Meu Único Amor escrita por Becca Armstrong


Capítulo 2
Capítulo 2 -Parte I


Notas iniciais do capítulo

Gente, não aguentei e postei na sexta, ás 20:40! Eu preciso aprender a me controlar!



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(Bella’s POV)

Olhei-me em frente ao espelho. Teria que servir. Esse era o vestido que eu trouxe para o jantar de ensaio. É claro que teria que servir. Não era de todo feio. O preto mostrava a elegância simples que eu sempre gosto de transmitir, e a fenda lateral dava um ar mais sexy ao visual. Meu cabelo preso destacava as costas nuas e o grande decote em “V” na frente. Era um vestido mais que satisfatório. Mas, por alguma razão, já não me parecia tão perfeito. Talvez fosse impressão.

Ou insegurança. Insegurança porque Edward me veria nesse vestido. E se ele não gostasse? “Ah, que se dane o Edward, você gostou e é o que basta”. Não. “Se Edward não gostar de você não seria como se você mesma não se aprovasse?”.

Não. Não seria. Por Deus! Eu já era uma mulher com mais maturidade do que isso! Já tive homens com os quais muitas garotas apenas sonhavam em ficar, como Mike (o barman gostoso da boate que eu freqüentava), Alec (meu colega na Universidade), Tayler, Erick... Não era como se eu fosse uma garota qualquer. E, se eu não era uma qualquer, eu também não seria insegura. Não mesmo. Eu tenho 23 anos, sou independente, tenho um trabalho invejável e tudo o que eu quero na vida.

Por falar em tudo o que eu quero... Eu quero muito mesmo dizer à Alice e Rose o que eu achei da idéia de me fazer entrar na cerimônia com o Edward! As duas acham que são minhas donas? Tudo bem. Na adolescência eu meio que deixei que elas me controlassem. Mas agora tudo mudou. Eu não sou a Bella de quando eu tinha 17 anos.

E tem mais! Se eu quiser ficar com o Edward, isso é problema meu. E, caso eu consiga, será por mérito MEU. Ninguém tem nada o que opinar na minha vida amorosa!

Olhei-me mais uma vez e desci ao salão, pronta para o que der e vier.


(Edward’s POV)

Tudo bem. Alice e Rosalie fizeram um bom trabalho. O corte do meu smoking ficou nada menos que impecável. As duas tinham mesmo talento. Eu chego aqui hoje e encontro tudo no meu quarto arrumado, minhas roupas no armário e uma série de folhas com coisas estranhas que eu precisava saber. Mas o problema era que eu não entendi porcaria nenhuma. O que era a sigla PDC? Por que elas se referiram a mim como “Edward/PDC”? Significava “Porcaria de Cara”? Ou “Pajé do Congo”? Alguma coisa dessas. Ou pode ser tipo um código. O 007 devia ter ficado pro Emmet. E ainda tinha mais: RSVP? O que eu tinha que ajudar com isso? Na lista dizia: “Conferir corretamente e marcar presença (Referente à RSVP)”. E o que era esse papo de “Verificar gravata”? O Emmet sabia muito bem se arranjar com seus ternos! Mesmo sendo um jogador, ele tinha a decência de se vestir apropriadamente em festas. E mais uma coisa: O que é nubente? Por que eles estavam me passando o cardápio?

Bom, eu não tinha mais tempo. Arrumei meu cabelo no espelho, ajeitei a gravata e saí.


O salão estava bem arrumado. O espaço era amplo e eu vi o dedo de Rose, Alice e Esme em cada detalhe do ambiente. Flores por todos os lados, iluminação suave... Tudo bem feminino.

-Edward! Cara, até que enfim. Vê se não demora no meu casamento esse tanto, hein? A Rose é bem rígida com essas coisas. E aposto que ela não quer disputar terreno com você. –Emmet me deu um abraço de urso, arruinando meu trabalho de vinte minutos na frente da porcaria de um espelho. Quem foi o mongol que inventou o gel mesmo? Essa coisa gruda e não ajuda em nada meu cabelo. O jeito era tomar uma ducha antes de cair na cama.

-Meninos! Queremos uma foto de vocês para exibir no slide de domingo, venham! –Alice já gritou com aquela voz estridente única dela.

Andamos até o local da foto. Eu estava ao lado direito de Emmet, Jasper à seu lado esquerdo. O fotógrafo estava posicionado. Foi quando eu a vi.

Bella.

