Harry Potter e o Prelúdio de Inverno escrita por Thierry Grima


Capítulo 10
Capítulo Bônus: Sol Distante


Notas iniciais do capítulo

***ESSE CAPÍTULO BÔNUS CONTÉM LITERATURA RECOMENDADA PARA MAIORES DE 16 ANOS, IMPRETERIVELMENTE.***
Informações antes do capítulo:
* 1º: Diferentes dos outros capítulos, eu não responderei as reviews do 8º capítulo neste bônus, só no 9º.
* 2º: Agradeço de coração a ajuda da parceira EnigmaticPerfection para a escolha dessa música, e por isso dedico essa pequena songfic para ela, que inclusive a leu de ante-mão.
* 3º: Talvez, seja um capítulo divisor de águas para algumas pessoas, para outras, talvez não tenha tanta importância. Para mim, foi um momento perverso e extremamente sádico que eu criei com a personagem pela qual mais tenho carinho.



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CAPÍTULO BÔNUS (SONGFIC)

UM SOL DISTANTE

Distant Sun – Lacuna Coil

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Nós nunca nos separamos

O dia chegou

Eu sinto que seu sol

Perdeu o brilho pra mim

A música era alta e até certo ponto a incomodava, sentia-se levemente atordoada pela bebida e os olhos ardiam ao frisson das luzes que insistiam em ter seu olhar.  Era bom sentir-se desejada, sentir que há alguém olhando para você de forma diferente, olhos mesclados de desejo e luxúria.

Sentiu o corpo girar e os braços desenharem no ar, logo, estava dançando em meio às cadeiras e ao ritmo de uma música pouco envolvente tocada com a cítara, criando um palco só seu. Só queria esquecer aquele insistente rosto que permeava os dias e noites de agonizante paixão em sua mente.

O toque dele ainda estava seguro em sua pele, sua mente era ávida em recriar o momento a cada hora, minuto e segundo. A imagem era vívida: ele segurando seus braços e tocando-lhe pescoço com os lábios, excitando-a de uma forma tão sensual. Ela estava entregue, atordoada e apaixonada.

Importune-me

Segurando minhas mãos você sorri de novo

Eu não conseguiria te ver longe de mim

Eu percebo isso agora

Alguém naquele bar tinha envolvido sua cintura com as mãos, mas isso era tão inóspito e sem sentido que ela deixou-se arrastar por elas. Permitindo a sua mente continuar com os devaneios de um passado não tão distante, tão surreal quanto era permitido ser.

Passou em um giro singular para os braços de outro homem, este ela viu, era loiro. Mas isso importava tanto quanto as mãos do outro em sua cintura, nada além de desejo à carne. Digno de escárnio? Talvez. Mas não de pena, tinha aversão a isso, esta é digna dos fracos. Ela não era fraca. Não permitia auto-piedade, muito menos a piedade alheia.

O pescoço insistia em queimar no local onde com aqueles lábios ele lhe possuíra a pele. Lembrou-se das hábeis mãos percorrendo seu corpo, deslizando a alça de sua camisola de seda, fazendo com que a mesma estirasse-se sobre o chão num desenho disforme. Aquele olhar inebriante, tórrido e ávido por contato ainda fazia seus corpo inteiro flamejar de paixão. Apenas uma noite seu corpo havia pertencido a ele, uma noite foi o suficiente para se tornar inesquecível.

Vivendo em mim

Você está vivendo em mim

Você está vivendo em mim

Sentiu-se desprender do homem loiro e sentar no balcão enquanto a música tomava agora um rumo mais folclórico, típico de ingleses, se vangloriarem por sua cultura e cultivar o etnocentrismo no vívido tom de suas falácias. A bebida estava realmente lhe fazendo bem, nem os pensamentos mais eram coerentes. Recusou alguns pedidos para dançar na pista que ela mesma havia improvisado.

Mais uma bebida, só mais uma... Era talvez a terceira ou quarta vez que dizia isso, não se importava também com o que aquele excesso poderia lhe causar. Algumas pessoas realmente preferem a ilusão ao invés da dor, ela estava neste grupo com a mais sincera das certezas que alguém poderia ter.

