As Rosas De Hogwarts escrita por everyrose


Capítulo 17
Masmorras




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Na sombria noite, eu mal consegui dormir. Fiquei a noite inteira escrevendo uma música, pois eu não conseguia pegar no sono. Quando vi, já amanhecera.

A temperatura em Hogwarts ficava cada vez mais congelada. O inverno chegara e havia neve por tudo, cobrindo as telhas e trazendo um ar de cartão-postal para Hogsmeade. Era fim de semana, e os alunos se agasalhavam com o máximo de lã possível.

Depois de um bom café da manhã, eu, Hermione e Ron fomos até o vilarejo passear, para que eu contasse tudo o que a professora Bolena revelara.

Hermione: Então quer dizer que... Você e Harry podem ser parentes?

Houve um momento de silêncio.

Lola: Sim.

Ron: Caracas...

Lola: Mas acho que se formos parentes, seríamos tipo primos. Quero dizer, a família deve ter se dividido.

Ron: Mas, Lola, então quem eram os dois filhos de Annabeth com seu tataravô?

Hermione: É mesmo, né? Se Tobias Haunsen teve um filho com Bernadete, então aqueles outros dois filhos...

Lola: Nem devem ser da minha família. Se mentiram mesmo de geração para geração... A minha família deve ser da parte dessa Bernadete.

Nós caminhávamos pela neve, olhando as meigas casas de Hogsmeade e suas vitrines. Sinos e luzes de natal enfeitavam cada esquina. Alunos e vendedores do povoado conversavam e riam despreocupadamente sobre o Natal. Quem me dera não ter complicações...

Ron: Estranho, não? Você e Harry têm a mesma tataravó! Maneiro!

Lola: Não é maneiro.

Ron: Como não? Eu ia ficar muito feliz se descobrisse que meu amigo era meu parente.

Lola: Ron, eu não quero ser da mesma família que o Harry.

Ron: Qual é, os Potter são a melhor família, uma das mais...

Lola: Você é realmente ingênuo, não é? (Falei irritada)

Hermione: Ah, ignora o Ron, Lola. Ele não entende essas coisas, é burro demais.

Ron: Como se você fosse A BOA.

Hermione: Eu sei que você me acha brilhante.

Ron: Ah, você me pegou.

Vi um indício de sorriso no rosto de Hermione e um pouco de brilho nos olhos de Ron. Então de súbito, vislumbrei uma vitrine fabulosa. O lado de fora estava repleto de viscos e de luzes que piscavam.

Lola: Vamos, preciso começar a comprar os presentes.

Eles sorriram e nós entramos. A loja era cheia de diversos objetos muito criativos; algumas peças para colecionadores, outras para Quadribol, roupas, sapatos e enfeites natalinos. Vasculhei a loja pegando algumas coisas que achava interessante e jogando em uma cesta de compras, com o cuidado para que Ron ou Hermione não vissem. Lá dentro, uma figura gigante se virou para falar comigo.

Hagrid: Ora, vejamos quem está aqui! Lola! Hermione, Ron!

Ron: Hagrid! Fazendo compras pro natal?

Hagrid: É, estou mais para Papai Noel do que para professor, não acham? HOHOHO!

Lola: É, talvez se você pintar sua barba de branco.

Hagrid: (Sorri) Bom, meninos... Já deram uma olhada no Profeta Diário de hoje?

Hermione: Ainda não, por quê?

Hagrid: (Seu sorriso some) Os trouxas... Aquela guerra toda. Está apavorando a Inglaterra inteira, sabem por quê? O metrô de Londres explodiu ontem à noite.

Todos em uníssono: O QUÊ?!

Hagrid: É, as coisas estão ficando cada vez piores... Até o mundo dos trouxas está ameaçador, vê se pode. Outra hora eu estava lá com Dumbledore consolando um garotinho que perdeu os pais trouxas... Estavam no metrô na hora do incidente. Dumbledore acolheu o garoto e prometeu trazer toda a família dele para Hogwarts. Grande homem, o Dumbledore, grande homem!

Lola: Hagrid, eu não recebi notícias dos meus pais.

