Isabella pov.

Fiquei desesperada quando vi que Claire tinha se machucado. Pensei que fosse ter um troço. Eu nunca fui muito resistente a sangue, nem mesmo ao meu. Sempre que sinto cheiro ou vejo sangue, ou fico enjoada ou desmaio. Mas eu sabia que dessa vez eu precisava ser forte e aguentar. Imagine se eu desmaio? Edward piraria, com toda certeza.   

E quando ela me pediu para acompanhá-la até a sala de sutura, eu senti um misto de nervosismo e alegria. Nervosismo por saber que eu teria que enfrentar os meus medos: sangue e agulhas. Alegria por saber que eu era importante para ela. Até porque, se eu não fosse, ela não pediria para eu ir junto, certo?

- Isabella, o quê você está fazendo aqui?

- Pai?! – espera! O quê ele estava fazendo aqui?

- Eu já não te falei que eu não quero você perto dele?! – alterou o tom de voz.

- Charlie, fale baixo. Nós estamos em um hospital. – a mãe de Edward pediu.

- Eu te fiz uma pergunta, Isabella!

- Eu... Eu vim com o Edward... A Claire se machucou e –

- Então você estava com ele?!

- Charlie, calma! – Edward pediu.

- Não se meta nisso, Cullen! – apontou um dedo para ele. – Isso é entre eu e minha filha.

- Estava, pai. Eu passei o dia com Edward. – resolvi falar logo a verdade. Prolongar aquilo não dia adiantar nada.

- Ótimo! – deu um sorriso irônico. – Quer dizer que você inventou que estava doente só para passar o dia com a minha filha? Resolveu brincar de casinha, Edward?!

- Eu acho melhor você me respeitar, Charlie! – o enfrentou.

- Não. Olha, Sr. Swan, a Bella só estava com o meu irmão porque eu pedi. Era para eu ficar com ele, mas como eu e Jasper tínhamos marcado de sair hoje, eu pedi para Bella ir cuidar dele.

- Satisfeito?! – minha voz estava carregada de ironia, e eu sabia que a qualquer momento começaria a chorar de vergonha e raiva.

- Vamos para casa agora! – segurou meu braço fortemente.

- Me solta! Você tá me machucando! – tentei puxar meu braço, mas ele é mais forte que eu.

- Charlie, solte-a. – Edward se meteu entre nós dois.

- Já falei para você não se meter nisso, Edward. – eu fiquei preocupada pelo meu pai. Se acontecesse uma briga, ele sairia na desvantagem. Primeiro porque Edward era muito mais alto que ele e segundo porque era mais forte.

- Por que você não me quer perto dele?! Eu tenho o direito de saber!

- Porque eu não quero, Isabella.

- Isso não é justificativa. Tem que ter um motivo além de ciúmes! Por quê?

- Você quer saber a verdade?

- Claro que eu quero!

- Porque eu não quero que aconteça com você o mesmo que aconteceu com a sua mãe e com Tanya! Eu não quero que daqui a alguns anos me falem que minha filha foi morta porque estava envolvida com um policial.

- O quê?! Mas a minha mãe foi morta em um assalto... – sussurrei. Mas logo a verdade me atingiu, fazendo com que eu desse um passo para trás, e se Edward não estivesse atrás de mim, com certeza eu teria caído. – Você mentiu durante todos esses anos?! – ele abaixou a cabeça. – RESPONDE, CHARLIE!

- Foi para o seu bem! Não queria que você sofresse.

- Você mentiu para mim... – as lágrimas rolavam soltas pelo meu rosto, deixando um rastro quente no lugar onde passavam. – Por quê?

- Calma, Bella. – Edward segurou meus ombros delicadamente.

- Me tira daqui. – pedi, em um fio de voz.

- Claro. Mãe, você pode –

- Cuide dela, filho.

- Obrigado. – passou o braço por minha cintura. – Vamos, Bella.

- Filha, me escuta, por favor. – parou na minha frente.