Te sinto ao meu lado

Sua alma viva quer fugir comigo

Dentro de mim

Lembrou-se de como o corpo pedia por mais carinho, mais afago, e ele assim o fez, acariciou seus seios com as mãos, desceu serpenteando seu ventre e logo lhe desfrutando do sexo. Ela sentia o fervor nos olhos dele, sentia o desejo emanar de sua pele. Ele a enlaçou pela cintura jogou-a na cama, e ali, sem que pudesse optar, ela despojou-se de todos os escrúpulos e pudores.

Uniu seus lábios aos dela quando foi necessário, carinhoso. O toque de sua mão por entre suas pernas a fazia contorcer-se de prazer, era de súbito um desejo que ele tinha de enlouquecê-la. Arranhou as costas dele pedindo por mais. Nada deveria por fim aquele contato, aquele frenesi de carícias.

Te sinto ao meu lado

Sua alma viva quer fugir comigo

Dentro de mim

A luz do luar foi a única a testemunhar aquele ato, o corpo suado agia silencioso sobre ela. O perfume dele se misturava ao cheiro do suor, e se espalhava em seu corpo a cada retocar com o corpo dela. Maldito era aquele cheiro que ainda lhe tomava as narinas.

Essas eram talvez as piores lembranças. Segurou o copo e girou-o no ar, vendo o vermute circundar o copo e constituir uma camada delgada em sua circunferência. Levou-o a boca mais uma vez, sentiu o gosto forte e o álcool intensificarem o calor de seu corpo.

E agora

Algo acontecerá comigo?

Como eu perdi meu guia?

Você me deixou completamente só

A música no bar cessou, ela continuava lá. Agora estava só, sem o som da cítara e o burburinho dos homens, somente um copo de vermute com a imagem de uma mulher refletindo. O corpo estava pesado, as mãos ainda mais do que o resto tanto que permitiram um filete grosso de bebida escapar do canto de seus lábios quando levou o copo a boca. Mais uma vez, aquelas imagens vinham deleitar-se de sua sanidade.

Os dois corpos desvaneceram sobre a cama, unidos como um só. Ainda sim ele insistia em provocar-lhe arrepios mordendo a orelha ou simplesmente esboçando seu corpo nu com as mãos. Estava frio, mas havia calor o suficiente para que não sentissem nenhum resquício dele.

O hálito dele ainda era alcoólico, não tanto quanto no momento em que se deu início a realização dos desejos daqueles seus prazeres. A respiração era lenta e insistia em afogar-se em seus cabelos negros. As mãos dele apertaram ainda mais o abraço, e ela suspirou, deixando a cabeça repousar sobre o braço dele, sentia-se segura.

Mas agora já é tarde

Sei que é natural, mas agora

O que posso fazer sem sua presença aqui?

Uma dor infinita

As luzes do bar se apagaram, o que era perfeito para a nostalgia em que sua mente lhe insistia em apresentar. O copo já estava vazio, não havia mais a possibilidade de outra dose. Logo a dor começaria de novo e lá estaria ela, pronta para continuar a seguir em frente. Esquecendo-se da mais sombria das memórias.

Ele apertou os lábios sobre as suas costas, enlaçou as pernas nas dela e deslizou maliciosamente a mão para suas coxas, os movimentos eram intencionais, mascarados por um sono leve. Mediu as palavras, tentou ser o mais natural o possível, e por fim falou, numa voz cheia de carinho.

- Boa noite Harry.

Os lábios dela foram tocados com suavidade pelos dedos dele, contornando-os sedutoramente, e por fim ele respondeu, com a mais pura paixão na voz.

- Eu te amo Hermione.

Vivendo em mim

Você está vivendo em mim

Você está vivendo em mim

As lágrimas enchiam aqueles olhos que insistiam em fitar o copo de vermute vazio, como encheram naquela mesma noite, onde ela desfrutou de prazer ao lado dele, explorando o como nunca havia feito e por fim, calada, enfrentou o abraço dele até o amanhecer do novo dia. Condenou-se ao mais puro dos erros, de acordar ao lado de alguém que não lhe amava como precisaria amar.

Levantou-se do banco do bar, sentiu as pernas bambearem e tornarem seus passos tão obscurecidos quando os móveis no salão escuro. Era só ele que a acompanhava, mas sempre fora, afinal. Talvez fosse o seu melhor amigo, o companheiro inseparável de todas as horas: o silêncio.

