Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 18
Move on Lily princess - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Capítulo enorme então foi dividido! Parece que a praga que rogaram pra cima de mim foi embora, então estou escrevendo bastante.
LEIAM AS NOTAS FINAIS! Por favor, é importante!



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Move on Lily Princess – parte I

Minha mãe derramava lágrimas silenciosas e sorria enquanto o médico me examinava. Desde que eu acordara não havíamos conversado muito, finalmente eu tinha conseguido falar, minha garganta estava agradecida após o copo com água fresca que uma enfermeira me serviu na boca. O medo da morte parecia agora fazer parte de um passado distante, eu estava acordada e viva sentia cada pedaço do meu corpo reagir aos estímulos do meu cérebro.

Ainda não entendia bem o que havia acontecido, me machuquei com a queda? Será que não havia um maldito bruxo naquele estádio para fazer um simples feitiço de amortecimento? E o balaço? Será que estava mesmo adulterado ou era fruto de minha imaginação? Será que minha mente usava essa desculpa para camuflar o fato de que eu havia falhado ao cair da vassoura?

–Pode acompanhar a luz Lílian? – Me perguntou o curandeiro, que segurava uma varinha apontada para meu rosto, fiz que sim com a cabeça e mexi os olhos acompanhando a pequena luz branca. Este já devia ser o milionésimo exame ao qual eu era submetida. E isto contando apenas os que eu estive consciente para acompanhar, não queria nem pensar no tanto de exames realizados enquanto estive inconsciente.

–Bom, Sr.ª Potter, acho que finalmente podemos dizer que Lílian está bem. Ao que estamos vendo não ficaram sequelas mais graves do que aquelas que já havíamos identificado. Vou deixá-las a sós, se quiser que eu peça para o Sr. Potter entrar é permitido até dois visitantes nessa área do hospital.

–Sim pode chamá-lo, obrigada doutor. – Respondeu minha mãe com a voz embargada, em minha mente uma frase do curandeiro martelava; “sequelas mais graves do que aquelas que já havíamos identificado.” O que diabos isso significava?

Eu me sentia perfeitamente normal, até mesmo a dor havia desaparecido, então que tipo de sequela ainda poderia existir? A porta do quarto foi aberta e meu pai entrou no, ele parecia magro e cansado, mas seus olhos brilharam ao me ver.

–Papai! – Exclamei bobamente, logo fui envolvida em um longo abraço, percebi que meu pai começou a chorar em minhas costas. – Não chora, eu estou bem. – Nunca pensei que iria consolar meu pai, geralmente acontecia o contrário. Após alguns segundos ele pareceu se acalmar e segurando meu rosto me encarou e pediu com seriedade.

–Nunca mais me assuste assim princesinha. – Me deu um beijo na testa e ficou ao lado de minha mãe, os dois então me encaravam sem dizer nada, pelo visto eu teria que conduzir a conversa.

–Faz muito tempo que estou aqui? – Perguntei curiosa, eu não tinha a mínima noção de tempo, certas coisas pareciam ter acontecido há tanto tempo que pareciam pertencer a outra vida, outros fatos porém pareciam muito recentes.

–Um pouco mais de um mês. – Respondeu meu pai. Uau, um mês? Um mês dormindo? Não podia ser, quer dizer tudo ainda parecia estranho, ninguém morre caindo da vassoura, ossos são consertados facilmente. Mas como sou uma pessoa que sempre tenta ver o lado bom das coisas já fui logo pensando “Um mês sem a carrasca da Prof. Katherine! Yeah Yeah, VEJA O LADO BOM DA VIDA, E NÃO VEJA SUA PROFESSORA DE FEITIÇOS TÃO QUERIDA!”.

Depois de controlar este surto do meu bom e velho humor piadista encarei novamente meus pais. Meu pai segurava firmemente os ombros de minha mãe, como que se para apoiá-la, o que era estranho, pois ele não parecia capaz de se manter em pé sem apoio que dirá apoiar alguém. Eu estava curiosa, queria muito perguntar sobre o acidente, sobre o balaço e também sobre o tempo que fiquei internada.