- Me escuta você. – o encarei friamente. – Você era a pessoa que eu mais confiava no mundo e olha onde estamos. – abri meus braços. – Eu estou saindo de casa, Charlie. E espero que amanhã, quando eu for pegar as minhas coisas, você não esteja lá. Passar bem. – saí, sentindo Edward bem atrás de mim.

- Bella, tá tudo bem?

- Me deixa quieta. – pedi.   

A primeira coisa que fiz quando entrei no carro foi chorar. Chorar como há muito eu não fazia, aliás, como eu só fiz uma vez. Como eu só chorei quando minha mãe morreu. Só que dessa vez não eram os braços do meu pai que estavam ao meu redor, não era no colo do meu pai que eu estava e não era meu pai quem estava me consolando, mas Edward estava fazendo esse papel tão bem, ou melhor, que ele.

- Eu só queria saber o por quê. Eu não teria ficado com raiva dele nem nada do tipo. Eu juro, Edward.

- Eu acredito, Bella. – deu um beijo na minha cabeça.

- Ele mentiu para mim. Fez o que eu mais odeio! Mentiu. Por que as pessoas que eu mais amo mentem para mim?! Por quê?

- Bella, calma, por favor. – esfregou minhas costas suavemente, tentando me acalmar. – Por que você não vai tomar um banho enquanto eu preparo alguma coisa para comermos? – e só agora eu fui perceber que nós estávamos no apartamento dele.

- Edward, – saí de seu colo. – eu tenho que ir pra casa da Rose. – passei a mão pelo rosto, tentando enxugar as lágrimas que insistiam em cair.

- Não mesmo. Você vai ficar aqui e ponto.

- Não. Olha, daqui a pouco a Claire está aqui, sem contar que eu já dei trabalho demais por hoje.

- Claire vai dormir na casa dos meus pais e é claro que você não deu trabalho algum. – foi me empurrando suavemente até seu quarto. – Pode ficar a vontade. Vou separar uma roupa minha para você usar. Vai tomar um banho, Ok? Qualquer coisa eu estou na cozinha. – saiu, me deixando ali sozinha.   

Não podia negar que Edward estava sendo muito carinhoso e compreensivo comigo, sem pedir absolutamente nada em troca. Não sei o que seria de mim se eu não estivesse tendo o apoio dele. Eu estava muito magoada e chateada com meu pai. Jamais esperaria uma mentira nessas proporções da parte dele, ainda mais por saber que o quê eu mais valorizo nos seres humanos é lealdade e sinceridade.   

Assim que saí do banheiro, encontrei uma camisa branca de Edward e uma boxer da mesma cor em cima da cama. Provavelmente as roupas que ele tinha separado para mim. A boxer ficou perfeita, parecendo um short, além de ter ficado bem confortável.

- Ei! – saudou, logo assim que me viu entrando na cozinha. – A roupa ficou boa em você.

- É, ficou. – tentei sorrir. – Obrigada por tudo, Edward.

- Olha, eu fiz misto-quente e vitamina de morango, espero que você goste. – me ignorou.

- Gosto sim. – sentei em cima da mesa. – Edward, posso te pedir uma coisa?

- Claro que sim. – terminou de encher os copos com a vitamina e olhou para mim.

- Me beija... – minha voz não passava de um sussurro.

- Sabe? – sorriu. – Você não precisa me pedir essas coisas. – se aproximou de mim, colocando uma mão de casa lado do meu corpo, e me beijou.   

No começo nosso beijo era lento, suave, como se ele quisesse demonstrar todo o carinho e respeito que sentia por mim. Porém, o que era calmo passou a se tornar agitado. Suas mãos vieram parar em minhas pernas, sua boca estava ávida na minha, como se a qualquer momento eu pudesse sair dali. Quando fui perceber, sua camisa já estava no chão e minhas unhas estavam em suas costas.

- Bella, é melhor pararmos, não quero apresar as coisas.

- Por favor, Edward... Eu preciso disso, preciso me sentir amada. – estava ofegante.

- Não quero que você se arrependa. – apesar de estar negando, sua boca estava no meu pescoço.

- Não vou me arrepender, eu juro. – puxei suavemente os cabelos de sua nuca. Acho que ele se deu por vencido, pois voltou a me beijar.   