Hermione: Meu Deus, será que minha família está bem?

Um sininho tiniu na porta da loja, anunciando que mais um comprador chegara. Viramos-nos para ver quem era. Era o ministro da magia, Cornélio Fudge, usando suas vestes, todo engomado, como um bom político deve fazer. Ele caminhou sorridente até Hagrid.

Fudge: Hagrid, como vai?!

Hagrid: Ministro! Que surpresa recebê-lo aqui em Hogwarts.

Os dois se cumprimentaram, porém a mão de Hagrid esmagou um pouco a de Cornélio. O ministro provavelmente estava resolvendo assuntos sobre a estadia das famílias aqui em Hogwarts.

Fudge: Olá, Harry!

Provavelmente não ouvi direito, pensei. Porém olhei para o fundo da loja. Lá estava Harry Potter, dando um breve "alô" ao ministro, levemente desconcertado.

Fudge: Sabe que as corujas estão sendo interceptadas? Muitas delas foram atingidas por bombas também... Ah, esses trouxas árabes estão cada vez mais furiosos!

Olhei apreensiva para Ron e Hermione e ambos retribuíram o olhar.

Ron: Se pichitinho morrer... Vai ter bofetada (Ele fez um gesto com o punho batendo este na própria mão)

O ministro continuou conversando com Hagrid, até que este se lembrou de algo.

Hagrid: Ah sim, se as cartas estão demorando mais para chegar... Você deve ter uma lista de quem... (Ele hesitou) Não é, ministro?

Fudge: Claro. Olá, crianças. (Ele nos cumprimentou) Posso saber seus nomes?

Mione: Hermione Granger.

Ron: Ronald Weasley

Lola: Lola Haunsen

Por um momento, a expressão despreocupada e sorridente de Fudge havia desaparecido. No lugar dela, apreensão e incerteza tomaram o rosto do ministro. Porém, em questão de segundos, o sorriso voltou a aparecer.

Fudge: Desculpem! Acho que confundi o sobrenome deste aqui (Apontou para Ron) com um sobrenome que está na minha lista. Podem ficar tranqüilos!

Suspiramos aliviados.

Lola: Pessoal, preciso ir. Lembrei-me de que preciso ensaiar o teatro com os sonserinos.

Ron: Ah, sentimos por isso, Lola. Tem certeza que não quer vir pro nosso grupo?

Lola: Não, Ron... Agradeço, mas acho que os outros grifinórios não vão me receber bem. Além do mais, já me inscrevi no grupo dos sonserinos mesmo, então... Adeus.

Hermione: Tchau.

Eles acenaram. Saí da loja com pressa, colocando meu cachecol de volta. Olhei para a Dedos de Mel. Seria tão bom parar lá pra comprar um doce. Aproximei-me da loja colorida e olhei para a vitrine. Os sapos de chocolate, os pirulitos e as bombas de merengue olhavam para mim, pedindo para que eu os comprasse.

Harry: Quer que eu roube pra você?

Lola: AI! Puta merda, que susto!

Olhei para o lado, não vi nada.

Lola: Harr... (Senti um peteleco no nariz) AI! Harry, você tá usando a capa!

Harry: Sh! Se você fosse mais esperta, não gritaria isso né?

Lola: Desculpe. De qualquer forma, não tenho tempo pra doces. Tenho que correr pra ensaiar aquela merda de teatro.

Harry: Hm, você é quem sabe. Escuta, me encontra naquele lugar, as seis e trinta, tá bom?

Lola: Tá, mas...

Harry: Sem mas!

Lola: (Senti outro peteleco) AI! Para com isso! (Tentei empurrá-lo, mas atingi o ar)

Harry: (Rindo) Seis e trinta em ponto, Loliz!

Lola: Tá, tá... Agora deixe-me sair daqui, antes que pensem que sou maluca.

E saí correndo até o castelo. Bem, o resto da tarde foi entediante. Cheguei ao palco reservado para ensaios com o nosso grupo, e ficamos a tarde toda ensaiando a primeira parte. Pansy Parkinson e Draco Malfoy queriam porque queriam ser os principais. Então, houve uma rápida briga entre os sonserinos, porque ninguém queria fazer papel de um trouxa. Claro, me colocaram pra fazer esse papel.

