Os Guardiões Do Portal escrita por Kat483


Capítulo 21
Situação Inesperada - II




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NARRADO POR KIMBERLY


– Kim, eu vou dar uma saída rápida, será que poderia olhar a Emma um pouquinho? - perguntou minha mãe.

– Claro - disse em tom de desinteresse, enquanto mudava os canais da televisão sem prestar atenção.

– Cuidado, e qualquer coisa me ligue.

– Tá - assim que minha mãe bateu a porta, a Emma começou a chorar.

Bufei irritada, e fui até seu quarto. E lá estava ela, deitada e chorando dentro do berço que um dia já foi meu. Tomei-a em meus braços e comecei a balançar.

– Ah, vamos Emma, não chora. Isso é estressante - e é claro que só faltava um idiota vim tocar na campainha. Desci, e quando abri a porta vi Thomas com aquela cara de bobo - O que você quer?

– Nossa, boa tarde pra você também.

– Só se para você, porque minha tarde está horrível.

– Por quê?

– Você é cego? Não está vendo um bebê chorando em meus braços.

– Tô sim.

– Nossa, grande observador você - disse sarcástica. - Olha, minha mãe saiu, e meu pai está trabalhando, então será que você pode me ajudar com ela?

– Claro - ele entrou, e novamente ficou me encarando. Thomas era um tanto desleixado. Seu cabelo estava sempre bagunçado e suas roupas amaçadas.

– Segura ela, e eu vou pegar a mamadeira dela - entreguei a Emma em seus braços, e ela a segurou sem jeito. - Cuidado, é um bebê, não uma boneca.

– Eu sei - ele resmungou, e a ajeitou em seus braços e começou a balançar. Corri até a cozinha, e logo avistei a mamadeira pronta que minha mãe havia deixado que para minha sorte ela estava morna. Quando voltei, fiquei observando a cena em que Thomas tentava acalmar a Emma. Se bem que estava dando certo, ela já não chorava tão alto.

– Me dá ela para eu dar a mamadeira.

– Pode deixar que eu dou.

– Desde quando você sabe cuidar de crianças? - questionei.

– Não está lembrada que sempre que brincávamos juntos, você sempre me deixava com a boneca, que no caso era nossa filha, e dizia que estava ocupada resolvendo as finanças da sua loja de roupas, e ficava apertando todos os botões da calculadora loucamente - nossa, ele ainda se lembrava disso?

– É, você era um bom pai de mentirinha - disse.

– Não posso dizer o mesmo de você.

– O que? Só por que eu ligava para manter nossa casa financeiramente estável, não quer dizer que eu era uma mãe desnaturada.

– Não, mas você podia ter ao menos ter trocado uma fralda.

– Aquela boneca não fazia xixi.

– Era de mentirinha.

– Então se é de mentira, por que estamos brigando?

– Acho que pelo fato de eu ter sido um melhor marido e pai de mentirinha, do que você.

– Agora chega! - gritei. - Estamos parecendo um casal velho brigando.

– É. A Emma ficou tão assustada que parou de chorar.

– Ela está é se deliciando com esse leite - disse, e fiquei olhando a Emma beber o leite rapidamente, segurando a mamadeira com aquelas mãos pequenininhas com ajuda do Thomas, e com aqueles olhos de tom acinzentado arregalados.

– Ela é bem parecida com você - disse Thomas, que fitava o bebê em seus braços.

– É um pouquinho - disse em me importar muito com o comentário.

– Qual é, eu sei que você ama ela.

Eu não disse nada. Era verdade que eu amava a Emma, mas tinha algo dentro de mim que me impedia de dizer isso. Não sei ao certo o que é. Acho que é o fato de agora ela ser o centro das atenções.


NARRADO POR NICOLE


Ainda não tinha caído a ficha de que eu estava na casa da Alice, e que ela fora a pessoa que está me dando apoio neste momento. Sei que gosto de manter essa pose de durona e orgulhosa, mas não quer dizer que eu não goste de receber afeto.

Acabara de jantar. Alice e seu pai estavam lavando a louça. Eu nunca fiz isso na minha vida, e outra eu sou a visita, eu não lavo pratos.

De repente, a campainha tocou, e Alice foi correndo atender.

– Oi, que bom que veio.

– Vim assim que soube - aquela voz. Era o Jake.

– Ela está na sala, sentada no sofá - Jake apareceu exasperado na sala e correu para me abraçar.

– Nick. Ai meu Deus como você está? - ele se ajoelhou a minha frente e me fitou com aqueles olhos verdes. - Por que não me falou nada, e nem me ligou?

– Eu estava assustada - murmurei.

– Tudo bem, eu entendo.

Jake é muito compreensivo. E ele me conhece, sabe que eu não gosto de demonstrar fraqueza, e que eu demoro a me abrir, até com ele.

– O que você vai fazer? - eu sou muito cautelosa com as coisas, mas nisso foi uma coisa que eu não havia pensado ainda. Talvez porque eu ainda não tinha acreditado no que acabara de acontecer e que eu não tinha para onde ir.

– Eu não sei.

– Vamos fazer o seguinte, você dorme na minha casa hoje, e amanhã eu vou falar com seu pai - disse hesitando um pouco ao dizer a última parte.

– Tem certeza?

– Sim. Não vou deixar que ele faça isso com você - ele disse de uma forma que me passou um pouco de segurança.

Ele beijou minha testa, e levantou-se. Em seguida levantei-me e ele segurou minha mão. Fomos até a cozinha, onde se encontravam Alice e seu pai.

– Ah, a Nicole vai para minha casa - disse Jake.

– Tudo bem - disse o senhor Haffer.

– Muito obrigada, por tudo - disse hesitante. Não era muito de agradecer e me desculpar.

– Não foi nada - disse o pai da Alice.

– Vou leva-los até a porta - disse Alice.

– Obrigada, fico te devendo uma - disse e forcei um meio sorriso.

– De nada.

– Tchau Alice, obrigado por me chamar - disse Jake.

– Tchau.



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