Stalker escrita por Kori Hime


Capítulo 2
Agora você pode me ver Shinigami.




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Ishida terminava de se arrumar para ir a escola, ele sentia algo estranho desde o dia anterior. Jurava que havia sentido um poder espiritual incomum, por isso deixou Ichigo falando sozinho. Mas não encontrou nada de errado na cidade toda. Aos poucos o poder foi diminuindo, até que Ishida não conseguia mais rastreá-lo. Foi estranho, porque ele já estava próximo da casa de Ichigo. Talvez o que ele tenha sentido vinha da família Kurosaki.
– Não. Não era. – ele refletiu, não poderia ser, primeiro porque eles não estavam em casa, haviam viajado, segundo, Ishida tinha certeza de que não era nenhuma das irmãs de Ichigo, ou até mesmo o pai dele.

Então, a única coisa que ele poderia fazer, era ir visitar o amigo para saber se estava tudo bem. No caminho encontrou com Orihime, ela se animou ao saber que Ishida ia fazer uma visita rápida a Ichigo, e foi junto para lhe levar pães que tinha feito na noite passada.
– Ishida-kun, ontem a noite eu estava esperando os pães ficarem prontos, e senti algo estranho...
Ishida piscou os olhos devagar, e ajeitou os óculos sobre o nariz, então não foi somente ele quem sentiu algo estranho a noite? Isso era bom. Não ia se sentir um intrometido na casa de Ichigo, iria dizer que estavam preocupados.
Mais a frente, eles encontraram Sado, e sem nenhuma surpresa, o moreno também sentia algo estranho no ar e ia fazer uma visitinha para Ichigo. Mas nada que alarmasse o rapaz. Só que a ideia não deu certo. Porque assim que Ichigo abriu a porta para os amigos, eles três fizeram uma careta sinistra e se entreolharam.
– O que foi? – O ruivo perguntou, reclamando quando Ishida e Sado entraram pela porta da sala subindo os degraus da escada, e enquanto Orihime pedia para que Ichigo não fosse atrás deles. – O que esta acontecendo aqui?
Ele não deu ouvidos a amiga, e subiu as escadas. Lá, viu Ishida e Sado em posição de ataque, na direção de sua cama. Como se estivessem prontos para matar o que é que estivesse ali ameaçando a vida deles.
– Ah! Que coisa chata, intrometidos. – Grimmjow disse, bocejando. Ele piscou os olhos e sentou-se na cama. Seu corpo estava moído, mas não sabia exatamente porque, o tempo parecia passar e ele não acompanhava o ritmo. Ou algo assim, não conseguia pensar direito sobre o assunto.
– Não vamos deixar você ir embora com tanta facilidade. – Ishida disse, com seu arco iluminando o quarto, escurecido pela cortina fechada. Ichigo estranhou, porque ao contrário disso, tinha aberto as cortinas quando se levantou pela manha.
E o que eles estavam falando mesmo?
– Com quem vocês estão falando? – Perguntou confuso, enquanto todos pareciam ignorá-lo. Ele, irritado, se colocou na frente de Ishida, quase no mesmo momento em que o Quincy iria disparar a primeira rajada.
– Saia da frente Ichigo, você não sabe que esta correndo perigo com ele aqui no seu quarto?

– Ele quem? – Ichigo olhou para Orihime, ele sabia que ela falaria tudo sem rodeios.
– E-ele. – Orihime apontou para Grimmjow, que gargalhava com as mãos atrás da cabeça. – Digo, ele. – Ela recordou-se que Ichigo não poderia ver Grimmjow. Mas é claro. Bateu a mão na cabeça e repetiu. – É ele. O espada.
Ichigo olhou para trás, e Grimmjow acenou, mas o ruivo não o viu.
– Saia da frente dele, eu vou dar um jeito nisso. – Sado ordenou, mas Ichigo não se mexeu da posição. Estava com os olhos grudados em sua cama, como se forçasse a visão para enxergar qual dos espadas estava ali.