Mas resolvi conter minha curiosidade pelo simples fato de que meus pais não pareciam muito ansiosos em lembrar do ocorrido. Na verdade eles estavam péssimos, mamãe tentava conter as lágrimas que insistiam em molhar sua face, e meu pai parecia acuado, nunca tinha visto meu pai assustado até aquele momento. O cara que derrotou o pior bruxo das trevas de todos os tempos parecia um coelhinho encurralado pelo lobo mau. E naquele momento eu fiquei com medo, medo do que quer que tenha feito meus pais, meus heróis, meus portos seguros, parecerem crianças assustadas. Medo do que seria o “lobo mau” de toda essa situação, e eu soube, eu não gostaria de descobrir o que quer que houvesse acontecido no meu último jogo de quadribol.

Decidi então que o melhor a se fazer era descontrair o ambiente, quis mostrar que eu estava bem, assim talvez percebessem que não precisavam ficar tristes por mim, ou pior, sentirem pena de mim.

–Um mês? Uau, isso quer dizer que já estamos em dezembro e logo é natal! Pai você finalmente não vai ter uma desculpa para não me dar a nova Firebolt 2.1! Sim, porque antes você dizia que eu já tinha uma vassoura boa, mas agora eu realmente preciso de uma nova! A minha deve ter se estraçalhado naquela tempestade! – Tagarelei alegremente, porém isso só fez com que minha mãe começasse a chorar ainda mais. O que foi? Falei algo errado? Porque se fosse o caso eu abria mão da Firebolt 2.1, afinal eu não sou aquelas crianças mimadas que sempre querem aquele brinquedo e...

–Lily... – Começou meu pai, ele me olhava de um modo esquisito, será que ele havia gastado muito comigo no hospital e não podia comprar presentes de natal pra gente? Tomara que não, Alvo me mataria se ficasse sem presente por minha culpa! Ainda bem que os suéteres da vovó Molly estavam garantidos. Pelo menos iria receber o meu tradicional casaquinho de lã verde com o P.L de princesinha Lily bordado, eles eram excelentes para me manter aquecida durante os jogos de quadribol!

–Sim, papi? – Incentivei ao ver que havia algo a ser revelado.

–Você não pode mais voar... – Minha mãe soluçava agarrada ao meu pai, e este me encarava como se esperasse que eu reagisse.

–Claro que não, não sou idiota! Sei que vou precisar de algum tempo para me recuperar, quanto tempo? Uns três meses? Espero que não seja muito, ainda quero jogar o último jogo da temporada em Hogwarts! Eu já até elaborei um esquema de táticas! Depois deste jogo as Harpias com certeza vão me querer como titular!

–Lily, você não está entendendo. – Começou novamente meu pai, mas eu o interrompi rapidamente, elevei o tom de minha voz e lágrimas involuntárias começaram a escorrer.

–Como não? Alvo pode me ajudar não pode? Ele é especialista em traumas, um prodígio! Não é o que dizem dele! Seis meses então? Seis meses para eu voltar a treinar? Um pouco mais ou um pouco menos? Se eu me dedicar tenho certeza de que estarei pronta para o teste das Harpias e...

– Lílian, me escuta! – Tentou ele novamente.

–NÃO! – Gritei entre lágrimas, era claro que eu tinha entendido o que ele queria dizer, mas entender e acreditar são coisas bem diferentes. Logo meu pai me segurava pelos ombros e se utilizando de uma calma vinda não sei da onde falou. Ele me fez olhar em seus olhos verdes e acho que nunca antes tinha visto tanta seriedade em suas iris.

–Nunca mais Lílian, se você quer se manter saudável você nunca mais pode voltar a voar!

