Os Guardiões Do Portal escrita por Kat483


Capítulo 20
Situação Inesperada - I


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, é por que eu tava viajando.
Bom, os próximos capítulos antes da batalha vão mostrar um pouco de drama familiar, amizade e outras coisas. Depois é a batalha e o fim da primeira temporada.
Boa leitura, deixem reviews!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191382/chapter/20


NARRADO POR ALICE


Era uma típica tarde de domingo na Inglaterra. Todos estavam aconchegados em suas casas, descansando e se refugiando do frio. E isso não era diferente em minha casa.

– Alice - chamou meu pai, que se encontrava sentado em uma poltrona, ao lado do sofá no qual eu estava, lendo o jornal.

– Sim? - indaguei, saindo de meu momento de distração.

– Onde pretende passar o natal? - aquela pergunta me pegou desprevenida. Eu estava um pouco desligada sobre essas coisas. Mas se bem que na Inglaterra é meio difícil esquecer que existe o natal, já que não tem povo que mais comemore o natal do que os ingleses.

– Acho que aqui mesmo - disse, e ele levantou uma de suas sobrancelhas.

– Não quer passar com sua mãe?

– Não quer que eu passe com você?

– Claro que não, nem pense nisso. É que eu achei que fosse querer um natal tradicional com sua mãe.

– Bom, pra falar a verdade, depois que ela começou a namorar o Robert, não tem sido tão tradicional assim.

– Então vamos ser nós dois desta vez? - ele perguntou e eu confirmei com a cabeça. Não sei ao certo, mas tenho um bom pressentimento sobre isso.


NARRADO POR NICOLE


Estava decidida a contar sobre Jake para o meu pai. Não tenho medo do que ele irá pensar.

Minha casa estava silenciosa como sempre. Desci as escadas, mas algo me parou no meio. Em frente a porta tinham malas junto a minha mãe.

– Mãe? Vai para algum lugar? - perguntei me aproximando.

– Ah, oi Nicole, bom eu e seu pai... Nós... - ela tentava falar algo, mas não conseguia.

– Vocês brigaram? – fui direto ao ponto.

– Sim, mas...

– Você vai embora? - perguntei com medo da resposta.

– Não, quer dizer sim - ela suspirou pesado - vou passar um tempo na casa da sua avó, mas prometo que não vai ser por muito tempo - suas palavras me atingiram como facas. Apesar de eu não ser muito apegada a minha família, nunca em minha vida imaginei meus pais se separando.

Ouvimos passos rápidos vindo em nossa direção, e logo duas pessoinhas loirinhas rodearam minha mãe.

– Mãe não vá - eles diziam em um tom de voz chorosa de partir o coração.

– Oh meus bebês - ela se agachou para ficar na altura deles - a mamãe volta logo, eu prometo - de repente, o olhar da minha mãe subiu então ela se levantou e fechou sua expressão. Ficou claro que meu pai havia chegado à cena. - Eu já vou crianças - ela disse fria. Dois empregados pegaram suas malas e as levaram em bora. Os gêmeos suplicavam para que ela ficasse, e meu pai assistia tudo sem reação.

– Pai, não deixa ela ir - Peters disse abraçado a sua perna, assim que minha mãe saiu de casa.

– Não adianta, ele não vai fazer nada - dirigi meu olhar para meu pai - Você nunca faz nada. Você é patético.

– Olha como você fala comigo - ele engrossou a voz e deu um paço a frente.

– Não. Olha como você fala comigo. Já perdeu a mamãe, e corre o risco de me perder. Você foi muito burro em deixar uma mulher como a mamãe sair por esta porta. Ela foi fiel, amorosa e conseguiu te aturar durante todos esses anos.

– Se continuar a falar assim, você será a próxima a sair - ri debochadamente do que ele havia dito.

– Sabe, durante a minha vida toda eu ouvi como nós somos parecidos. Até uns anos eu gostava disso, eu te admirava por ter feito tantas conquistas. Mas agora, eu tenho pena de você. Você é patético - ao falar isso, acho que despertei algo em meu pai, uma fúria já mais vista por mim. Ele avançou em cima de mim e pôs suas mãos em meus braços os apertando com força. - Pai, tá me machucando - ele tinha uma frieza no olhar que estava me assustando. Ele suspirou e me soltou.

– Vai em bora - ele disse baixo. - Vai em bora! - ele gritou, me assustando mais ainda. Lágrimas rolaram soltas pelo meu rosto. Sem saber o que fazer, abri a porta da minha casa e saí correndo sem olhar para trás.