– Qual? – Perguntou, sem se mexer. – Qual deles?
– Não importa! – Ishida pediu mais uma vez para que o Kurosaki saísse da frente.
– Hey. Você aí mulher. Porque ele não consegue me ver? – Grimmjow não sentia nenhuma ameaça vinda daquelas pessoas. Apesar de não sentir-se tão forte quanto era antes.
– Porque, porque ele perdeu os poderes de shinigami. – Orihime respondeu.
– Não me faça de idiota, e diz logo quem é! – Ichigo virou-se e olhou nos olhos de Ishida, que desviou imediatamente. – Sado! Orihime.
– Porque não fala logo que sou eu? – Ele já estava de saco cheio daquela situação e se levantou. – Não vou ficar aqui ouvindo merda.
– É o sexto espada. – Sado respondeu de uma vez o que Ichigo queria saber.
O ruivo voltou seu olhar para a cama, mas Grimmjow já não estava mais ali. Não que ele pudesse vê-lo agora.
Grimmjow estreitou os olhos, por um momento achou que Ichigo pudesse vê-lo. O que era bem improvável, ele bufou e falou que não queria lutar, por mais que a sua vontade fosse expulsar todos dali, da forma que mais lhe convinha, só que ele precisava da ajuda daqueles intrometidos.
Mas não era assim tão fácil o pedido.
Certo, precisava ser feito. Grimmjow estava ali, junto com os demais, e Ichigo queria respostas, apesar de não ter feito nenhuma pergunta desde o momento em que soube quem era seu visitante.
O ex-espada estava entendiado sentado lá na cozinha, mexendo nas frutas em cima de uma bacia de vidro sobre a mesa, enquanto os outros faziam uma reuniãozinha para ver o que poderiam fazer. Ele se cansou daquele falatório todo, apesar de estarem conversando baixinho, ele tinha uma audição incrivelmente boa.
– Vocês podem resolver isso logo? – Grimmjow rosnou feito um bicho bravo, aparecendo na sala. Ele estava cansado daquilo, mais cansado ainda de sentir como seu poder estivesse se esvaindo de suas mãos.
– Por acaso esta atrasado para invadir a casa de outra pessoa? – Ishida rebateu, tendo Ichigo ao seu lado, observando a direção que Uryuu olhava. – Você é uma pessoa perigosa, e não vamos deixá-lo partir assim tão facilmente.
– Quem disse que eu vou embora? Eu quero falar com ele. – Grimmjow apontou para Ichigo, e ao mesmo tempo Ishida olhou para o ruivo.
– O que foi? O que ele disse?
– Ele quer conversar com você Kurosaki-kun. – Inoue pôs as mãos na boca, falando baixinho.
– Eu não vou permitir isso. Vou entrar em contato com a Soul Society, porque se ele esta aqui, então é possível que qualquer outro venha também.
– Ah. Seu chato. Bla bla bla bla. Você fala demais. – Grimmjow olhou para suas mãos, o que estava acontecendo? Ele estava perdendo a força? – Eu só quero conversar.
– E como acha que vai fazer isso? Se ele não pode te ouvir?
Grimmjow ordenou que Orihime o ajudasse, dizendo para Ichigo tudo o que ele fosse falar.
Ela ficou paralisada, apesar de tudo, ainda sentia um calafrio, medo, estando com aquela pessoa que machucara tanto Ichigo no passado. E agora ele estava ali. E apesar dela não sentir mais o mesmo poder de antigamente, ainda era apavorante estar no mesmo lugar que aquele homem.
Orihime se levantou, e foi para a cozinha, Ichigo foi atrás dela, porque Ishida e nem Sado iria impedi-lo de saber o que Grimmjow fazia ali em sua casa.
O Kurosaki se sentou na cadeira vazia, mas antes ele pensou uns dois segundos se aquela cadeira já não estava ocupada. Orihime disse que o ex-espada estava em pé perto da geladeira. E estava mesmo, olhando para as fotografias da família Kurosaki, presas com imãs. Ele se perguntava porque aquele lugar tinha tantas dessas coisas? Tantas fotos, tantos sorrisos. Quando ele se virou, certificou de que os dois já estavam sentados. Ichigo com as mãos sobre a mesa, parecia tenso.
– Antes, eu quero saber a quanto tempo ele esta aqui? – Ichigo olhou para Inoue, e ela demorou um pouquinho para perguntar Grimmjow a pergunta.
– Eu posso ouvir ele, não sou surdo.
Hey! Não fala assim com ela. – Ishida apareceu na cozinha, colocando-se ao lado de Inoue.
Grimmjow mandou ele sair senão, ia infernizar a vida de todo mundo para sempre. E olha, não parecia ser uma boa ideia essa. Porque Ishida voltou para a sala, mas antes disso apertou os ombros de Inoue, incentivando ela a se manter firme, porque ele estaria ali perto.
– Diz pra ele que to aqui desde ontem quando chegou. Entrei com ele na casa.
– Ele entrou com você ontem, acho que depois que chegou da escola.
– Então ele estava aqui a tarde e a noite toda?
– Sim. – Grimmjow abriu um sorriso.
– Ele disse que sim.
– O que ele ficou fazendo?
– Fiquei mexendo nas suas coisas, vi você tomar banho, aliás, que bela....
– Ishida-kun!!! – Orihime gritou.

