Want You. escrita por Evs


Capítulo 5
Rachel


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Viagem e mais outras coisas. Bem, capítulo gigante com altas emoções pra vocês =)



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Ela se arrumava em sua caverna. Tomara um banho quente, pensando nos conselhos de Bia.

–... francamente, Rachel! Está estampado na cara das duas que vocês estão loucas uma pela outra. Vá atrás dela e conserte a babaquice que você fez! – ela disse, após horas batendo papo sobre isso.

Rachel já tinha vários diálogos ensaiados. Trancara a porta e se dirigia ao chalé de Atena, respirando mais fundo a cada passada. Bia pensara em tudo – hoje teria treinamento de guerra, então elas poderiam ficar sozinhas o tempo que precisassem. Já garantira que Annabeth estaria lá – falara com algum meio-irmão e, se Rachel não arruinasse tudo, tudo daria certo. Chegou ao chalé e respirou mais fundo ainda. Bateu na porta, a mão tremulando e esperou, seu coração quase saindo pela boca.

Annabeth abriu a porta, e ao ver Rachel sua reação foi impassível. Apoiou-se em uma perna segurando a porta como que esperando ouvir o que ela tinha para dizer, entediada.

Rachel pegou fôlego.

– Olhe, Annabeth, o que eu te disse hoje na lagoa foi idiotice, ok? Eu...

– Eu sei que foi. – A interrompeu e ia fechando a porta, mas Rachel a impediu.

– Eu não sei o que me deu na cabeça de dizer aquilo, tá? Eu... não esperava que você reagisse assim – sua voz falhava. – Eu estou sim apaixonada por você. Cada minuto que passo ao seu lado vale a pena para mim, e quando estou longe de você meu pensamento está contigo. Sempre. Sabe, eu nunca senti nada parecido por ninguém. Sinto vontade de estar contigo a todo instante, e não poder fazer isso me quebra. Eu estou louca por você, Annabeth. Sou louca. Louca por seu cheiro, seu beijo, seu olhar severo, seu jeito único. Eu... acho até... que te amo. – Sentiu uma lágrima no seu olho esquerdo, e ela escorreu levemente sem permissão. Annabeth estava com seus olhos cinzentos marejados. Ela respirou fundo e puxou Rachel para dentro de seu chalé pela camiseta.

Agarrou-a pelo rosto e beijou-a de um jeito um tanto quanto desesperado – como se fosse ser seu último beijo. As lágrimas caiam quentes por seus rostos, principalmente pelo de Annabeth. Annabeth ofegava levemente. Deitaram-se na beliche de Annabeth e tiraram os sapatos. Rachel parou o beijo por um instante e a olhou, curiosa.

Desceu a seu pescoço e beijou-o delicadamente, voltando para ver a reação da loira – arrancara-lhe um suspiro, e parecia querer mais que isso. Repetiu a carícia e a loira respirou fundo. A olhou novamente, e a loira tirou sua blusa, retribuindo o olhar curioso e ficando apenas de short e sutiã. Rachel suspirou. Annabeth chegara perto dela e tirara sua camiseta também. Desceu a seu pescoço e beijou-o, desabotoando seu sutiã verde enquanto a acariciava, e desceu aos beijos ao tirar a lingerie. O clima no chalé estava quente, e a chance de alguém entrar e vê-las aumentava sua excitação. Cada gemido arrancado de Annabeth era uma vitória para Rachel. O barulho no chalé só silenciou tarde da noite, e Annabeth acabou adormecendo ao seu lado. Quando deram três da manhã, Rachel se vestiu e partiu para sua caverna, dando um selinho de despedida na Annabeth adormecida.

– Até amanhã. – disse ela, abrindo a porta e correndo até sua caverna enrolada em sua jaqueta, que encontrara amassada no canto da parede.

