Violet deitara em sua cama, abaixara a cabeça, apoiando-a em sua mão. Levantara sua blusa, olhando atentamente para sua barriga, acariciando-a, como se ela estivesse vendo seu bebê de apenas trinta semanas.

– Violet, você está grávida, parabéns! - Moira apareceu, andando para o quarto da garota, querendo saber de todos os detalhes - Quantos meses a sua criança tem?

– Ah, olá Moira. Esse bebê tem trinta semanas. Parece muito em primeira vista. Mas aí você olha para a minha barriga, e vê que ela está muito pequena para tantas semanas. Então, creio que não é muito.

– Realmente, ela está pequena para trinta semanas. Parece que esse bebê está com cinco meses, ou talvez menos - Moira colocou delicadamente sua mão na barriga de Violet, para sentir o bebê - Mas em compensação, ele se mexe muito, não acha?

– Sim, eu sinto toda hora alguns chutes. É muito frequente - Violet deu um leve sorriso - É uma gracinha...

– E o pai... consequentemente é Tate, não é?

– Sim, sou eu - Tate aparecera do lado da garota - Violet e eu fizemos quando ela já estava morta.

– Tate! - Violet olhou diramente para os seus olhos, sussurrando – Não fale esse tipo de coisa.

– Oh, tudo bem, querida. Não precisa manter em segredo. Não contarei a ninguém nada disso para ninguém. Apenas confie em mim... Bom, preciso limpar o resto da cozinha - Moira saiu andando, até finalmente deparecer.

– Pronto, agora todo mundo dessa casa sabe que eu estou esperando um filho. Eu tenho certeza disso - Violet colocou a mão em sua testa - Merda.

– Dane-se. O importante é manter seus pais longe disso - Tate pegou a mão de Violet, que se encontrava segurando a cabeça da garota, e a colocou em sua barriga - Você sente? É ele, seu coração está batendo. É isso que importa agora... Só você, eu, e essa criança.

– Mas Tate, essa criança já está com trinta semanas, não sei como meus pais ainda não perceberam. Eu tento esconder essa barriga o máximo possível. Mas você sabe que ela já deveria estar maior.

– É, eu sei. Por isso que eu ando preocupado. Ela realmente deveria estar maior do que está agora. Eu queria tanto te levar ao médico, Vi. Mas o problema é que não conseguimos sair daqui.

– Tate, acho que devo contar para os meus pais... agora - Violet deu um forte suspiro.

– Não, Violet! Seus pais irão me estrangular, você sabe muito bem disso!

– Mas eu não posso esconder isso por muito tempo - Violet abraçou o garoto com uma força enorme, e sussurrou em seu ouvido – Contarei agora... - E a garota desapareceu.

– Não, Violet! Não! - Tate gritava pela casa inteira - Você não pode!

"Eu preciso contar algo à vocês...", Vivien e Ben escutavam essas palavras pelas paredes.

– Violet? - Vivien olhava para todos os lados de seu quarto - É você, querida?

Violet aparecera ao lado da cabeceira da cama – Eu estou aqui... E preciso falar com vocês.

– Fale, Vi - Ben colocava o cabelo da garota atrás da orelha - Pode falar.

– Vocês veem essa barriga? Ela está grande, não está? - Violet levantou sua blusa até a barriga - Há uma vida dentro dela. Não fiquem loucos, por favor...

– O que é isto? - Ben começara a gritar - O que é isto?!

– Se acalme, pai! É uma criança, como Jeffrey e Michael. Você se lembra? Ela causa as mesmas dores que meus irmãos causaram para a mamãe.

– Quem é o pai desse bebê, Violet? - Vivien falava calmamente, como se não estivesse preocupada.

– Tate. Quem mais você acharia que fosse?

– Tate?! Só podia ser aquele psicopata - Ben bateu com força na escrivaninha - Vou machucá-lo até sentir vontade de morrer novamente - Ben desaparecera dali em um segundo.

– Você está brava comigo também, mãe? - Violet sentou na cama e lágrimas grossas caíam em sua barriga.

– Não, eu não estou, Violet. Sabe por quê? Todos nós estamos mortos. Você irá continuar com dezessete anos para sempre. Suponho que seu pai ficaria furioso mesmo se, com o passar dos anos, você ficasse grávida, pois ele ainda não entendeu que você não crescerá, nunca mais.

– Eu já imaginava isso, mãe - Violet deitou na cama de casal de seus pais e cobriu a barriga com sua blusa - Eu pensava que você iria ficar paranoica, como você geralmente é com as coisas que acontecem de diferente aqui nessa casa.

– Agora nada disso faz diferença, querida. Se eu ficar paranoica ou não, nada irá mudar, porque não somos vistos mais. Somos dados como mortos. E quando eu ainda estava viva, eu não percebia isso, que nada iria mudar se fizesse algo ou não.

– Fico feliz que não esteja brava comigo. Mas, o que será que está acontecendo com Tate e com o papai?

Violet e Vivien chegaram até a sala, e lá estavam Ben e Tate. O garoto estava sendo espancado fortemente pelo pai de Violet.

– Pai, pare! - A garota gritava - Pare com isso! Tate e eu fizemos quando eu já estava morta!

– Isso não importa! - Tate sangrava pelo nariz - Você engravidou minha filha, idiota!

– Ben, pare! Chega! - Vivien ordenava seu marido - Deixe-me falar... Por que bate em Tate? Estamos mortos! Você não entende? Nossa filha terá dezessete anos para sempre! Ela nunca será uma adulta.

– Tate já me fez sofrer demais.

– Sim, ele já fez mal à todos nós. Mas isso não importa mais. Todos estamos mortos agora, não faz diferença. Ele está sendo uma boa pessoa, ele ama nossa filha. E estava protegendo-a. Eu sei que ele tinha medo de contar para nós, para você fazermos algo com o bebê de Violet. Eu reconheço tudo isso...

– Ela está certa, pai. Pare de bater nele - Violet segurou a mão de Tate - Eu e ele somos um casal agora. Não há como você impedir nada disso.

Hayden aparecera ao lado de Tate – Vejo que vocês dois já contaram, não é gracinhas?

– Do que está falando, Hayden? - Vivien olhara fixamente para os olhos de Hayden, com uma expressão não muito amigável - O que faz aqui?

– Falei com os dois pombinhos há um tempo - Hayden deu um sorriso sarcástico - Eu disse à eles que se não contassem, contaria eu mesma.

– Mas foi escolha de Violet contar à vocês - Tate limpava o sangue que escorria de seu nariz - Nem eu queria que ela contasse, com medo de acontecer o que aconteceu. Graças à Vivien, você entendeu, ou não...

O silêncio ecoou na casa, quando finalmente Ben decidiu falar algo – Eu exijo que case-se com a minha filha.