As Rosas De Hogwarts escrita por everyrose


Capítulo 15
Pregando uma Peça




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Hagrid apareceu pressuroso, saindo de dentro de sua cabana, e Snape se dirigiu a nós. A fênix choramingava. Todos olhavam para nós, enquanto o professor se aproximava da gaiola da fênix prateada.

Hagrid: Pronto, pronto. Esse cretino te machucou? Já vai passar, Glow, já vai passar. (Ele entregou uma barra curativa para a fênix que a comeu)

Hagrid se levantou com uma expressão embravecida.

Hagrid: E você, Malfoy. Vai receber a devida punição que merece.

Malfoy: O quê?! Mas aquela ave estúpida me bicou! O que queria que eu fizesse? Não é, Goyle?

Goyle: Verdade, verdade!

Lola: Calem a matraca de vocês, seus desprezíveis! Eu VI vocês maltratando a fênix só porque ela deu UMA bicada em vocês!

Snape: Quieta, Haunsen, deixe de ser uma pretensiosa.

Eu o olhei com rancor.

Hagrid: Lola, você pode tomar conta da turma junto com o professor Snape enquanto eu levo Draco para Dumbledore lhe dar um jeito?

Snape: (Pigarreou) Está se esquecendo, Hagrid, de que a punição dos sonserinos cabe a mim.

Lola: NÃO! ELE NÃO VAI PUNIR O MALFOY! LEVE-O PRO DUMBLEDORE!

Snape: CALE A BOCA, HAUNSEN! NÃO LEVANTE A VOZ PARA MIM. OU VOCÊ VAI SER A PRÓXIMA A TER DE IR PARA O DIRETOR.

Então, Hagrid, ignorando o aviso de Snape, pegou Malfoy pelo braço e saiu caminhando em direção ao castelo. Só conseguia ouvir os resmungos do loiro repugnante. Eu fiquei entre as duas gaiolas, peguei um spray e passei na fênix prateada, para que a dor parasse.

Lola: Idiotas, idiotas, nojentos...

Logan: Calma, cara! Você ta muito estressada, foi só uma...

Lola: Calma nada! E VOCÊ RIU. Ficou rindo da desgraça da fênix, não fez nada.

Logan: Meu, é só uma fênix!

Lola: Animais têm sentimentos, sabia?

Logan: Mano, eu só tava rindo deles, pensei que a gente podia conversar com...

Lola: O QUÊ? Você anda me mentindo, Logan? Você me disse que NUNCA foi amigo do idiota do Malfoy.

Logan: Eu nãomenti! Mas só porque nunca fui amigo dele, não significa que eu não vá a ser. Eles não são tão ruins.

Lola: SIM, eles são! Você não vai ser amigo deles!

Logan: E você NÃO DECIDE quem vai ser meu amigo!

Eu abri a boca para retrucar, mas não disse nada. Simplesmente peguei a gaiola da fênix e fui para o outro lado do picadeiro com uma cara emburrada. Snape ficou a aula inteira incomodando os grifinórios e pondo defeito no que faziam. E quando Hagrid já ia voltando desacompanhado, a aula já ia terminando, e os estudantes guardavam os suprimentos e materiais.

Entrei com Hagrid na cabana dele, ajudando com as gaiolas. Apenas restara um aluno do lado de fora que se demorava. Hagrid soltou as fênixes em uma espécie de quintal dos fundos que tinha uma proteção em volta, assim as aves não fugiriam. Apenas Glow ficou parada dentro da cabana, imóvel. Eu a alimentava. Alguém bateu levemente na porta de madeira, e em seguida a abriu, espreitando.

Harry: Posso entrar?

Hagrid: Claro! Fique a vontade.

O garoto entrou na cabana e fechou a porta.

Lola: HARRY! O que está fazendo aqui?! Não podemos ser vistos juntos...

Harry: Não tinha ninguém lá fora, só eu. Ninguém me viu entrar, Lola.

Hagrid: Hm, (Ele levantou a sobrancelha com um ar desconfiado) O que estão aprontando desta vez, hein?

Lola&Harry: Nada.

Ele espremeu os olhos, nos fuzilando, com um ar de suspeita. Então foi pegar a chaleira que fervia na lareira e serviu chá em três xícaras azuis.

Hagrid: Sei, sei. Vocês não me enganam. Sempre aprontam alguma coisa. Lembro-me bem de Harry quando ainda era um calouro aqui em Hogwarts... Ele, Ron e Hermione não sossegavam enquanto não encontrassem encrenca!

Harry: Ora, Hagrid, que mentira! Era a encrenca que nos encontrava.