Eu não sei se vocês já perderam algo, não sei se já enfrentaram a terrível dor que é ter algo que ama tirado de si. Meu sonho, minha vida, meu futuro. Isso tudo foi me foi tirado. Porque era isso que o quadribol era para mim. Tudo. Eu respirava, trabalhava e até sonhava com o quadribol. Não tinha como separar. Era como se eu e o quadribol fossemos a mesma coisa! Nunca foi apenas um esporte, sempre fui eu! Lily Potter é quadribol! A primeira coisa que fiz foi negar, é mais fácil não acreditar!

Era impossível, eu estava bem! Como eu não poderia voltar a voar? Eram apenas alguns acenos de varinha e meus ossos estariam consertados, então pra que o drama? Mas no fundo eu já sabia, eu havia escapado da morte, havia dito não pra ela, era óbvio que ela não iria me deixar voltar ilesa. Porque não sei quem, não sei aonde, me disse uma vez, você pode até escapar das mais terríveis situações, mas toda escolha tem um preço. Eu não sabia se seria capaz de pagar o preço para viver. Não se fosse com o quadribol.

–Lílian, princesa! Há tantas outras coisas que você pode fazer, e o principal está viva...- Tentou meu pai, mesmo que as lágrimas insistissem em cair e o sorriso forçado parecesse mais uma careta.

–NÃO EU NÃO ESTOU! ERA O QUADRIBOL QUE FAZIA COM QUE EU ME SENTISSE VIVA! –Gritei com força. Esta sempre havia sido minha mais forte convicção, como poderia desistir dela?

–Não fala assim...- Tentou Harry novamente, e eu fiz algo impensável, claro que a culpa não era dele mas eu precisava descontar em alguém toda a raiva que estava sentindo.

–CHEGA! SAI DAQUI! NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ! SAI DAQUI PAI! – Nos olhos cor de esmeralda de meu pai pude ler toda a dor, toda a confusão causada por minha explosão. Porém também vi todo o amor que sentia por mim, sua filha caçula, a tão esperada garotinha. Antes que pudesse falar qualquer outra coisa ele deixou o quarto, fazendo com que eu me sentisse ainda pior. Quando a porta se fechou as suas costas me senti como se estivesse fechando também toda a minha vida. Como se eu tivesse perdido tudo aquilo o que eu amava, tudo aquilo que eu sou. O quadribol não! Merlin o quadribol não! na falta de uma opção melhor desembestei a chorar como um bebê recém-nascido.

–Oh Lily! – Disse minha mãe em meio a um suspiro antes de me abraçar.

Não sei quanto tempo fiquei ali nos braços de minha mãe, com meu rosto escondido ente seu ombro e seu pescoço, minutos? Horas? Os soluços se alastravam fortemente pelo meu peito e nem isso, e nem nada seria capaz de demonstrar a dor que eu estava sentindo.

Com o passar do tempo minha respiração foi se normalizando, o cheiro de flores que minha mãe tinha me acalmou, perto dela eu me sentia novamente uma criança protegida de todos os males do mundo pelo simples fato de estar no colo da mãe. Logo me senti pronta para levantar meu rosto, mesmo que ainda quisesse desesperadamente chorar, não sei se era possível continuar produzindo lágrimas. Por fim me afastei de meu porto de segurança e a encarei, seus olhos castanhos estavam vermelhos exatamente como os meus deveriam estar.

–Sinto muito filha. – Sussurrou minha mãe enquanto passava as mãos pelos meus cabelos. Mas eu não queria, ainda não estava pronta, ainda não conseguia admitir a realidade de modo que mais uma vez procurei fugir dela.

–Me conta uma história? –Pedi não reconhecendo a rouquidão de minha própria voz.

–Uma história? – Perguntou Gina sem entender o meu pedido.

–Sim mamãe, uma história para que eu possa dormir, assim como você fazia que eu era mais nova. Por favor?

E foi assim que eu voltei a adormecer, ouvindo a voz suave e mágica de minha mãe que me transportou de volta para a infância, para um mundo onde as coisas aconteciam em um passe de mágica.

