Dia 2 – 8:00 p.m – Avião

Querido diário,

Hoje é um dia meio alegrezinho na família. Pela primeira vez, Nessie vai conhecer a Ilha de Esme, onde havia sido palco de muitas surpresas, cabeceiras quebradas, hematomas e etc. Ela estava animadíssima, não está parando de pular aqui, agora, no avião. Minha mão é bem rápida, e minha mente, nem tanto, mas eu consigo escrever tudo o que está se passando agora.

Falando nisso, ainda hoje de manhã eu tive que sentir a dor de ter os meus dois braços arrancados de Esme, com uma pequena ajudazinha de Rosalie. Elas disseram que iriam criar um jogo, esconde-esconde com os meus pobres braços. Eu rondei todo o estado de Washington procurando por eles, sem saber onde minha esposa e mãe adotiva haviam deixado-os.

Acabei não os encontrando, e me ajoelhei a elas, pedindo perdão a Nessie, que não estava nem um pouco abalada com o que eu havia dito a ela há alguns dias. Então, Rose me disse que os braços estavam... Justo... Justo no quarto de Jasper! O lugar em que eu mais me afastava na casa, além da biblioteca, mas essa última não conta mais.

Fui obrigado a entrar lá, encarar toda aquela visão gótica e tenebrosa que o quarto transmitia, até que achei meus pobres braços dentro do closet. Tive que pegá-los pela boca, foi horrível. Um dos dias mais sofridos de minha vida. Felizmente, meus braços foram recolocados no corpo e agora estou feliz, diário, porque eu posso escrever em você novamente, sem ter que usar a língua ou a ponta do meu nariz!

Acho que esse negócio psicólogo da Esme está funcionando... Porque eu acho que fiquei... Hmm... Digamos... Mansinho. Não! O que é isso que eu escrevi? Cadê a borracha? Mansinho, ah, por favor! Eu sou capaz de levantar esse avião com apenas um dedo mindinho e fazer as asas dele de estilingue! Vou testar isso depois!

Okey, tirando isso, tudo está na mais perfeita ordem. Aqui no avião, tudo é tranquilo, calmo e sereno... Eu estava sentado ao lado de Rose e Jasper, enquanto Nessie, Bella e Edward se mantinham atrás de nós. Até chegarmos à Ilha de Esme, Rose disse que era para eu calar o bico e escrever no diário. Eu não estou fazendo isso, agora?

Mas preciso lhes contar: a aeromoça era uma biscate completa. Já tentou sentar no meu colo mais de um milhão de vezes, tentando me persuadir com aquela saia curta de camelô... Parei, estou parecendo a Alice com esse negócio de orgulho próprio e roupas. Deve ser por isso que a Rose está meio irritada... Ah, por favor, ela sabe que é única para mim...

Acho que comecei esse dia 2 do diário um pouco tarde... Daqui a poucas horas, já estarei começando o terceiro dia escrevendo em você... Depois eu volto com mais novidades. De manhã, já estaremos na Ilha. Até mais!

Beijos congelados, Emm.

– Já terminei, Ursinha. – Sussurrei para Rose, fechando o meu mais novo amiguinho.

– Tão rápido? – Ela perguntou.

– É, mas acho que já é suficiente! Vou voltar a escrever daqui a algumas horas...

E então uma aeromoça (de aparentemente sessenta anos de idade, substituindo a biscate) veio com um carrinho cheio de lanchinhos. Ela perguntou se um de nós iria aceitar algum. Quando eu ia dizer não, percebi que Nessie estava fazendo uma guerrinha de amendoins com umas gêmeas do mesmo tamanho dela.

Mesmo que Nessie possuísse muito mais reflexos que um humano comum, percebi que seus amendoins estavam acabando e ela começava a perder. Então peguei logo o primeiro pacotinho de amendoim que encontrei no carrinho, o abri e logo comecei a tacar nas gêmeas, ajudando Nessie. Ela percebeu e sorriu para mim.

Acabei levando algumas pauladas da Rose depois, mas valeu a pena. Encontrei uma distração. Oh não! O Emmett-Travesso estava voltando! Eu nunca havia jogado amendois em crianças! Será que, agora, com o acúmulo de artimanhas que eu deixava para lá, o Emmett-Travesso voltasse bem mais forte do que antes? E se isso gerasse um impacto avassalador na vida dos Cullen?

... Tá, parei.

Pois bem, foram horas e horas incansáveis sem aparentemente nada para fazer no avião. Nessie havia pegado no sono e as gêmeas guerrilheiras também. Rose lia uma revista, enquanto o resto dos Cullen olhava a paisagem que se abria aos poucos.

Até que percebemos que o sol iria raiar a qualquer momento. Rose também percebeu e logo tentou buscar em sua bolsa algo que pudesse nos cobrir. Mas, acabamos percebendo, pela respiração dos humanos, que todos estavam dormindo e então poderíamos ficar tranquilos.

Tenho que admitir que fico lindo exposto à luz do sol... Ainda mais do que o Edward! Ele nem chega perto do tanquinho que eu tenho, e nunca irá chegar! Eu ultrapasso até o Jacob, e isso já foi comprovado! Bem, quando chegarmos até a ilha, onde podemos nos expor tranquilamente, eu mostro isso para ele, aí saberemos quem é o verdadeiro machão.

Se bem que, eu destruo casas, enquanto ele destrói apenas as cabeceiras, e para completar, morde fronhas. Pelo amor do primeiro episódio de Barney, que homem faria isso?

Pois bem, é melhor deixar o assunto de Edward para lá enquanto ele ainda não me mata por estar lendo esses pensamentos. Mas é verdade... Eu e Rose temos muito mais viole... Epa, ele rosnou. É melhor eu parar por aqui.