Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 34
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Notas iniciais do capítulo

Ignorem a formatação, tem algo de errado com o Nyah, espero que não prejudique a leitura.



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Eu não conseguia acreditar, mais que isso, eu não queria de modo algum crer naquilo. Lana Prescott? Lana me fez isso? Por quê? Ela me odiava tanto assim? Será que eu estava enganada e ela não era uma pessoa boa afinal? Eu sabia que éramos uma espécie de inimigas públicas na escola, mas ainda assim nunca achei que Lana pudesse descer a tal nível.



Nunca gostei nem de supor que alguém a minha volta me desejasse tanto mal, e mais ainda que além de desejar tomasse providências para acabar com o meu sonho. Era cruel que essa garota na minha frente viesse me falar isto agora.


–Lílian, fala alguma coisa. - Pediu a sonserina com lágrimas escorrendo de modo contínuo em sua face, a encarei por alguns segundoS e uma vontade enorme de bater naquele rosto perfeito me atingiu. Porque Lana Prescott era perfeita. E nesse momento eu me esqueci que ela também era uma garota com sonhos que estavam escorrendo e fugindo por entre seus dedos. Eu me esqueci de que ela como eu via as suas metas para o futuro se tornando cada vez mais inalcançáveis. Me esqueci de que ela não tinha a família perfeita ou o namorado perfeito.


Eu só queria odiá-la por tudo o que ela me fez. Por alguns segundos a raiva parecia me cegar completamente e a minha frente eu só via aquela sonserina fútil e egoísta de sempre. Minha respiração parecia trazer um mar de lava aos meus pulmões que queimava tudo pelo caminho. Controlei meus instintos e fechei minha mão como que para contê-la da minha vontade insana, porém nada pode me impedir de acusá-la sem piedade alguma.


–Falar alguma coisa? Você acabou comigo Lana Prescott! Como você pode? Eu poderia ter morrido! Eu sempre estive certa sobre odiar você, não estive? -Falei apontando o dedo para Lana, enquanto lágrimas de puro ódio escorriam em meu rosto, nunca antes eu tivera tanta vontade de brigar com alguém como naquele momento. Quis me vingar, quis que ela sentisse exatamente a mesma dor que eu tinha sentido.


Eu me sentia claustrofóbica, era como se a minha própria raiva estivesse me sufucando. Nunca em toda a minha vida eu me senti deste modo, nem mesmo quando descobri que não poderia mais voar. Era cruel que eu aprendesse a gostar da garota a minha frente para depois odiá-la deste modo. Me questionei se realmente cheguei a conhecê-la realmente. Por um momento nos achei tao parecidas, mesmas dores e decepções.


Inspirei fundo tentando aliviar a dor que queimava em meu peito. Era hora de eu para de me enganar. Nós não tinhamos nada de parecidas. Ela era Lana Prescott e isso deveria dizer tudo, eu nunca deveria ter me aproximado dela.


–Sim, você devia me odiar mesmo. -Concordou ela com amargura. - Mas eu nunca quis que você se machucasse Lílian! Nunca mesmo!


–Então por que você enfeitiçou o maldito balaço? Para que eu ficasse inteira? -Perguntei com rancor, em minha voz ficava visível uma amargura guardada desde o momento em que descobrira que não podia mais jogar quadribol.


–Era só pra você perder o jogo! Eu estava com tanta raiva Lílian, naquela semana tinham feito aquela brincadeira de mal gosto com a gente. Além disso você estava me humilhando desde o dias das bruxas, eu estava perdendo o Hugo pra você! -Gritou ela com desespero, como se houvesse algum modo de justificar seus atos. Mas por mais que ela falasse o que sentia eu não me importava. E olhando eu seus olhos eu sabia que ela também sentia. Nada disso importava.


