Sim, você sabe. Sabe que pode voltar para o apartamento quando quiser. 

A voz embriagada de Magali ecoou na mente de DC.

E se ela o chutasse para fora novamente? Não seria nem um pouco legal. Ela devia estar bêbada ao quadrado. Do Contra sabia que não falaria uma coisa do tipo se estivesse sóbria, não mesmo. Mas no fundo ele desejava que fosse verdade.

Finalmente DC concluiu que não custava nada perguntar. Ele seguiu para o seu antigo apartamento. Suas mãos suavam estupidamente, enquanto o moreno esperava Magali abrir a porta.

— Hey! — ela sorriu, jogando os braços ao redor do pescoço de Do Contra.
— Bem... Ontem... Eu achei que... — ele gaguejou quando a gulosinha se afastou, e se sentiu mais idiota que o normal. “Que diabos está acontecendo?”, pensou.
— Ah, sim. — ela pôs uma mecha do cabelo negro atrás da orelha. — Você não estava bêbado. Entre. — disse, puxando o pulso de DC.

Do Contra agarrou uma caixa de papelão que estava ao lado dos seus pés. Logo ele notou que era a caixa errada.

— Twister? — Magali arregalou os belos olhos castanhos, e estendeu as mãos para alcançar uma caixa branca. DC desviou por um momento, mas ela abraçou a caixa do jogo. — Eu sempre quis brincar com isso.
— Achei no meu escritório. E a propósito trouxe a caixa errada. — resmungou.

Magali não sabia qual era a caixa certa, muito menos por que aquela caixa era a errada. Ela estava tão ansiosa para jogar Twister.

— Podemos jogar? — balançou a caixa branca de um lado para o outro.
— Depois do jantar.

***

Por longos segundos DC observou Magali comer a lasanha rapidamente. Tão rápido que o moreno se perguntou se ela estava mastigando, ou apenas engolindo o pedaço inteiro.

— Coma mais devagar. — reclamou.
— Por quê? — questionou com a boca cheia.
— Você está parecendo uma criança, comendo o mais rápido que pode para poder brincar com o brinquedinho novo. 
— Mas é isso que estou fazendo. — a gulosinha riu baixinho.

Eles ficaram em silêncio por breves minutos.

— Por que você odeia a Carmem? 
— Ela roubou o namorado da minha melhor amiga. — respondeu indignada.
— Só por isso? — ele franziu as sobrancelhas, incrédulo.
— Você nunca teve um melhor amigo?
— Tinha. O Toni antes de ele catar a minha ex-namorada. — antes de Magali responder, ele continuou. — Ela ainda era minha namorada. — disse emburrado.

A gulosinha abriu a boca para retrucar, mas Do Contra já havia levantado. E a julgar pela sua expressão, Magali podia dizer que o assunto tinha acabado.

Eles descansaram um pouco. Então Do Contra esticou o tapete branco com bolas coloridas no chão da sala.

— Você sabe como brinca, certo? — Magali perguntou.
— Claro. Perdi a virgindade brincando com isso. — respondeu dando de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Magali fez uma careta.

***

— Sua vez. — Magali sorriu. DC pôde sentir a respiração quente da moça roçar seus lábios ligeiramente. Ele fez questão de desobedecê-la.

A gulosinha se surpreendeu quando sentiu os lábios macios de Do Contra nos seus. Ele se sentou puxando Magali para si. Ela arrancou a camisa cinza do moreno. Em minutos as roupas estavam espalhadas ao redor do tapete branco. E sim, desta vez, algo realmente havia acontecido.