Ownt, eu não sei o que fazer agora. Eu queria muito namorar com o Draco, mas ficava meio receosa quanto ao Harry. Afinal, eu tinha ido fazer a ronda porque eu queria pensar. Então eu fiz a coisa mais certa.

- Eu aceito Draco.

Eu vi a felicidade nos olhos dele, então ele se levantou e me abraçou, me rodando e me enchendo de beijos no rosto. Ele estava eufórico, disso eu não tinha dúvida. Eu nunca tinha visto ele assim, nunca mesmo. Ele parecia que seria capaz de sair pulando por ai. Isso me animava, eu gostava de ver ele assim. Por incrível que pareça, eu já estava esquecendo o Ronald. Já não sentia mais aquela dor no peito quando falavam dele, ou quando eu simplesmente lembrava algo. Realmente estava passando, como todos disseram que um dia iria passar.

Nos sentamos no banco, e Draco colocou seu braço envolta de meus ombros.

- Você não sabe o quanto eu esperei por isso. Eu te amo Hermione, minha Hermione.

As palavras foram ditas com tanto orgulho, e eu realmente percebi o amor que ele sentia por mim. Eu estivera desconfiando dele atoa, era mesmo verdade. Ele me queria, eu o queria. Mas tinha uma preocupação na minha cabeça ainda, uma que eu não consegui esquecer. Ela se chamava Harry Potter.

Continuei sorrindo para Draco, e ele me retribuiu. Nós ficamos nos beijando por um tempo, até eu perceber que era bem tarde. Eu tive que me separar dele.

- Draco, precisamos voltar. Está tarde e frio.

Ele concordou. Assim que eu estava me levantando, ele tirou sua capa e colocou envolta de meus ombros. Tinha um perfume maravilhoso. Eu estava com medo de que ele ficasse com frio, e estava tirando a capa. Ele me impediu com outro beijo surpreendente.

- Quer que eu te leve até a torre da Grifinória?

- Não precisa, estou bem. E eu vou para meu dormitório.

- Tem certeza? Eu posso te levar... Nunca gostei de você andando por ai sozinha a noite. Eu posso te levar se quiser.

- Realmente não precisa Draco, é sério.

Nós nos despedimos com um selinho e eu segui para o terceiro andar. Quando entrei, Harry estava sentado em uma das poltronas.

- Não conseguiu dormir?

- Não Mione, estou meio preocupado. Esses ataques, as provas... Estou ficando sobrecarregado.

- Entendo Harry, esses ataques me assustam também. Eu tenho que te contar uma coisa.

Ok, eu decidi contar ao Harry primeiro.

- Pode contar Mione.

Ele me disse com um sorriso tão bonito. Eu tenho que pensar em como dizer. Pelo que conheço o Harry ele vai quase ter um infarto quando eu falar que é com o Draco que estou namorando. Esses dois tem uma rivalidade que eu nunca vi antes. É incrível.

- Bom Harry, eu estou namorando.

Ele ficou vermelho, e apertou uma das almofadas com força. Primeira parte: Ok.

- Harry, eu estou namorando com o Draco.

Tudo bem, acho que eu matei o Harry do coração. Ele ficou parado, por uns 15 minutos. E ele continuou bem vermelho.

- Isso explica a capa da Sonserina que você está usando. Mas tudo bem Mione, se isso te fizer feliz eu vou te apoiar. Mas, se ele te fizer alguma coisa. Juro por Merlin que ele vai se ver comigo. Ai o negócio vai ser entre eu e ele.

- Ah Harry! Você é tão fofo!

Eu o abracei. Sabe aquele irmão mais velho legal que nós sempre sonhamos em ter? Pois é, o Harry estava sendo esse irmão pra mim. Eu o amava dessa maneira, como um irmão.

Me despedi dele com um boa noite e subi correndo pro meu quarto. Agora sim eu estava feliz. Percebi que aquele beijo que o Harry me deu não significou nada pra ele, mesmo que tenha me deixado em dúvida e pensativa. Eu estava muito feliz por ele ter aceitado meu namoro. Mas eu ainda não estava preparada para contar para Hogwarts inteira. O nervosismo estava alto em mim, mas a felicidade era bem maior. Eu queria gritar, pular, eu estava literalmente rindo atoa. Agora sim eu tenho noção do que eu fiz. Eu estava namorando. Ele era um comensal! Isso era o melhor. Ele mudou, ele era bom agora. Isso era emocionante, sério. Sempre quis ter um bad boy.