–Você não pode estar falando sério! Não tem como explicar Lana, você acabou com o meu sonho! E eu aqui tentando te ajudar com os estudos! Fazendo o possível pra que entre na Academia! Eu queria ao menos garantir que se ainda havia esperança devíamos lutar para que alguma de nós conseguisse alcançar seus objetivos! Você esteve me fazendo de idiota esse tempo todo? Ria de mim pelas minhas costas? Enquanto eu me esforçava para te ajudar, você se sentia feliz ao saber que além de acabar com a minha vida ainda usou a quebrada e inútil Lílian Potter para alcançar seus sonhos?


–Não Lílian! Você se tornou minha amiga, minha única amiga! -Implorou a loira tentando segurar minhas mãos, porém com uma frieza que não era minha me afastei dela.


–Amiga? Eu tenho tanta raiva de você nesse momento que sequer posso pensar nisso. Você me enganou, você me machucou por um motivo fútil! – E eu tive mais raiva ainda nesse momento. Por um momento quis ter uma característica de Lana Prescott, quis parecer inescrupulosa. O quão maravilhoso seria fingir que não se importa com o que acontece a sua volta. Amargurada pensei no quanto ela deve ter desenvolvido essa magnífica "qualidade" a minha volta. Ela se diz amiga e me fez rir. Eu deveria saber melhor. Ela era uma sonserina suja qual não sabia o significado da palavra amizade. Amigos não acabam com o sonhos dos outros.


–Eu estou arrependida, eu juro Lílian! Não penso em outra coisa desde o acidente, eu tenho pesadelos todas as noites, eu sinto tanto, tanto que não faz ideia.- Lana procurava me fazer entendê-la o que era impossível.


–Ah você sente muito? Adivinha? ISSO NÃO MUDA NADA AGORA! -Gritei com mais raiva do que imaginei ser capaz de possuir, eu não conseguia olhar pra ela não queria encará-la. Pior do que isso era me fazer acreditar, ela tinha feito aquilo comigo, Lana Prescott havia enfeitiçado um balaço, eu nunca quis saber quem fora a pessoa. Mas agora, saber que eu poderia me vingar, saber que era só chamar a diretora e despejar tudo em cima dela para ver Lana sendo punida. Ela nunca teria a chance de entrar na academia não com tal mancha no histórico escolar.



Um sonho pelo outro!Sussurrou uma vozinha má em minha cabeça.



NÃO! O que eu estava pensando? Eu sabia o que era a dor de perder algo, eu desejava o mesmo pra ela? Seria Lílian Potter tão má e vingativa a esse ponto?


–Sinto muito, sinto muito mesmo Lílian! -Disse a loira com a voz completamente embargada pelas lágrimas, fechei meus olhos tentando entender toda aquela confusão de emoções que me deixavam completamente tonta.


Respire Lílian, respire e abra os olhos, lembre-se de quem você é.


Quando abri os olhos percebi que estava sozinha, Lana caminhava em direção ao castelo com uma certa pressa e não pude me impedir de gritar.


–ONDE ESTÁ INDO? - Ao mesmo tempo tentei me aproximar do modo mais rápido possível, o que fez com que minhas costas doessem um pouco, não me importei quis chegar até onde ela estava.


–Falar com a diretora Potter, vou contar a verdade pra ela. -Respondeu ela com tanta simplicidade que não duvidei por um segundo que ela realmente faria isso. Lana estava disposta a ser punida pelo que havia feito.


Mas e eu? Eu deixaria ela se entregar e ser punida? Sim, eu queria que ela soubesse o quanto havia sido ruim perder um sonho, porque sem duvida ela nunca entraria na Real Academia de Bruxas de Paris. Não com isso no histórico... ela perderia o que mais queria, assim como eu, a sensação de vingança já se apoderava de meu corpo me senti quase que poderosa. Quase, porque logo então me senti o ser mais desprezível da face da terra.


–Tá, vai logo então. -As palavras escaparam de minha boca, não pude ver a expressão de Lana pois ela se virou com agilidade e já caminhava de novo para o castelo. A culpa se tornou ainda maior e dessa vez as palavras não me escaparam, pelo contrário eu tinha plena certeza do que queria e devia fazer.