Uma vez há muito tempo minha mãe me disse que não haveria final feliz se não fossemos atrás dele, se não nos esforçássemos em nossos objetivos.

E eu tentei. Realmente tentei.

Mas acho que no fim a vida ensina.

Porque não há final feliz. E não me importa que me digam que este não é o fim. Porque lá dentro de mim algo se quebrou, e eu perdi muito mais do que o quadribol.

Tive um sono pesado, cheio de pesadelos, por outro lado qualquer coisa parecia mais fácil do que o pesadelo que minha própria vida estava se tornando. Pela primeira vez em minha vida tive medo de abrir os olhos. Tive medo de acordar. Porque eu queria mais do que tudo que isso não passasse de um pesadelo.


POV HUGO

Lílian havia acordado naquela noite, logo que acontecera James me mandou um bilhete, na manhã seguinte quando fui informar a Sara e Heloíse descobri que ambas já sabiam da boa nova, até mesmo Lana me surpreendeu com um radiante sorriso ao ser informada.

Mas então, uma carta de minha mãe chegou. Hermione Weasley sempre prática descreveu com objetividade qual era a situação de Lily, o que foi realmente um choque. Nunca mais jogar quadribol? Não sei se minha prima aceitaria isso com facilidade, na verdade acho que ela não aceitaria isso de modo algum.

Tentei explicar para as três garotas da melhor forma possível o que havia acontecido, após me enrolar várias vezes nos diagnósticos permiti que Sara lesse a carta de minha mãe em voz alta.

–Como? – Perguntou Lana, assim que a morena concluiu a leitura. – Não é possível que isso seja verdade! Nós somos bruxos, deveríamos poder curá-la!

–Se pudéssemos curar qualquer ferimento de modo pleno, além de bruxos seríamos imortais Lana. – Explicou Sara de um modo sério.

Logo após o café da manhã fui dispensado para visitar Lily, Sara e Heloíse ainda estão implorando na sala da McGonagall para poderem sair.

A primeira tentando usar argumentos persuasivos de como ela e Lise eram excelentes alunas e quase que irmãs de Lily enquanto a segunda concordava com acenos enfáticos. Quando saí pela lareira a Sara estava apelando para “ Irmandade feminina já! Nesta hora TEMOS que apoiar um ENTE querido, e que a Lily iria realmente precisar de suas irmãs postiças que tinham-na apoiado durante tanto tempo e o como ela e Heloíse não iriam conseguir se concentrar em mais nada antes de verificar com seus próprios olhos de sua GRANDESSÍSSIMA amiga, não, mais do que amiga, IRMÃ, estava realmente bem...”

E foi assim que eu vim parar aqui nesse banco no meio do corredor do Saint. Mungus encarando o apartamento número 27. Lílian está lá dentro, adormecida, James e Alvo acabaram de sair do quarto e me informaram que ainda não conseguiram falar com ela já que após receber seu diagnóstico entrou em choque e precisou ser acalmada até dormir. Depois o curandeiro responsável aplicou mais um poção calmante em seu organismo de modo que não se sabe ao certo em que momento Lily voltará a acordar.

Ainda estou tomando coragem para entrar no quarto, antes queria desesperadamente encontrá-la mas agora diante desse novo quadro já não tenho tanta certeza. Intimamente torço para que ela não acorde enquanto eu estiver dentro do quarto. Respiro profundamente uma última vez e entro no quarto.

Parece tão errado que por dentro Lily esteja tão mal mas por fora tão linda. Já fazia algum tempo que eu não parava para pensar o quanto Lílian Potter estava se tornando bela, confesso que a última vez que reparei nisso foi quando tinha 15 anos e meus hormônios entravam em ebulição ao notar seu corpo definido e arredondado. Mas de certo modo há algo de novo em vê-la ali, deitada na cama, respirando suavemente como aquela princesa do conto de fada trouxa.