Só conseguira dormir depois das seis – pensara em Annabeth a madrugada toda. Fora sua primeira vez não só com garotas, ela nunca fizera isso com ninguém. Adormeceu sem ao menos perceber lembrando-se dos gemidos contidos de Annabeth, e isso a fazia bem – não sabia direito o porquê. Acordou tarde na manhã seguinte – já era hora do almoço quando a ruiva desceu ao refeitório quase saltitando de felicidade. Passou pelo refeitório e fez um sinal de ‘depois’ com as mãos para Bia ao passar pela mesa 10. Lançou um sorriso pequeno a Annabeth discretamente ao passar pela mesa 6, mas a garota não parecia realmente feliz ao corresponder – parecia preocupada com algo. A garota é um enigma que Rachel estava começando a decifrar. Parecia séria quase sempre, mas quando estava preocupada agia de um modo diferente – mais distraída, desconcentrada. Distante. Sentou-se ao lado de Quíron e comeu algumas coxas de frango, sem vontade. Escutou um som – parecia um berrante, trombone ou algo do tipo – e virou-se para a origem do som enquanto bebericava um gole de coca-cola diet.

– Atenção! – berrou algum garoto do chalé de Éolo após largar o esquisito instrumento de sopro. Quase todos os campistas olharam em sua direção.

“Bem,” começou, “acho que a maioria de vocês sabe que nosso amigo Percy Jackson está desaparecido faz poucos meses.” Rachel sentiu um peso em suas entranhas. Esquecera-se de Percy! Sentia-se mal pelo que fizera. Dormira com a namorada de seu melhor amigo, e agora que dera por si se sentia horrível. Acordou novamente com a voz do garoto dizendo o nome de sua amada. “Annabeth e Butch irão amanhã até o Grand Canyon procurar Percy, como o sinal mandou, e partirão amanhã numa biga puxada por pégasos.” Rachel não sabia o que sentia, portanto apenas cochichou a Quíron que algo em sua comida não a fizera bem e saiu sorrateira – mas Annabeth parecia ter percebido. Encostou-se à parede dos fundos do chalé 12 e sentou perto de algumas vinhas. Respirou fundo e o choro veio sem Rachel perceber, e ela desatou a chorar baixinho, ajoelhada afundando o rosto nas mãos.

E se Percy voltasse, o que aconteceria? O tempo que passara com Annabeth, seus beijos, seus toques, seus momentos felizes, sua noite! Teria sido tudo em vão? Se perguntava, lutando contra a verdade. Sim, sua consciência a respondeu. Era óbvio que eles não terminariam. Segundo quase todo o acampamento e as vezes até Rachel, Percy e Annabeth formavam o casal perfeito. Era inútil se iludir pensando que elas poderiam ficar juntas se Percy voltasse. Além disso, e sua amizade? Pensara tanto em Annabeth que se esquecera dos sorrisos que Percy a proporcionara. Era seu melhor amigo. Isso a quebrava!

Percy nunca faria isso com ela – nem com ela, nem com Annabeth. Sua lealdade e fidelidade eram coisas indiscutíveis. Pensava no que faria se ele voltasse. Abraçaria-o? Perguntaria onde ele andara? Isso seria sincero? Percy não merecia isso. Não merecia ser traído, ainda mais por sua melhor amiga. Sentia-se mal. Andou até sua caverna cabisbaixa e deitou-se em sua cama, chorando baixo até adormecer, tendo um pesado sono sem sonhos.

Acordou mais tarde com batidas na porta de madeira. Olhou-se no espelho ao encaminhar-se para atende-la – estava só o pó. Respirou fundo e atendeu – era Annabeth.

Estava com a expressão séria e preocupada de horas atrás, como se não sorrisse a muito tempo. Olhou para Rachel com a expressão distante e Rachel fez sinal para ela entrar.

Apoiou-se em um criado mudo e puxou ar, procurando algo para dizer.

– E aí. – assim que disse isso, uma voz em sua consciência perguntou se não tinha nada mais estúpido para dizer. Annabeth pareceu não se importar. – Vocês vão amanhã?

