Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 102
Capítulo 102: Pré-Baile


Notas iniciais do capítulo

Yoo Leitoras e Leitores Magavilhosos! Como passaram o fim de ano? Espero que bem.
Sem muitas delongas, aqui está um cap, e também uma imagem fofa:
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Sem mais, Enjoy



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Naquela noite...

Ultear acordou sobressaltada, o último efeito de um pesadelo cujo o conteúdo se ela não se lembrou ao acordar. Ela olhou no relógio e soltou um suspiro ao notar que a madruga ainda estava longe de terminar.

Uma chuva torrencial caía do lado de fora da nave, transformando o revestimento metálico da mesma em um grande tambor, e isso acontecia em alto volume ali, no último piso, onde ficavam os quartos.

Sabendo que ela não conseguiria dormir tão cedo, Ultear decidiu que um saque noturno á geladeira seria a solução para aquela situação.

Bocejando, ela se enfiou dentro de um roupão e deslizou através da porta. O corredor estava completamente escuro, iluminado apenas pelos sensores de abertura das portas.

O andar inferior estava muito mais silencioso, se relativo a chuva, porém ali, havia atividade.Mesmo com o sistema sonoro no mínimo, ela reconhecia o som de alguém tocando piano.

Ela encontrou Jereffer na biblioteca, dedilhando de forma indolente seu piano, enquanto lia um livro apoiado sobre o painel. Em uma das poltronas, Meredy ressonava pacificamente, agarrada a uma capa negra. Ultear logo entendeu a situação. Meredy tinha a tendência a dormir apoiada nas pessoas.

Mesmo sem fazer nenhum barulho, o mago pareceu notar sua presença.

- É bastante tarde para caminhadas, Ul - disse ele sem desviar os olhos do livro - Não consegue dormir?

Ultear balançou a cabeça afirmativamente.

- Culpa dessa maldita tempestade - disse ela bocejando - Você?

- Não, minha falta de sono é natural - disse ele desviando os olhos do livro, e começando a tocar algo que se parecia muito com uma canção de natal - Hoje está particularmente aguda, nem mesmo contar histórias para a pequena ajudou... bem, não ME ajudou, pra ela funcionou bem, apesar que ela não estava muito interessada em dormir.

- Bem, ouvir você falando é capaz de colocar qualquer um para dormir, menos ela, ou seja, ela está ficando mais normal - sugeriu Ultear com um risinho.

- Pode ser como você diz - disse ele dando os ombros, e mudando a melodia que tocava. Agora se parecia com algo mais agitado - E antes que você pergunte, eu não levei ela para o quarto dela por causa do barulho que está lá em cima.

- Sim, eu não sei como ele é capaz de dormir com todo aquele barulho - comentou Ultear, bocejando.

- Bem, ele esteve aqui conosco até algumas horas atrás, onde eu enchi a cabeça dele com histórias de coragem para reduzir as chances de ele amarelar amanhã... ou hoje, não sei qual é o melhor termo para se usar durante a madrugada.

- Bem, um pouco de coragem inconseqüente faria bem para ele, ou se não pode ser que tenhamos que arrastá-lo de debaixo da cama - concordou Ultear - Não á maneira de fazer algum tipo de transfusão? Você tem isso em quantidade exagerada.

Jereffer deu risada, e concordou com a cabeça.

- Mas não pegue tão pesado com o coitado, ele só está tão covarde assim porque algo importante para ele -- disse Jereffer, se inclinando do banco de forma indolente e movendo os dedos, fazendo com que partículas de ar se desmaterializassem em brilhantes letras mágicas - Para mim tudo é simples, a realidade são apenas letras e pessoas.

Ele deu uma por cima do ombro quando falou pessoas, dando uma olhada para Meredy, antes de voltar sua atenção para o piano.

- Achei que você não gostasse de pessoas - disse ela - Por quê?

- E não gosto, mas sempre á exceções - disse ele dando os ombros - Um psicólogo te diria que irmãos mais novos, principalmente os abandonados na infância, desejam ter alguém para cuidar. Mas eu não sou um psicólogo. Termos poéticos não tem qualquer significado para mim. Eu gosto de algumas pessoas, sou amigo de outras e desejo algumas poucas, o resto são apenas outras pessoas. Há apenas isso, sem esses termos cansativos.