Hagrid soltou uma gargalhada alta que ecoou, e tomou um gole de chá. Harry e eu também. O chá era de pêssego, tinha um sabor ótimo, e me esquentou da cabeça aos pés. Nós estávamos sentados na desproporcional mesa de madeira. Glow se encontrava em cima dela.

Harry: De qualquer maneira, Hagrid... Não conte a ninguém que eu e Lola estamos aqui juntos, está bem? Nem mesmo a Ron e Mione.

Hagrid: AH HÁ! Então vocês estão mesmo aprontando uma!

Lola: Hagrid...

Hagrid: Ótimo, ótimo, não contarei. Não se preocupem.

Lola: E Malfoy? Teve a punição que merecia, não é?

Ele fez uma cara de quem estava pouco convencido e eu rilhei os dentes.

Hagrid: Espero que sim. Tentei levá-lo ao Dumbledore, mas McGonagall criou um empecilho... Disse que punições não eram com o diretor e que se encarregaria do Malfoy. Espero realmente que o tenha levado para Filch.

Harry: Filch? Seria ÓTIMO. Filch ia querer ver Malfoy pendurado pela cabeça no calabouço... Mas o que Malfoy fez mesmo? Eu não vi direito.

De repente, a lembrança de Draco Malfoy e Gregório Goyle torturando a fênix, puxando suas penas, tentando quebrar a mandíbula dela, e os urros e gritos de dor da pobre ave encheram minha mente, e senti meu coração ser queimado, dilacerado e tomado de uma angústia pesarosa enorme. Eu falei em um tom tenso e impassível.

Lola: A pior coisa que se pode fazer com um animal. Um animal que tem sentimentos e que é tão honesto, amável e puro. Que simplesmente não tem crueldade, inveja, ambição como o ser humano. Que mata apenas para a própria sobrevivência. (Fiz uma pausa, pois algumas lágrimas resvalavam pelo meu rosto. Em seguida, falei em um tom angustiado.) Tortura.

Eu acariciei levemente o dorso da fênix, que fechou os olhos e esfregou sua pequena e radiante cabeçinha no meu braço, retribuindo o carinho. Ela fazia um barulinho tão fofo, um tipo de cocoricó de agradecimento.

Lola: Tortura por próprio prazer ou por divertimento. A maldade humana é tanta... Que ás vezes acho que os únicos "subdesenvolvidos" nesse mundo e inferiores somos nós, humanos. Que destruímos os próprios irmãos e o próprio habitat por puro interesse e prazer. Nunca nenhum animal foi tão cruel e impuro.

Eu olhei para a fênix que se deliciava com meus carinhos e sorri, limpando as lágrimas. Hagrid se aproximou de mim.

Hagrid: Ora, mas você está certa. Venha cá, Lolinha. (Ele me abraçou tentando ser delicado, mas quase caí da cadeira) Não se preocupe com o tolo do Malfoy. Você tem que ser mais do que corajosa e humilde para aceitar isso que nós humanos somos.

Ele voltou a se sentar e Harry aproximou sua cadeira da minha. Colocou o seu braço por trás de mim, me abraçando, e então apoiei minha cabeça em seu ombro. Hagrid nos fitou curioso, e logo desconfiado.

Hagrid: Que tem alguma coisa aí, tem...

Harry: Hagrid!

Hagrid: Sabe, Lola. Você tem muito jeito com animais. É claro, sempre tira 10 nas minhas provas... Quem sabe um dia não te apresento o Bicuço? (Ele tomou mais um gole de chá.)

Lola: Bicuço?

Harry: O Bicuço! É um hipogrifo. Uma vez já voei nele, foi incrível.

Lola: Um... HIPOGRIFO? (Falei com uma excitação na voz.)

Hagrid: Exato! Um dia eu posso trazer ele aqui pra você vê-lo. Vão se dar bem!

Harry: Você nunca viu um hipogrifo ao vivo? Lá em Swortex eles não...(?)

Lola: Não, lá o ministério da magia tinha total controle. Apenas deixavam a gente trabalhar com animais de pequeno porte. Mas ia ser incrível! Eu já li sobre hipogrifos, mas nunca vi um ao vivo na minha vida!

Meus olhos brilharam de animação, eu mal podia esperar para ver um hipogrifo, um animal tão lindo e fiel como os que eu lia nos livros. Harry notou a minha felicidade extrema e gargalhou. Eu ri junto.

Hagrid: Aí tem, aí tem...

Lola&Harry: HAGRID!

Hagrid: Acho bom vocês já irem andando ou vão se atrasar para a aula. Já está escurecendo.

