Curando Feridas escrita por vieesoares


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Como estão? Quero agradecer pelos reviews lindos que vocês deixaram e comentem bastante nesse capítulo também.
-
E por falar nele, ele será um pouco triste, mas nos esclarecerá alguns pontos importantes sobre a fic, Ok?
-
E tenho uma notícia boa, eu acho: NÃO ESTOU PROMETENDO NADA, mas como é feriado na terça, se eu não for ao cinema ver "Sete Dias com Marilyn", postarei mais um capítulo pra vocês, Ok?
-
Aproveitem, flores :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193228/chapter/17

Isabella pov.

- Como eu estava falando, – voltei a minha posição anterior. – ele me humilhou. Acho que eu nunca me senti tão traída... Na verdade, me senti. Hoje.

- Como assim ele te humilhou? – sua voz estava muito baixa. Se eu não estivesse ao seu lado, provavelmente não teria escutado.

- Quando eu fui morar na França, eu só tinha 17 anos... Era uma adolescente iludida. Foi quando eu o conheci. Ele me parecia ser um cara muito legal, sabe? Foi super simpático comigo, me apresentou toda a faculdade, fez com que eu me sentisse em casa e eu logo fiquei encantada por ele. Logo assim que eu fui morar com a Rose, ela me avisou que ele não costumava ter uma boa fama, mas eu achava que isso era inveja das outras meninas... Ele era o cara mais popular, é óbvio que deveria ter dispensado inúmeras garotas. Nós começamos a namorar, e aquilo para mim era um sonho, eu pensava que tinha encontrado o amor da minha vida, que ele seria o cara que eu me casaria, que eu construiria uma família. – respirei fundo. Lembrar daquilo ainda doía.

- Bella, você não precisa continuar...

- Eu não quero ter segredos com você, Edward. – ele sorriu. – No final de semana do nosso aniversário de 3 meses de namoro, os pais dele iriam viajar, ou seja, a casa estava livre. Ele me convidou para ir para lá, uma comemoração só nossa... Como eu era inocente, Deus! – dei um sorriso amargo. – Eu aceitei ir para cama com ele. Eu pensei que ele me amasse, mas na manhã seguinte eu vi que aquele conto de fadas que eu havia construído tinha virado um pesadelo. Quando eu acordei, ele estava sentado aos pés da cama, rindo. Tinha apostado com o amigo que tirava minha virgindade em menos de 6 meses de namoro... E eu, estúpida, só facilitei as coisas!

- Você não teve culpa, Bella. – nos virou na cama, de modo que ficamos um de frente para o outro. – Você não sabia que ele era tão filho da puta assim!

- Depois daquele dia, eu prometi nunca mais me envolver sentimentalmente com um homem. Ficaria com eles? Claro. Transaria? Também. Mas não passaria disso. Nada mais sério do que isso, até que apareceu você, detetive.

- Olha, – segurou meu rosto entre as mãos. – eu jamais faria alguma coisa para te machucar, não conscientemente. Jamais, Bella. Pode não parecer, mas você é muito importante para mim. – sorri. – E depois disso, o que aconteceu?

- Ele passava por mim como se nem me conhecesse. No início eu sofri muito, mas depois eu vi que não valia à pena. Quem ele era? Para mim, absolutamente nada.

- Juro que se esse cara aparecesse na minha frente agora, eu o matava! – seus dentes estavam trincados, ele parecia que realmente estava com raiva. – Seu pai nunca soube disso?

- Nem meu pai, nem Rosalie. Você foi o primeiro e último a saber, Edward. Por favor, não vá contar isso a ninguém.

- Eu prometo que não, pequena. – encostou os lábios nos meus.

- Vamos dormir, sim? Eu estou morrendo de sono. – me aninhei em seus braços.

- Eu também estou. – bocejou. – Boa noite, Isabella. Qualquer coisa me acorde. – deu um beijo na minha cabeça.

- Pode deixar... – e logo eu estava dormindo.

[...]

Eu sentia que o sol estava batendo na minha pele, deixando o lugar quente, mas estava com tanta preguiça de abrir os olhos, sem contar que se eu me mexesse Edward acordaria, pois ele estava com as pernas por cima das minhas. Então simplesmente me aconcheguei mais em seus braços, tentando voltar a dormir. Não deveria ser mais de 7 da manhã... Tudo bem que eu tinha aula hoje, mas com tudo que tinha acontecido ontem, faculdade era a última coisa que passava pela minha cabeça.   

Quando eu estava prestes a cair no sono novamente, o celular de Edward tocou, nos despertando. Ele levantou com cuidado da cama, talvez pensando que eu ainda estivesse dormindo, vestiu a boxer preta que estava no chão e pegou o aparelho que estava no bolso da calça jeans.