Lílian nunca está parada, sempre tão ativa e atlética vive correndo para todos os lados, fazendo mil coisas ao mesmo tempo. Assim eu como qualquer adolescente movido a testosterona acho muito conveniente observar o modo como se move com facilidade, como as pernas ágeis são também belas e tentadoramente admiráveis. Mas estando assim tão imóvel consigo fixar minha atenção em seu rosto deixando de lado a curva que o lençol que a cobre faz em seus seios. Ok, Hugo autocontrole, você estava pensando no ROSTO dela.

Há algo de muito sereno em sua face, quem a observasse diria que Lily sonha com algo bom, os lábios cheios e avermelhados se contraem em um sorriso leve e as bochechas levemente avermelhadas dão a ela um ar saudável. Nem parecia estar no hospital tamanha leveza em sua expressão, a pele de porcelana porém estava mais branca que o habitual principalmente em contraste com os cabelos que escureceram com o passar do tempo. Quando menina Lily fora ruiva como a mãe, mas agora os fios eram de um tom quase castanho, seus cabelos se espelhavam no travesseiro e emolduravam sua face.

Volto minha atenção para seu braço direito e com satisfação vejo que a pulseira que comprei para ela continua ali, aquele era o lugar dela afinal. Sem me conter encosto levemente em sua mão, mas logo me arrependo pois Lílian começa a se mexer e logo os olhos hoje quase verdes se abrem para me encarar.

–Sinto muito Lily, não queria te acordar. – Falo rapidamente me afastando da cama, por algum tempo ela não diz nada, apenas se senta no leito e arruma os cabelos com a mão.

–Não precisa me olhar desse jeito. – Pede ela após um certo tempo.

–De que jeito? – Pergunto sem entender o que ela quer dizer.

–Com pena, você já sabe então? – Balanço a cabeça em afirmação e ela fecha os olhos como se sentisse alguma dor, ainda sem abrir os olhos pergunta. – Sara?

–Sim, Heloíse também. – Achei melhor não citar Lana.

–Bom, suponho que vou ter que lidar com isso. – Conclui ela finalmente abrindo os olhos, tinha algo de errado neles, como se estivesse congelados. – E as coisas em Hogwarts, como está tudo por lá?

– Sentimos sua falta, todo mundo sente, as coisas ficam chatas sem você por lá Lily. – Digo tentando lhe arrancar um sorriso.

–Aposto que nem todo mundo. Lana Prescott deve estar mais feliz que nunca com minha ausência. – Aponta ela de um modo quase venenoso o que me irrita. Ela parecia querer encontrar um motivo para discutir.

–Na verdade não, ela está preocupada assim como todos os outros. – Apesar de não ter tentado conseguir um sorriso dessa vez, Lily caiu no riso ao me ouvir, de sua boca saiu um som estranho que não pertencia ela. Irônica, debochada mostrando claramente que a Lily que sempre conheci estava em pedaços, conversando comigo estava apenas uma sombra da garota que fora meu primeiro amor.

–Aposto que sim, deve ter até derramado algumas lágrimas... – Debochou ela. – Espero que tenha contado a ela sobre meu estado, daria qualquer coisa para ver sua interpretação de pena!

A voz doce se fora dando lugar aquele tom gelado, o deboche antes piadista se tornou maldoso, os olhos que sempre estavam em chamas entregando suas emoções agora pareciam feitos de vidro. O que haviam feito com ela?

–Não fale assim, essa não é você. – Peço me aproximando mais da cama.

–É claro que sou eu. – Responde ela de um modo indiferente.

Tento segurar sua mão, Lílian tenta afastá-la mas seus reflexos já não são os mesmo, logo estou segurando seu pulso enquanto ela tenta fazer força para se soltar.

–Nós precisamos de você, eu, Sara, seus irmãos, Heloíse, não podemos te perder. –Falo encarando seus olhos, finalmente vejo um lampejo de emoção em seus olhos.