Arrumei minha cama e depois de escovar os dentes fui dormir. Minha felicidade era tanta que eu dormi abraçada a capa do Draco, sentindo seu perfume.

                    - . -

O dia amanheceu muito bonito. O sol estava maravilhoso e perfeito. Eu decidi usar o “guarda roupa” que Gina tinha criado. Como eu levantei bem cedo, pude tomar um banho mais demorado. Lavei meu cabelo e enquanto eu escolhia minha roupa a poção que deixava ele seco e liso ficava pronta. Decidi usar uma saia com pregas preta e uma camiseta de botão branca. Optei por uma sapatilha preta, já que teríamos aula de Poções e Herbologia. E durante as aulas, ficamos a maior parte do tempo em pé. A poção ficou pronta, então tomei e meu cabelo prontamente secou e alisou.

Harry não estava na sala quando desci as escadas. Deduzi que ele estava no banheiro, então fui direto ao Grande Salão. Me sentei ao lado de Gina, que me deu uma séria encarada.

- Pode ir contando Mione.

- Contando o que Gi?

- Que você está se pegando com o doninha quicante.

- Como você descobriu ruiva?

- Ta escrito na sua testa, morena!

Sério, Gina me conhecia muito melhor que eu mesma. Ela sabia quando eu estava triste, feliz, com raiva, na TPM...

- Ok Gina, vou te contar. Mas é super segredo ainda, ouviu? Não conte pra ninguém! Nem pra sua própria sombra!

Ela concordou com a cabeça e chegou mais pra perto de mim, atenta a tudo que eu estava disposta a falar.

Contei a ela tudo, desde o início. Quando falei sobre o pedido de namoro, o queixo dela praticamente arrastou no chão. Ela ficou super histérica quando eu disse que aceitei.

- Mione, você é louca mulher! Sério, até que namorar um comensal seria uma boa, não?

- Gina, ex-comensal! Ele mudou.

- Mesmo assim Mione, ele ainda tem a marca negra! Deve ser o máximo, sabe. Ele é malvado, ele coloca respeito. Nenhum engraçadinho vai querer mexer com você se ele estiver por perto, duvido muito que voltem a mexer quando souberem que vocês estão namorando.

- Eu sei cara, é diferente. Eu tenho meio que medo, entende?

- Medo de que?

- Ah, aquele velho medo de se magoar, medo de sofrer.

- Mione, a vida é assim! Nós temos que nos arriscar filha, nós temos que ter coragem! Você é da Grifinória, casa dos corajosos.

- Verdade Gi. Você está super certa. Vamos, termina de comer essa torta de abóbora para podermos ir pra aula de poções.

- Pode ir Mione, eu ainda tenho que ir no dormitório pegar os livros. Te encontro lá.

Eu me levantei e dei um rápido olhar pra mesa da Sonserina, e um par de olhos cinzas me olhava. Eu não pude deixar de dar um sorrisinho. Ele era lindo demais! Eu não via a hora de poder ficar sozinha com ele.

Segui meu caminho até as masmorras, até me lembrar que tinha esquecido minha pena no dormitório. Voltei correndo até o terceiro andar, passando pela passagem e pegando a pena que estava em meu quarto.

Cheguei as masmorras e a aula já havia começado, mas alguém me esperava na porta.

- Draco, por que não entrou?

- Eu quero que todos vejam uma coisa.

E assim, ele passou um braço pela minha cintura e abriu a porta da sala. Todos os olhares se viraram para nós, me deixando extremamente vermelha. Até o professor Slughorn se assustou.

- Parece que os opostos se atraem, não é mesmo senhor Malfoy?

Ele deu uma gargalhada gostosa, e foi para o seu lugar ao lado do Zabini. Eu segui para o meu, entre Harry e Rony. Gina observava tudo do outro lado da sala.

- Parabéns Granger. Vai virar comensal também?

- Não te interessa Ronald Weasley, e ele não é mais um comensal. Pode ter certeza que é bem melhor namorar um homem perigoso do que uma mulher desmiolada e iludida, que fica por ai acreditando em qualquer idiotice que acha que vê.

Ok, acho que estava bom agora. Toda turma estava me olhando de um jeito espantado, até Draco me olhava assim.

Eu juro que se eu fosse um avestruz, enfiaria minha cabeça no primeiro buraco que visse na minha frente.