- Alô? – coçou a cabeça. – Eu sei, mãe. Eu vou aí buscá-la, tá? – pausa. – O quê você queria que eu fizesse, mãe? E de mais a mais, Claire não vai repetir o ano por faltar aula, ela só tem 4 anos. – outra pausa. – Ok, já tô saindo daqui. Beijos.

- Tudo bem? – ele olhou pra mim, surpreso por eu estar acordada.

- Te acordei? Desculpa. – veio até mim, me dando um beijo.

- Não. Eu já estava acordada. – sentei na cama, tomando cuidado para o lençol não escorregar. – Está tudo bem? – repeti a pergunta.

- Sim. – vestiu a camisa que estava jogada no chão. – Só minha mãe que estava reclamando por Claire ter faltado à aula hoje, de novo.

- Desculpa. Eu te atrapalhei, né? – abaixei a cabeça.

- Claro que não, Bella. – riu. – Olha, eu vou lá buscá-la. Não vai embora, Ok? Eu vou bem rápido, juro.

- Tudo bem. – fiquei de joelhos na cama, o puxando para mais perto. – Quando você voltar eu estarei bem aqui, detetive. – sussurrei, dando um beijo nele.

- Não demoro. – se afastou. – Tchau.

- Tchau, Edward. – levantei da cama muito a contragosto, queria dormir mais um pouco, mas hoje meu dia seria cheio.   

Peguei a mesma roupa de ontem, que estava dobrada em cima do sofá que havia no quarto de Edward, e entrei no banheiro. Precisava tomar um bom banho... Ainda tinha que ir em casa pegar minhas roupas. Precisava ligar para Rosalie, tinha que saber se eu poderia ficar um tempo com ela, pelo menos até eu conseguir um estágio e ter dinheiro para alugar um apartamento. Talvez eu estivesse sendo radical ao querer sair de casa, mas não podia continuar morando com meu pai, tendo conhecimento do que ele fez. Pelo menos não por enquanto, não enquanto eu ainda estivesse magoada.   

Charlie sempre soube que eu não gosto de mentiras. Tudo bem que ele fez isso para me proteger. Mas que tipo de proteção é essa? Mentir para a própria filha? Não quero julgar a atitude dele, mas eu, em seu lugar, tentaria ser o mais clara possível. Ele tem total conhecimento de que eu jamais ficaria com raiva dele... Foi uma consequência. Assim como foi uma consequência Tanya ter morrido. Por que, necessariamente, isso terá que acontecer comigo? E de mais a mais, eu e Edward não estamos namorando, não vamos nos casar, nada disso está acontecendo e nem vai acontecer.

- Tia Bella?

- Oi, querida! – terminei de amarrar meu cabelo. – Me deixa ver seu queixo. – ajoelhei no chão, ficando da sua altura.

- Olha, o vovô colocou um band-aid da Branca de Neve. – ergueu o rosto, me mostrando o curativo cor de rosa.

- Mas você está sentindo dor? – ela negou. – Então está tudo bem. – dei um beijo em sua bochecha rosada. – Cadê o seu pai?

- Tá lá na cozinha... É que eu não quis comê nada na vovó.

- Por quê? – segurei sua mão, indo para a cozinha.

- Porque eu queria vim logo pra cá.

- Entendi. – Edward estava de costas para nós duas, preparando uma caneca com achocolatado.

- Toma, filha. – entregou o objeto para ela. – Está tudo bem? – se referiu a mim.

- Tá. – sorri.

- Mesmo? – tirou minha franja do meu rosto.

- Eu tenho que ir em casa, pegar minhas roupas... – dei de ombros. – Não quero ir sozinha. – confessei.

- Eu vou com você. – aproveitou que Claire tinha ido para sala e me abraçou. – Sobre ontem –

- Não se preocupe, Edward. – olhei para cima, ainda abraçada a ele. – Você não me machucou, eu gostei e nós não fomos precipitados.

- Ei! Como você sabia que eu ia falar isso? – sua voz estava em um tom brincalhão.

- Sabendo. – sorri. – Obrigada. – enterrei meu rosto em seu peito, aspirando seu cheiro. – Obrigada por ontem, obrigada por estar do meu lado, obrigada por tudo.

- Você deveria conversar com o seu pai. – se apoiou na pia, me levando junto. – Ele deve estar bem mal, Bella.

- Eu ainda não estou pronta para falar com ele. Estou muito magoada, Edward. Jamais imaginei que Charlie seria capaz de mentir para mim dessa forma. – brinquei com os pêlos do seu braço.

- Ele fez isso para –

- O meu bem. Eu sei. Já decorei esse discurso, então não manda essa.