Carrie: Draco, é melhor que o Logan seja Detroit, ele vai fazer parzinho com a Haunsen!

Draco: NÃO, EU vou ser o principal! Que saco, quem é que escreveu essa merda de roteiro?

Logan: Olha, o Draco pode ser o Detroit, ok? Faça como quiser.

Pansy: Não é isso, Hoffman, é que se você for Detroit vai fazer parzinho com ela, se ele for o rei...

Crabbe: De boa, eu não vou fazer papel de trouxa! Nos dois sentidos né!

Eles riram.

Pansy: Eu já disse, a Haunsen que vai fazer papel de trouxa, já que ela é uma nos dois sentidos né.

Lola: EI! Mais respeito, ouviu, ou eu não vou fazer essa porra de peça com vocês.

Carrie: Que saco, Pansy, deixa ela quieta ou nós vamos perder. Precisamos de uma cantora, lembra? (Ela disse entre dentes)

Logan: Olha, se for assim, nós mudamos o roteiro então. Detroit faz uma cena ligeira com a camponesa trouxa e a maior parte das outras cenas com a Ayne. Ok?

Draco: Ótimo. Assim eu e Pansy seremos as estrelas. E você, Haunsen, trate de cantar bem. COMEÇEMOS O ENSAIO!

Até que a chantagem que fiz com eles deu certo! Porque não me mal trataram por um período razoável, e meu papel também não era lá o dos mais pequenos. Depois do ensaio, fui correndo até o armário de vassouras às seis e quarenta. Ele estava me esperando e não disse uma palavra, apenas abriu o armário com a chave e entramos dentro dele. Ele murmurou a senha Thorns de sempre, e o muro foi se modificando. Entramos, por fim, no belo campo de rosas. Aspirei aquele cheiro incrível e sorri.

Lola: Desculpe a demora, eles me atrasaram.

Harry: Aqueles babacas? Ah, um dia nos vingamos deles.

Ele sentou na relva verde, encostado em uma grande árvore que havia ali. Também me sentei ao seu lado.

Harry: Não consegui dormir essa noite.

Lola: Eu também não. Fiquei abismada pelo fato de sermos parentes.

Ele franziu a sobrancelha.

Harry: Mas não é nada demais. É uma relação distante.

Lola: Harry, sua tataravó, ou nossa, sei lá, matou meu tataravô. Ela cortou-lhe a cabeça! Que crueldade horripilante.

Harry: É, mas e daí?

Lola: E daí? Não sei... E se você me matar?

Harry: O quê? Surtou? Você andou tomando poções proibidas?

Lola: Não!

Harry: Não pira, Lola. Pelo amor de Deus, eu nunca seria capaz de te matar. Aliás, eu é que fiquei abismado por você ter desejado que eu morresse.

Lola: Do que está falando?

Harry: Daquela imagem insólita que você viu no espelho.

Lola: Há! Depois eu é que sou surtada! Não prestou atenção quando Bolena disse que aquele espelho também mostrava os MEDOS? Eu tenho é medo de que você morra, isso sim.

Uma expressão de compreensão e entendimento estampou-se no rosto do garoto. Não acreditava que ele realmente pensara que eu desejava aquilo. Garotos eram burros mesmo.

Harry: Ah, não se preocupe... Vem cá.

Ele beijou meu pescoço, mas eu continuei parada.

Harry: Mano, qual é!? Não agüento mais, deixa de ser certinha!

Lola: Quê? Não sou certinha!

Harry: Olha, você tá pior que a versão Hermione Granger.

Lola: Como é? Você acha a Mione ruim?

Harry: Não foi isso que eu disse (ele revirou os olhos)

Lola: Insinuou então. Olha aqui, eu não sou certinha!

Harry: Qual é, aquela foi sua PRIMEIRA detenção.

Lola: E daí? Sinto muito se nunca tive amigos para zoar e pra infringir as regras! A Mione pode ser meio obsessiva por livros e por estudar, mas certinha ela não é, e nem eu sou.

Harry: Então se você não é certinha, vem me pegar.

