Reflexo escrita por Hurano Anne


Capítulo 2
Capítulo I. Copia.




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I. Copia.

 

Quando acordei senti um gosto em minha boca, um gosto amargo. Pensei em verificar com a mão o era, mas sentir meus braços atados.  E para aumentar meu desespero, sentia passos arrastado atrás de mim. Tentei virar para ver quem era, mas não consegui. Sentia-me estúpida por ter acreditado que nada de ruim aconteceria comigo, que eu conseguiria o que eu queria e sairia dali sã e salva. Mas estando agora amarrada, tendo a certeza que tinha sangue na boca, caída num chão de um lugar frio e escuro, percebia a burrada que tinha feito. E nem Syaoran, Flye ou Kurogane, iria me salvar dali. Já que eles não sabiam onde estava, e mesmo que soubessem não poderiam sair do ultimo mundo que ficamos juntos, já que o pagamento para está naquele lugar tinha sido Mokona.

 

Chorei silenciosamente, ainda ouvindo os passos atrás de mim. Queria que aquele som parece, queria sair dali. Tentei novamente me virar, mas parei ao sentir uma dor em meu braço. Uma risada abafada indicou que os passos de um lado para o outro de um humano. Talvez do dono daquele castelo medonho e assustador.

 

  -Por favor, deixe-me sair daqui, você já tem o que quer. – supliquei.

 

  -Oh Sakura Hime, por que você acha que já tenho o que eu quero? – a voz arrastada e fria do homem atrás de mim, indicava que ele mais perto que eu pensara.

 

-O que você quer então? – perguntei sentindo um frio subir pelo meu corpo, qual não vinha do piso gélido, mas sim do que ele queria dizer com aquelas palavras.

 

Ele deu uma outra risada abafada, e então sentir ele agachar ao meu lado. Com seus dedos gelado ele tocou o meu braço, mesmo por cima do tecido da manga do vestido que usava, pude sentir o quão gelado ele era. Isso me fez lembrar algo que uma de minha penas havia trazido num daqueles vários mundos que já tinha passado, uma lembrança de meu pai. Onde ele dizia que aqueles que sempre tem seu corpo frio, é tão gelado por dentro quando a morte, e tão cruel quando a geada. E com aquele simples toque dele, eu percebi tudo isso. Contudo mesmo que não soubesse dessas palavras de meu pai, eu saberia que tipo de homem que ele é.

 

-Sabe Sakura hime, tinha pensando em lhe contar o que estou tramando, mas se fizer isso, perderá toda a graça. – após ele dizer isso, sentir ele pegando fortemente meu braço. E num instante que estava deixada no chão, noutro estava em pé fitando os olhos amendoado e frio do meu anfitrião. – Por favor me acompanhe. – disse ele com sarcasmo, puxando-me.

 

Andando em tropeços subi uma escada incline, ao lado dele. sentindo uma dor pelo braço conforme ele me puxava. Eu queria ardentemente que ele me deixasse sair dali, mas a cada passo que eu dava ao lado dele, sentia que isso era pouco provável que acontecesse. Quando chegamos ao topo da escada seguimos por um corredor escuro de pedras negras, e com quadros em preto e branco. Todo o colorido que tinha no hall de entrada, tinha ficado para trás. Somente a cor morta encobria aquela parte do castelo. Ao fim do corredor entramos uma sala em tom vermelho e vinho. E no centro dela havia uma cápsula, com um liquido amarelado dentro. Além desse objeto estranho, havia apenas uma mesa, e uma cadeira num canto, como se alguém tivesse esquecido ela ali.

 

-Chegamos princesa. – disse ele com um sorriso em seus lábios.

 

Esse sorriso dele é mil vezes pior que seu olhar frio ou seus dedos gélidos.

