The Empress Of Wonderland escrita por Biah_Morgan


Capítulo 5
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Eu queria conversar com margaridas



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E, quando eu estava pensando em como bater naquele Coelho, nós caímos num mar.

Senti o Coelho me soltar, e imediatamente a correnteza começou a me puxar pra baixo... Eu não conseguia sequer me mexer direito, ainda mais nadar naquela água macabramente vermelha... E as algas, de um verde tão escuro que beirava o preto, começaram a se prender em mim, a se enroscar nos meus braços e pernas, a envolver o meu rosto e a minha boca, a tampar a minha visão...

Aquele Coelho deveria mesmo ser meu inimigo, se havia me trazido até aqui para que eu me afogasse...

~*~

Alice abriu os olhos muito lentamente. A primeira coisa que notou foi havia alguém ao seu lado.

A segunda coisa que Alice notou foi que esse alguém estava com os lábios selados nos seus.

A terceira foi que esse alguém era o Coelho Branco.

Antes de ser Alice, ela era Sharon. Portanto, o Coelho recebeu foi um bom tapa.

− SEU-MALUCO-MANÍACO-PERTURBADO-DE-UMA-FIGA!! – Berrou ela, assim que ele se afastou. – Você me arrasta pra debaixo da terra, me joga no mar pra eu me afogar e depois me beija?! VOCÊ É MALUCO?!

Mas o Coelho não respondeu. Apenas olhou fundo em seus olhos, com a mão no lugar onde ela lhe batera, e a expressão de mais profunda tristeza no rosto.

− Que história é essa, afinal?! – Continuou a jovem, indiferente. – Porque você me arrastou pra cá? O que tá acontecendo?

− Eu já te disse... – Sussurrou ele, baixando os olhos. – Eu te trouxe para o País das Maravilhas... Por favor, Alice, não me pergunte mais nada...

Ela hesitou. Não havia quaisquer resquícios daquele Coelho maníaco e assustador de antes.

− Mas...

No entanto, antes que Alice pudesse olhar ao seu redor, estava completamente cercada por guardas do mais curioso tipo. Todos eram exatamente iguais: Usavam a armadura vermelha, decorada com naipes de copas, e portavam lanças, sendo que nenhum possuía escudo ou espada.

− EI!! Vai tirando a mão!! – Protestou ela, quando dois guardas a ergueram pelos pés.

− Me desculpe, Alice... – Sussurrou o Coelho Branco. No instante seguinte, ele retornou á expressão maníaca de antes. – E NÃO SEJAM BURROS!! ERGAM-NA PELOS PULSOS, E NÃO PELOS PÉS!!

Os guardas, que pelo visto não eram lá muito espertos, obedeceram.

~*~

Já que não tinha opção, a não ser se deixar levar pelos guardas, Sharon aproveitou para dar uma olhada ao seu redor.

Tudo, desde os ladrilhos no chão ás paredes, era vermelho. Do vinho escuro ao vermelho que beirava o rosa, TUDO era vermelho. Era um imenso castelo vermelho, onde se via o naipe de copas em todos os cantos.

Sharon, assim que se viu entrando porta adentro, sentiu um arrepio sinistro: Aquele era um lugar onde ela não deveria entrar.

− EI!! Seu Coelho!! Onde é que a gente tá?!

Na verdade, eu já sabia: Pouco a pouco, um plano se formava na minha cabeça.

− No castelo da Rainha de Copas. – Sussurrou ele.

− Eh? Rainha de Copas, certo...? – Sorri, sentindo todas as peças se encaixarem na minha cabeça. Agora, basicamente, tudo dependeria do meu palpite estar certo...

− Coelho!

Nada.

− Coelho!

Silêncio.

− Coelho! Coelho! Coelho! Coelho! Coelho!

− O QUE QUE É?!?! – Berrou o Coelho, sua expressão voltando ao que eu havia visto antes, com seus olhos azuis me encarando de maneira desconcertante.

Bingo.

− Você tá enganado.

− Eu sou o Coelho Branco, garota. Eu não me engano.

E ele voltou a liderar a comitiva, sem poder ver o meu sorriso.

~*~

− E então?

Por um momento, eu tive certeza de que era um bolo falante. Mas depois eu percebi que era uma garota, talvez um pouquinho mais baixa do que eu, dentro de um vestido que parecia um bolo murcho. Senti um arrombo de nojo ao ver a expressão de nojo dela. Que vontade de socar bolos!!

− E então o quê?