- Ele deve estar arrependido e triste e se eu bem conheço o seu pai, isso irá atrapalhá-lo no trabalho. – deu um beijinho em meu pescoço.

- E se eu bem me conheço, nada do que você falar irá fazer com que eu mude de ideia, então, por favor, pode parando. – me afastei dele. – Você sabe se meu pai vai trabalhar hoje?

- Vai. – olhou a hora no relógio de pulso que estava usando. – Inclusive, essa hora ele já deve estar na delegacia. Por quê? Você quer ir logo na sua casa?

- Quero. – cocei minha bochecha. – Também tenho que ligar para Rose e ver com ela se eu posso ficar morando lá por uns tempos.

- Você acha que ela vai se importar?

- Acho que não. – balancei a cabeça negativamente. – O problema maior são os pais dela, mas eu vou ficar lá por pouco tempo. Só até conseguir um estágio e ter dinheiro para alugar um apartamento.

- Bella, você acha que tomou a decisão certa ao querer sair de casa?

- Não sei, Edward. – mordi o lábio inferior. – Talvez eu esteja me precipitando mesmo, mas eu não ia conseguir viver pacificamente com uma pessoa que mentiu para mim durante 11 anos. E o pior é que essa pessoa é meu próprio pai.

- Escuta, se você quiser ficar aqui em casa por uns tempos, eu não vou me importar.

- Não, detetive. Não precisa. – sorri. – Posso te pedir dois favores?

- Claro.

- Nunca esconda a verdade da Claire, Ok? Ela precisa saber de tudo, mesmo que no início ela fique com raiva, se revolte... Ela é a sua filha, Edward. Em algum momento ela perceberá que está sendo injusta com você.

- Eu prometo que vou contar a verdade para ela.

- Obrigada. – passei a mão em seu rosto. – E o segundo favor: será que podemos ir logo? – ele gargalhou.

- Claro que podemos. – passou o braço por meus ombros. – Filha, vamos na casa da tia Bella?

- Agora, papai? – franziu a testa.

- Vai ser rápido, amor.

- Tá bom. Vamos. – veio até o pai, segurando em sua mão.   

Entramos no elevador em silêncio. Eu por estar apreensiva, não queria que meu pai estivesse em casa. Primeiro: eu não estava preparada psicologicamente para nenhuma outra discussão e segundo: porque eu não queria que Claire presenciasse uma briga entre eu e meu pai. Edward, eu acho, que estava em silêncio por sentir meu nervosismo. E Claire, ela era uma criança muito inteligente, provavelmente estava sentindo a tensão no ar e sabia que aquele não era o momento certo para ficar tagarelando.   

Essa situação toda me lembrava o dia em que minha mãe foi morta. Não gostava muito de recordar, mas foi inevitável não lembrar daquele dia.

Flash back on.

- Será que o metrô vai demorar muito, mamãe?

- Não sei, filha. – segurou minha mão.

- Por que o papai não veio nos buscar?

- Porque seu pai está trabalhando, Bella. – tirou meu cabelo do rosto.

- Entendi.

- Vem cá, vem. – me puxou para mais perto.

- O quê foi? – olhei na direção em que ela estava olhando, e vi que dois homens se aproximavam de nós.

- Nada, querida. – tentou sorrir. – Só quero que você fique perto de mim.

- Você conhece eles dois, mamãe? 

- Não, Bella. Fique quietinha, sim?

- Tá. – dei de ombros, ignorando a situação. Só que percebi que minha mãe estava ficando nervosa, e cada vez mais aqueles homens se aproximavam de nós.

- Sabe que horas são, moça? – o mais alto perguntou.

- Quase 23 horas.

- Obrigado. – vi que o mais baixo pegou alguma coisa que estava em sua cintura.   

Foi tudo tão rápido, em um momento minha mãe estava abraçada comigo e no outro ela me empurrava para o chão. Lembro de ter ouvido um barulho muito alto e depois minha mãe estava caída no chão, com uma poça de sangue ao seu lado. Os caras que tinham atirado desapareceram, como se tivessem evaporado.

- Mãe? Mamãe? Mãe, fala comigo! – balancei seu corpo. Ela não podia estar morta, não mesmo. – MAMÃE!

Flash back off.

- Bella?- Tia Bella?- Oi.- Por que você tá chorando, tia?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o quê acharam?! Espero que tenham gostado, viu?
-
O próximo capítulo é pequeno, então não deixarei spoiler, sem contar que também não acontece nada de muito grave pra deixar vocês curiosas, hahahahaha. Claro, porque meu papel de autora é deixar vocês morrendo de curiosidade.
-
Então é isso, meninas. Beijos e até domingo que vem! (ou talvez até terça, quem sabe).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Curando Feridas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.