Harry: Beleza. E não se esquece, não conte paraninguém.

Hagrid: Tá, tá, eu já entendi.

Lola: Vamos. É melhor você sair com a capa para não nos verem juntos.

Harry: Ok (Ele colocou a capa da invisibilidade) Tchau, Hagrid!

Lola: Obrigada pelo chá.

E saímos pela relva, em direção ao castelo. Harry estava completamente invisível, eu só conseguia ouvir a sua voz.

Harry: Agora temos Adivinhação...

Lola: Ah! Imagina, um dia desses a gente podia ir na floresta proibida, não? Deve ter muitos animais interessantes lá.

Harry: Floresta proibida? ENLOUQUECEU?

Lola: Por quê? (Olhei para o lado, mas esqueci que nada podia ver) Ouvi falar que tem unicórnios lá! (Meus olhos brilharam)

Harry: Nenhum aluno pode entrar lá. É perigoso demais! Tem lobisomens e centauros...

Lola: Centauros?! MEU MERLIM! Que tudo! Mas que chato isso. Os alunos deveriam poder entrar.

Harry: Você é LOUCA. Lá é horrível. Apenas os que pegam detenções brabas se encarregam de ir pra lá.

Lola: Detenções? Hm...

Ao chegarmos ao castelo, caminhamos direções opostas, assim ninguém perceberia que entramos juntos. Corri até a escada em espiral da Torre Norte que dava para a sala de aula de Sibila Trelawney, a professora de Adivinhação. Quando entrei, Sibila estava organizando algumas coisas, e os alunos grifinórios e corvinais conversavam. Quase fui falar com Ron e Mione sobre as minhas idéias mirabolantes de ir para a Floresta Proibida, mas me lembrei que tinha brigado com eles. Inclusive com todo o resto.

Hermione falava com Carter MacMillan, o corvinal que eu até tinha me esquecido que existia. Nunca tinha notado o quão bonito ele era. E tinha um ar pomposo que o fazia ficar mais charmoso ainda. Os dois pareciam falar sobre as propriedades mágicas dos números geométricos com vivacidade. Ron sentava-se do outro lado de Hermione, com os braços cruzados, emburrado. Eu me sentei em uma mesa qualquer.

Sibila: Oh, meus amores. Bem vindos a mais uma aula! Hoje, aprenderemos... A arte da hipnose.

Uma avalanche de cochichos, fustigações e inquietação tomou a sala espiritual da professora. Ela usava xales transparentes e um vestido horrível que combinava com seus enormes óculos. E como sempre, falava com aquela voz etérea de outro mundo que ninguém mais aguentava.

Sibila: Como vocês devem imaginar, a arte de hipnose consiste no controle ou estímulo de uma pessoa para que esta se torne diferente do que é. Há diversos métodos para a hipnose, como o amuleto, por exemplo.

Ela olhou-nos um a um.

Sibila: Porém, o método mais poderoso e eficaz que existe... É o método do olho mágico. Peguem o novo livro de vocês.

Ouviam-se ruídos de alunos abrindo a mochila para pegar um livro. Quando apanhei o meu, intitulado de O livro hipnotizador dos hipnotizadores, notei que na capa havia um estranho olho de duas cores: roxo e verde. Ele mexia as pupilas para um lado e para o outro, parecendo que estava vivo e que espreitava alguma coisa.

Sibila: Como podem ver, o olho que se encontra na capa do livro é o próprio olho mágico. Não há à venda é claro, só um bruxo muito poderoso seria capaz de fazê-lo. Agora, preciso de um voluntário. Quem se habilita?

Ninguém, exceto Padma, ergueu a mão. É claro, a garota era uma puxa-saco admiradora da Trelawney. Padma saltitou até a mesa circular da professora.

Ambas sentaram uma de frente para a outra. A professora lançou um pequeno feitiço que entrou no olho mágico, fazendo a sua pupila se mexer e girar mais rápido do que nunca.

Sibila: Olhe somente para o olho. Concentre-se, olhe-o diretamente.

Padma pareceu entrar em estado de transe. Letras na parte de trás do olho começavam a se formar sem que ninguém as tivesse escrevendo: Draco Malfoy.

Padma saiu do estado de transe. Olhou em volta...

Padma: ESTOU CERCADO DE SANGUES RUINS!

Os corvinais e grifinórios gargalharam repentinamente.

Padma: DÊ-ME ESTE SEU BONÉ, SANGUE SUJO!

Padma arrancara o boné de Kevin Enwhistle, e colocara na sua cabeça, com os cabelos presos.