Ele puxou-me até a tal cápsula, e sem cerimônias jogou-me ali dentro. Como estava amarrada não consegui levantar dali de dentro. Sentia o liquido entrar pelo meu nariz, pela minha boca. Um rosto metálico cobriu meu paladar. Mas isso não me importava, queria em desespero sair dali de dentro. Mas quando consegui me sentar, ele retirou a corda de minha mão e depois fechou a cápsula. O liquido começou a se agitar, e aos pouco aumentar a quantidade dele ali dentro. Comecei a bater desesperadamente na tampa, contundo, quando dei por mim, uma tontura me invadia. E logo iria desfalecer. Porem antes disso acontecer, vi o dono do castelo retirar um manto cor de vinho de cima da mesa, e ali, imóvel, sobre a mesa, estava eu. Mas como? Como eu poderia está em dois lugares ao mesmo tempo? Não consegui responder essa minha pergunta, pois mal elas se formularam em minha mente, eu comecei a fechar os olhos, sentindo as minhas forças esvair pelos poros de minha pele...

 

Senti meu corpo ir de encontro com o chão, os vidros que formava a cápsula quebrou-se com o impacto. Eu senti cacos pontiagudos rasgar minha vestes e minha pele. O liquido quente escorria livremente pelo meu corpo, enquanto eu tentava se levantar. Não sabia o que tinha acontecido, via apenas um vulto em pé apontando uma espada para um outro vulto caído. Minha visão ainda estava turva, e a percepção ainda não estava aguçada, visto que tinha acabado de acordar de um modo nada convencional.

Quando finalmente consegui me levantar, percebi que varias partes do meu corpo tinha sido atingido pelos cacos, mas ignorei o sangue e a dor, e comecei a andar entre os cacos. Olhei novamente a mesa, e ali estava eu. Deitada e vestindo um vestido de veludo preto. Caminhei em direção a minha copia perfeita. O meu reflexo sobre a mesa. Desviei meu olhar por um segundo para ver os dois vultos, conseguindo distingui-los.  O que estava em pé, era mais novo e menor, e o que estava caído era o dono daquele lugar. Este ultimo tinha uma olhar de assustado, tremia olhando o garoto de olhar frio. Qual possuía duas cores.

 

-Syaoran. – sussurrei ao reconhecê-lo.

 

Ele olhava impassível o homem, como se estivesse esperando apenas um movimento dele para então atacar. E talvez fosse isso mesmo, pois o homem estava imóvel, olhando apreensivo o garoto.

 

-Sakura Hime, tire ele daqui. – choramingou o homem. – Diga á ele que não tenho nenhuma pena, as que eu tinha troquei pela cápsula. – o olhar do homem repousou nos cacos e no liquido que encobria boa parte do aposento, uma expressão deprimida estampou-se em seu rosto.

 

Syaoran o olhou por mais um tempo, e então se virou para mim. Paralisei onde estava, sentindo o sangue escorrendo pelo meu corpo, e a dor latente em vários pontos do mesmo.  Dei um passo falho em direção á ele. Meu Syaoran, que diziam ser apenas uma copia, embainhou a espada olhando-me. Seu olhar era tão frio, tanto, senão mais, que o meu ‘anfitrião’. Onde estaria o meu Syaoran?

 

-Onde estão as penas? – perguntou ele olhando-me duramente.

 

Balancei a cabeça negativamente. E então ele se afastou e saiu dali. Dei dois passos na direção dele, mas o homem que minutos atrás parecia um rato acuado por um gato, pegou-me sorrateiramente.

 

-Onde pensa que vai. Viu o que você fez aqui, terei que refazer tudo novamente, e enquanto arrumo isso eu a deixarei trancada neste castelo... Mas antes disso tenho que ter a plena certeza que aquele moleque foi embora, não quero ser atrapalhado mais uma vez.

Após ele dizer isso me puxou bruscamente, com os pés descalço passei por cima dos cacos, causando novos ferimentos. Mas ele não se importou com isso, apenas seguiu o caminho como se nada tivesse acontecido. Minutos depois estava de volta no meu aposento escuro e frio.

 

-Mandarei que cuidem desses seus machucados, e que tragam comida. – após dizer isso ele saiu dali.

 

Encolhi num canto, sentindo o frio da parede de encontro a minha pele expostas, por causa dos rasgos que foram causado no vestido. Chorei novamente em silencio, fazendo as lágrimas que escorriam em meu rosto arder nas feridas... Mas estas não doíam mais do que aquela que estava aberta há muito tempo, quando descobrir que meu Syaoran, não era o verdadeiro, apenas uma copia...

 

   


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