Os Guardiões Do Portal escrita por Kat483
NARRADO POR KIMBERLY
Quando todos chegaram, me preparei para começar a reunião.
- Primeiramente, boa tarde a todos - disse com um sorriso forçado no rosto - Bom vou direto ao ponto. A razão de estarem aqui é que foi revelada a localização do portal - fiz uma pausa - Após estudar o caso com a Nicole, ficou claro que o portal irá se abrir por volta das sete da noite, no cruzamento da Bay road com a Queen street, no dia doze de dezembro. Sim, eu sei que vai coincidir com o dia da exposição de artes, mas podemos ficar lá na parte da tarde. Temos exatos quinze dias para nos preparar - suspirei pesado - Vamos treinar o máximo que pudermos. Tive um mau pressentimento sobre a batalha, e no meu sonho tinha alguém chorando. Mas se nos prepararmos bem, podemos evitar seja lá o que estiver por vir. Vamos vencer, e vamos fazer isso juntos, assim como nos outros anos.
- É isso aí! - Thomas gritou de pé com os braços levantados. Todos olharam para ele com uma expressão reprovadora. Ele abaixou os braços lentamente e se sentou - Foi mal. Pode continuar.
- Acho que é só isso pessoal. Quem puder ficar aqui hoje, já é um bom começo.
NARRADO POR ALICE
Depois que a Kim disse tudo, uma sensação de medo me tomou. Até agora, acho que minha ficha não havia caído completamente.
- Alice, você vai ficar? - ouvi alguém me perguntar.
- O que? - perguntei confusa, e vi que se tratava do Mark.
- Onde você estava? Está aí a um tempão com uma expressão meio dispersa.
- Foi mal, é que isso tudo é novo pra mim e...
- Eu a compreendo perfeitamente - ele me interrompeu e me deu um sorriso gentil e eu tentei retribuí-lo - Quer treinar comigo e com o Vince?
- Claro, vamos - disse. Levantei e fui atrás deles.
Ficamos umas duas horas treinando, conversando besteiras, apesar do Vince não falar muito. Chegamos a um ponto de nos jogarmos no gramado de tão cansados e ofegantes que estávamos.
- Eu vou pegar água para todos, eu já volto. - disse Mark. Ficamos em um silêncio constrangedor por um tempo, até que, para minha surpresa, Vince se pronunciou.
- Você não parece uma típica nova-iorquina.
- Bom, na verdade eu sou inglesa, eu nasci aqui, mas o casamento dos meus pais não durou muito tempo. Então eu me mudei para Nova York com a minha mãe, para seu antigo apartamento.
- Então, sua mãe é de Nova York?
- Exatamente. Mas eu não sou assim, tão calma lá. É que eu aprendi a me comportar em ambientes diferentes, com culturas diferentes.
- Ah certo.
- Minha vida é cheia de mudanças, e esse ano nem se fala.
- Pois é - ele concordou.
- A cerca de quanto tempo você é guardião?
- Essa vai ser a minha terceira batalha.
- Como foi a sua primeira?- a Alice curiosa ataca mais uma vez. Vince suspirou e desviou seu olhar do meu.
- Legal.
- Legal? Tem certeza, pois não parece. Olha se está tentando me deixar mais calma e confiante, isso não está funcionando.
- Não é isso.
- Então o que é? Me fala o que aconteceu na batalha.
- Não é o que aconteceu na batalha, e sim depois dela.
- Como assim? - ele novamente suspirou e passou a mão pelos seus cabelos castanhos.
- A batalha havia acabado. Era tarde da noite, e eu fui para casa. Quando cheguei lá, não tinha ninguém, somente um bilhete do meu pai que dizia que ele tinha ido para o hospital - ele deu mais outro longo suspiro, como se tentasse encontrar forças para falar - Fui de ônibus até lá, mas quando cheguei era tarde de mais - sua expressão era extremamente triste, e ele com certeza tentava não chorar.
- O que foi que aconteceu? - disse tocando levemente seu rosto, trazendo seu olhar para o meu, mas logo desviou.
- Cheguei tarde de mais para me despedir dela. Minha mãe já estava morta Me lembro de chegar e ver meu pai ajoelhado próximo à maca, chorando junto a minha irmã mais nova, que mal sabia o que estava acontecendo. Ele a amava tanto - cada palavra que ele me dizia era como se enfiassem uma faca em meu peito. Se tem uma coisa que eu não goste é de histórias tristes envolvendo morte, pois eu não gosto de pensar nisso.
Aproximei-me mais dele, e o envolvi em meus braços, e o deixei chorar em meu peito.
- Eu sinto tanto a falta dela - ele dizia entre soluços - E a saudade piorou quando você chegou - será que eu ouvi bem? O que eu tinha a ver com essa história? - Ela era de Nova York - disse quando já estava mais calmo - E ela era loira e tinha olhos verdes.
- Assim como eu - sussurrei - Eu sinto muito - foi o máximo que pude dizer depois de tudo que acabara de ouvir.
- É - ele suspirou - Me desculpe por desabafar com você, é que eu precisava.
- Não, tudo bem, sem problema – disse um pouco enrolada.
- Pouca gente sabe disso, e eu gostaria que continuasse assim.
- Ok - coloquei uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, e olhei ao redor a procura do Mark, que estava demorando muito para trazer a água.
- Então, você vai voltar para Nova York ano que vem?
- Eu não sei - disse - Você já foi pra Nova York?
- Sim. Minha mãe era bem agitada, e sempre viajávamos para vários lugares.
- Sério? Para quais lugares você já foi?
- Tirando Nova York, eu fui para o Canadá, França, Tailândia, umas quatro vezes para Disney e para o Texas.
- Nossa.
- Cheguei! - disse Mark trazendo três garrafas de água - Desculpem a demora.
- Que nada, foi tão rápido que eu nem percebi que você tinha saído - disse em tom sarcástico.
- Nossa Alice, eu não conhecia esse seu lado sarcástico.
- Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe.
- Se você não for um urso panda do mal disfarçado, por mim tudo bem.
- Urso panda? Mark qual é o seu problema?
- Eu faço a mesma pergunta há anos - disse Vince, que recebeu uma leve tapa na cabeça.
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