Padma: HAHAHA! SANTO-POTTER! ODEIO VOCÊ E AQUELE PASPALHÃO DO HAGRID! ELE E SUAS AVES QUE SE BIQUEM!

Eu comecei a rir instantaneamente. Da sala irrompiam-se risos e mais risos, todos se divertindo com a pobre Padma, que achava que era Malfoy.

A professora provocou um estampido. O olho parara de girar de repente e Padma voltara ao normal, aparvalhada. Ela se sentou corando ligeiramente.

Sibila: Lembra-se do que acabou de fazer, Srta. Patil?

Padma: Hm...Eu estava olhando para um olho que girava?

A sala soltou risinhos. A professora chamou outro voluntário. Desta vez mais pessoas levantaram a mão. Carter MacMillan foi o próximo. Ele saiu achando que era um trouxa, e estava mais cagado do que nunca. Foi a vez de Harry, que achou que era Neville Longbottom, e tropeçava nos próprios sapatos. Uma garota da Corvinal caminhava como se fosse uma aranha. Lilá Brown entrou em transe encovando e murchando a cara, e rodopiando sombriamente, achando que fosse o Prof. Snape. A sala explodiu em gargalhadas. Foi a vez de Simas Finnigan achar que era Courtney Blank, e imitar os seus gritinhos histéricos e suas preocupações em quebrar as unhas. Todos choravam de rir até morrer. Courtney entrou em transe e achou que fosse... Eu.

         Ela cantou uma musica, na frente de todos. Pena que sua voz não era tão boa, sem querer me gabar. E depois de terminar o trecho, ela havia falado que precisava do Harry Potter. Ninguém riu.

E durante o jantar inteiro, as pessoas me olhavam de novo. Claro. Que garota estava apaixonada por Harry Potter? Foi isso que a maioria dos alunos deduziu Eespalhou para as outras casas, pelo jeito.

Três dias se passaram. Eu me ocupava estudando para os exames que viriam logo depois do Natal. Parecia até mesmo a Hermione. Agora que tinha brigado com Logan, ele se afastara de mim. Porém não deixara de tentar reconciliar as coisas entre nós. Até que um dia eu finalmente fiz as pazes com ele. Ainda assim, as coisas andavam tensas com a Grifinória. Ninguém da minha própria casa se atrevia a falar comigo. Alguns me olhavam com pena, claro, mas mesmo assim nada de amigos. Realmente estava parecendo Swortex.

Estava comendo a sobremesa silenciosamente na mesa da Grifinória. Era uma noite gélida, daquelas em que você mal pode esperar para chegar a sua cama e dormir. Perto de mim e ao lado de Ron e Hermione, várias garotas circundavam Harry, e aparentemente conversavam com Gina, que estava enroscada nos braços dele. As garotas não paravam de tagarelar de um jeito histérico, e de elogiá-los. Ou seja, pagavam um pau. Queriam saber sobre o namoro deles, sobre o primeiro beijo, essas coisas. Uma delas parecia até interessada em Ron, que ficou vermelho-pimentão ao ouvir um comentário ao seu respeito.

Quando terminei, detive meu olhar em Logan. Ele andava em direção à escadaria que levava às masmorras, provavelmente se encaminhando para os dormitórios das cobras. Passei pelas garotas que rodeavam Harry e Gina, elas lançaram olhares de desprezo para mim. Gina deu um sorrisinho falso e Harry me evitou.

Avancei até Logan e caminhei ao lado dele.

Logan: OI! (Ele me deu um selinho)

Lola: Oi... Sabe o que eu estive pensando?

Logan: Hm?

Lola: Você não quer visitar a Floresta Proibida comigo?

Logan: QUÊ?! (Ele se engasgou) TÁ MALUCA?

Lola: ARGH! Você já é a segunda pessoa que diz isso.

Logan: Pra quem mais você falou? 

Eu hesitei por um momento. Não devia ter comentado aquilo.

Lola: O que importa é que eu preciso levar uma detenção pra isso.

Logan: Meu, você não vai querer entrar naquela floresta. Só quem quer morrer entra. Isso é o que você quer?

Lola: Não! Eu queria ver os animais exóticos que tem lá. (Falei com vigor)

Logan: E ainda vai ter de se meter em detenção?

Lola: Sim, bem, pra isso que vim falar com você. Vou precisar de uma ajudinha sua. (Sorri)

Logan: Ha, não conte comigo, Loliz. Eu não quero ir pra lá, não vou me meter nessa encrenca...

Lola: Por favor, Log! Ninguém vai saber disso, a sua participação vai ser pequena. Só preciso que traga uns troços pra mim.