- Você é estranho, pirralho - disse ela revirando os olhos - Mas no final das contas, pode esperto em alguns pontos.

- Isso mesmo, eu sou a alma da esperteza  - disse ele de forma irônica, parando de tocar - Oh, é mesmo... na verdade eu sou. Deixando isso para lá, se minhas orelhas não tiverem caído de tanto ouvir abobrinhas, acho que eu não estou escutando mais a chuva.

Ultear apurou os ouvidos, era verdade.

- Tem razão - disse Ultear - Parece que finalmente será possível uma pessoa dormir sem se sentir dentro de um chocalho gigante.

- Primeira boa notícia do dia - disse ele se levantando e se esticando, fazendo com que os músculos estralassem sonoramente - Mas não se sinta desmotivada por isso, pode ir fazer um assalto a cozinha, ainda á tempo.

Uma pequena macha vermelha surgiu no rosto de Ultear ao notar que seu plano havia sido notado. Ela pigarreou enquanto ele içava Meredy nos braços com delicadeza.

- Você sabia que é desagradável ter sua mente lida sem autorização?!

- Não, ninguém  jamais leu a minha - disse ele em voz baixa divertido - E eu não li sua mente, Ul, apenas te conheço. Agora fale baixo, vai acordá-la.

Ultear bufou.

- Certo, certo - disse ela com a voz esganiçada de um sussurro alto demais - A senha de acesso ao quarto dela é...

- General Botinha de Algodão, eu sei... - disse ele balançando a cabeça, enquanto começava a subir as escadas - Está na hora de atualizarmos o nível de idade da biblioteca dela. Deixando isso para depois, boa noite Ul.

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- Acordem seus preguiçoso, temos um longo dia pela frente - disse Erza abrindo as janelas do quarto. Natsu cobriu o rosto com o travesseiro, Gray enfiou o rosto no seu e Gajeel rosnou e virou para o lado.

- Erza - choramingou Natsu - Já deixamos tudo pronto, nos deixe dormir, ainda são... que horas são?

- 9 da manhã, o sol já está no céu - disse Erza em um tom severo - E temos muitos preparativos a terminar. A área de estacionamento mesmo está uma bagunça, e a banda ainda não confirmou...

Em uma pequena parte daquela longa lista, o cérebro sonolento de Gray capturou algo que parecia ser importante.

- Estacionamento? - perguntou Gray confuso, e um tanto alarmado

- Sim, as pessoas vão de veículos até o baile - disse Erza sem entender a surpresa - Afinal, ninguém vai subir essas ladeiras de traje social, não é?

Um segundo de silêncio tenso pairou no ar. Erza piscou, e quando seus olhos voltaram a se abrir, tanto Gray quanto Gajeel tinham sumido.

Erza suspirou.

- Eles esqueceram de alugar um veículo, não é? - perguntou ela para Natsu, o único remanescente ali.  Ele balançou a cabeça afirmativamente - E você?

- Er... bem... eu, bem, não preciso, já que vamos estar lá para cuidar do funcionamento... - gaguejou ele. Erza lhe lançou um olhar severo. Ele mudou seu discurso - E bem, tem as garotas também, não me parecia certo escolher uma, já que todos somos amigos, não é?

Erza revirou os olhos, e puxou Natsu para um abraço-colisão-com-placa-de-peito.

- Você é um idiota, Natsu, mas um idiota de bom coração - disse ela - amavelmente - Mas agora chega de conversa, temos muito a fazer.

Em outra parte do alojamento da Fairy Tail, outra situação acontecia.

Romeo tomava seu café da manhã sentado em um banco junto a parede, porém cada mordida era espaçado por um olhar inseguro para o outro lado da sala, onde uma jovem Dragon Slayer também comia, em companhia de sua Exceed e alguns dos magos da Fairy Tail.

Ninguém parecia notar o pequeno dilema do pequeno mago. Será que ele devia ir tentar falar com ela? E o que ele diria? Como ele responderia se ela perguntasse algo?Aquelas eram questões importantes a serem planejadas. Ele só foi tirado de seu próprio dilema interno quando uma grande sombra pairou sobre ele.

Romeo piscou e notou que a sombra era do mago Take Over da Fairy Tail.

