A semana continuou calma, nenhum ataque, nenhum bilhete. A única novidade era que Gina estava de namorado novo. Ninguém menos que Neville.

Harry estava muito abalado com isso. Dava pra ver que ele estava sofrendo ao ver aqueles dois juntos, e eu sabia o que ele estava sentindo. Pois eu sentia a mesma coisa vendo a Luna e o Rony. Por mais que ele seja muito idiota, grosso e estúpido, eu gosto dele.

Em uma bela tarde de sábado, me sentei a beira do lago negro. Apenas para ver a Lula brincar. Tudo estava indo bem, até que uma voz muito conhecida e parcialmente odiada me chamou.

– Hey Granger!

– O que você quer agora Malfoy?

– Preciso que você venha comigo, agora.

– Por que você acha que eu iria com você?

– Por que é do seu interesse. Você é curiosa sangue ruim, e eu sei que você quer vir mas está com medo de que eu a machuque. O que aconteceu com a destemida Granger? Parece que você precisa mesmo da proteção dos seus amiguinhos despresíveis..

– TA BOM! Eu vou!

Ele deu um sorriso sarcástico, e então foi andando para o castelo e infelizmente eu o segui.

Ele me levou até o sétimo andar, e passou três vezes em frente a uma parede vazia. Se eu não soubesse o que ele estava fazendo, eu sinceramente falaria que ele era louco.

Assim que ele parou de andar, a porta da Sala Precisa apareceu na nossa frente. Ele abriu a porta e me pediu para entrar. Eu apenas concordei e fui.

Lá dentro tinha um sofá de couro preto que parecia ser bem confortável, uma lareira e uma estante, com vários livros. Em frente ao grande sofá, havia uma pequena mesa que tinha uma garrafa de hidromel e dois copos.

Ele se sentou no sofá e eu fiz o mesmo, sentando ao lado dele.

– Granger, eu queria conversar muito sério com você. Eu sei que você está sofrendo por causa do infeliz do Weasley. Sei que isso que eu estou fazendo agora é muito errado mas eu não posso mais esconder. Eu te amo Granger, sempre te amei. Impliquei com você apenas para ganhar sua atenção. Eu odeio o Potter e o Weasley por eles terem você, sempre. Enquanto eu tenho a idiota da Pansy. Eu te acho linda Granger, você é minha vida. Eu queria ser o Potter, pra poder estar ao seu lado o tempo todo, pra poder sair toda manhã e te ver saindo do quarto com cara de sono, queria poder sentar na mesma mesa que você e te fazer rir enquanto comemos..

Eu não consegui pensar, não consegui acreditar. Draco Malfoy estava ali se declarando pra mim. Eu fiz a coisa mais retardada possível. Eu o beijei. Táá, eu sei! Foi estranho o que eu fiz! Eu nem sei por que fiz isso! Sério, eu sou estranha! Eu acabei de beijar meu inimigo! Eu sou definitivamente louca e estranha. Na verdade, foi só um selinho demorado.. Mas mesmo assim, eu o beijei por livre e espontânea vontade! Misericórdia, Meu Merlim! O QUE EU FIZ?

Ta bom, nem foi ruim. Foi mesmo só um selinho demorado.. mas mesmo assim, não foi tão ruim. O Draco era lindo, isso era incontestável. Acho que até ele se surpreendeu. Pois simplesmente colocou as mãos na minha cintura. E eu o soltei.

– Uau Hermione, você sabe mesmo surpreender alguém.

Droga, eu estava ficando vermelha! Meu coração batia muito rápido e muito forte, eu estava tremendo e arrepiada. Eu sentia o toque de suas mãos grandes em minha cintura, eu sentia sua respiração quente, seu hálito doce...

Eu estava me perdendo naqueles olhos cinzas, agora tão escuros quanto uma tempestade. Eles pareciam confusos, sinceros, tentando me entender. Draco estava me segurando como se eu fosse uma boneca, uma boneca de porcelana. Como se eu fosse o objeto mais lindo e valioso que ele tinha, ele me segurava com amor e carinho.

Ele me puxou para mais perto e encostou os lábios mais uma vez nos meus. Dessa vez, ele se aprofundou mais no beijo, o tornando maravilhoso. Eu me entreguei dessa vez, eu coloquei os braços envolta de seu pescoço, e comecei a passar a mão naqueles cabelos loiros normalmente arrumados, e eles eram tão macios, tão sedosos...

Draco me puxava para si cada vez mais, e eu podia sentir seus músculos escondidos pela blusa, podia sentir aqueles braços fortes envolta de mim, e pela primeira vez eu me senti segura e bem. Eu me sentia protegida, como se nada nem ninguém no mundo pudesse me ferir ou me tocar, enquanto eu estivesse nos braços dele.

Eu estava gostando daquilo. Eu esqueci de todos os problemas, provas, e esqueci do principal: Ronald Weasley.

Eu parei na hora em que isso me veio a cabeça. Me distanciei do Draco, sentando na outra ponta do sofá.

– Hermione, eu fiz alguma coisa de errado? Fui longe demais? Me perdoa..

– Não Draco, você não fez nada de errado. É que tem muita coisa na minha cabeça, eu estou confusa e com medo. Ronald me machucou muito. Eu tenho medo de acreditar novamente e me ferrar.

– Hermione, eu vou te proteger. Vou cuidar de você, eu te juro. Eu nunca vou te abandonar, eu sei que tenho que ir com calma. Mas você precisa de ajuda. Eu posso te ajudar. Eu te amo, quero o seu bem. Saiba que ninguém vai te machucar, não enquanto eu estiver aqui.

E depois disso, eu comecei a chorar, não agüentei. Eu precisava de ajuda, e ele sabia que eu não queria. Draco simplesmente me abraçou, me deitando eu seu peito largo. Ali eu ouvia eu coração bater, e isso foi me acalmando. Ele deixou que eu chorasse, e ficou fazendo carinho no meu cabelo enquanto murmurava que tudo ia dar certo, que estava tudo bem. Eu não acreditava que Draco Malfoy era tão gentil, tão amoroso e protetor, como ele estava sendo comigo agora. Eu deveria não confiar, eu deveria estar suspeitando dele e tudo. Mas eu não conseguia. Eu estava fazendo tudo errado. Eu estava deitada no peito do garoto que eu não suportava até pouco tempo atrás, chorando e deixando que ele me acalmasse. Eu estava confiando nele.

Eu dormi.. Acordei na manhã de domingo ainda deitada no peito dele. Ele ainda estava dormindo, pelo jeito ele dormiu abraçado comigo, pois suas mãos estavam me segurando por cima do casaco, que ele tinha usado para me cobrir. Eu não queria sair dali, eu estava confiando nele, eu estava gostando... Mas eu realmente precisava sair, precisava ir embora e tentar esquecer a noite anterior. Levantei com todo o cuidado, para não acordá-lo, mas mesmo assim ele acordou e se levantou.

Ele veio pra perto de mim, me abraçando e apoiando seu queixo na minha cabeça, e então eu desmaiei.