Ela descia as escadas em um elegante vestido preto, cheio de cortes. Na coxa, no busto e nas costas. E o tecido era brilhante. Seda ou cetim, nunca diferenciei esses dois. Mostrava que Bella não só continuava magrinha como também havia tonificado os músculos. Não sabia se ficava bobo ou enfurecido. Ela não deveria ter o direito de andar por aí com esse tipo de roupa. Só naquele momento consegui captar uns cinco machos de olho nela. Puxa vida, meu trabalho não acaba nem em fim de semana.

Completamente alienado, fui até a escada principal e captei sua atenção antes que outro homem o fizesse.

-Boa noite, Isabella. –“Na falta de coisa melhor pra falar, o melhor a fazer é não se arriscar”.

-Bella. Boa noite Edward. –Falha minha. Isabella odiava ser chamada assim. Era bom ver alguns traços da garota de antes.

-Quer companhia?

-Não. –Isso me assustou. Bella acabara de ser ríspida e fria comigo, e eu não sabia por que.

-Acho que mereço algo mais do que um “não”. Eu te aborreci de alguma forma, Bella?

Não posso afirmar o que deu em mim. Talvez minha irritação se devesse ao fato de minhas tentativas serem frustradas. Eu não estava acostumado a ser rejeitado, e não pretendia me acostumar. Bella me tratava com uma audácia perturbadora, porém admirável. Orgulho-me muito de afirmar que muitas garotas bonitas já perderam a fala em minha presença. Mas Bella não. Ela contrariava as expectativas e experiências que tive ao longo de meus 23 anos.

-Não. –Ela soltou o ar bela boca. –Perdoe-me Edward. Estou apenas com... Enxaqueca.

-É algo sério? Precisa de ajuda? –Rapidamente alarmei-me com a possibilidade de Bella passar mal.

-Não! Não. De forma alguma. E sim. Eu quero companhia por hoje.

Com um olhar vitorioso, peguei a mão dela e levei-a a nossa mesa.


(Bella’s POV)

Não sei o que deu em mim. Primeiro essa estúpida idéia de falar que eu tinha enxaqueca. Qualquer mulher com um pouco mais de neurônios não diria isso á um médico. E segundo: Por que eu aceitei a companhia dele?

Ah, porque eu vi um cara muito estranho me olhando do outro lado do salão, no bar. Talvez eu pudesse ficar com Edward durante uma hora e depois me divertir na festa. O rapaz seria um tapado se não se tocasse que eu não estava querendo nada com ele. Na verdade, com exceção de uma pessoa, eu não queria nada com ninguém na festa.

Pensei um pouco e percebi que fui preconceituosa com Edward. Ele, até onde eu sabia, não tinha nada a ver com o plano de Alice e Rose.

Fomos a uma mesa, e Emmet chegou.

-Amigo, acho que você deixou uma coisa ali atrás. Uma não. Duas. –Ele falou para Edward.

-O que há de errado, Emmet? –Edward bebia vinho calmamente.

-Primeiro, eu não tenho uma foto decente com meu irmão. Segundo, acho que acabaram de pisar na sua dignidade agora a pouco.

Não entendi nada. A parte da foto foi perceptível. Ele, Edward e Jasper haviam se unido para saírem juntos em uma. Mas... Dignidade? Eu não sou idiota. Edward deveria estar interessado em uma garota nessa festa. Só restava saber qual. E, se eu bem conheço a figura, ele está me usando para chamar atenção. Agora eu preciso inverter o jogo a meu favor.

-Bella, me dá licença um segundo? –Edward não esperou uma resposta e já foi à varanda com Emmet.

-Bella! Que bom que você chegou! Viu o vestido que separamos para você no casamento? –Rosalie perguntou. Ela e Alice ocuparam cadeiras ao meu lado.

-Sim, eu vi. E preciso falar com vocês com relação a isso. –Elas esperaram e eu prossegui, forjando meu tom mais neutro possível. –Não me agrada vocês terem feito isso sem me consultar. Eu não vou desistir, uma vez que já dei minha palavra que entraria na cerimônia com Edward. Mas não quero que isso se repita. Estou muito bem do meu jeito. Se eu quisesse algo com Edward, teria falado com ele eu mesma.

-Bella! Meu deus, não é isso. Não queremos você e o Edward juntos. Não. É só que ele é meu irmão e você é uma das minhas melhores amigas. Eu nunca quis... –Rose estava chorando. Isso não estava tomando os rumos desejados. –Eu sei que você está vendo alguém em Nova York. Renée me contou. E Edward tem a Jessica...

De repente senti meu coração parar. Jessica? Quem era essa menina?

-Não acho que compreendi. –Meu pai me ensinou que essa era uma das melhores maneiras de extrair informação.