- Um homem consegue notar um dilema de homem - disse Elfman em um tom sábio pousando a mão no ombro do garoto - Um homem aconselha você a agir.

- Aye! - concordou Happy, que vinha voando pela sala carregando um ramo de espinhas de peixe que provavelmente deveriam parecer um buquê, e pousou na cabeça dele - Você tem que se esforçar! Agora mesmo eu estou indo pedir a Charle para ir comigo. Não tem peixe lá, mas...

- Happy, ela já não disse não três vezes ontem? -perguntou Romeo erguendo um dedo. Happy abaixou a cabeça e soltou um “Aye” desanimado.

- Um gato também é um homem, e um homem deve ser determinado - aconselho Elfman de forma encorajadora - Um homem deve agir como um homem, mesmo que não seja capaz de entender uma mulher!

No outro lado da sala, a conversa era um tanto diferente.

Uma veia pulsava na testa de Evergreen.

- Idiotas, dando esses conselhos loucos para o garoto - disse ela, enquanto Charle revirava os olhos.

- Será que eles não notaram que nós podemos os ouvir daqui? - perguntou ela, enquanto bebericava seu chá.

Wendy, na tonalidade de uma beterraba, não comentou nada.

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Um pouco mais tarde...

Dois magos encaravam atônitos um envergonhado funcionário, depois de ouvirem o que ele tinha a dizer.

- O que você quer dizer com esgotados! - disse Gray com os olhos arregalados. Gajeel bufou.

- Eu espero que você esteja apenas falhando em ser engraçado - disse o Dragon Slayer de ferro em um tom sombrio.

O funcionário resolveu que se desculpar um pouco era a melhor solução.

- Eu peço desculpas novamente. A demanda foi grande demais, e nossa loja, por trabalhar com transporte puxado por animais, ainda foi a última opção, quando as locadoras de quatro rodas mágicos esgotaram suas frotas... afinal, um evento tão grande, e tão fora de mão... as pessoas da cidade geralmente usam os bondes magnéticos pra se locomover de lugares importantes para outros.

Gray passou a mão pelo cabelo de forma exasperada. Tudo aquilo parecia bastante lógico, mas não resolvia o seu problema.

- Não á realmente nenhuma alternativa? Sabe, eu tenho uma namorada que vai me matar se eu admitir ter esquecido algo do tipo. E ele - Gray gesticulou em direção a Gajeel - Bem... tem um problema quase tão ruim do tipo...

 Qualquer conselho que o funcionário daquela loja pudesse dar naquele momento foi cortado pelo ronco estridente de um motor. Uma moto mágica havia parado em frente a loja.

Empurrando a porta com uma das mãos enquanto tirava o capacete com outra, um jovem entrava no estabelecimento. Uma camisa muito amassada e um colete aberto eram seu traje, porém o que chamou atenção foi o símbolo da Raven Tail tatuado em seu antebraço exposto pelas mangas dobradas.

- Eu preciso de um tanque repositor para a minha moto, algo de qualidade - pediu ele, enquanto esfregava o cabelo amassado pelo capacete e ajeitava seu tapa-olho. Baelfyre Corvo-Insano era uma pessoa fácil de reconhecer, com o rosto descoberto.

- Imediatamente, senhor - disse o funcionário, de maneira tão imediata que parecia até hipnotizado, deixando ambos sem nenhuma palavra sobre o assunto.

Aquilo de deixou a sala silenciosa. Depois de alguns segundos, o Ás da Raven Tail pareceu finalmente se dar conta que havia mais pessoas na sala.

- Fadas - disse ele surpreso - E fadas tristonhos, parece a mim. Esse corvo pode estar enganado, mas me parece decepção.  Talvez por não encontrarem nada para alugar, penso eu.

- Você é sempre tão enxerido? - perguntou Gajeel asperamente.

- Só quando eu estou entediado - disse ele de forma alegre - Agora uma lição de sabedoria para vocês, pois hoje estou me sentindo muito generoso. Nunca seja rude com a pessoa que pode ser sua salvação.

-Ah... como é?

- Tsc, tsc, tsc... tão lentos  - disse ele aparentemente com desgosto - Observem.

O mago da Raven Tail estendeu uma mão em concha, uma pequena esfera de luz azul surgindo em sua palma, com minúsculas coisas se retorcendo. Subitamente, a luz se expandiu, deixando todos temporariamente cegos.

