NARRADO POR ALICE

           Minha face inteira doía. O motivo? Não consigo parar de sorrir!          Ontem eu consegui, finalmente, ficar invisível por completo. Fiquei tão feliz, que acho que peguei no sono sorrindo.        

Agora eu estava deitada sobre minha cama, com um sorriso bobo no rosto. Me sentia a pessoa mais feliz do mundo. Minha vontade era de sair gritando e pulando, e contar isso para todo mundo. Mas eu não podia. Que droga!          

E agora eu tinha escola. Peguei minha bolsa, e saí sem tomar café da manhã.          

Logo que saí, parei perplexa diante do belo cenário de outono que me encontrava. Não se via mais folhas verdes, e em algumas árvores, nem folhas se encontravam. Era tudo tão lindo. Não tinha isso em Nova York.          

Havia um perfeito contraste de cores, que ia do laranja avermelhado, para o marrom. A relva extremamente verde, com algumas folhas marrons espalhdas.          

Os leves raios de sol, que insistiam em aparecer entre as nuvens  acizentadas, refletiam no orvalho das folhas, dando um brilho espetacular aquela paisagem.          

Eu parecia uma idiota, pelo jeito que andava na rua. Parecia uma criança que ia para Disney pela primeira vez. Ficava olhando tudo como uma boba, enquanto as outras pessoas na rua andavam normalmente. Não sei como essas pessoas passam em meio a este lugar tão bonito, e não expressar nenhum contentamento. Mas eles já devem estar acustumados.          Quando já estava próximo a escola, senti um toque em meu ombro, e ouvi uma voz masculina chamar o meu nome. 

- Oi Alice. 

- Oi Lucas - disse sorrindo. Lucas era muito fofo e engraçado. Tinha um sorriso tímido, que combinavam perfeitamente com seus olhos castanhos

- O dia está tão lindo, não acha? - perguntei olhando ao redor. 

- Sim. Está no auge do outono. Estes vão ser os dias mais bonitos, e logo não haverá mais folhas nas árvores e com o inverno, vai começar a nevar.          

Inverno. Antes para mim era apenas mais uma estação do ano, onde as mulheres mais ricas e bonitas, iam até as lojas como a Chanel, atrás dos mais novos lançamentos do vestuário para o frio. Mas agora tem outro significado. Algo que ainda vou descobrir, mas que temo, por ser desconhecido. 

- Alice - a voz do Lucas me fez voltar para a realidade - Está distraída. 

- Pois é - disse rindo um pouco. 

- É, você vai fazer algo essse fim de semana? - espera, eu ouvi bem? Acho que o Lucas está me convidando para sair, mas não posso tomar conclusões precipitadas. 

- Não sei, por que? 

- É que tem um evento de artes no centro da cidade, e como meu pai é artista, ele ajudou a organizar e fez alguns projetos que estarão em esposição, então eu vou ter que ir. E quem sabe não seria tão chato se eu tivesse compania - sim, ele estava me convidando para sair. Acho que seria divertido, pois não ficaria somente em casa, e eu nunca tinha ido no centro. 

- Claro, eu adoraria - disse sorrindo. 

- Okay, eu passo na sua casa as nove da manhã, daí pegamos um ônibus para o centro. 

- Sabia que, apesar de eu sempre vim aqui quando pequena, nunca fui no centro, e nunca andei em um ônibus inglês? 

- Sério? - ele perguntou espantado - Bom, mas para todo na vida tem uma primeira vez.          

A escola parecia um castelo de conto de fadas. Estava tudo tão lindo, uma paisagem fria triste, e ao mesmo tempo de uma beleza inestimável, como eu nuca tinha visto antes. 

- Alice e Lucas me esperem! - ouvimos Juliana gritando, e logo se juntou na nós.          

O dia passou rápido, e quando estava indo para o campo de futebol para esperar a Juliana, senti alguém me puxando para o lado, e acabei me desequilibrando e batendo contra uma árvore.

- Ai! - gritei. 

- Shhh! Silêncio - uma voz conhecida invadio meus ouvidos. Quando minha cabeça parou de rodar, vi aquela criatura bem vestida me encarando. 

- Kimberly? 

- Não o Robert Pattinson, claro que sou eu! - ela disse extressada. 

- Nossa, o que houve? - perguntei espantada com sua atitude. 

- Desculpe, é que estou tendo um dia difícil, é que eu briguei com a Emily e... Isso não é da sua conta! - ela suspirou e pôs a mão na cabeça, tentando se acalmar- Senti que você desenvolveu alguma habilidade. 

- Sim. Consegui ficar invisível. 

- Muito bem. Domingo nos reunimos no mesmo local, a tarde. Esteja lá - disse e saiu de trás da árvore. 

NARRADO POR KIMBERLY

As vezes era irritante ser a líder, principalmente quando se é a garota mais popular da escola. Ter que ficar de segredinhos e perder eventos sociais importantes. E como se não bastasse, briguei com minha melhor amiga.        Hoje nem fui assistir o treino de futebol, eu só queria ir para casa e descansar, issso é claro se a Emma deixar. Não sei onde meus pais estavam com a cabeça quando pensaram em ter outra filha.          

Quando estava perto de casa, senti minha cabeça doer fortemente. Ignorei a dor e continuei andando, até que senti uma forte tontura e tudo começou a girar, e lentamente comecei a perder a conciencia. 

- Kim! - ouvi alguém gritar, antes que eu entrasse em contato com o chão frio.