Franzi a testa.

Harry: Anda, Loliz, o que tá esperando? Me pega! (Ele gargalhou e se levantou)

Também me levantei e Harry começou a correr pelo campo, me provocando. Saí correndo atrás dele, rindo das palhaçadas do garoto. Demos a volta na mesma árvore, indo de um lado pro outro, correndo em círculos. Até que eu o empurrei com toda a força, e ele caiu de costas pro chão. Harry sorriu, vencido. Estendi a mão. Ele a pegou, mas invés de fazer força para se levantar, fez força para que eu caísse no chão, ao lado dele. Caí com a cara no barro, mas me virei ficando de barriga para cima. Então ele se colocou por cima de mim, apoiando as mãos no chão.

Harry: Eu venci.

Lola: A briga não acabou.

Seu rosto estava realmente perto do meu.

Lola: Seus óculos.

Harry: Hein?

Lola: Seus óculos estão caindo.

Harry: Ah! (Ele tirou os óculos deixando-o de lado)

Música: Australia

Seus olhos sem o óculos meia-lua eram mais visíveis. Eram os mesmos, é claro; no entanto, pareciam mais alcançáveis, tocáveis. Não que eu fosse meter o dedo no olho dele. O que quero dizer, é que parecia mais fácil de enxergar os sentimentos de Harry, como se só agora estivesse vendo sua alma.

Lola: Mas assim você não me enxerga.

Harry: Enxergo sim.

Não senti firmeza na resposta dele e ri.

Harry: Ah, que diferença faz, se eu vou fechar os olhos mesmo? Você ainda não me pegou, acho que não é boa no pega-pega, hein?

Lola: Ui, desculpa aí pegador!

Eu passei a mão pelo pescoço de Harry e o beijei com vigor e vontade. Enroscamos-nos um no outro, ainda deitados. O hálito de Harry era fresco. Apesar de estar realmente frio, ali no campo de rosas, a temperatura parecia sempre agradável, como se houvesse uma magia que a controlasse. Não nevava. Ainda assim, Harry me aquecia, com seus braços envoltos nas minhas costas. A língua e a boca de Harry eram quentes, fervorosas. Ele beijava de um jeito romântico e ao mesmo tempo quente. Era boa a sensação de beijá-lo tão profundamente. Algo indescritível que se parecia com borboletas na barriga. Passei a mão pelos cabelos descabelados de Harry, massageando com força sua cabeça. Ele se arrepiou. O tempo que ficamos sem poder expressar alguma afetividade parecia ter sido longo demais, e agora estávamos compensando.

Nossas respirações já estavam ofegantes, quando o garoto, que estava afagando meu braço, começou a fazer cócegas em meu estômago. Eu gargalhei entre o beijo, implorando para que ele parasse imediatamente.

Harry: Você é toda minha hoje. (Ele colocou os óculos)

Lola: Sério, para com essas cócegas!

Harry: Sei que você gosta de umas cócegas! (Ele continuou fazendo) Já ouviu falar em uma música chamada Austrália?

Lola: Hein? Não. Para, Harry! Você ta com fogo, moleque!

Ele sorriu e beijou minha testa, depois desceu seus lábios para a minha bochecha e depois para meu pescoço. Foi aí que continuei sentindo cócegas e rindo que nem uma abestalhada. Depois a sensação foi de prazer, porque ele começou a me dar uns chupões no pescoço, enquanto eu me arrepiava. Se bem que começou a ficar forte demais e a doer um pouco.

Lola: QUÊ ISSO, QUER ARRANCAR MEU PESCOÇO FORA?

Harry: NÃO, SÓ QUERO DEIXAR MARCA, pra verem que você é minha.

E puxei-o pela gravata vermelha dourada, para perto de mim, para arrancar-lhe mais um beijo eterno.

Depois de ficarmos um tempo no campo de rosas, decidimos sair, ou iriam se dar conta de nossa falta. Saímos por entre o muro; mais uma vez, estávamos no armário de vassouras. Estava escuro como breu. Harry certificou-se de que a passagem se fechara. Esperei; no entanto, ele me puxou pela cintura até ficarmos colados.