Orihime ficou na sala com Ishida, agora o intermediador seria Sado.
O moreno sentou-se na cadeira do meio, e ficou entre Grimmjow e Ichigo, que estava a ponto de ter um chilique porque Grimmjow o viu tomar banho.
– Porque você voltou? Para me perturbar? Já não basta a surra que eu te dei? – Ichigo olhava para a cadeira vazia, mas conseguia visualizar perfeitamente os olhos azuis. Estava muito vivo em sua memória, desde a última vez que se viram.
– Uma surra. Ahaá. Não me faça rir, eu deixei você vencer. – E foi assim por mais de meia hora.
Sado olhava de um lado para o outro, sem dizer nada.
– Porra, você não vai falar nada?
O moreno suspirou, e então resolveu falar.

– Ele disse que esta se sentindo cansado.
– Caralho, não foi isso que eu disse. Eu falei que só não chutava a bunda dele porque não estava... quem se importa? Você é um saco. Cade o outro? Aquele fresco?
Ishida sentou-se no lugar de Sado, e ficou um tempo em silêncio, enquanto Grimmjow tagarelava que era para ele dizer de uma vez tudo, senão eles iam se dar mal. A essa altura, todos, menos Ichigo, sabia que Grimmjow já não era mais o mesmo espada.
– Ishida, se ele não responder minhas perguntas, quero que você vá atras do Urahara.
Uryuu gostou dessa afirmativa de Ichigo, e deu um sorrisinho de vitoria, ao mesmo tempo que sentia a ira tomar conta de Grimmjow.
– Quer saber? Eu vou embora. Vim aqui para ter uma revanche e acabar de vez com essa sua cara de bunda, mas já que voltou a ser um fracote, não quero mais porra nenhuma.
Grimmjow se levantou e Sado entrou na cozinha, junto com Orihime, quando sentiram uma força aumentar.
– O que foi? O que ele disse?
– Que vai embora. – Ishida respondeu.
– Porque? O que ele queria?
– Ele quer revanche, mas como você não tem mais poderes...
Ichigo piscou os olhos devagar. Aquela foi a conversa mais sem sentido que já teve em toda sua vida. Antes de todos decidirem o que fazer ele se levantou e fez um pedido a Ishida. – Leve ele ao Urahara, por favor? Se puder, se você puder. Faça isso pra mim.
Ichigo continuava olhando para a cadeira vazia, mas ele sabia que Grimmjow já não estava mais ali, porque Orihime encarava o outro lado da cozinha, próximo a geladeira. Mesmo que todos ali fossem contra o seu pedido, ele mesmo iria a loja de Urahara se possível. Mas preferiu não ir.
E no fundo, ele sabia que Grimmjow aceitaria o seu pedido. De uma forma meio louca, ele sabia que sim.
Passou a tarde em casa, não foram nenhum deles para a escola. Como pedido, Ishida foi com Grimmjow para a loja de Urahara. Inoue e Sado ficaram de aguardar na casa de Ichigo, mas ele não permitiu isso. Queria ficar sozinho, e ninguém poderia entendê-lo nesse momento.
Antes de anoitecer, Ichigo recebeu o telefonema de Alphonso. Dando uma desculpa de que queria saber se poderia contar com ele no sábado porque teria um grande movimento aquele final de semana.
– Eu já disse que vou. Não se preocupe, estarei la como combinado ao meio dia, Al.
– Repete?