–Espera, Prescott! Não vai. -Pedi com a voz trêmula em um misto de raiva, tristeza e decepção.


–O que? -Perguntou a sonserina parecendo ainda mais confusa.


–Não quero que você conte isso para a McGonagall! Nem pra ninguém. - Falei novamente da maneira mais calma que encontrei.


–Mas? Você está doida Potter? -Me pediu ela quase me fazendo rir de sua expressão de espanto. Novamente aquela risada que parecia querer me acompanhar pemanentemente. Fria e sem emoção.


–Não Prescott, não estou louca, esse será mais um segredo nosso. -A loira ficou em silencio, respirava profundamente e parecia refletir sobre a situação. Sem aviso prévio ela estava me agarrando em um abraço meio torto já que eu fiquei parada, ela chorava de modo convulsivo e não parava de me agradecer.


–Me solte. -Pedi tentando permanecer firme diante daquilo.


–Obrigada Lílian. -Continuou ela após me largar, prontamente dei um passo pra trás me afastando dela.


–Não me agradeça, não fiz por você. Fiz por mim, nunca poderia viver com esse peso em meus ombros. -Falei de modo inerte, ou pelo menos o modo mais inerte que pude alcançar.


–Lily... -Começou Lana Prescott em um tom de quem estava pronta para implorar algo.


–Não! -Interrompi fazendo um gesto com a mão. - Se você se entregar nunca entraria para a Academia, e eu não posso ser a responsável por destruir o sonho de alguém. Eu nunca faria isso. - Afirmei com veemência e a encarei como nunca antes, li em seus olhos azuis tanta confusão que por alguns segundo acreditei que nunca mais poderia desviar o olhar.


–Você é uma pessoa bem melhor que eu Lílian.- Ela afirmou como se desse voz a algo que rondasse seus pensamentos há tempos.


–Sim Lana, eu sou. -Conclui e sem saber mais como lidar com a situação desviei da garota sonserina e segui eu mesma em direção ao castelo. Mais do que nunca eu queria estar com minhas amigas, mas soube que primeiro teria de me acalmar, cumpriria minha promessa. Nunca ninguém iria saber que Lana Prescott enfeitiçara aquele balaço.


–Obrigada. - Gritou a garota, me virei uma última vez e a encarei de longe, antes que minha consciência me punisse falei.


–Não me agradeça. Você está em divida comigo, um dia eu vou cobrar por isso Lana. -E sem mais nada a acrescentar fugi o mais rápido que consegui para o interior do castelo. Gostaria que enquanto dava as minhas passadas errantes devido a raiva mas principalmente a minha cordenação motora agora falha que pudesse deixar tudo para trás.


Infelizmente isso não aconteceu, pois eu sou Lily Potter e eu pareço não ter a capacidade de deixar sonhos quebrados para trás. Eles voltam para me perseguir.


Lana POV


Lílian Potter poderia ter me denunciado, ela deveria ter me deixado ir até a McGonagall porém ela não o fez. Eu nunca entenderia que tipo de pessoa altruísta seria capaz disso, está certo que ela deixara bem claro que eu estaria em divida pra sempre com ela, mas mesmo assim. Eu tinha errado, havia cometido um atentado contra a vida dela por pura inveja e egoísmo. Na verdade mesmo se eu fosse punida ainda assim estaria presa em uma divida eterna com a Potter. O remorso parecia falar cada vez mais alto ainda mais por saber que eu nunca seria capaz de fazer o que ela fez por mim.


Naquele dia, no dia em que invadi a sala onde estavam as bolas do jogo eu não conseguia pensar. Só sabia que a odiava por ter passado a noite do baile do dias das bruxas com Hugo, sabia que a odiava por ter sido a mais bela garota da festa com aquele maldito vestido de princesa medieval. Eu queria que ela sofresse a mesma humilhação que eu tinha sofrido, queria que ela perdesse o jogo por culpa dela, queria que o time ficasse contra ela. Desejava que por pelo menos um maldito segundo ela deixasse de ser a Princesinha da Grifinória. Eu tinha a sensação de que ela roubava a minha felicidade, enquanto tudo parecia dar certo para aquela ruiva com pose permanente de corajosa e perseverante eu me sentia cada vez mais miserável e infeliz.