–Eu estou aqui, não estou? O que mais você quer que eu faça? Que eu finja alegria? Eu não estou feliz, eu não quero viver uma vida deplorável cheia de sonhos que nunca se realizaram. – Suas palavras me atingem em cheio, como posso exigir algo dela? Por outro lado, como eu poderia não exigir algo dela? Meu egoísmo falou mais alto e logo me vi desabafando em cima dela.

–Só queria ter você de volta, minha melhor amiga. Tudo ficou ruim sem você Lily, estive tão perdido durante esse mês, o tempo está passando e eu não tenho perspectiva de futuro. E ainda tem toda a questão com Lana e Heloíse, não sei o que fazer...

–ESPERA! –Parou ao ouvir seu pedido, logo percebo o que acabei de fazer, qual era o meu problema? Será que eu não conseguia conter minha língua?

–O que foi que você disse Hugo? – Perguntou ela pausadamente, como se ainda estivesse absorvendo a informação.

–Eu... –Sem conseguir me explicar baixei meus olhos não querendo encará-la. Que tipo de topeira eu era?

–Heloíse? – Perguntou ela com a mesma voz fria de antes. – É por ela que você está apaixonado?

–Eu, não sei quer dizer...eu...

–Odeio você . - Lily falou sem demonstrar um pingo de emoção, honestamente seria melhor se ela estivesse gritando ou chorando. Não sabia como reagir aquela Lily tão fria. –Estou cansada de você Hugo, cansei de acreditar que um dia vai crescer e se tornar o homem que eu sempre quis que fosse.

–Lily, me escuta, não foi por querer, eu não escolhi isso! – Falei tentando fazê-la entender.

–Sim, você escolheu isso! Você Hugo é o culpado, nunca achei que diria isso mas tenho pena de Lana por ser sua namorada. Quando foi que o garoto doce que eu amei desde menininha se tornou isso? – Mais uma vez as palavras machucaram mais que um tapa, e a pergunta tão temida surgiu em seus lábios antes que eu pudesse fugir.

–Você me ama? Me ama a ponto de largar Lana, esquecer Heloíse e passar o resto da vida apenas ao meu lado? Eu sou tudo o que você precisa pra viver sim ou não?

–Lily...

–Sim ou não?

–Não.

A resposta sai antes que eu seja capaz de pensar no assunto, espontânea e natural. Eu nunca esqueceria Lílian pelo simples fato dela ser meu primeiro amor, nunca deixaria de apreciar sua beleza ou sua personalidade mas eu precisava de algo a mais para ser feliz.

Fazia tanto tempo desde a última vez em que me imaginara namorando com Lílian, mas estar com ela se tornou algo tão natural que não consegui perceber o momento em que tudo acabou. O quarto está tomado de um silêncio profundo, pesado quase sufocante. Escuto um barulho de metal e percebo que Lily está tentando tirar a pulseira que lhe dei de presente.

–Não faça isso, é sua, sempre será. – Falo tentando segurar sua mão antes que ela acertasse os dedos trêmulos sobre o fecho.

–Não mais, é hora de seguir em frente Hugo. Não vou usar uma pulseira que representa duas coisas que tive por tanto tempo e agora me abandonaram.

Demorei apenas dois segundos para entender, eu e o quadribol. Duas coisas que ela acreditava não ter mais.

–Por favor, continue com ela. Nunca vou te abandonar, não de verdade, não me odeie porque eu realmente te amo. Você é minha amiga, minha melhor amiga a única pessoa que sempre vai me entender. – Não deveria me sentir feliz ao ver que os olhos de Lily estão marejados, mas é bom saber que consigo arrancar algum sentimento daquela fachada gelada. –E quanto ao quadribol, ele nunca vai sair de você Lily, mesmo que nunca volte a voar, aposto um dedo que nunca deixará o esporte sair de dentro de você.

Lágrimas escorrem pela face de Lílian, continuo achando injusto que ela pareça tão bonita, assim que ela percebe que vai cair em prantos trata de secar o rosto e controlar a respiração. Logo seus olhos voltam ao normal, ela sempre foi assim, com a mesma capacidade com que começa a chorar ela para.