-Eu sei do seu caso com Mike, e o Edward está saindo com uma mulher chamada Jessica, ou era Laurel... Enfim, o nome não importa. Eu só queria duas das pessoas mais importantes da minha vida ao meu lado amanhã. Perdão pelo...

Rose se desfez em lágrimas. Olhei para o lado de Alice, pedindo ajuda. Mas ela já dançava com Jasper. Sem saída, afaguei Rose da melhor maneira possível.

-Rose, está tudo bem. Eu é que te devo desculpas. Hoje é o seu jantar e eu estou aqui, te fazendo chorar e borrar sua maquiagem linda. –Rose estava mesmo linda. Vestido longo vermelho de um ombro só, maquiagem esfumaçada... A única coisa que estava fora era a cara amassada, característica de quem chora. A frase pareceu tirar Rose de um transe.

-Ai, a maquiagem! Imagina se alguém me vê com essa cara. Bella, preciso de ajuda!

Com aquela cara, eu não tentaria contrariar Rose.

-Claro. O que foi?

-Eu vou ao banheiro me arrumar e isso pode levar uns minutos. Garanta que todos estejam dançando, tudo bem? –Ela já se levantou e foi ao banheiro.

Não havia nada de ruim no pedido dela, exceto por um fato. Ninguém dançava. Nem mesmo Jasper e Alice. Eu tinha que pensar em algo rápido e produtivo. Nenhum desses velhos se atreveria a iniciar uma dança. E as únicas pessoas que eu conhecia não poderiam me ajudar. Alice e Jasper estavam fazendo sabe-se lá o que em um local fora da minha vista. Isso me aliviava e perturbava. Aliviava porque eu não tenho certeza de querer saber o que estava acontecendo, mas perturbava porque me deixava com um problema nas mãos.

-Bella, viu Rose? –Emmet me virou para si.

-Ela está no toalete, retocando a maquiagem. Emmet... –Não havia ninguém melhor que o noivo para me ajudar a estimular aquela turma letárgica a dançar.

-Seja lá o que for, tudo bem. Ed! Ajude a Bella.

Emmet foi costurando entre as pessoas até o banheiro e me deixou com Edward. Meus pesadelos estavam se concretizando. Eu deveria rezar mais.

-Algum problema, Bella? –Edward perguntou. Ótimo, agora ele resolveu bancar o prestativo. Olhei para o lado analisando minhas opções. Elas se restringiam a ele e ao pervertido do bar.

Pensei bem e optei por pedir ajuda. Eu queria mesmo que voltássemos a nos falar, sem aquela tensão de pares.

-Na verdade, sim. Seria um abuso pedir para que você dance comigo? Rose me pediu para animar esse povo, e eu não vejo forma melhor de fazê-lo. –Cuspi tudo antes de perder a coragem.

Edward não disse nada. Apenas pegou minha mão e me deslizou para o centro do salão. De imediato senti olhares sobre nós. Sabe aquele formigamento na nuca de quando você sente que está sendo observada? Pense nisso e multiplique por dez. Era assim que eu me sentia.


(Edward’s POV)

Guiei-a com todo o charme que podia até o centro do salão. Se Bella queria dançar, nós dançaríamos. Na verdade, se Bella quisesse matar alguém, nós mataríamos. Olhares femininos e masculinos se dirigiram a nós, bem a tempo do início de outra dança. Ao ouvir a batida, meu corpo parou. Não podia ser justo aquela música. Nem aquele estilo. Bem quando levo Bella ao salão, começa a tocar a música mais velha de tango na história. “La Cumparcita”. Agora que nós entramos na festa, o jeito era dançar conforme a música. Se a música pedia tango, então tango seria. Puxei Bella para meu peito, grudando-a a mim.

-Pronta? –Sussurro no ouvido dela.

-Não esqueci um só passo.

A música continuou. Bem a tempo, começamos a nos mover na pista. Não consegui pensar em nada. Era como se, de certa forma, Bella e eu tivéssemos isso na nossa memória. Dançamos essa música na noite de formatura. Bella e eu fomos um par e chegamos a ser rei e rainha. Era tradição que dançássemos juntos, e Alice sugeriu que treinássemos um tango. Bella e eu optamos por Cumparcita. Treinamos e, no baile, todos ficaram bobos.

Bella se movia com agilidade impressionante, e eu não estava atrás. Nossos pés mantinham a sincronia perfeita que a música exigia, os giros foram precisos e em nenhum momento nos perdemos. Ambos nos lembrávamos de cada passo, de cada toque. Mantive minha mão um pouco abaixo do habitual, por costume. Senti que Bella ainda tinha aquelas covinhas no fim da coluna, aquelas que toda mulher magra tem. Aproximando-nos do fim, decidi inovar. Havia uma hora perfeita para executar um novo passo, e era essa. Ergui Bella alto e passei-a para meu lado de trás. Dançamos mais um pouco e eu abri minhas pernas. Ela entendeu o recado e passou por baixo. Ergui-a e inclinei-a bem sincronizado com o fim da música.