NARRADO POR ALICE


– Pai, vou até o mercado e já volto! - gritei.

– Não quer que eu te leve?

– Não precisa, é aqui perto.

– Tudo bem, vá com cuidado.

O caminho foi rápido e tranquilo. Essa é a vantagem de se morar a duas ruas do mercado. Havia nevado pela manhã, então estava tudo branquinho e bem frio.

Comprei o que precisava e tomei meu caminho de volta. Quando estava já próximo de casa, comecei a ouvir um choro. Comecei a olhar para os lados, para ver do onde vinha, e visualizei uma pessoa sentada em um banco do outro lado da rua. Caminhei em direção a essa pessoa, e quando me aproximei tive uma surpresa era a Nicole.

– Nicole? - eu a chamei e ela levantou a cabeça lentamente, me deixando boquiaberta com seu estado. Seu rosto estava inchado, com uma aparência arrasada. E ela se envolvia em seus braços, por estar frio e ela não estar devidamente agasalhada - Ai meu Deus, você está bem?

– Não é da sua conta - Nossa, ela pode estar morrendo, mas continua sendo grossa.

– Ok, então eu já vou. Tem certeza de que está bem? - perguntei calmamente e ela permaneceu calada. Suspirei e me virei pronta para voltar para casa. Mas como eu não sou a Nicole e eu tenho um coração, parei e dei meia volta, mesmo sabendo que poderia me arrepender. - Olha, eu sei que nós não nos damos muito bem, mas se precisa de ajuda, pode me falar.

– Você não pode me ajudar.

– Quem sabe se você me falar o que está acontecendo, talvez eu possa te ajudar - andei e sentei ao seu lado no banco. - Anda, me fala - ela suspirou e desviou seu olhar do chão para mim.

– Minha mãe saiu de casa e meu pai me expulsou de casa - ela falou tudo de vez. Pois é, a situação dela não é uma das melhores.

– Quer ir para minha casa?

– Não preciso de caridade.

– Não é isso. Eu só quero ajudar.

– Por quê? Por que se importa tanto? Não preciso que se importem - ela suspirou - ninguém se importa.

– Não diga isso. Eu me importo. E o Jake também. Por que não liga pra ele?

– Não. Eu só quero ficar sozinha.

– Não, eu não vou te deixar aqui. Está frio, já está anoitecendo e você deve estar com fome e cansada - levantei-me e esperei ela fazer o mesmo. - Vamos, não vai ser tão ruim assim - ela se levantou calada. - Vamos - percorremos o curto caminho ate a minha casa em silêncio. - Olha minha casa é uma casa normal, e não tem aquele luxo todo.

– Tudo bem - ela disse baixinho. Abri a porta da minha casa, e senti cheiro sopa.

– Pai?

– Oi querida. Estou aqui na cozinha.

– Está fazendo sopa?

– Sim. É de galinha, quer?

– Sim, e pode colocar um prato extra? - olhei para Nicole, que observava tudo ao seu redor timidamente.

– Pra quem? - entramos na cozinha, e assim que ele nos viu, olhou surpreso - Ah, Nicole Salazar, é um prazer e uma surpresa tela aqui.

– Desculpe o incomodo, mas a Alice insistiu para que eu viesse.

– Ah, sem problema.

– Nicole, por que não vai para o meu quarto, é a primeira porta a direita.

– Sim, claro - acho que ela entendeu que meu pai queria falar comigo a sós. E assim que ela subiu, meu pai começou a falar.

– O que a Nicole Salazar, a garota que eu pensei que odiasse, está fazendo no seu quarto?

– Pai, eu preciso que seja o melhor anfitrião o possível. A situação dela não é a melhor.

– O que aconteceu?

– Parece que os pais dela estão se separando, e - hesitei um pouco antes de falar, pois é um tanto difícil de imaginar isso - e o pai dela a expulsou de casa.

– O que?! Como isso aconteceu?

– Eu não sei, ela só disse isso. Ela deve estar muito abalada para falar qualquer coisa.

– Ela não parece muito abalada.

– Pai, é a Nicole, ela não transparece seus sentimentos.

– Tem razão. O que dificulta ainda mais situação - ele bufou e passou a mão nos cabelos. -Nossa, é muito difícil de acreditar. Eu não sei nem o que dizer.

– Só nos resta ajudar.

– Exato, então chame ela para tomarmos uma sopa quentinha.

– Ok.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!