Lola: Ainda quer mais?

Harry: Não me canso de você.

E me beijou. De novo nossas línguas se enroscaram, e mais uma vez minha mão fora parar na nuca de Harry. Enquanto nos deliciávamos com mais beijos, a mão de Harry que estava nas minhas costas, foi descendo e "casualmente" parou na minha bunda. Eu tirei a mão dele daquele lugar, ele riu e mordeu meu lábio.

Harry: Sexy.

Lola: Gostoso.

Harry: Como sabe? Já me provou?

Lola: To provando agora. (Eu mordi a orelha dele)

Harry: Não sou só eu que to com fogo hoje!

Lola: Então você admite! Agora EU quero deixar a minha marca.

E fui em direção ao seu pescoço, mordendo-o. Não chegou nem perto do estado do meu pescoço, mas tudo bem.

Lola: É melhor a gente sair.

Olhei para os lados primeiro e depois saímos. Harry trancou a porta do armário com a chave de ouro, e depois a guardou. Nesse momento, Logan apareceu. Ele estava passando pelo lugar, quando me viu e parou instantaneamente. Fuzilou Harry com uma expressão revoltada.

Logan: Vocês dois...

Lola: Logan, não é nada do que você tá pensando...

Logan: Estavam no armário de vassouras!

Harry: Não, não! Pera aí, não foi isso!

Logan: Ah é, Potter? Então me diga o que foi!

Harry: Eu... Nós... Pegamos detenção no mesmo horário, e fomos... Obrigados a procurar esfregões e... Produtos de limpeza em algum armário.

Lola: É.

Logan: (Ele riu) Muito engraçado, Potter! Ótima mentira, mas só otário que cai. Com licença.

Ele desceu as escadarias, enfezado, totalmente encolerizado. Olhei aflita para Harry. Não havia ninguém ali naquele horário, o corredor estava despovoado.

Harry: Ele vai contar para Malfoy... Já era, já era!

Lola: NÃO! Tem que ter um jeito!

Harry me arrastou até o segundo andar, no banheiro feminino. Aquele em que a Murta-Que-Geme costumava perambular. Ele ficou andando de um lado para o outro, pensando.

Lola: Será que... Uma poção-feitiço Ilusionista?

Harry: Não, não. Ele iria se lembrar logo que o efeito passasse.

Lola: Droga, droga de Logan!

Harry: Olha, se ele contar para Malfoy, estaremos FRITOS, FERRADOS, TOSTADOS. Porque aí... Aí sim estaremos em grande perigo.

Harry correu os olhos pelo banheiro, e de súbito, fitou um boxe.

Harry: POÇÃO POLISSUCO!

Lola: Hein? (Falei intrigada) Nos transformarmos em Malfoy?

Harry: Sim. Eu já fiz isso no segundo ano. Transformei-me nos amiguinhos dele para tirar informações. Mas primeiro nos livramos deles, é claro, não foi difícil.

Lola: Ai, Harry, mas duvido que seja fácil nos livrarmos de Malfoy.

Harry: É, bem...

Ele pegou do bolso um pedaço de pergaminho velho, desgastado. Apontou com a varinha para este.

Harry: Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

O pergaminho se transformou em um peculiar mapa chamado "Mapa do Maroto". Quando Harry o abriu, não acreditei no que vi. Era um mapa de Hogwarts. Riscado com tinta mágica, provavelmente, pois todas as pessoas que estavam presentes no castelo eram representadas por pegadas que se mexiam. Todos os cômodos que existiam, até mesmo passagens secretas, se encontravam ali, desenhadas. Era uma verdadeira relíquia.

Lola: WOW!

Harry: Aqui, aqui... Ah, droga! Vai ser impossível pegarmos Malfoy. Ele está nas masmorras, no Salão Comunal.

Lola: Que bosta. E agora? Não tem como nos safarmos dessa...

Harry: A não ser... (Ele apontou misteriosamente para uma pegada preta que andava no corredor do segundo andar) que nos transformemos em alguém de muita confiança para Malfoy.

O garoto olhou para mim com maldade nos olhos. As pegadas eram de Pansy Parkinson.

