O dia seguiu tranqüilo depois do meu ataque de fúria, então resolvi sentar no pátio de transfiguração para poder ler um pouco. Assim que cheguei, uma briga estava acontecendo. E era entre Harry e Draco.

- O que está acontecendo aqui?

Eu cheguei  e os dois pararam de se bater na hora.

- Mione, essa doninha estava....

- Mentira dele Hermione! Eu cheguei aqui e ele começou a me bater do nada!

- Não foi isso Mione, eu vi o que ele estava fazendo! Ele estava...

- FIQUEM QUIETOS! OS DOIS! Não quero mais saber de briga entre vocês, ouviram? Afinal, não quero saber de mais NADA!

Eu me virei e fui embora. Decidi dar umas voltas, para esfriar a cabeça já que eu não teria nenhuma aula agora. Passei pelo Pátio de Treino, Estufas de Herbologia, e subi o lance de escadas que levaria até a Sala de Feitiços e a Biblioteca.

Eu estava sentada no final da seção reservada, procurando o nome do tal feitiço que um dia eu tinha lido.

Finalmente eu estava conseguindo relaxar, até uma voz familiar me assustou.

- Eu disse que viria, minha bela Hermione.

Então, tudo ficou escuro.

Harry PDV*

Hermione estava certa. Eu não deveria ficar brigando com o namorado dela. E sabe o que mais me dói? Ver outro no lugar em que eu gostaria de estar, ver um idiota tentando cuidar dela. Eu amava a Hermione, eu a queria. E meu inimigo estava namorando com ela. Tem coisa melhor? Pois é, eu convivo com isso desde quando eu vi que ela começou a gostar dele. Aquele beijo que eu dei nela, eu sei que foi estúpido fazer aquilo. Mas desde aquele dia, não saiu da minha cabeça. É ruim fingir pra ela que não foi nada demais.

Olhei para Malfoy com cara de nojo, pois teríamos aula de Adivinhação agora, juntos novamente. Caminhamos lado a lado, ambos concordávamos que era melhor pra Mione se não brigarmos mais. O caminho foi muito silencioso, até uma corujinha amarela piar na janela do corredor em que passávamos.

Malfoy olhou bem na minha cara e seguiu até a coruja que estava com uma carta presa na perna. Ele pegou e a leu em voz alta.

“Não adianta lutar, ela agora é minha. Nunca a encontrarão, nem nunca saberão quem eu sou. Vocês são fracos, são burros. Tão burros que não conseguiram proteger a garota. Agora, sofram da mesma maneira que eu sofri durante anos.”

Eu reconhecia aquela caligrafia, só não me lembrava de onde.

- O feitiço, o feitiço...

- Qual feitiço Malfoy?

- Eu posso encontrar Hermione! Eu posso descobrir onde ela está!

- Então fala logo idiota! Ela está em perigo!

- Geef me, me veranderen!

Então ele ficou parado. Como se fosse desmaiar a qualquer momento. Sério, se minha Mione não estivesse em perigo, juro que mataria esse idiota.

- Sétimo andar! Ela está na sala precisa!

Corremos que nem loucos, sala não estava tão longe.  Paramos em frente ao corredor vazio, e então eu pensei muito forte que queria estar aonde a Mione estivesse. Dei as três voltas e então uma portinha apareceu.

Entramos correndo, e nos deparamos com uma cena muito chocante.

Hermione estava acorrentada no chão, toda machucada e coberta de sangue. A sala tinha uma pequena lareira que estava acesa e uma grande poltrona vermelha á sua frente. O ódio tomava conta de mim, nada poderia me deter. Eu tinha derrotado um dos maiores bruxos de todos os tempos. Eu tinha enfrentado muita coisa. Agora um idiota querendo se aproveitar da minha melhor amiga, isso seria fácil até demais.

Malfoy não perdeu tempo e foi pra frente da lareira, pegando o indivíduo pela camisa. Surpresa e ódio passaram por seu rosto pálido, eu via a raiva queimando em seus olhos cinza.

- Você?

- Pois é Draco, sou eu mesmo. Na verdade, o Rob foi apenas mais um que eu usei pra me aproximar dela... Não tem noção de quem eu sou?

- Você é o Córmaco, Córmaco Mclaggen!

Eu não agüentei e respondi, é claro que ele estava usando a Poção Polissuco. Esse idiota estava usando o corpo do pequeno Rob para poder chegar perto da Hermione, pois ele sabia que eu não deixaria caso ele tentasse sendo ele mesmo.

Não sei como ele se soltou do forte aperto de Malfoy, e correu para o lado de Hermione. Ela estava desmaiada, estava muito ferida. Provavelmente tinha sido muito torturada.

- Isso, me ataquem. Um só feitiço e ela morre. Eu só digo, se ela não for minha, não vai ser de mais ninguém.

Agora ele tinha nos pegado, não poderíamos fazer nada. Não com a vida dela em risco.

- Crucio!

Ele gritou, e assim que Hermione começou a se debater no chão gritando de dor, Draco se ajoelhou, ele fechou os olhos e parecia que ele estava tirando a dor dela.

- Que bonito Malfoy, muito nobre de sua parte. Fazer o feitiço de ligação... Será que você morre se eu matá-la?

Agora que a poção já estava perdendo seu efeito, Córmaco estava voltando a sua altura e a seu antigo visual. Eu estava parado ali, sem ação. Córmaco andava de um lado para o outro, se aproximando cada vez mais de mim. Eu só precisava tirar a atenção dele pra ele se desconcentrar do feitiço. Assim Hermione pararia de sofrer e Malfoy poderia soltá-la e levá-la em segurança para a enfermaria.

Ele deu mais um passo e então tudo aconteceu muito rápido.

Eu pulei em cima de Córmaco, e Draco conseguiu se recuperar bem a tempo de soltar Hermione. Consegui arrancar a varinha do infeliz, e a apontei para sua cara.

Conjurei correntes e o prendi, como algemas.

- Vamos Córmaco, você tem muitas explicações para dar.

Mione estava fraca, tanto que ela não conseguiu nem sair da sala. Malfoy teve que carregá-la até a segurança da enfermaria e da Madame Pomfrey.

Segui com o Mclaggen até a sala da diretora que se assustou quando nos viu.

Ela nos mandou entrar, e conjurou duas cadeiras e então nós nos sentamos.

Ele explicou tudo. Contou que tinha planejado os ataques para afastar todos de Hermione, ele fez tudo para culpá-la. Ele contou como havia feito cada um e como conseguiu descobrir algumas coisas. Ele tinha contado com a ajuda de ninguém menos que Ronald Weasley. A diretora me pediu para sair dali. Então decidi ir a enfermaria ver como que a morena mais linda do mundo estava.