Quando a luz azulada se desvaneceu, nada tinha ocorrido.

- O que diabos foi isso? - rugiu Gajeel esfregando os olhos. O mago da Raven Tail se inclinou casualmente contra a parede.

- Talvez os gentis cavalheiros queiram dar uma olhada lá fora - disse ele, e com um gesto fluído, abriu a porta.

Onde a alguns segundos só estava uma moto, agora duas carruagens de luxo estavam parados sobre o vazio estacionamento.

Ambos piscaram atônitos, e queixos caíram simultaneamente.

- Minha avó me dizia quando eu era pequeno que se eu ficasse com a boca muito aberta sem motivo algum, uma doninha podia á confundir com sua toca e descer pela minha garganta - disse ele, enquanto gesticulava para que eles saíssem - Vão dar uma olhada.

E eles foram. Depois de muito apalpar os recém-surgidos veículos para terem certeza que não era nenhum tipo de ilusão, para finalmente admitirem que foram salvos. A torrente de agradecimentos parou antes mesmo de começar, quando Gajeel fez uma pergunta importante.

- Mas o que as faz se mover?

O mago riu.

- Nada, é movida a tração animal, como as convencionais - disse ele alegremente. Uma gota de suor escorreu na parte traseira da cabeça deles.

- Mas você sabe que não á animais para ser alugados... - disse Gray.

- Para tudo se á um jeito, menos para a morte e para as finais de campeonato perdidas, então, vejamos...  - disse ele, enquanto olhava para todos os lados, até fixar seus olhos em algo. Alguns pombos ciscavam farelos de comida entre o calçamento - Perfeito!

Dessa vez não ouve nenhuma explosão de luz, apenas um vórtice de letras surgidas que envolveram algumas das aves. Tanto Gray quanto Gajeel engasgaram ao ver o resultado daquela magia.

No lugar dos pombos. ..agora haviam avestruzes.

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- Pare de se remexer Meldy, já é complicado ajeitar esses laços com você parada - disse Ultear com um pouco de impaciência enquanto atava as costas do vestido de sua filha adotiva -  Por quê você tinha que escolher um modelo tão... complicado de se vestir?

- Porque ele é lindo - disse a maga sensorial como se fosse óbvio - E eu já disse que você já pode ir se trocar, eu posso terminar isso sozinha!

- Você pode é transformar isso em um caos, eu usando as duas mãos e tendo uma plena visão estou sendo vencida por esses laços infernais! Jell, você está sendo o mais útil que pode?

Jellal, que estava largado em uma espreguiçadeira, tirou os olhos da revista que lia para responder

- Eu já estou trocado, o que mais posso fazer? - perguntou ele, enquanto ajeitava a sua máscara, que engenhosamente cobria totalmente o lado de seu rosto tatuado.

Ultear bufou, antes de soltar um triunfante “terminei”.

Subitamente, a porta foi aberta, e Jereffer entrou.

- Nada é mais belo que contemplar a vitória da intelectualidade - disse ele alegremente - Quão atrasado eu estou?

- Muito - comentou Jellal, enquanto Meredy saltitou pela sala ao seu encontro.

- Jereffer-niichan - disse ela enquanto partia para uma de suas exageradas demonstrações de afeto - Por onde você esteve o dia todo?

- Fazendo Caridade - disse ele em um tom de diversão perversa - E eu recomendaria você não chegar perto demais, eu não estou com um aroma agradável, e se isso unir com seu perfume, é possível que crie alguma espécie de gás tóxico.

- Para alguém que estava fazendo caridade, você cheira demais á bar - comentou Ultear torcendo o nariz.

- Eu disse que fiz caridade, não que foi a única coisa que fiz no dia inteiro - disse ele dando os ombros, enquanto  tirava o tapa-olho - Agora deixe-me dar uma olhada em você.

Jereffer encarou a maga sensorial mais jovem por alguns segundos de forma tão intensa que fez o sangue da mesma fluísse para o rosto. Ultear revirou os olhos.

Jereffer piscou e riu.

- Você está magnífica - disse ele rindo e apertando uma bochecha dela - Eu diria que você irá seduzir todos naquela sua guilda, mas como é uma guilda apenas para mulheres, então eu diria que apenas a maioria.