Só ouvi aplausos, mas não distingui nada. Bella estava em meus braços, uma linha fina de brilho transparecia em sua testa, mostrando seu recente esforço. Ergui-a e agradecemos a todos. Foi o que bastou para que os adultos fossem dançar.

-Quer sair e tomar um ar? –Pergunto tentando prolongar o momento.

-Sim. Vamos apenas pegar algo para beber. Estou morta de sede e não toquei em um copo desde que cheguei.

-Vamos ao bar. –Bella estacou no lugar em que estava.

-Algum problema? –Tento guiá-la às bebidas, sem sucesso.

-Sim. Está vendo aquele homem no bar? –Ela me puxou e me pôs entre ela e o tal homem. Olhei para trás. Havia um único indivíduo no balcão, com um terno e um copo na mão.

-Estou, o que foi?

-Ele está me encarando desde quando eu cheguei. Esse homem me assusta.

De repente tive uma idéia travessa. Era criancice, mas eu me sentia mais jovem nessa noite do que em muitas outras nos últimos anos.

-Quer jogar um pouco? –Pergunto dando-a meu melhor olhar cheio de segundas intenções.

-Quero. –Bella respondeu sem hesitar.

-Venha.

Fomos ao bar, e algo me dizia que Bella já sabia o que eu queria dizer.

-Dois uísques, por favor. –Pedi, virando-me para Bella e me encostando no balcão. Segurei a cintura dela e trouxe-a mais perto. De soslaio, vi que o homem nos olhava. Ele parecia sentir algo entre vontade de me matar e desejo por Bella.

-Ai querido, estou com tanta saudade de você... Por que você não me ligou? Eu existo sabia? E eu sinto tanto sua falta, especialmente à noite... –Bella puxou um pouco minha gravata, afrouxando-a. Ela chegou mais perto de mim e encostou a cabeça no meu ombro. Foi bom demais senti-la perto de mim.

-Eu sei meu bem, mas agora eu estou aqui... Vamos aproveitar ao máximo nosso tempo juntos. –Eu beijei de leve o pescoço dela. Senti o aperto em minha gravata se afrouxar. Eu estava afetando Bella. Senti o perfume dela me inebriar... Como eu queria que aquelas nossas frases fossem verdade.

-Hum... Eu acho que vou gostar disso... –Contrariando todas as minhas expectativas, ela aproximou de leve nossos lábios. Senti-a somente roçar sua boca contra a minha, mordendo meu lábio inferior um pouco. Eu intensifiquei o aperto na cintura dela.

-Senhor, aqui está sua bebida. –O barman nos interrompeu no pior momento possível, mas não me importei. A noite era uma criança, e eu queria passá-la ao lado de Bella.


(Bella’s POV)

OK. Aquela nossa brincadeirinha no bar havia sido mais que satisfatória. Só pela cara do homem já me senti melhor!

Na varanda do salão, tirei aqueles saltos gigantes e me apoiei no parapeito. Sentei-me lá encima e peguei o copo de uísque.

-Então... Noite bonita não é? –Edward falou. Eu não acreditava no que estava ouvindo! Essa coisa de falar do tempo é tão antiga!

-Sério Edward? Tempo? A gente consegue fazer melhor do que isso, não é? –Eu acho que era o uísque já fazendo efeito. Minha cabeça estava um pouco zonza e eu me sentia mais alegre que meu habitual.

-Tudo bem, veremos o que posso fazer... Ah! Já recebeu sua lista? –Edward perguntou.

-Lista? –Do que ele estava falando?

-É. Suas obrigações. Eu sou Edward-barra-PDC. E você? Bella-barra-IPA?

Ah, ele estava falando das listas de obrigações.

-E o que seria Bella IPA? –Vi Edward se aproximar mais. Ele subiu e se assentou ao meu lado.

-Ímã Para Acidentes? –Não! Que piada horrível!

-Essa foi péssima, Edward. –Bebi mais um pouco.

-Bom, pelo menos quebramos o gelo. Agora, sério. Preciso de ajuda. Tenho que fazer meio zilhão de coisas e não sei 99% delas.

Isso estava ficando hilário. Edward me pedindo ajuda?

-OK. Vamos lá. Primeiro, PDC não é nenhum código. Significa Padrinho De Casamento. O mais comum é usar só MDC, mas isso não é impossível.

