei ao seu lado na mesa – claro que Emmett e Jasper estavam a favor de mim, ajudando-me a ficar próximo de Bella. Bom, se o irmão dela me queria com ela, isso era uma vantagem enorme, certo?!

Logo entramos em uma conversa leve, lembrando de momentos incríveis que partilhamos no High School. Claro que muitas lembranças tinham a presença da Bella, mas como ela não se lembrava do senior year e ninguém era corajoso o suficiente para lhe dizer, ela ouvia tudo como se fosse uma espectadora.

Merda! O quão fodido é toda essa história?

Continuamos a noite rindo, conversando, lembrando os velhos tempos, sempre bebendo. Bella, vez ou outra, tecia algum comentário, mas nunca nada participativo. Ela se isolava da nossa conversa, percorrendo o seu olhar da nossa mesa para o bar, como se tivesse procurando alguém.

Será que ela estava?

Eu não conseguia me conter, deixando que muitas vezes meus olhos viajassem pela sua forma bela e feminina. Apesar de sua blusa não ter um decote que demonstrasse muito a sua pele, eu podia visualizar com clareza a curvatura de seus seios pelo tecido justo. Eu podia apostar que o tamanho deles ainda cabiam perfeitamente em minhas mãos, que a minha boca ainda conseguia abocanhá-lo com perfeição.

“Porra, Edward. Para de ficar pensando na anatomia da Bella e o que você anseia em fazer com ela.” – demandou a minha consciência, percebendo que mais uma vez estava começando a ter um sério problema em minhas calças.

Depois de satisfeitos com as lembranças do High School, começamos uma conversa sobre os tempos de faculdade. Ao contrário do tema anterior, neste Bella participava ativamente da conversa, lembrando com Rose e Alice momentos que elas viveram em Nova Iorque. Jasper e Emmett também participaram de muitas lembranças.

Senti o gosto amargo da inveja de que eu nunca pude compartilhar com eles esta época me consumindo como um veneno. Se era possível, eu conseguia odiar mais do que antes Tanya e Jacob por terem minado a minha felicidade.

Estava tão focado em maneiras de vingar o que aqueles dois filhos da puta fizeram comigo e com Bella no nosso baile de formatura, que mal notei quando uma garçonete trazia o bolo que Alice havia comprado, entoando um parabéns, que foi acompanhado por todo o bar.

Eu me sentia tão feliz por estar compartilhando com ela um aniversário, o primeiro desde... sempre.

– Faça um pedido Bella. – instruiu a minha irmã.

Não pude conter meus pensamentos, e mesmo que não fosse meu aniversário, mentalizei o que mais desejava:

“Que Bella se lembre de tudo o que passamos. Que ela afaste o trauma que sofreu por causa de Tanya e Jacob e se lembre de como éramos um casal perfeito e apaixonado.”

E tão delicadamente como só ela podia, Bella assoprou as velas.

Uma nova rodada de bebidas acompanhou o bolo, e depois nossas conversas aleatórias, enquanto nos empanturrávamos de açúcar. Bella ria descontraída, ela em nada parecia a garota que me recordava, e mesmo que eu não estivesse fazendo absolutamente nada para não abusar da minha sorte, ela vire e mexe tocava o meu braço, minhas mãos, colocava suas mãos em meus joelhos, ou então apenas roçava seus belos seios em meu corpo.

Ela estava me levando à loucura. Estava prestes a lhe sussurrar uma cantada cafajeste e que eu sabia que a faria corar três tons de vermelho, quando esta se levantou em um rompante de sua cadeira, batendo o seu cotovelo em meu maxilar.

Rosalie riu debochada enquanto eu massageava o local de seu golpe.

Riley? – exclamou a voz de Bella. – Eu não acredito! – disse, abraçando com demasiada intimidade o cara loiro de cabelos despenteados e roupas amarrotadas. – Achei que você estivesse em LA trabalhando no LA Sports. – comentou, enlaçando os seus dedos com os deles.

Engoli com dificuldade o sentimento de inveja, de ciúmes que subia em minha garganta. Quem era esse babaca?! Ele trabalhava com esportes?! Bom, eu teria que descobrir quem ele era. Quem eu conhecia da mídia em LA?!

O riso musical e diabólico de Rosalie despertou-me do meu devaneio.

– Quem é? – perguntei diretamente para a minha irmã.

– Um amigo de faculdade da Bella, estudou junto com ela. – respondeu Rosalie com um sorriso sádico. – Eles foram muito mais que amigos por muito tempo. Literalmente amigos de foda. – completou com malícia.

– Porra Rose, ela é minha irmã. – gemeu Emmett, bebendo um longo gole de sua bebida, tentando apagar a imagem de Bella com o cara loiro e raquítico.

– Como se você não soubesse que sua irmã não é virgem há anos e o culpado... bem, o culpado por tirar a virtude da Bella está entre nós. – disse cheia de sagacidade, fazendo com que seus olhos azuis brilhassem em minha direção.

Claro que ela estava me provocando. Rosalie estava esperando que eu sucumbisse.

– Sim, Rose, assumo que fui eu que tirei a virgindade da Bella, assim como ela tirou a minha. Foi totalmente consensual, não a forcei em nada. Eu a amava na ocasião. Será que isso é um crime? – perguntei retoricamente. Antes que a loira ou qualquer outra pessoa pudesse responder a minha questão, Bella retornou a mesa com um enorme sorriso.

– Deus! Riley é impagável. Você lembra Rose, quando ele dormia em nosso dormitório depois das festas? – Rosalie confirmou com a cabeça, deixando que um sorriso vitorioso brilhasse em seu rosto. – Estávamos nos lembrando disso agora pouco, depois que ele me chamou para ir a um clube mais tarde. – deu de ombros, bebendo um longo gole de sua bebida.

