No dia seguinte, Raven estava indo para o Grill cedo da manhã. Era hoje que iria ter respostas. Estava decidida a fazer amizade com alguém muito freqüente do bar e saber mais sobre os dois lindos e maravilhosos candidatos a vampiro.

– Você por aqui mais uma vez! – disse uma das garçonetes que sempre a atendia. Se não se enganava seu nome era Caroline. Era bem legal até, talvez ela pudesse ter algumas informações…

– Está gostando da cidade? – perguntou, enquanto Raven se sentava num dos banquinhos ao redor do balcão.

– Sim. E é realmente muito hospitaleira com seus turistas – ela riu e a garçonete retribuiu com um sorriso. Muito bem Raven, aja. – Sabe, na verdade estou aqui na cidade à pesquisa. Gostaria de saber mais sobre a história do local.

− É mesmo, você é jornalista?

− Historiadora… – corrigiu Raven sorrindo. Oh, que mentira!

– Ah, e sobre o que exatamente você desejaria saber? Talvez eu possa ajuda-la...

Isso! Raven sorriu.

– Bom, estou mais interessada na história mística do local. Sabe, as lendas e mitos… fiquei sabendo que desde sempre a cidade já contava com crenças muito estranhas. Hahaha, desde pequena sempre gostei de mitologias e tal. Entende, essas história de vampiros…

O rosto da mulher se tornou sombrio conforme Raven foi falando. Hum interessante. Seria esse um sinal de que pudesse ser verdade? Será que a mulher sabia do que Raven estava falando? Ou ela só achava que Raven era tão louca como aparentava?

– Ooi – disse ela. – Está tudo bem?

– Ahn, receio não poder ajuda-la nesse quesito – disse a garçonete meio desconcertada. – Não entendo muito bem dessas coisas. Ahn… vai querer beber ou comer alguma coisa?

– Não - disse Raven observando o comportamento um tanto estranho da mulher. Ela já estava se virando para atender outro cliente quando Raven chamou: – Espere! Tudo bem não precisa falar disso então. História verdadeira também me interessa. Vamos pelo menos conversar um pouco mais. Ahn… vou aceitar um café.

Quase quinze minutos tinham se passado desde que Raven começou a “interrogar” Caroline, quando o tal Lindo Dos Olhos Azuis Candidato A Vampiro entrou no Grill.

Pelo que tinha conseguido arrancar de Caroline, seu nome era Damon Salvatore e já estava a um bom tempo na cidade junto com seu irmão Stefan que namorava Elena (diziam os fofoqueiros de plantão que Damon também era apaixonado por ela) e então Elena ficava meio que dividida entre os dois.

Raven tinha começado a conversar sobre coisas diversas sobre a cidade com ela, como clima, fundação, população, até que chegaram aos habitantes. De cara, ela tinha percebido que Caroline não dispensava uma boa conversa (ou fofoca, como quiser descrever). Mas, de tudo o que ela falava, metade Raven deduzia e concluía por si mesma, pois apesar de falar bastante, Caroline não fala tudo, era bem enigmática. Óbvio que ela ainda escondia alguma coisa, mas Raven não a culpava muito afinal, ela era uma estranha na cidade.

Mas enfim, segundo Caroline, pelo menos, não havia nada de errado com Damon e Stefan, seu irmão, ou até mesmo com Elena, apesar de a garçonete não parecer muito certa disso, na verdade ela parecia era muito insegura. Pensando bem, do jeito que ela falava parecia que quem tinha alguma coisa errada era ela. E Raven pensou que talvez tivesse que começar a mudar o rumo da conversa para Caroline.

Mas assim que Damon entrou pela porta do Grill, Raven logo se esqueceu de tudo. Ficou só observando o cara sentar-se em um banquinho mais adiante no balcão e pedir uma dose de uísque. Parecia nervoso com alguma coisa. Raven logo percebeu que não era só ela que o achava lindo e maravilhoso. Várias outras garotas do bar olhavam para ele, inclusive uma outra garçonete que tentava de todo jeito falar com ele enquanto lhe dava a bebida. Ei, não era justo! Raven tinha chegado agora pouco na cidade, as outras já estavam lá há muito tempo. Já tiveram boas oportunidades de observá-lo – e até de falar com ele.

– Ele parece meio irritado não acha? – perguntou a Caroline que também o olhava pelo canto do olho enquanto entregava um lanche para outro cliente.

– É… parece. – Hum que expressão era aquela, pensou Raven. Seria só admiração? Não, definitivamente ela parecia preocupada com ele.

– Ei, Caroline. O que você sabe que está me escondendo?

– Nada, Raven.

– Ah sério? Pensa que eu não estou vendo você só olhando para ele preocupada? E percebi como você falou dele antes. O conhece a um bom tempo né? Fala, é super amiga dele e não tá me contando. – Como a garçonete não falava nada, de repente Raven se deu conta: Caroline não era simplesmente amiga de Damon. Ela realmente estava a fim dele, mas, como ela mesma tinha dito, ele gostava era da namorada do irmão.

– Tá então – falou Raven finalmente. – Já entendi. Não quer falar porque tem medo que eu possa gostar dele, né? Porque você já ama ele.

Caroline desviou o olhar de Damon e olhou para Raven de cara feia, parecendo ofendida.

– O quê? Tá maluca? Claro que não gosto dele. – Ela voltou a limpar o balcão com um paninho. – Não do jeito que você está pensando. E escuta aqui. Você não queria saber sobre a história da cidade? Porque fica perguntando tanto sobre Damon e seu irmão?

Opa!

– Ahn, não, nada. Queria mais era saber sobre a mitologia do local, mas como você disse que não sabia eu fui puxar papo. – Raven deu um sorrisinho. – E… bom, eles parecem ser meio sinistros.

– Ah, de novo essa história… - Caroline de repente parou de falar e olhou para a porta de entrada e então para Damon numa velocidade impossível. Raven notou que Damon também olhava fixamente para Caroline como se os dois estivessem se comunicando telepaticamente.

E então ela também olhou para a porta e seu queixo caiu ao ver o trio de pessoas mais perfeitas que já tinha visto em toda sua vida.

Um era um homem loiro. Parecia ter uns trinta e tantos anos, mas era extremamente lindo e observava tudo atentamente. A outra parecia um anjo – ou uma boneca. Tinha cabelos escuros e espetados e não parecia caminhar. Ela meio que flutuava/saltitava pelo piso. E o terceiro. Nossa! Tinha cabelos cor de bronze e era simplesmente perfeito. Devia ter 18 anos no máximo. Todos tinham olhos dourados e uma pele muito clara. Parecia que não tinham tido uma boa noite de sono, pois havia vestígios de olheiras em seus rostos – não que isso estragasse sua beleza. Observavam o lugar com extrema atenção, como se estivessem procurando algo.

Raven olhou para Caroline. Ela estava concentrada em Damon. Olhando para ele, Raven percebeu que os dois continuavam naquela “conversa de olhares”. Ela se perguntava o que os dois estariam escondendo. Será que conheciam o trio incrível? Bom, pelo modo como Damon era perfeito e Caroline se comportava estranha, deviam ter mesmo parentesco com os perfeitos lá da porta.

De repente Damon assentiu com a cabeça e Caroline se virou para ir para a cozinha:

– Ah… bom, Raven tenho que ir. Foi bom conversar com você.

– Ah mas… ei espere aí! – Mas ela já tinha ido.

Raven então pôs-se a observar.