Nós saímos depressa daquele banheiro. Decidimos que como eu era uma garota, me transformaria na Pansy; e Harry, como tinha a capa da invisibilidade, roubaria a poção já pronta no armário de Snape. Portanto, fomos um para cada lado. Eu cheguei ao segundo andar andando na mesma direção que Pansy, mas atrás dela. Lentamente me aproximei e sussurrei.

Lola: Petrificus Totalus.

A garota parou no mesmo lugar, imóvel. Cheguei perto dela e arranquei-lhe um fio de cabelo negro. Logo, arrastei-a até o armário de vassouras mais próximo.

Lola: Quem é otária agora?

E fui embora, levando a gravata sonserina dela junto. Voltei ao banheiro da Murta e esperei por Harry. Ele chegou despindo a capa, trazendo um pote com a poção dentro, que fervia.

Harry: Esta é recém feita. Acho que Snape deve estar ensinando essa poção para os alunos do sexto ano.

Lola: Sexto ano, só? E vocês fizeram ela no segundo ano?

Harry: Sim, não é tão difícil. Com a ajuda de Mione conseguimos. Acontece que o morcego deve achar arriscado ensinar esse tipo de poções para alunos mais novos, que são mais pestinhas. Enfim, Snape ficou desconfiado e foi verificar o armário depois que saí. Mas acho que não vai notar nada.

Eu coloquei o fio de cabelo na poção, que borbulhou. O cheiro era insuportável e nauseante. Fiz uma careta antes de beber e engoli a poção em menos goles possíveis. O gosto era mesmo repugnante, senti ânsias de vomitar, curvando-me para frente.

Harry: Calma. (Ele me segurou)

Entrementes, senti meu rosto se retorcer; em seguida, meu corpo. Bolhas de pele começaram a se formar sobre mim. Olhei-me no espelho. Eca. Estava idêntica a Pansy Parkinson.

Lola: Harry, estão acontecendo reações no meu corpo! Agora estou curiosa... Será que meus órgãos vitais também mudam?

Harry: Pergunte a Hermione. Agora anda, tira essa gravata e esse casaco. Fica só com a saia e a blusa branca e coloca a gravata dela.

Lola: Ok.

Despi ambos, pois denunciariam que eu era da Grifinória.

Harry: Te vejo no Salão Comunal, boa sorte. E lembre-se, tenta convencer ele o mais rápido possível, porque o efeito só dura uma hora.

Eu consenti e me afastei do banheiro. Os corredores estavam vazios. Saí desembestada até as masmorras. Droga, a senha! Eu não sabia a senha! Olhei em volta e vi Snape dentro de sua sala.

Lola: Professor... (Pigarreei), professor Snape? (Forcei minha voz para que ficasse fina e irritante parecendo com a de Pansy) Desculpe-me, mas esqueci a senha do Salão Comunal. (Sorri falsamente)

Snape: (Levantou uma sobrancelha, desconfiado) Se esqueceu? Por acaso virou um daqueles grifinórios que se esquecem de tudo o que lhe falam?

Lola: Não, professor. Eu simplesmente estava estudando poções e me esqueci.

Snape: Hm, bem, vejamos. Primeiro tenho que me certificar de que você é você.

Lola: Como eu poderia não ser eu?

Ouvi um aluno murmurar para o Salão: Serpente negra.

Lola: Ah, desculpe! Acabei de me lembrar da senha!

Dei as costas para Snape e murmurei a mesma senha. A parede se abriu. Droga, eu estou agindo muito amigavelmente. Tenho que parar de dizer desculpe. Entrei no Salão Comunal da Sonserina, finalmente. Era um lugar realmente frio e totalmente o contrário de aconchegante. Os móveis e paredes feitos de pedra e mármore davam um aspecto perverso ao local. Luzes esverdeadas alumiavam as mesas, e havia uma lareira com uma serpente esculpida, adornada. Os quadros mais feios e malignos que eu já vira ornamentavam o Salão, e as poltronas eram em tom marrom escuro e verde musgo, feitas de ceda. Lugar mais desconfortável impossível.