Não poderia culpar aquela mulher, ela detinha o coração dele e isso não lhe fora uma escolha. Hermione tinha sorte, sorte de tê-lo amado há tempos, mesmo que hoje não se lembrasse, e sorte de ainda ser amada. Ele precisava do amor daquela mulher, e se assim fosse necessário para que fosse feliz, que ficasse com ela.

Te sinto ao meu lado

Sua alma viva quer fugir comigo

Dentro de mim

Te sinto ao meu lado

Sua alma viva quer fugir comigo

Dentro de mim

Agnes fechou os olhos e nesse instante era só mais uma parte daquela escuridão que lhe rondava. Andou com os braços abertos, numa linha fortemente angulosa até alcançar as escadas, segurou-se firmemente no corrimão antes de seguir, passo a passo, degrau a degrau para mais uma noite com a solidão daquele quarto vazio.

O que mais lhe instigava é que não culpava Harry Potter por lhe fazer apaixonar-se por ele, é uma condição inevitável. Mas o culpava de todas as formas possíveis por não se permitir ser esquecido.

Não estava junto deles porque temia pela própria vida, ou pela de todas as outras pessoas, mas por Harry; pela vida que ele estava jogando fora, pelas lembranças que insistia em recordar. Só queria que ele fosse feliz, talvez fosse uma aspiração boba de alguém que desistiu de lutar, pois já reconhecia a derrota, mas ela realmente sentia-o ao seu lado, naqueles toques que havia sentido das mãos em seu corpo, no amor que remanescia dentro dela.

Te sinto ao meu lado

Sua alma viva quer fugir comigo

Dentro de mim

Eu te sinto ao meu lado

E eu tenho certeza que não consigo te esquecer

Você está dentro de mim

Dentro de mim


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Notas finais do capítulo

N/A: Olá pessoal! Como passaram o carnaval? Espero que bem. Obviamente hoje eu deveria postar um capítulo novo de HPPI, porém eu fiz a leitura do mesmo novamente e achei que não estava bom o suficiente, o que, neste momento da fic, é extremamente importante. Tentarei reescrever ainda hoje, mas não prometo a postagem até o fim de semana, afinal, minha beta tem vida e eu não posso ficar enchendo ela de trabalho no meio da semana!
Obrigado a todos os comentários, aviso que no próximo capítulo eu responderei a todos eles.
Peço desculpas pelo atraso da postagem, e espero que tenham gostado do bônus.
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N/B: Uau, simplesmente, uau. Não sei o que sinto agora galera, por um lado eu estou P da vida com a Agnes por ela ter dormido e, consequentemente, se apaixonado pelo Harry, por outro eu entendo, já que a pergunta é: quem não se apaixonaria pelo Harry? (Thierry e meninos, não liguem, ok? Eu sou louca por ele e assumo isso) E por outro lado eu fiquei com pena dela, poxa! A guria se apaixonou pelo cara que é melhor amigo dela e que ama a melhor amiga dela que não lembra que ama ele, mas que ama. Isso tá confuso, mas dá pra entender. Então, Thi, respondendo seu e-mail: eu estou mais doida pela Agnes por um simples motivo: ela não empaca a vida dos dois, ela apoia e isso é admirável, já que ela poderia, de uma forma qualquer, prejudicar a relação do Harry e da Mione, mas ela não faz isso. E isso é uma prova inquestionável de lealdade perante os amigos dela, mesmo ela não conhecendo a Mione há muito tempo. Então, apesar dela ter se apaixonado por ele, ela é sensata e mais inteligente que muita gente por saber que o Harry só será feliz com a Mione. OK, isso foi uma indireta pra J.K., na boa, eu amo ela, mas fiquei muito pirada por causa da Gina e do Rony. Mas voltando, como de praxe, minha passagem preferida está aqui:
Era só ele que a acompanhava, mas sempre fora, afinal. Talvez fosse o seu melhor amigo, o companheiro inseparável de todas as horas: o silêncio.
Bem, agora só resta esperar para ver se a Agnes vai sucumbir ao amor ou vai continuar fiel, torço para que a segunda opçãovença, que isso fique claro. Beijos.



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