Want You. escrita por Evs


Capítulo 4
Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora, é que eu fui viajar e_e obrigada pelo carinho e pelas asks, ok? é muito gratificante ver que vocês estão gostando da fic!



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Seu coração disparara.

Rachel a largara, e parecia tão sem reação quanto ela. Sua pulsação já estava muito forte, e de repente a água parecia muito mais gelada do que enquanto Rachel a envolvia. A garota afastou um pouco uma mão de sua boca, e, estranhamente, um leve sorriso transpassava seu rosto.

A morena era Bia, uma filha de Afrodite. Tinha cabelos escuros presos em tranças divididas em duas e vestia uma jardineira jeans sobre uma camiseta verde e um chinelo branco florido – e era incrível como ela fazia aquela vestimenta simples parecer algo magnífico. A intensidade de seus olhos castanhos relativamente claros lembravam as calorosas esferas azuladas de Silena Beauregard, e a entristecia lembrar-se de como eram próximas e de como chorara pela morte da irmã. Tirou a mão da boca revelando um sorriso radiante, e afastou uma mecha do cabelo castanho, balançando a cabeça sorrindo incrédula.

– Annie, Rach... – Ela sorria e mexia nos cabelos. – Vocês duas... Mal posso acreditar! – Dizia, extasiada. Annabeth sentia seu rosto corar fortemente, e as bochechas de Rachel já estavam da cor de seu cabelo ruivo. Rachel deu um passo à frente e ergueu a cabeça.

– Bia, não é nada do que você está pensando – ela disse, tentando ser corajosa. – Nós não estamos apaixonadas. – Annabeth sentiu suas entranhas se contorcerem dolorosamente, e um aperto enorme no coração. Respirou fundo e andou até a margem da praia.

– É. – Vestiu-se sem delicadeza e sem se importar com o fato de que sua lingerie molhava o short e a blusa, deixando marcas. Saiu bruscamente, apenas lançando um sorriso mecânico para Bia e ignorando Rachel e sua expressão ilegível. Correu pela floresta – A mata era semifechada, mas Annabeth já se localizava perfeitamente nela. Queria ficar sozinha. Três da tarde... Seu chalé deveria estar lotado. O Punho de Zeus... não, Chris e Clarisse iam para lá todo dia nesse horário – sempre os encontrava quando ia lá com Percy. Percy – ela estremeceu. Seu coração apertou-se ainda mais. Onde estaria ele?

Essa pergunta a machucava. Nos últimos dias pensara pouco em Percy – estava muito ocupada com Rachel. Ela tinha vontade de batê-la, xinga-la, empurrá-la e jogá-la no chão, mas depois beijá-la, abraça-la, sentir seu cheiro gostoso de flores do campo e tinta seca...

Percy nunca faria isso comigo – A voz de sua consciência disse, e lágrimas vieram a seus olhos. Chegou aos Campos de Morangos e ajoelhou-se perto de uma moita, deixando as lágrimas rolarem por seu rosto e afundarem na grama molhada. Sentia tanta falta de Percy! Se ele estivesse ali, nada daquilo teria acontecido.

Não estamos apaixonadas? Francamente. Ela pensava, e a raiva que ela sentia de Rachel era enorme. Ela poderia ter dito qualquer coisa, qualquer coisa. Mas isso? Por favor! Ela já espremia um morango com as mãos nuas quando ouviu uma voz suave, e olhou para cima.

– Annabeth? – O garoto sorriu para ela, e ela sorriu de volta sem nem ao menos notar. – Sou Patrick, filho de Afrodite.

Ele era branco – bem branco –, e tinha curtos cabelos lisos bagunçados. Usava uma camisa polo listrada de vermelho, bege e cinza escuro, e uma bermuda também bege. Como a maioria dos filhos de Afrodite fazia parecer aquela roupa simples algo impressionante. Ele sentou-se ao seu lado.

– Pare de chorar – ele disse, limpando suas lágrimas com um dedo. – Um rosto tão bonito... um sorriso cairia melhor. – Annabeth sorriu, e eles conversaram sobre coisas bobas e interessantes. Patrick era um garoto legal, Annabeth pensara. Se divertiram juntos até o por do sol cair nos terrenos do acampamento.

– Ei. – ele olhou para Annabeth, que ainda ria da piada que contara. – Você gosta mesmo dela, não?

Seu coração disparou. Como ele sabia?

– De quem? – perguntou gaguejando, tentando disfarçar.

– Rachel.

Ela se assustou, e, olhando para o chão, suspirou.

– Como você sabe? – perguntou, franzindo os lábios. – e o que você sabe?

Ele riu e se ajeitou no chão, virando um pouco para Annabeth.

– Sou um filho de Afrodite. Eu percebo esse tipo de coisa – ele sorriu.

– Então... – ela arregalou os olhos – todos os seus irmãos já sabem?

Ele riu.

– Não, não – ele desarrumou seus próprios cabelos. – Algumas pessoas do meu chalé se esquecem de que ser filho de Afrodite não é apenas cabelos, maquiagem e beleza vazia; também temos beleza interior. Apenas eu e algumas garotas sabemos, o resto está ocupado demais pensando em garotos e maquiagem e se esquecem do principal: o amor.

Annabeth sorriu e olhou para o luar, brilhante e reluzente. Ele tocou seu braço.

– Mas me conte, como aconteceu? – perguntou, curioso. – E... E seu namoro? – pareceu ser muito cuidadoso ao escolher essas palavras. Annabeth poderia ter caído em prantos ali mesmo, mas apenas suspirou – cansara de chorar.

– ...e aí ela disse a Bia “não estamos apaixonadas”. Quer dizer, oi? – terminou de contar, e ele, que escutava atencioso, respirou fundo.

– Ah, Annie... – ele passou a mão no rosto, aparentando estar confuso. – Eu não acho que ela não esteja apaixonada por você. Para mim, ela apenas escolheu errado as palavras – muito errado.

Annabeth franziu as sobrancelhas rapidamente – nada do que Patrick dissesse mudaria o que ela sentia no momento por Rachel. Um barulho de celular foi escutado, e quando Annie ia dirigindo a mão até seu bolso Patrick pegou o seu e pareceu tenso ao ler – era uma mensagem de texto.

– Ei Annie. Preciso ir. Até amanhã – ele tascou um beijo em sua bochecha e saiu correndo em direção ao chalé de Afrodite, parecendo preocupado.

Annabeth franziu a testa e levantou-se, apoiando-se em uma mão. No caminho do chalé de Atena avistou vários campistas de armadura – Hoje teria captura a bandeira e outros jogos de treinamento! Ela se esquecera completamente. Não estava com nem um pingo de vontade de jogar, e provavelmente os jogos iriam até de manhã, então Annabeth fingiria alguma dor ou coisa do tipo – não era de fazer isso, mas realmente não queria jogar. Chegou em seu chalé e deitou-se em sua cama com um livro. Olhou em seu relógio, – oito da noite – e leu por algum tempo, sem adormecer.


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Notas finais do capítulo

cabou. -q vocês vão curtir o próximo cap, tenho certeza! deixem reviews se gostarem, e sempre aceito críticas construtivas =3