Lílian Potter sempre teve tudo, naquele momento eu quis que ela não tivesse nada, pelo menos assim ela saberia o quanto me fazia mal. Ela se veria, nem que por alguns míseros segundos na posição de Lana Prescott.


Mas agora, analisando tudo o que aconteceu, o estrago que fiz a ela, penso o quanto fui mesquinha. Errei feio com ela, errei feio com todo mundo na verdade, não era a minha intenção, nunca quis machucá-la tão seriamente. Deu tudo errado, se agora ela não pode mais jogar quadribol a culpa é toda minha.


Era para ser algo momentâneo, a grifinória perderia o jogo, todos ficariam momentaneamente ressentidos com Lílian para depois de um curto espaço de tempo voltarem a adorá-la. Era sempre assim. Não era para ter acontecido nenhum imprevisto, não era para a situação ter fugido de controle.


Deveria deixar de ser covarde e subir para a sala da diretora, deveria me entregar mesmo que ela não queira, mas algo que ela disse me impede. Academia de Paris, não é como se eu já tivesse muita chance de entrar, com isso em minha ficha as chances ficariam nulas, na verdade isso tiraria qualquer chance minha em qualquer lugar.


Ela é a filha do Potter afinal.


Percebi que ainda estava parada no mesmo lugar em que tivera a conversa com Lílian, estava escurecendo e eu me sentia sozinha. Começava a ficar frio, mas eu não me importei. Nenhum frio exterior poderia se comparar ao que carregava dentro de mim ha anos. Desejei ter Hugo ali comigo, queria tanto que ele pudesse me abraçar em seus braços fortes daquele jeito perfeito que só ele tinha. Eu havia perdido ele, agora perdia Lílian e há muito tempo atrás perdera também meu irmão.


–Não, David é quem me perdeu. Ele foi o covarde. -Murmurei pra mim mesma tentando parar com aquele complexo de perdedora. Eu não seria a garota apagada de novo, eu não podia me dar ao luxo de desistir!


Se Lílian Potter não queria me entregar, ótimo. Mais tarde eu pagaria o preço, faria o que quer que ela me pedisse. Mas eu a tinha perdido, a garota que ficou mais próxima de se tornar minha amiga em todos esses anos. As outras garotas não contavam, elas não gostavam de mim realmente, pelo contrário me odiavam, afinal, elas queriam ser eu. Mas não a princesinha Potter, ela é confiante de mais para querer ser outra pessoa, ela estava me ajudando, claro que eu tinha percebido que tudo que ela queria era me ajudar. Mesmo assim ela não havia pedido algo em troca, não realmente, e o tempo todo eu sabia que eu não era digna de sua amizade.


Caminhei pelos corredores escuros do castelo, e sem que eu me desse conta fui parar em frente a sala do novo mestre de poções. Conhecido também como meu irmão mais velho traidor.


Mas poxa ele era meu irmão mais velho, ele tinha que me proteger certo? Seu eu não pudesse contar com David não poderia contar com ninguém no mundo.


Bati na porta um pouco receosa, após as três batidas senti vontade de desistir, mas quando estava prestes a correr a porta se abriu e meu irmão me encarava com olhos de preocupação, compreensível já que meus olhos estavam vermelhos. Mas mais do que isso, tanto eu quanto ele sabíamos que eu não o procuraria a não ser que fosse uma emergência. Acho que perder por minha própria culpa a única pessoa que segurou a minha sanidade durante os últimos meses se encaixa na categoria de emergência.


–Lana? -Perguntou David, sem conseguir explicar apenas me joguei em seus braços e graças a Merlin senti seu abraço reconfortante. Pela primeira vez em muito tempo me senti em casa. Ficamos por um tempo abraçados, até que senti ele me arrastando para dentro de sua sala, logo estava encolhida em uma poltrona de couro preta enquanto ele me preparava um chá.