– Sim – respondeu, distante.

– E... – Rachel ia perguntar “como ficamos nós duas”, mas acabou desistindo. Não queria pressioná-la.

– Eu... não sei o que vai acontecer. – Ela respirou fundo. – Isto é, se ele voltar.

Rachel cruzou os braços, franzindo os lábios e desviando o olhar.

– E eu também não sei o porquê de eu ter vindo aqui. – Ela virou-se e abriu a porta. – Tchau, Rachel. – Saiu, a cabeça baixa.

Não sabia o que fazer. Se Percy voltasse, ela perderia Annabeth – isso era fato. Mas Annabeth não parecia querer ser perdida... Bateu a cabeça contra a porta. Tirou seu caderno de cartografia de debaixo de cama e começou a rabiscar faces e formas. Desenhou até bem mais tarde, quando finalmente rendeu-se ao sono e adormeceu.

Na manhã seguinte, ela foi até o refeitório cedo, onde haviam vários campistas curiosos em volta de uma biga grande. Deve ser essa – Rachel deduziu. Após poucos minutos chegaram Annabeth e Butch, a loira forçando uma expressão confiante. Algumas pessoas disseram outras coisas sobre a missão, mas Rachel não prestara atenção. Assim que embarcaram na biga e partiram, Bia sentou-se ao seu lado – percebera que estava sentada à mesa de Afrodite.

– Ei – disse, sorrindo graciosamente. – Conseguiu falar com ela anteontem?

Rachel respirou fundo e desviou o olhar.

– Sim.

– E aí? – os olhos dela cintilaram.

– Bem, eu disse a ela o que eu sentia – a garota escutava ansiosamente.

– E...?

– Erm, a gente se beijou, e... – sentiu um frio repentino na barriga. – Bem, nós...

– Vocês... – Já mordia o lábio de curiosidade.

– A gente... – Rachel tentava fazer a garota entender, o rosto corando.

Pareceu ter entendido.

– Vocês...? – Abriu um largo sorriso. – Ah, Rachel, jura? – Sentia o rosto já queimar.

– É. Aí amanheceu, e puff! Percy vai voltar e não faço ideia do que acontecerá agora. – Seu estômago embrulhou repentinamente.

A morena mordeu o lábio.

– Complicado, Rachel. Complicado... – Ela olhou para o lado parecendo procurar alguém. Virou-se para Rachel novamente. – Mas temos de esperar. Só esperando saberemos no que isso vai dar. – Passou a mão pelos cabelos de Rachel, sorrindo protetora. – Mas não se preocupe com isso agora. – Levantou-se e puxou a mão de Rachel. – Ei, vamos dar uma volta? – sorriu.

Rachel assentiu e seguiu-a, passeando e falando besteira e comendo morangos frescos colhidos das moitas na hora. Falavam sobre um filme que Bia queria ver quando  ouviram uma algazarra coletiva – algo como Percy está chegando.

Correu com Bia até a praia, ficando longe o suficiente para que poucos a vissem. A biga descia rapidamente em direção a margem, provocando estrondo. Pousou na areia, os pégasos relinchando. Não viu sinal de Percy...

Desceu Butch, seguido de três adolescentes. Um era moreno e tinha cara de travesso, como se fosse pregar-lhe uma peça a qualquer momento – lembrava os irmãos Stoll –, depois uma garota aparentando estar infeliz, e por fim um loiro com uma camiseta roxa. Annabeth desembarcou após o loiro, e seu olhar infeliz cruzou com o de Rachel. Algum campista perguntou onde está Percy? e Butch balançou a cabeça negativamente. Dispersaram a atenção de Annabeth para os adolescentes, e o coração de Rachel de apertou. Olhou novamente em sua direção.

Annabeth correu até ela e abraçou-a fortemente, as lágrimas desesperadas molhando-lhe o ombro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *-* reviewwws.