-E RSV... T? Não, não era T. Era alguma coisa com Q, talvez B... –Edward se enrolava todo tentando lembrar a sigla.

-RSVP?

-Isso!

-Répondez S'il Vous Plaît. É francês. Algo perto de “responda por favor”. É comum em convites. –Foi quando eu raciocinei um pouco. –Espera! Você tem que cuidar da lista oficial dos presentes?

-Tenho. –Edward estava confuso.

-Eu também! Mais o que você tem que fazer?

Era muita falta de sorte! Nós dois ficávamos com uma das atividades mais chatas de casamentos e JUNTOS. Rosalie vai se arrepender por não querer contratar uma organizadora. “Não quero ninguém desconhecido cuidando do meu casamento” é uma ova!

-Bom, tenho que cuidar das flores, da “gravata” e do cardápio.

-Bom, parece que Rosalie organizou tudo isso por casais. Eu tenho as mesmas tarefas que você. Olha, as flores são fáceis. Elas chegam e nós só temos que cuidar de entregá-las à equipe de montagem.

-A gravata é ainda mais fácil! É só checar se o Emmet consegue se arrumar. Esse já pode ser riscado.

Não aguentei e caí na risada. Edward não entendeu nada.

-O que houve?

-E... Edward... você é hilário!

-Não entendi.

Eu fiquei séria. Edward não sabia sobre essa brincadeirinha de casamentos?

-Edward, ás vezes os homens do casamento, ou apenas o noivo, trocam suas gravatas por dinheiro para o casal. Acho que a intenção de Rosalie e Emmet foi comprar gravatas mais baratas que pudessem ser descartadas, só pra preservar o espírito.

-E ganhar dinheiro! –Edward riu e eu me juntei à ele. Não sei se era o uísque ou apenas eu, mas a noite com Edward estava sendo uma das melhores que eu tive em muito tempo.

-Mas, espera. Eu não tenho nada com os cardápios. O que você tem que fazer?

-Provar um salgadinho que eles querem servir. Pelo menos foi o que pareceu.

-Qual era o nome do salgado? –Isso me parecia estranho. Por que só essa atividade tínhamos diferenciada?

-Nubente. –Eu ri ainda mais. Edward só podia se fingir de bobo para viver! Não havia outra explicação!

-Edward! Nubentes são os noivos! Emmet e Rosalie quiseram que você se preparasse para a cerimônia!

-E como eu ia saber disso? –Rimos mais. –É sério Bells, no nosso casamento eu vou deixar tudo por sua conta.

Parei de rir. Aquilo não tinha graça. Como Edward podia zombar de uma das minhas maiores fantasias infantis na minha cara?

-Sabia que isso estava muito bom para ser verdade. –Desci do parapeito e fui em direção ao salão, mas senti a mão de Edward se apertar em meu pulso.

-O que houve? Eu fiz alguma coisa errada?

-Ainda por cima vem com essa cara de inocente! Edward, você me dá nojo! –Tentei me soltar por meio da força, em vão. Merda. Não. Tudo menos chorar na frente dele. Desviei meu rosto.

-O que eu fiz, Bella? –Ele passou de confuso a furioso em uma questão de segundos.

-E ainda pergunta! Edward, você é burro assim mesmo ou só está zombando de mim?

-Bella, o que eu fiz? Diga! –Ele me puxou para seus braços.

Eu me aninhei no peito dele e esqueci a raiva. Tudo era tão confuso perto do Edward! Eu odiava nossa separação, odiava que ele estivesse saindo com outra garota, não queria acreditar que ele zombava de mim dessa forma e... Sentia falta dele. Muita falta. Eu só não queria admitir. Sentia falta do carinho que ele me dava, do cheiro dele, das piadas inoportunas, dele inteirinho. Eu sentia falta do homem que eu amei por 17 anos. Sentia falta do único indivíduo masculino que me atraiu em todos os sentidos. Só podia ser TPM, meu Deus!

-Você acabou de gozar do meu maior sonho de infância. –Que se dane. Eu não veria Edward depois desse casamento mesmo. Ele que soubesse de uma vez o que estava entalado na minha garganta desde os meus seis anos.

-O que? –Ele se afastou e olhou nos meus olhos. A sensação era estranha. Era como estar no salão e ser observada, mas Edward parecia ver mais do que qualquer um. Era como se ele me visse despida. Era como se ele passasse os limites que sempre estabeleci a todos ao meu redor. Edward parecia enxergar o que se passava em meu coração.

(Continua na parte 2...)


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem! Dica: perceberam que quando eu recebo mais comentários eu me animo mais e, consequentemente, escrevo mais?