Quando dei por mim, minhas pernas estavam em volta de sua cintura e a blusa que eu estava vestindo já estava no chão, me deixando somente de sutiã e a boxer dele. Suas mãos percorriam todo o meu corpo, sabendo exatamente onde deveria acariciar e tocar.

- Edward... – sussurrei, completamente entregue.

- Shiii... Você quer se sentir amada, não quer? Então aproveita. – voltou a me beijar. 

 Me pegou no colo, nos levando para o seu quarto. Percebi que já estava na cama quando senti algo macio em minhas costas. Edward me beijava com delicadeza, me tocando suavemente... Realmente me fazendo sentir amada.

- Tira essa calça.

- Você tem certeza de que quer isso? – perguntou, em pé, abrindo o botão da calça jeans que usava.

- Absoluta, Edward. – me sentei, abrindo o fecho do meu sutiã, deixando a peça sair do meu corpo.

- Você vai me enlouquecer, garota. – deitou em cima de mim, já sem a calça.   

Em poucos minutos já estávamos completamente nus. Edward passava a mão por todo meu corpo, se demorando mais em meus seios, onde enquanto estava com a mão em um, sugava o outro. Acho que meus gemidos poderiam ser ouvidos a distância. Há muito tempo eu não me sentia tão bem.

- Bella, você toma anticoncepcional? – apoiou os braços ao lado da minha cabeça, evitando colocar o seu peso em cima de mim.

- Não. Por quê? Você não tem preservativo?

- Tenho. – se inclinou até a mesinha de cabeceira, pegando a carteira. – Estão aqui. – me entregou o pacotinho escuro, onde se encontrava a camisinha. – Quer por? – dei um sorriso safado.

- O quê você acha? – ele deu um gemido alto quando minhas mãos o tocaram.

- Se eu te machucar, me avisa. – me penetrou lentamente. Deus, ele é grande!

- Edward... – suspirei.

- Shii, Bella, só sente. – deu um beijo no meu pescoço.   

O ritmo de suas estocadas era lento no início, mas aos poucos foi se acelerando, porém Edward em nenhum momento foi agressivo ou bruto. A única coisa que ele queria era me dar prazer, fazer com que eu esquecesse por um momento das coisas que tinham acontecido hoje. Só queria que eu me sentisse feliz.   

Minhas mãos passavam por suas costas suada, eu sentia seus músculos contraírem conforme ele se movimentava dentro de mim. Ele enroscou uma de minhas pernas em sua cintura, fazendo com que a penetração ficasse melhor, enquanto uma de suas mãos tirava mechas de cabelo que caíam por meu rosto.

- Bella, olha pra mim. – sua voz estava mais rouca do que o normal, e quando abri meus olhos, arfei ao ver que os seus estavam mais azuis do que o costume, estavam cheios de luxúria. 

- Oh, Deus... Edward. – passei minhas mãos pelo seu rosto, respirando fundo. Senti que estava muito perto de me libertar.

- Bella... – escondeu o rosto no meu pescoço ao mesmo tempo em que eu me libertei. Não demorou muito e Edward também veio.   

Ficamos um tempo em silêncio, tentando fazer com que nossas respirações voltassem ao normal. Na realidade, eu não queria falar nada, talvez com medo de que a magia daquele momento simplesmente acabasse.   

Depois de alguns minutos, Edward saiu de cima de mim, deitando de barriga para cima e me puxando para seu peito, onde eu logo me acomodei, passando minha perna esquerda por seu quadril e apoiando minha cabeça em seu ombro. Era bom ficar assim com ele. Eu me sentia protegida, como se nada no mundo pudesse me ferir.

- Juan me humilhou... – minha voz estava rouca pelo tempo em que fiquei sem usá-la.

- Você não precisa me falar sobre isso, Bella. – deu um beijo no topo da minha cabeça.

- E se eu disser que eu quero? – apoiei meu queixo em seu peito, o encarando nos olhos.

- Eu diria para você falar. – sorriu enquanto apertava de leve o meu nariz.    

Respirei fundo, pronta para falar aquilo que me perturbava durante dois anos.