–Quer me falar sobre isso? - Pediu ele após um tempo, apenas fiz que sim com a cabeça, porém não conseguia confessar o porquê estava me sentindo tão péssima. Se por um lado estava me sentindo muito bem por estar com ele, por outro me lembrei do motivo de nossa distancia nos últimos anos.


–Você promete que vai ficar do meu lado? - Encarei seus olhos redondos, exatamente como os meus, senti tanta saudade daquele olhar, daquela identificação. Mas então uma das piores lembranças de minha vida volta e eu lembro que ele não me protegeu quando mais precisei, ele fingiu que não viu nada e depois fugiu. Ele quebrou a minha confiança de um modo que não poderia saber se um dia seria capaz de reparar.


–Eu sempre vou ficar do seu lado. Nunca mais vou deixar nada nem ninguém machucar você. - Respondeu meu irmão por fim, apertando minhas mãos entre as suas, o gesto e suas palavras me fizeram chorar. Não imaginei que ainda sentisse tanta mágoa, não pensei que a lembrança ainda estivesse tão forte e me causasse tanto nojo.


–Você dizia a mesma coisa antes, e mesmo assim você me deixou nas mãos dele David. - Murmurei fechando os olhos, eu não queria voltar a chorar, não agora que já estava recuperada.


–Ele não pode mais te machucar agora, foi a última coisa que fiz antes de voltar pra cá. Nunca mais você vai vê-lo, posso te garantir isso. - Por um momento fiquei com medo que meu irmão o tivesse matado, depois pensei o quão ridículo isso era, David não conseguia matar nem uma mosca sem sentir remorso.


–David, eu fiz algo horrível. -Comecei sem encará-lo, eu não ia conseguir falar se o fizesse. - Lílian Luna Potter, sofreu um acidente no final do ano passado, um balaço estava alterado para persegui-la. Foi bem grave, ela quase morreu e por causa disso perdeu a vaga no Harpias de Holyhead. Ela era muito boa e agora não pode nem mais voar.


–Lana o que você está tentando me dizer exatamente? -Perguntou meu irmão se levantando e me encarando um pouco irado. -Não me diga que foi você?


–Eu estava com tanta raiva dela, Lílian sempre teve tudo que eu queria, sempre! Eu só queria vê-la fracassar em algo, era só pra ela perder o jogo, nada mais! - Argumentei alterando a voz, porém eu mesma sabia que aquilo não era justificativa para o que tinha feito.


–AH LANA! - Gritou meu irmão dando um soco em sua mesa de madeira escura.


–Eu contei pra ela hoje e ela falou que não quer que ninguém mais saiba disso. Mas eu precisava contar pra você, eu preciso que você fique do meu lado. -Pedi sentindo as lágrimas caírem novamente.


–Você errou mana. -Foi tudo que David disse. Por um momento a raiva que sentia de David voltou novamente. Será que novamente ele viraria as costas e seguiria em frente normalmente me deixando para trás toda quebrada? Suspirei engolindo os soluços de choro que ameaçavam recomeçar. Tentei me convencer de que ele não estava virando as costas, apenas constatando algo que tanto eu quanto ele sabíamos ser a mais pura verdade. Ainda assim o medo de ficar sozinha não foi em bora. Não sabia se aguentaria outra temporada daquela Lana a mercê de ser completamente possuída pela insanidade da solidão. Porque dessa vez não haveria Lílian Potter nenhuma para me salvar.


–Por favor?- Implorei num tom de voz miserável que combinava perfeitamente com o meu estado.


–Pelo que eu conheço de Lílian Potter, ela é uma garota fantástica, ninguém tem nada a reclamar dela. Por que fez isso?- Ele me olhou como se poder encontrar um motivo para meus atos absurdos fosse fundamental para a manutenção de sua consciência limpa.


–Justamente por isso! Todo mundo a ama! Isso é profundamente irritante. Droga até eu a adoro! - Falei sem me conter.


