Edward havia acabado de entrar no Mystic Grill quando sentiu o cheiro: não era tão desagradável quanto o dos lobos mas… bem, não era nada bom. Ele olhou ao redor procurando o dono ou dona daquele cheiro. Não podia ser a tal garota das visões, ela parecia muito humana e aquele cheiro com certeza era de alguém sobrenatural. No entanto, ele não viu ninguém no bar que pudesse ser “diferente”.

Tinham rastreado a garota gótica até aquele bar seguindo as visões de Alice, mas agora que chegaram ali não tinha muita ideia do que iriam fazer. Tinham pensado só em encontrá-la porque ela parecia saber de muitas coisas, mas como exatamente chegariam nela depois de localizá-la? Oi, ficamos sabendo através das visões do futuro da vampira aqui que você sabe muitas coisas sobre vampiros. E então, conte-nos o que sabe. Com certeza assim não seria a melhor opção. Porque, e se, por acaso a garota nem soubesse de nada? Se fosse só mais uma simples garota gótica que amava vampiros? Na sociedade moderna isso era mais que normal. E sim, Edward também não desconsiderava completamente a possibilidade dessas visões de Alice não serem reais, mesmo ele as vendo em primeira mão.

Olhou para Alice. Ela e Carlisle olhavam para o balcão mais adiante. Lá estava a garota gótica. Ela parecia não querer aparecer muito, mas observava tudo atentamente. Olhava dos Cullen para outro cara sentado no balcão mais perto. Edward seguiu seu olhar e percebeu de onde vinha o cheiro.

Carlisle e Alice pareceram isso na mesma hora pois também desviaram seu olhar para o cara sentado ali. Ele também olhava para eles, tinha um olhar meio irônico, cético, mas observava os Cullen com atenção.

É ele, pensou Alice. O cara que estava junto com nós naquele círculo aqui em Mystic Falls.

Hum, pensando bem parecia ser ele mesmo agora que Edward olhava mais atentamente. Mas quem seria aquele cara? E porque tinha esse cheiro esquisito?

Quase 10 segundos tinham se passado desde que o trio havia entrado no Grill, e só então o cara com cheiro estranho pegou seu celular e discou para alguém.

– Stefan, temos problemas. – Ele falava extremamente baixo de modo que mais ninguém além dos Cullen ouvia suas palavras. – Venha para o Grill – ele escutou por um momento, olhando ao redor do bar –, sim você pode. Stefan, agora! – ele desligou o celular e tornou novamente a encarar os Cullen.

O que ele está pensando?, perguntou Carlisle.

– Acho melhor escolhermos uma mesa – disse Edward e os três se dirigiram a uma mesinha num canto onde conseguiam enxergar tanto o cara como a garota gótica.

As garçonetes pareciam disputar entre si para ver quem iria atender a mesa do trio maravilha. Edward simplesmente odiava isso. Não podia ir a lugar algum sem ser seguido por milhões de olhares femininos. Como se precisasse disso. Finalmente uma garçonete se adiantou e veio pedir-lhes o que gostariam de comer.

– Ahn, apenas três águas, por favor – disse Alice sorrindo para a moça que pareceu muito desapontada por ter sido Alice a falar.

– Não consigo entender direito a mente dele – sussurrou Edward quando a garota se afastou. – Tudo parece muito nebuloso.

– Ele não é humano – disse Alice –, também não é um de nós, é só olhar para ele. E óbvio que não é um lobisomem. Portanto o que ele é? Edward, mesmo me concentrando não consigo ver o futuro envolta dele. Vamos leia a mente dele!

– Alice acalme-se. Estou tentando…

Realmente a mente dele parecia que estava coberta com um pano. Edward ouvia apenas algumas coisas sem sentido. Ele estava esperando esse tal de Stefan chegar. Ia interceptar os três assim que seu irmão aparecesse, pois percebia que havia algo errado com os Cullen. E havia outra garota em sua mente, perecia uma garçonete, mas tinha algo errado com ela, também não parecia ser humana e o cara com cheiro estranho planejava algo com ela. O problema era que Edward não compreendia o quê.

– Edward? – chamou Carlisle. – Se não consegue entender a mente dele veja a das outras pessoas. O que elas acham do homem sentado no balcão? Analise a garota de preto. O que ela pensa?

Na verdade as outras garotas do bar não pensavam muito no cara em si (o que ele era, ou o que estava fazendo na cidade) preocupavam-se mais em olhar sua beleza. Mas pelo que entendia delas, o nome do cara era Damon Salvatore e parecia não dar a mínima para qualquer outra garota que não seja a que ele supostamente amava: Elena Gilbert. Já os homens do Grill não prestavam a mínima atenção em Damon, então ficava difícil.

– A garota, Raven, está assistindo a tudo. – Edward franziu a testa. – Na verdade ela está adorando tudo. Sabe que nem nós nem o cara são normais. Suspeita que ele, – apontou para Damon – Damon Salvatore, é um vampiro e acha que ele nos conhece.

– Isso é impossível. – Carlisle encarou Edward. – Não é?

– Vejam! – disse Alice.

Damon havia se levantado e caminhava em direção à porta dos fundos. Quando chegou lá encarou Edward, Carlisle e Alice, fazendo um mínimo sinal com a cabeça, indicando que os três eram para segui-lo, e saiu porta a fora.

Edward estava pronto para ir atrás dele. Se tinha uma coisa que não suportava era não enxergar a mente de alguém direito. Isso o consumia de curiosidade. Bella era testemunha disso.

Edward pode ser uma armadilha, pensou Carlisle segurando seu braço enquanto ele levantava.

– Não vamos saber se não tentarmos descobrir – disse encarando os dois. Carlisle não largou o braço. – Carlisle, somos vampiros. Monstros. Mais forte do que qualquer ser. Suponho que temos chance sobre esse cara, não? – Ele puxou o braço e foi caminhando em direção à porta sabendo que os dois iam segui-lo.