Malfoy estava sentado imerso em pensamentos, e Logan ao seu lado, com um olhar incerto. Continuava parecendo raivoso e carrancudo. Goyle estava debruçado ao lado de Malfoy, com os pés descalços em cima da mesa de centro. Eram pés nojentos e gigantes. Aproximei-me deles, tentando manter a postura "superior" de Parkinson. Apoiei-me na poltrona de Malfoy. Ele se virou para mim.

Draco: Onde você estava?

Lola: Vindo pra cá.

Draco: Hm.

Logan: E então?

Malfoy pegou um livro negro da mesa e folheou-o. Soltou uma risada perversa.

Lola: Do que estão rindo?

Pensei que haviam desconfiado pelo tempo de silêncio que permanecera depois que eu perguntei. Enfim, Malfoy abriu a boca.

Draco: Potter e Haunsen foram pegos dentro de um armário de vassoura, perto da sala de Dumbledore. Sabe o que isso significa? (Ele sorriu maldosamente)

Lola: Potter e Haunsen?

Logan: Sim. Peguei os dois saindo dali de dentro, estavam obviamente se pegando. Aquele canalha, aquela miserável...

Fiquei ligeiramente aborrecida com o comentário de Logan.

Lola: NÃO. (Eles olharam surpresos, eu pigarreei) Quero dizer... Impossível, pois eu estava com eles agora a pouco.

Draco: Estava com eles?

Logan: Não, você não estava. Eu passei por ali.

Lola: Eu estava na detenção, Log... Hoffman. E a detenção era limpar o banheiro feminino, aquele emporcalhado, sabem? Eu estava guardando os esfregões naquele armário quando... Potter e Haunsen apareceram para pegar as mesmas coisas. Provavelmente também estavam de detenção.

Logan: Quê? Que baboseira é essa? Foi isso que eles me disseram!

Draco: Você pegou detenção de Snape?

Lola: Sim (Eu revirei os olhos)

Goyle: Por quê?!

Lola: Eu, hm... Estava... Estava tentando roubar uma poção do armário dele. Um... Felix Felices. Porque queria que todos do grupo de teatro tomassem... Sabe, pra... Pra termos sorte quando formos nos apresentar.

Goyle: Hmm... Essa idéia é brilhante!

Draco: Hm (Ele pensou por um segundo) É sim.

Logan: Tá, tá, de qualquer forma! EU VI com meus próprios olhos eles saindo de lá, juntos! Estavam espreitando, ficaram até surpresos de me verem! Estavam VERMELHOS.

Lola: Não, você está imaginando coisas! Se liga!

Draco: O que deu em você, hein? Está estranha. Está tentando proteger Potter e Haunsen, por acaso? Foi pro lado dos otários?

Goyle, como um bom capacho paga-pau, riu.

Lola: Não, é CLARO que não, Draco.

Logan: Olha, eles estavam VERMELHOS, dentro daquele armário... Não há dúvidas! Detenção? Por favor...

Lola: Ok, Hoffman. Eu até acreditaria em você, se não soubesse sobre essa sua obsessão compulsiva RIDÍCULA pela Haunsen e por todos que estão ao redor dela. Só que felizmente eu sei o quão caidinho você é por ela, o que é uma vergonha para nossa casa, não é?

A raiva de Logan me deu nos nervos e para minha felicidade consegui usá-la bem, tornando meu tom de voz o mais arrogante, humilhante e ríspido possível.

Draco: Há! É, se bem que ela está certa, Hoffman. Sinto muito, mas sua obsessão te cega. É bem capaz que ele tenha visto os dois discutindo e pensou que era pegação! E além do mais, porque a Pansy estaria mentindo, não é?

Ele se levantou e me puxou pela cintura. Senti mais ânsias de vomitar, mas tentei me controlar e consegui soltar um falso sorriso. Lembrei-me então de uma coisa.

Lola: Agora me diga, M... Draco. Se pegarmos eles na lata... O que vai acontecer mesmo?

Draco: Eu já falei pra você, não falei?

Lola: Não, Draco. (Eu tentei manipulá-lo, tocando no seu rosto com um sorriso, mas dentro de mim, tinha vontade de cuspir na cara dele, de tanta repulsa) Conte-me.

