Revenga escrita por S Joker


Capítulo 7
BBC Building


Notas iniciais do capítulo

Então crianças,o Dougie vai dar uma sumida. Só não sei dizer ainda pra vocês se será definitiva ou não. Mas em compensação,os outros 3 guys vão começar a fazer parte ativa da história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192102/chapter/7

Dei um pulo do banco assim que o carro deu um arranco no sinal verde,para poder voltar a rodar. Nesse exato momento eu ultrapassava a Oxford Street,em direção ao Hyde Park. Para chegar à qualquer lugar do centro a partir da minha casa,era preciso atravessar praticamente Londres toda.O subúrbio era um tipo de ligação entre a cidade e a rodovia. Nem mesmo eu acreditava no que tinha feito. Mais alguns poucos quilômetros e eu já havia passado do parque,seguindo agora ao meu destino. O movimento em frente aquele moderno e bonito edifício já estava em meu campo de visão. Parei o carro distante o bastante para que ninguém me visse,mas perto o bastante para que eu conseguisse ter uma visualização boa da entrada. O grande prédio da BBC,do outro lado da estreita rua. Abaixei o som do rádio e esperei,até ver a gritaria aumentar. Estiquei meu pescoço o máximo que pude,mas nem assim consegui enxergar algo. Bufei e sai do carro,me encostando no capô do velho Opala,apertando o velho casaco de camursa bonina contra o meu corpo. A primeira coisa que vi foi aquela cabeleira loira inconfundível. Tom. Me senti quente por dentro,o observando conversar com uma das fãs. Tão bonito. Os cabelos curtos arrepiados,seu rosto fino bem desenhado.Tom estava bem mais magro agora,e suas calças finalmente resolveram se acertar no lugar,sem desabar. Eu o achava lindo gordinho,mas tinha que admitir que ele estava bem mais lindo agora. Uma gargalhada engraçada e escandalosa ecoou pela rua,me fazendo rir. Danny. Inconfundível. O meu caipira sardento. A pele alva como nunca estivera antes,os cabelos curtos pela primeira vez na vida,aqueles brilhantes olhos azuis os quais sempre iluminaram meu caminho. Ao seu lado,o maior companheiro que eu tive no mundo. Harry Judd. Meu tigrezinho,como eu gostava de chamá-lo. Ah,Harry. Meu coração se repremiu pela primeira vez em anos. Ele tinha um pequeno sorriso no rosto e parecia com a cabeça longe. Concordava com qualquer coisa que a garota ao seu lado falava,escrevendo seu garrancho que ele chamava de assinatura no papel. Meu baterista estava tão alto,tão forte. Eu só queria poder correr até lá e abraçá-los. Tom sorriria meigamente depois de receber minha mordida em sua bochecha. Danny faria alguma piadinha sobre a minha bunda e logo após um tapinha que eu iria lhe dar,ele iria me abraçar e me encher de cócegas. Harry já iria abrir seus braços só esperando o momento em que eu pularia no seu colo e ele me seguraria,afagaria meus cabelos e me daria um beijo na testa,em um gesto protetor. Me segurei pra não chorar,esfregando a manga do casaco em meu rosto.Tudo culpa daquele infeliz. Mas eu não queria pensar nele agora. Não,eu precisava esquecer. Controlei meu ódio respirando fundo várias vezes. Abri novamente minhas pupilas e dei de cara com aqueles olhos achocolatados me analisando,assustados. Minha palpitação parou na hora,minha respiração não existia mais. Entrei em pânico e perdi todas as minhas ações,sob pressão dos olhos de Tom em mim. Engoli a saliva e com um baque de realidade eu corri para dentro do carro,o arrancando de uma vez só quando percebi que Tom estava prestes à atravessar a rua. Consegui desaparecer antes que ele fizesse alguma coisa,e no desespero nem me preocupei com o pneu que saiu cantando no asfalto. Cara,por quê eu só fazia merda? Só pude respirar aliviada quando já estava longe o suficiente da BBC. Voltei pra casa prometendo a mim mesma que dali em diante eu não precisaria mais me esconder. Estava na hora da verdade vir à tona depois de sofridos 7 anos. Eu teria meus amigos de volta,nem que eu precisasse cometer loucuras,contar tudo o que fiz. Eu teria Tom,Danny e Harry comigo de novo. E desta vez,nada de Dougie.


__________________________




– Deixa eu ver se entendi. - Shawn se sentou na borda da piscina vazia e abandonada que servia como pista de skate. - Você foi até a porta da BBC só pra ver eles? - riu sem um pingo de humor,balançando a cabeça em reprovação. - E se eles te vissem?. - olhei para o lado,tentando não encará-lo por nervosismo. Mas como já era de se esperar,ele percebeu. - Ah não...eles viram você?

– O Tom pareceu ter me percebido por ali. - comentei como se não fosse nada demais,Shawn riu mais uma vez,incrédulo. - Não é possível que ele tenha me reconhecido,Dalson.- dizer isto me incomodou um pouco,na verdade. - E além do mais,já é hora da verdade dar as caras . - ele me olhou,com hesitação.

– Sabe que se você contar toda a verdade,as coisas podem se complicar não é?

– Não vou contar toda a verdade. Só a verdade sobre o me aconteceu. - ele acentiu,ainda desconfiado. Shawn era preocupado demais,isso chegava a me irritar. Suspirei balançando levemente minhas pernas,encarando os coturnos de couro desgastados. - E ela,como está? - vi o rosto do rapaz ao meu lado se tencionar.

– Melhor que da última vez. - resmungou,também encarando os seus all stars. - Pergunta sobre você todo dia.

– Sinto falta dela. - olhei para o nada à nossa frente. - Posso visitá-la?

– Sabe que pode. - deu de ombros. Tocar naquele assunto deixava Dalson incomodado. Do mesmo jeito que eu me sentia quando o meu assunto vinha à tona. - Você nunca me explicou direito essa sua história com o McFly. - como agora. Suspirei mais uma vez,sabendo que aquilo tinha virado rotina.

– Por quê quer tanto saber? - respondi sem vontade alguma.

– Te contei a minha,só acho justo.- enfiei as mãos no bolso do casaco,decidindo se contava ou não. Detestava reviver os piores anos da minha vida.

– Dougie ferrou com a minha vida,foi isso que aconteceu.

– E desisto. - Shawn ergueu as mãos em rendição. Segurou meu ombro e me olhou nos olhos,me fazendo corar. Os negros olhos de Dalson sempre me passavam uma coisa esquisita,que eu quase nunca conseguia definir. - Que ir pra casa? - sorriu com gentileza,eu retribui. Momento raro,esse.

– Vamos nessa,parceiro. - nos levantamos e ele me passou a garrafa de Johnnie Walker que tínhamos levado e estava quase no fim. Fiz as honras e joguei a garrafa longe ouvindo o vidro se despedaçar. Com o corpo e mente aquecidos pelo uísque,eu já podia planejar direito os meus próximos passos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!