– E você vai? – incentivou a loira, recebendo olhares indignados de todos que felizmente Bella não notou.

– Talvez. Riley é sempre uma boa companhia. – ronronou Bella, dando uma piscadela em direção a Rose.

Boa companhia. Sei.

Eu poderia fazer tudo o que esse babaca faz muito melhor, conhecendo Bella muito melhor que ele.

Quantas vezes será que ele esteve na Terra Prometida?

“Agrrr. Porra Edward, para com isso!” Demandei para mim mesmo, mas não conseguindo evitar que o ciúme de alguém que esteve muito mais tempo ao lado dela, que ela se lembrava perfeitamente e tinha uma vantagem sobre mim.

Eu odiava que qualquer pessoa tivesse qualquer vantagem sobre mim.

Merda! Ela não é a porra de um jogo! Mas o que eu posso fazer para conquistá-la, provar que eu sou melhor do que qualquer jornalistazinho do LA Sports, e que eu a amava incondicionalmente?

Eu tinha pouco tempo para ter uma ideia. Mas qual? Será que eu conseguiria provar a Bella que eu mereço a sua atenção?!

Eu sinceramente esperava que sim. Esperei por isso durante 12 anos, e 12 anos é uma eternidade. Não seria um qualquer que acabaria com a minha ânsia de conquistá-la.

Oh não! Não seria. De maneira alguma.


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Notas finais do capítulo

N/A: Hey meus amores! Será que tem alguém aí ansiando a continuação dos devaneios dessa mente perturbada do Edward?! Com certeza sim, certo?! Prometo que EVERLONG terá mais 2 capítulos explicando tudo o que vai acontecer em TEENAGE DREAM nos próximos que virão.
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Mas agora, falando sério, será que este outtake fez qualquer sentido em relação à história que todo mundo está acompanhando há mais de 1 ano?! Eu espero sinceramente que sim! Foi difícil concluir este outtake, primeiramente porque eu já o tinha escrito a mão, e várias ideias que tive quando escrevi a mão, não as tive quando escrevia os capítulos 28 a 35 em TEENAGE DREAM, então quando fui passar a limpo isso aqui, tive corrigir, criar muitas coisas. Outro problema é que a minha mente tem a mania de ver a frente, e várias passagens eu não dava atenção devida e ficavam assuntos inacabados. Nessas horas se não fosse pela Patti eu estaria respondendo perguntas do porque disso e do porque daquilo. De qualquer forma se não fosse ela me puxar à orelha (por mais que por alguns minutos eu quis ir lá à casa dela bater nela) acabei mudando muita coisa, o que gerou o atraso, sem contar, é claro, a minha vida atribulada.
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Eu odeio atrasar as coisas, mas como tive que consertar um trecho de 10 páginas de 34, tudo ficou meio atribulado. Pela Patti eu teria escrito a fic tudo de novo, mas definitivamente eu não teria paciência, ou então desculpas para dar no Tumblr, no Formspring ou no Twitter. De qualquer maneira acredito que o resultado ficou satisfatório, espero que todos vocês tenham gostado, e principalmente entendido... TUDO de TEENAGE DREAM, é óbvio que a fic não terminou, ainda tem uma água para correr nessa ponte, começando pelo mistério:
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Quem está na cama da Bella?! Edward ou Riley?! Isso aí eu conto domingo no capítulo 36 de #TD, combinado?!
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Reviews, comentários, recomendações, indicações, tudo, me mandem o que vocês acharam disso aqui e o quanto querem mais outtakes do Edward, ok?! Lembrem-se é através do feedback de vocês que eu sei se estou indo bem ou não.
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Obrigada a todo mundo que leu. Patti, obrigada pela ajuda inestimável! Acredito que te devo uma caixa de cerveja pelo tanto que exijo de você por aqui?! HUAHUAHUAHUAHUA
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Bom amores, nos vemos em breve!
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Beijos,
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Carol.
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N/B: Bem, o que eu poderia dizer desse primeiro outtake? Que provavelmente era o que eu mais ansiava ver sair literalmente do papel após meses de espera. Vocês não imaginam a minha angústia por ele!! Huahsuahsuhauhsas
Eu sempre gostei mais dos POVs Edward, e aqui não poderia ser diferente. Clareou muita coisa, né verdade? E também, porque não importa o que aconteça, sempre amarei o adolescente Edward de #TD, e ainda mais a versão adulta, e espero que não queiram mais matá-lo, sabendo agora de toda a história por trás daquele fatídico baile. Ou ainda acreditam que ele realmente fez alguma aposta ou quis realmente a Tanya?
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E já sabem a quem devem jogar pedras, certo? Afinal, quem estava beijando alguém na entrada da lanchonete da Sue no dia seguinte ao baile? Kkkkkkkkkkkkkkkk
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E aí, o que acharam dos pensamentos do Edward, ações, atitudes, e sobre todo o sentimento, amor, devoção que ele ainda dedica a Bella?
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Contar um segredo, tô adorando esse Edward tentando ser cafajeste. Maldito Riley que chegou na hora errada! Mas olha, depois de tanta bebida, tenho certeza que a cantada barata está por vir.
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E a pergunta que não poderia deixar de fazer: quem acertou que o aconteceu com ela fora uma amnésia psicológica?! Hauhsuahushauhsuahs
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Nos vemos no próximo outtake.
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Patti xx
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Quer fazer uma pobre autora feliz? oO
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Deixa uma review ou um comentário para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*
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Ficarei encantada em ler!