Olhei para os lados e encontrei o olhar fuzilante do Coelho Branco, que obviamente nem tivera tempo de responder á garota.

− Quem é ela? – Continuou a garota-bolo.

− Essa é Alice, vossa alteza.

− Dá licença, eu já disse que ele tá errado.

Ele me fuzilou novamente, irado com o atropelamento.

− E por que você diz isso? – Perguntou a garota-bolo, com rispidez.

− Primeiro, porque meu nome não é Alice.

− COMO NÃO?! – Berrou o Coelho.

− Meu nome é Sharon. Ouviu agora?! SHA-RON. E, em segundo, eu não sou loira nem uso nada azul. Ou você é um Coelho cego, orelhudo?

Os olhos da garota percorreram os meus cabelos castanhos, e a minha capa de chuva vermelha.

− Ela está certa. Se você não é Alice, então você não tem nenhuma utilidade pra mim. Levem-na pra fora e cortem sua a cabeça!

Deixei-me levar pelos guardas, mas antes deixei que o olhar do Coelho Branco encontrasse o meu.

E, garanto, o meu sorriso rivalizava com o dele em termos de “sorriso afiado”.

~*~

− Ei, seu guarda!

Todos voltaram a sua cabeça ao mesmo tempo.

− Sabe, na minha terra eu sou uma princesa. Já que eu vou morrer mesmo, será que poderia ser pelas mãos do guarda mais forte?


E logo eu caminhava tranquilamente pra fora do Castelo de Copas, enquanto os guardas se matavam uns aos outros tentando descobrir quem era o mais forte.

~*~

Quem é ela?

Porque ela usa roupas tão esquisitas?

Ei, cuidado! Ela é cega?

Esses sussurros me acompanhavam desde que eu havia entrado na floresta. Quando eu já não aguentava mais, me agachei o máximo que pude até encarar uma margarida nos olhos.

Ei! – Sussurrei, ciente do quão minha voz deveria ser alta pra ela. – Você poderia me dizer uma coisa? A não ser, é claro, que você não saiba...

− Oras, mas é claro que eu sei! O que você quer saber?

− Onde eu posso encontrar o Gato de Cheshire?

A margarida parou pra pensar, por um momento, antes de responder.

− Aquele gato é impossível de se encontrar! Lamento, querida.

− Então você poderia me dizer onde é a que sai da casa da Duquesa?

− Por onde você andou, querida? A casa da Duquesa não existe mais!

− Hmm... Obrigada.

Me ergui, levemente irritada. Cheshire havia, de alguma maneira, ido daqui para o meu mundo. Se eu o encontrasse, provavelmente ele seria capaz de me levar de volta pra casa.

Hmm... Depois eu pensaria nisso. Agora, onde estava aquele salgadinho de mais cedo? (Eu continuava com a minha mochila da escola)

E... Ei? O que a coleira de Cheshire fazia ali, com um papel amarrado...?



Querida Sharon:

Talvez, quando você ler isso, já tenha chegado em casa e descoberto que eu não estou aí. Bem... As coisas na minha terra natal estão ficando complicadas, então eu tive que voltar. (Além do mais, Solebum precisa de descanso, e o seu quarto já está cheio demais de meninos-gato)

Eu sei que lhe devo explicações. Talvez, um dia nós nos encontremos de novo, e aí eu vou poder lhe explicar tudo. Mas, por enquanto, eu queria apenas agradecer por você ter cuidado de mim esse tempo todo.

Eu nunca vou te esquecer.

Mas, por enquanto, acho que isso é um adeus...

PS: Se algum dia, você começar a ter a impressão de que está sendo seguida, ou começar a ver criaturas estranhas, me chame através da minha coleira. Mas, por favor, apenas nesse caso.


Sorri. Parecia que eu era muito mais sortuda nessa dimensão do que na minha. Mas, afinal, como eu ia chamar um gato pela coleira dele?


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Notas finais do capítulo

Enfim, eu fico EXTREMAMENTE TRISTE quando vejo que não tem reviews novos, a minha impressão é de que ninguém está lendo ou gostando da minha Fic... E se ninguém está lendo (Ou se está, e não gosta), não há motivos para que eu continue postando...
Por isso eu decidi não postar mais nada por enquanto, embora eu não queira abandonar essa Fic de jeito nenhum. Se você é contra essa interrupção, que tal protestar com um pequenino Review escrito apenas um "continuaa" ???
(Carinha de gato do Shrek) ó.ò