*Harry no Chalé das Conchas*

- Ai Gina! – Exclamou Harry enquanto Gina tentara cicatrizar uma ferida em sua coxa.

- Não vai ficar bom nunca se você ficar se mexendo. – A mulher de cabelos ruivos revirou os olhos.

Todos estavam reunidos na pequenina sala do Chalé das Conchas, Fleur cozinhava alguns bolinhos com um tônico revigorante e suco de abóboras.

Enquanto Gina tentava fazer os curativos em Harry, Hermione e Luna tentavam acalmar Astória que tremia loucamente no sofá, balaçando-se para trás e para a frente.

- Calma meu doce, vai ficar tudo bem, Harry e os outros resgatarão Draco, você vai ver. - A mulher soluçava, parecia que nada daquilo tinha sentido.

- Te-tenho medo d-d-deles machuc-carem D-draco. - Seu corpo tremia freneticamente.

Fleur veio correndo da cozinha com uma xícara bastante cheia de chá de camomila.

- Tome querrida, vai se sentirr melhorr. - Fleur enconstou a xícara na boca de Astória e a fez beber todo o conteúdo. Ele tremeu pouco, mas sua respiração voltou ao normal e ela não balançava tanto. - Prronto querrida, assim está melhorr. Vai ficarr tudo bem, os garrotos vão encontrrarr seu marrido, ele vai estarr bem, você verrá. 

- Eu espero que assim seja querida, assim eu espero. - Astória virou-se para Neville e pegou em sua mão - Eu sei que nunca fomos próximos e que eu já fiz muito mal à você, não mereço esse favor, mas eu imploro Neville, imploro que cuide de Scorpio eu...

- Shiii... Não precisa se desculpar querida, fique calma, eu irei cuidar de Scorpio, não precisava nem me pedir, irei contatá-lo assim que chegar em Hogwarts. Não se preocupe querida, irei cuidar dele como cuidei dele durante toda a sua estadia em Hogwarts.

Neville sorria graciosamente para Astória como se não houvessem preocupações no mundo, como se todas as pessoas fossem boas o bastante para Azkaban não existir. 

Molly conversava com Rony em um canto mais afastado, seu filho estava muito abatido por ter tido uma falsa ilusão da mãe no meio da floresta. George tentava o consolar, mas nem mesmo ele se sentia bem, todo esse clima de conflitos lembrava muito os tempos das trevas em que passaram e a batalha em Hogwarts, onde perdera seu gêmeo Fred. George sentia muita falta do irmão, desde que Fred havia morrido, George se tornara menos engraçado, era mais reservado e sentia falta do irmão mais que tudo. Sua loja de logros e brincadeiras deixara de ser Gemialidades Weasley, e passara a se chamar de Everlasting Fred, em homenagem ao seu irmão. A loja ia bem, mas não tão bem quanto no tempo em que o irmão era vivo. 

- Rony, não precisa encanar, qualquer um teria feito o mesmo se tivesse visto os pais no meio da floresta.

- Eu fui muito burro, vocês não se arriscariam a toa para procurar Harry e justo no meio da Floresta do Deão. Draco foi encurralado por minha causa.

- Rony querido não precisa se castigar tanto, foi um erro seu, mas já passou, agora cabe a você tentar encontrar o senhor Malfoy, é o mínimo que pode fazer para se redimir. 

- Obrigado mãe por me fazer sentir melhor. - Ironizou Rony

Hermione vendo todo aquele drama, juntou-se ao marido e deu-lhes um petelecos.

- Ai, ai! Hermione! Enlouqueceu?

- Para com esse drama tá senhor Weasley? Você errou, tá e daí? Agora nós vamos salvar o Draco e pronto.

- Nós? - Perguntou Rony sem entender.

- É, Rony, nós. - Respondeu Gina lá do sofá onde ainda cuidava de Harry.

- O que tem vocês? - Perguntou Harry

- Nós iremos acompanhar vocês, isso é que tem nós. E podem ficar calados, porque eu e Gina somos úteis. Não somos crianças e nem adolescentes, somos mulheres.

- Justamente por isso que vocês não vão. - Respondeu Gui.

- Nós já salvamos a vida desses dois, ok? E quero ver quem vai me nos empedir. - Hermione olhou ameaçadoramente para Rony e depois para Harry, que ficaram em silêncio. Louco seria quem contrariasse as duas.

- Pronto, acompanharemos vocês dois. - Falou Gina satisfeita.

Harry olhou aterrorizado para Rony.

- Gina, meu bem. Você não pode ir, não deve. Rodolfo está atrás de você. Não posso deixar você se arriscar.

- Harry, eu não sou criança, tá legal?

- Eu não posso te perder Gina! Não entende? É tudo pra mim, não posso te arriscar assim.

- Mas eu posso ajudar Harry!

- Eu sei que pode, nunca duvidei do seu potencial, mas vai mesmo arriscar? Vai querer mesmo jogar fora todo o nosso esforço para te proteger? - Despejou Harry um pouco desesperado, sabendo que Gina odiava quem fizessem algo por ela.

- Eu estou, por obséquio, pedindo para ser protegido? Estou implorando que se esforcem? - Rebateu a mulher irritada.

- Gina, nós te amamos muito e a última coisa que queremos é que você se arrisque, não queremos te perder.

- Eu vou, não vai adiantar nenhuma palavra, quero ver quem irá me impedir. - Gina fez um gesto violento com a varinha estancando o sangue da perna de Harry e fechando o corte de uma única vez.

- AI! - Gemeu Harry massageando o local onde havia uma feia cicatriz. 

- Hmm... Rony, pode vir aqui no quarto comigo? - Sussurrou Hermione.

- Hã? Não acha o momento meio inadequado para isso não mulher? - Perguntou Rony chocado.

- Deixa de ser imbecil, claro que não é isso. - Retrucou Hermione irritada - Quero conversar com você.

- Tudo bem. - Rony assentiu e saiu de esguelha da Sala com Hermione no seu encalço, passaram pela cozinha e saíram na noite gelada. O Chalé das Conchas localizava-se no litoral, para garantir a máxima proteção da Ordem, a extensão dos feitiços ilusórios que afastavam trouxas e impediam que bruxos reconhecem feitiços ou vissem a casa, era enormia, cobria boa parte do terreno. Rony e Hermione caminharam um pouco próximos à maré. Por um bom tempo ninguém falou, até que Rony quebrou o silêncio.

- Então... Você quer ir mesmo conosco? - Rony chutava algumas pedrinhas que haviam na areia, colocou suas mãos no bolso da bermuda e olhava para o chão. Estava chateado.

- Eu quero ir com vocês, de verdade. Não quero que pense que eu vou como um peso para você. Estou indo porque quero entrar nessa luta e Rony, não vá achando que eu sou inútil. Não me formei em conhecimentos bruxos gerais à toa. Posso ser muito útil enquanto não tiverem estratégias.

Rony continuou à olhar para a areia. O sol já se havia se posto. Ficaram um longo minuto em silêncios, andando sem olhar um para outro. Até que Rony parou e segurou o rosto de Hermione nas mãos.

- Eu vou cuidar de você, está bem? Não posso te perder, não, não, vou fazer de tudo para que isso jamais aconteça.  

Hermione sorriu. E beijou o marido.