Ao caminharmos pelo corredor empedrado, nos deparamos com um bando de alunos aglomerados que balburdiavam de frente para o quadro de avisos. Aproximamos-nos para ver melhor. Um grande bilhete emoldurado preso na parede anunciava:

Teatro da História da Magia

O próximo teste de História da Magia valerá nota e é obrigatório a todos os alunos que queiram passar de ano.

Grupos de no mínimo oito alunos deverão apresentar um teatro sobre uma das histórias da magia que estão sendo estudadas. As inscrições deverão ser feitas até o próximo fim de semana, e as apresentações serão antes do natal. Todos os grupos serão avaliados. Ainda, o melhor teatro representado ganhará um prêmio: O grupo nãoprecisará prestar exames sobre História da Magia no fim do ano. Os componentes do gruponão precisam necessariamente ser da mesma casa. Segue abaixo a lista do que DEVE conter em todas as peças de teatro.

Prof. Binns

Ótimo, um teatro. Olhei para Logan, que parecia intrigado. Ao nosso lado, estavam Malfoy e seus capangas.

Carry: Teatro? Que coisa fácil!

Malfoy: Certo que estamos dentro nessa!

Crabbe: Ainda bem, porque eu não quero prestar exames pra História da Magia. Da última vez quase rodei nisso...

Pansy: Vamos TER que ganhar. Seria PERFEITO não precisar estudar pra essa matéria estúpida e inútil.

Malfoy: Ei, Hoffman! Você vai querer entrar pro nosso grupo de teatro, não vai?

Logan se virou para Malfoy, um pouco pasmo.

Logan: Ah, bem... Claro! Porque não?

Malfoy: Ótimo. E você, Haunsen?

Disse ele, percebendo que eu estava ao lado de meu companheiro. Ele abriu um sorriso desdenhoso, arreganhando os dentes. Eu revirei os olhos sem paciência para as gozações de Malfoy e dei as costas antes que ele dissesse alguma coisa imbecil, quando o ouvi falar em um tom vigoroso:

Malfoy: Você também vai entrar para o nosso grupo.

Insólito. Será que tinha ouvido direito? Virei-me de volta para os sonserinos. Eles agora me olhavam sérios.

Lola: Muito engraçado, Malfoy, mas vocês não vão mais me pregar uma peça.

Malfoy: Pregar uma peça? Nós? Haha! Virou mestre em trocadilhos? O que tem a perder entrando pro nosso grupo?

         Eu sorri, satisfeita com a resposta óbvia que continha na ponta da língua.

Lola: Porque eu entraria em um grupo composto de pessoas que me humilharam e me gozaram publicamente? Pessoas que me odeiam e que me querem mal?

Pansy: Você tem razão em certo ponto, Haunsen. Mas pense: O que realmente é a humilhação? Ser colocada em uma privada e virar motivo de chacota, ou ser rejeitada pelos próprios amigos? Como uma fracassada, na frente de todos? Que foi abandonada, pisada por eles? O que é ser pisada por seus inimigos comparado a ser pisada por seus amigos?

Parkinson abriu um sorriso perspicaz. Ela tocara na minha ferida. Rilhei os dentes.

Lola: NÃO VOU ME JUNTAR A UM GRUPO DE PESSOAS QUE PROVOCARAM TUDO ISSO! Afinal, porque precisam de mim?

Malfoy: Simples. (Ele apontou para o tema da lista de coisas obrigatórias que deveriam aparecer no teatro) M-U-S-I-C-A-L.

Agora tudo fazia sentido.

Lola: Me esqueçam.

E saí.

- Deveria ter ido atrás dela... Atrás. Deveria ter confiado em outras pessoas, não naquelas indignas de confiança. Não naquelas que lhe afastaram da luz, do desejo. Sim, o desejo, não é o mesmo que o sonho? E um sonho não deve se tornar realidade?Eu lhe avisei quanto a isso. Avisei-lhe para seguir o verdadeiro caminho da luz. Mas você apenas ignorou, assim como ignorou todos os seus desejos!

Estava escuro como breu, aquele cômodo. Eu estava em um canto encolhida, imobilizada. Como se eu tivesse feito algo terrível.

Um espelho de moldura dourada que refletia meu tataravô, refletia também um vulto encapuzado. Eu chorava desesperada, quando as imagens do espelho e do vulto se metamorfosearam em uma pessoa que continha sangue jorrando dos olhos.

A pessoa sangrenta piscou para mim.

Era Harry. Era Harry que sangrava pelo corpo, pelos olhos, pela alma.


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