– Vou tá lá ao meio dia? – Ichigo fez uma cara de confusão, e depois girou os olhos com a resposta do chefe.
– Não, você me chamando de Al. – A risada de Alphonso era bem contagiante, mas Ichigo não estava achando muita graça.
– Eu tenho que desligar, vou fazer o jantar.
– Se quiser posso levar algo pra gente comer e...
– Foi mal, eu tenho uma companhia já. – Ichigo notou o muxoxo na voz de Al, mas a merda já havia sido feita. Ele não queria ser grosseiro com o chefe, mas também não queria dar liberdades. Era complicado. – Boa noite, até sábado.
Ichigo desligou o telefone e foi para a cozinha. Estava falando serio quando disse que iria fazer o jantar, e que teria companhia. Se começasse agora, talvez tudo ficasse pronto em uma hora. É, seria tempo suficiente para que sua companhia chegasse morrendo de fome.

Por algum motivo, Ichigo lembrou-se de Renji e de como ele comia tudo em grande escala, será que Grimmjow seria desse jeito também? Será que ele comia? Sera que sentiria fome?
Quantas perguntas. Mas queria as respostas. Queria muito saber várias coisas.
Logo após uma hora, um peixe já estava saindo do forno, legumes e arroz prontos. A sobremesa poderia ser o sorvete que comprou há dois dias.
Ichigo sentou-se no sofá, e ligou a televisão na tentativa para se distrair. Claro que ele não conseguiu, olhava de cinco em cinco segundos para o relógio digital ao lado da televisão, e quando se deu por vencido, ele voltou para a cozinha. Estava ansioso e agoniado.
Mas tudo pareceu sumir quando ouviu umas batidas na porta. Batidas firmes, exageradamente firmes.
– Não precisa quebrar a porta. Eu já ouvi. – Ele destravou a trava de segurança da porta e a abriu. – É... oi.
Era como se as palavras fugissem de sua garganta, cabeça, do mundo. Ichigo engoliu seco, olhando para Grimmjow. Isso mesmo, estava vendo Grimmjow na porta de sua casa. Vestindo um moletom cinza, pois era a única coisa que tinha guardada na casa de Urahara, que aliás, era uma das roupas que Renji usava quando se hospedava la.
Ichigo se lembrava muito bem daquele moletom porque foi ele quem comprou para Renji. Pois, o ruivo não tinha nenhum bom gosto para roupas normais, por assim dizer.
– Eu estou parecendo um idiota com essa roupa. – Grimmjow resmungou, fechando o zíper e enfiando as mãos dentro do blusão. Estava ficando frio, assim eram os últimos dias, com uma manha bem calorenta. – Vai ficar olhando para mim como se eu fosse um fantasma?
– Não, não. Entra. Cade o pessoal? – Ichigo deixou Grimmjow entrar e olhou para a rua, só para constar se alguém estava ali.
– Sei lá. Saíram correndo, e me mandaram vir para cá.
– Ah, claro. Você acha que eu vou acreditar que o Ishida deixou você sozinho por ai?
– Pfff. – Grimmjow não quis dizer mais nada. Mas Ichigo fazia uma ideia do que aconteceu. Provavelmente ele fugiu da casa de Urahara. E se Urahara deixou, era porque ele não representava um perigo eminente.
A situação era bem estranha. Ichigo observava Grimmjow andar pela sala, mexendo nos porta-retratos, e fuçando em tudo, como um gato curioso.
– Essa é a minha mãe. Ela morreu, quando eu era ainda pequeno. – O morango disse, quando Grimmjow ficou muito tempo olhando para a fotografia. – Você... você tem alguma recordação de uma vida normal? De ter tido família, emprego, casa?
– Não. – respondeu seco, continuando a olhar as demais fotos.
– Eu imaginei que não. Mas, como veio parar aqui?
Já foi dito que Ichigo achava aquela situação estranha, e isso só aumentava. Olhar Grimmjow, vestido como se fosse um humano normal, mesmo com aquela cara rabugenta. Fora isso, ele era como qualquer outro homem que vivesse naquela cidade. Aquilo o encheu de expectativas. Estranhas expectativas. De que as coisas seriam diferentes. De que uma luta mortal que um dia enfrentaram, a qual ele vencera, não significasse mais nada. Porque durante esse tempo todo, os olhos azuis de Grimmjow ainda o cercava de madrugada quando ele acordava apavorado após um pesadelo. E antes de dormir, aquela imagem de colocando-o no chão, machucado e fraco, povoava sua mente. Era perturbador.
– Eu to com fome. – Grimmjow quebrou o silêncio, e Ichigo rapidamente foi até a cozinha, falando que fez o jantar. Tinha quase certeza de que ele iria chegar faminto, e que isso também aconteceu com o Renji.
Grimmjow ficou parado na porta da cozinha, de braços cruzados, olhando o shinigami, ex-shinigami, ou sei la o que ele era.
Ichigo mexia nas panelas, tirando do forno o peixe, que já estava temperado e pronto para assar, mas ninguém precisava saber. Como se isso fosse impressionar Grimmjow. O que na verdade não ia mesmo. Ele não estava sequer importando-se exatamente com esse tal jantar. Ele comeu, sim, muito. Comeu desesperadamente, como se nunca houvesse comido na vida.
O Kurosaki se perguntou de que Grimmjow se alimentava no Hueco Mundo. Fraccions de pequeno porte?