–Por favor, não machuque a Lise, ela já sofreu o suficiente para uma vida toda. – Me surpreendo com sua fala, então ela apoia? Lílian vai me deixar tentar?

–Você não me odeia? – Pergunto tentando pensar com ela.

–Como poderia te odiar depois do que disse? – Pergunta ela com um sorriso sincero parecendo mais viva do que em qualquer outro momento.

–Não te entendo. -Confesso desejando poder ler seus pensamentos.

– O seu não é um alívio Hugo. Sua resposta sincera mesmo que de rejeição significa que finalmente estou livre. Agora minha consciência está tranquila pra me deixar seguir em frente, finalmente sei que tentei de todas as formas fazer agente dar certo. Não conseguiria deixar nossa história pra trás sem ouvir o seu não definitivo.

E então aí está a minha Lily, mesmo que escondida eu a reconheço em suas palavras de determinação. Quando fechei a porta de seu quarto no hospital senti algo que a muito não sentia. Paz.

Porque Lílian podia não estar bem, mas iria ficar. Porque todos ajudariam para que víssemos novamente o seu sorriso espontâneo e a sua garra de viver. E porque eu não a tinha perdido. Porque em meio a tanta confusão Lily sempre foi, é, e sempre será, a minha melhor amiga.


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Notas finais do capítulo

NB/ E ai povinho tudo beleza? Gostaram do capítulo? Mataram a curiosidade? Tadinha da nossa ruiva predileta!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK, desculpe eu sei q o cap. Tá meio depressivo (claro, foi a Lore q escreveu...), mas eu não consigo não rir Hugo autocontrole, você estava pensando no ROSTO dela.
Esse Hugo tem uma mente muito poluída gente! Credo precisa ser mandado para um seminário ou coisa assim para ficar mais puro ( beta louca imaginando notícia Seminarista ruivo de 17 anos é surpreendido ao corromper freirinhas inocentes!)
Então, eu gostei muito do capítulo, e enchi muito a paciência da autora q chegou a temer q u mudasse o L de FEALP de Lana para Loreline. Que é isso gêmea! Eu jamais seria capaz de algo assim!(cofcof)
ENTÃO PARA QUE A AUTORA NÃO SOFRA NOVAMENTE DE CRISE DE FALTA DE CRIATIVIDADE VAMOS COMENTAR MUUUUUITO!
Principalmente se vc queria ser umas das freirinhas corrompidas... ( e não, surpreendam-se, eu não me encaixo nesse caso, afinal o Hugo pode ser gato mas não faz meu tipo)
Beijokas da sua beta, que faz trabalho extracurricular enchendo a paciência da autora que ela NÃO PODE TER CRISES DE FALTA DE CRIATIVIDADE.
Se alguém lançou uma praga pra Lore ficar sem criatividade saiba, beta raivosa a solta sem medo de ser presa por afogamentos em privadas, afinal depois do FEALP tá tudo legalizado! *-*
Milady Black
NA/ Certo, mesmo eu sendo contra a FEALP não se esqueçam, o L é de Lana, e não de Loreline! Hahsuahshsua!
Espero que tenham gostado, estamos na metade da fanfic, já! Logo, logo tem muito mais drama para vocês. Bom, preciso esclarecer algo, como já disse antes essa história já nasceu pronta, sempre tive seu final bem claro e sinto muito pessoal mas ele não envolve Lily e Hugo vivendo felizes pra sempre.
É mais que um romance, é uma história de superação baseada em coisas reais, então espero que entendam o rumo que a história está tomando! Não me odeiem, OK? Até porque é uma trilogia, sim eu não me contento em escrever uma história ruim tenho que escrever três! Prometo que vão gostar, como já disse ainda vem muito drama pela frente!
Agradeçam a Beta por fazer de cada capítulo melhor, a fanfic não seria nada sem ela! E não se faça de rogada Milah, é verdade!
Por hoje é só, desculpem a demora!
Beijos
Lore