Ela corou e afastou a mão dele, murmurando ofensas.

- Você fica tão fofa quando quer me matar - riu ele, enquanto ajeitava a peruca dela - Vejo você mais tarde, Melody.

- Ok, até mais tarde, Bael-san - riu ela, ignorando o aviso dele e dando um de seus abraços exagerados.

- Ok, chega - disse ele depois de três segundos, desgrudando ela - Jelly-chan, por favor, de uma carona para a pequena até a Mermaid, depois... faça o que quiser, só tente não chamar muita atenção na entrada.

- Todos tem nomes falsos legais e eu sou chamado de um doce - reclamou ele - Mas sim,  eu posso fazer isso. As chaves, por favor.

- Não arranhe a pintura, não é porque é feito de letras que não tem valor emocional - brincou ele, atirando-lhe as chaves.

- Espere, eu devia ajudar a Ul-sama a terminar de se arrum... - ia dizendo Meredy, mas antes que Ultear tivesse tempo de a interromper dizendo que não havia necessidade daquilo, porém Jereffer o fez por ela.

- Não se preocupe, eu não deixo que ela se atrase demais - disse ele. Em tom de garantia.

Só quando eles já haviam saído é que ele se permitiu rir.

- Não é fantástico que eu possa ainda parecer responsável mesmo depois de eles me conhecerem tão bem? - riu ele - Eu confio que você seja capaz de se trocar sozinha, então eu vou tomar meu banho.

- Por favor, você está cheirando á latrina - disse ela de forma ácida - Como uma pessoa consegue ficar assim em tão pouco tempo?

Jereffer riu mais um pouco, enquanto tirava a camisa e se dirigia ao banheiro anexado á aquele quarto.

- Tente passar o dia inteiro bebendo, lutando e fodendo, e veja o resultado que isso gera - ela ouviu ele dizer quanto ouvia o som do chuveiro ser ligado.

- Acabo de me lembrar porque jamais deve ser perguntar algumas para você - disse ela revirando os olhos.

Deixando de lado o mago que estava tomando banho, Ultear resolveu terminar de se trocar. Seu vestido era um pouco menos complicado de se arrumar que o de Meredy. Mas só um pouco, por isso ela deixou esses detalhes por último.

O mesmo mago que terminou do banho enquanto ela lutava para colocar tudo no lugar. Jereffer saiu de toalha do banheiro.

- Qual o problema em usar roupas que tem zíper? - perguntou ele revirando os olhos, e com um pequeno movimento de dedos, um vórtice de letras vestiram em si suas roupas - O Inverno Mortal voltará antes que você termine esse arrumar isso sozinha. Deixe-me ajudar.

Ela lhe deu um olhar avaliador, para ver que tipo de brincadeira era aquela.

- O que você sabe sobre roupas femininas?

- Muito, vamos ver por onde começar - disse ele, se sentando no banquinho atrás dela - Eu trablhei por alguns anos em uma revista de moda, tenho uma irmã mais velha...

Enquanto ele ia dizendo, com dedos incrivelmente hábeis, ele desenroscava rios e atava laços com grande facilidade.

- Tenho alguma experiência em gatunagem furtiva, é quase a mesma coisa- disse ele, enquanto atava o último fio - E é claro, já retirei uma centena de vestidos em uma centena de situações.

“Eu devia ter imaginado”pensou ela com um suspiro, enquanto ele estendia o braço para pegar um medalhão no porta-jóias de Meredy.  Ela sentiu o hálito dele em seu pescoço quando ele se debruçou para enxergar o pequeno fecho da jóia.

- E como Taurin sempre diz, uma jóia de pescoço é vital para que todos tenham uma desculpa para manter os olhos no nível de busto - disse ele com um meio sorriso - Eu diria que fica bem em você.

- Ok, agora pare de resfolegar em cima de mim, isso dá calafrios - reclamou ela se afastando - Você também já está pronto?

- Quase - disse ele, enquanto colocava no rosto sua máscara. Era negra e de algum material rígido, que cobria tudo acima do nariz, exceto os olhos, e terminava em dois pequenos chifres, que apontavam por entre seus cabelos despenteados pela água - Agora sim. Podemos ir? Eu apostaria que uma ou outra coisa interessante pode acontecer hoje.


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Notas finais do capítulo

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