–Eu só posso prometer que ninguém mais saberá disso Lana, é tudo que eu posso fazer. Como professor eu devia entregá-la para a diretora. Mas eu já falhei tanto sendo seu irmão mais velho que não posso fazer isso.


–Obrigada.- Murmurei tentando parar de pensar um pouco, o que estava bem complicado na verdade. Memórias do passado se misturavam com as mais recentes e eu quis que ele nunca tivesse me deixado.


Sai de sua sala alguns segundos depois, não havia mais nada a ser falado, caminhei diretamente para o salão da sonserina. Assim que entrei na sala de luz esverdeada algumas garotas vieram me cumprimentar, ignorei todas sem fazer cerimônia. Tirei minhas roupas e as deixei pelo caminho, me sentia suja, acabada, quebrada por dentro. Entrei de baixo do chuveiro e fechei os olhos tentando parar de pensar.


Mãos enormes em meu pescoço, a varinha como uma faca em minha garganta, mãos que então percorriam meu corpo de menina. Lágrimas geladas e silenciosas, um grito preso na garganta junto com a ânsia ao ver aquilo acontecendo.


O que eu fizera para ser punida daquele modo? Eu merecia aquilo?


A porta estava entre aberta, alguém estava ali, olhos como os meus. David, ele vai me tirar daqui ele sempre me salva! Mas então tão rapidamente quanto apareceu ele foi embora.


–Você é uma bonequinha linda. - Disse o dono das mãos, tentei me debater e em resposta àquilo, a varinha cortou meu pescoço. -Shh, quietinha, está me ouvindo?


Voltei ao presente. Com os dedos percorri a fina linha rósea em meu pescoço quase imperceptível. Mas a outra cicatriz, essa nunca sumiria, eu sempre seria quebrada, errada, eu sempre daria defeito.


"Hei olhem aqui!" Era o que eu queria gritar. "Comprem agora sua Lana, ela é uma boneca, levem-na pra casa, usem-na quando precisarem e quando quiserem!"


Será que eu ia me sentir assim pra sempre? Será que ia continuar afastando todo mundo? Sempre imprestável, dando defeito, mutilada na alma.


Eu era aquela boneca de porcelana na vitrine, aquela que ninguém compra. Cara de mais, frágil de mais e sem utilidades alguma. O exterior poderia parecer perfeito, mas no interior todos sabem, habita um coração quebrado, congelado pelo tempo em que ficou fora de uso.



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Notas finais do capítulo

NB/ Meu Merlin esse cap. Muitas coisas que eu não esperava e nem suspeitava que tinham acontecido.
Preparem-se leitora, beta vai admitir em um momento excepcional que se sente um pouco culpada pela fundação do FEALP. Eu deveria saber que a Lore não me deixaria barato por criar uma organização contra uma de suas personagens preferidas e tentar me matar de culpa.
Não é a toa que eu sempre fico ansiosa para betar o próximo cap. Quer dizer, sempre é um dos personagens com um furacão emocional e uma extra pesada bagagem emocional prontos para me surpreender!
Agora quem ai tb esta meio decepcionado com o David? Eu realmente não esperava que ele tivesse deixado a Lana tão na mão. Ele realmente deve muito pra garota e com certeza vai precisar comer muito pasto para recuperar sua confiança.
Hm, pobre Lily, sério, acho que em nenhuma outra história a autora bagunça tanto com a vida emocional de seus personagens. Tenho para mim que minha gêmea antes de dormir senta em sua caminha, faz suas orações como uma boa menina e ai pensa com a vida de qual personagem vou acabar?! MUAHAHAHAHA depois eu que sou a maquiavélica!
Bjs da beta
Milady Black
NA/ Então?? O que acharam do capítulo! Sabem que a fic está acabando né? Totalmente reta final! Então que tal reviews bem lindos pra mim?? Quanto ao FEALP o que posso dizer? É Lana tem um passado bem complicado q ainda será explorado. Mas acho que vou parar de falar, fic em fase crucial e quero que fique o melhor possível pra todos vocês!
Beijos da autora
Loreline Potter