Draco: É claro que eu já falei! É isso e não tem nada a mais. Vamos ter de roubar a tal chave de Potter e entregar aos Comensais da Morte. Não sei por que querem isso, mas o problema é deles!

Lola: Hm (Eu fiquei surpresa) Ah, e... Porque não faz isso agora mesmo?

Draco: Já disse, porra! (Ele me soltou brutamente) Já disse que vamos ser recompensados! O que deu em você?

Olhei para o relógio.

Lola: Ah! Hm, lembrei que tenho que falar com o professor Snape de novo. Ele, hm... Tchau, tchau.

E saí correndo. Parei no meio do caminho para ver no espelho se minha cara voltara ao normal. Nesse meio tempo, tirei Pansy de dentro do armário de vassouras. Precisava disparar o feitiço de memória na garota, ou ela se lembraria de ter sido petrificada por mim, e contaria à Malfoy. Contudo, eu não sabia fazê-lo, era muito avançado. Para minha sorte, Angelina estava passando pelo corredor. Ela era mais velha e inteligente. Pedi para fazê-lo e disse que explicaria depois, contanto que ela não contasse para ninguém. Então despetrifiquei Parkinson e Angelina fez o feitiço Obliviate. Demos no pé.

Voltei ao Salão Comunal da Grifinória. Dentro dele só havia Neville, Ron e Hermione. Aparentemente, eles estavam tentando ajudar Neville com o tema de casa, mas apenas Hermione estava empenhada. O resto dos alunos já estava nos dormitórios.

Ron: HM! Que vampiro te mordeu?

Hermione: Meu Deus, você gosta de uns chupões hein!

Lola: Quê?

Olhei-me no espelho novamente. Meu pescoço estava todo vermelho. Droga! Senti meu rosto corar para vermelho-pimentão.

Hermione: Tá MUITO vermelho! Pelo jeito foi forte.

Ron: Quem foi, quem foi? É por isso que ficou sumida tanto tempo.

Lola: SH, Cala a boca, Ronald! Você não pode falar nada, porque hoje de manhã ouvi você falando o nome da Hermione enquanto dormia!

Ron corou.

Hermione: Quê? É verdade? (Ela pareceu surpresa)

Ron: Não, não é... Ela está inventando lorotas!

Lola: Não to não, pergunte para Neville. Ele também ouviu, né?

Neville levantou os olhos para mim, como que hesitante, mas aquiesceu com a cabeça.

Neville: Que Ron falou o nome da Hermione dormindo? (Disse ele, enquanto guardava os livros) Mas ele faz isso todo o dia!

Neville se despediu acenando e subiu para o dormitório e eu o acompanhei. Entretanto, invés de subir toda a escadaria, sorrateiramente me sentei na escada espiral e fiquei espreitando. Hermione olhou para Ron.

Hermione: Ah, Ron... Você sonhou comigo?

Ron: Bem, é... Sabe, eu sonho muito com meus amigos.

Hermione: Mas disse só o meu nome, não foi?

Ron: Bem, é... É, só o seu nome.

Hermione sorriu radiante e Ron ficou ligeiramente perplexo ao ver a reação da amiga. Comecei a ficar nervosa por eles.

Hermione: Isso é tão... Fofo.

Ron: Fofo?

Ele colocou a mecha do cabelo cacheado de Hermione para trás da orelha. O ruivo olhou para ela de um jeito que eu nunca tinha visto. Talvez porque, ele fosse tímido demais, ou talvez porque nunca conseguira admitir para ninguém e nem para si mesmo que gostava realmente de Hermione. Não, não era aquele olhar de apenas um "gostar", mas sim um olhar profundo de admiração, de carinho, de amor. Era aquele olhar desejoso de que seus sonhos se realizassem agora mesmo. E desejei pela primeira vez, que os desejos de Ron não apenas se refletissem no Espelho de Ojesed, mas se tornassem realidade.

Ele se aproximou lentamente de Hermione, com as mãos tocando delicadamente o rosto da menina: os lábios dos dois a milímetros de distância. Eles se beijaram.

Eu sorri.



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