Escapuliu uma risadinha e Grimmjow parou de comer. Perguntando o que era tão engraçado.

– Eu não sabia que espadas comiam assim.
– Você não sabe de nada. – O ex-espada limpou a boca na manga do blusão de moletom, ignorando o guardanapo que fora jogado na sua frente segundos antes. – Eu nunca senti fome desse jeito, mas aquele tal de Urahara disse que essa gigai é nova e esta mais adaptada a condições humanas. Ele disse que tinham outras coisas também, mas eu não quis saber.
– Porque não? É importante você saber o que esta usando.
– Mas isso não é da sua conta. – Pronto, aquela arrogância retornou, não que a houvesse perdido no meio da conversa, mas Ichigo estava quase acreditando que poderia ter um diálogo civilizado com aquele homem.
– Você não é mais um espada, para de falar como se fosse querer afastar as pessoas.
– Aproximar é que eu não quero.
Certo. A conversa ia mesmo ser difícil. Ichigo arrumou a cozinha. Era a melhor coisa que ele poderia fazer no momento. Colocou a louça na maquina de lavar, e a ligou, enquanto limpava o fogão e guardava algumas coisas na geladeira. Nesse tempo, Grimmjow estava perdido pela casa. Ele subiu as escadas, e deu uma olhava melhor nos cômodos. O quarto rosa das meninas, com brinquedos, e coisas que ele sequer imaginaria para que serviam. O de Ichigo, é claro. E o do pai de Ichigo.
Grimmjow foi ao banheiro, e lavou o rosto e um pouco do cabelo com a água fria. Parecia que até mesmo aquilo tinha uma sensação diferenciada naquele
corpo que vestia. Ele se olhou no espelho, e sacudiu a cabeça, respingando água por todo o ambiente.
Seus olhos ficaram vidrados por alguns segundos no seu reflexo. Recordava-se das palavras de Urahara, quando ficaram a sós para uma conversa.
Ele explicou exatamente tudo o que aconteceu, e Kisuke decidiu ajudá-lo, mesmo que Grimmjow não tenha feito o pedido em si. Mas deixou claro que precisava falar com Ichigo, sem a ajuda de intermediários, porque não era um assunto a qual pertencesse aos outros.
É, o que podia fazer? Urahara tinha um coração mole. E claro, iria cobrar pelo serviço mais tarde. Aquele instante ele estava tocado com a historia do espada.
– Você me disse que não sente seu corpo como antes? Sabe porque isso esta acontecendo?
– Não. – Grimmjow foi sincero, nunca passou por aquilo antes.
– Talvez eu tenha um palpite, mas você não vai gostar muito.
– Diz logo o que eu tenho. – Ele já estava na gigai, olhando para suas
novas mãos, como se fossem de outra pessoa. Vestiu a calça de moletom, a camiseta e depois o blusão.

– Sua existência, ela esta se desvanecendo.


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