NARRADO POR ALICE

Acordei tarde, então fui logo almoçar. Eu iria treinar hoje, mas não fazia ideia de como seria. Tomei banho, e coloquei uma roupa mais soltinha. Recebi uma mensagem de sei lá quem, avisando que era para eu ir agora. Sai de casa em direção a casa.

Cheguei, mas não tinha ninguém lá. Ouvi um barulho vindo de trás da casa, então fui verificar. Arrudiei a casa e parecia que a maioria estava lá, cada um em seu canto.

Estavam numa espécie de quintal cercado por árvores, que já tinham a maior parte de suas folhas espalhadas pelo gramado, o que dava uma aparencia bem bonita para o local.

– Está atrasada - uma garota loira disse para mim, quando eu cheguei

– Sim, mas...

– Sem mas - ela me interrompeu - no que você é boa?

– Como assim?

– Já vi que vai ser difícil - ela disse com cara de desprezo - você tem alguma habilidade especial? - eu fiz uma cara de desentendimento e ela bufou pondo a mão na cabeça - cada um de nós sabe fazer alguma coisa especial e ...

– Rachel, deixa que eu cuido da novata - Kimberly apareceu interrompendo a Rachel, que se virou e foi embora - O que a Rachel estava tentando dizer é que cada um de nós tem uma habilidade especial, que está relacionada a uma característica sua, ou algum talento - ela disse sorrindo - Então qual a sua habilidade?

– Eu não sei - respondi. Ela respirou fundo e voltou a me encarar. Ela passou um tempo refletindo, então veio em minha direção a agarrou o meu braço.

– Vamos dar uma volta - seguimos juntas adentrando mais o espaço rodiado de árvores - Vamos começar pelo Mark. Você conhece bem ele, não é? - confirmei com a cabeça.

Mark estava sentado perto de um arbusto, com um objeto luminoso em mãos.

– Mark pode manipular o fogo - quando ela disse isso, percebi que o que ele tinha em mãos era fogo. Cara, eu estou ficando assustada.

Continuamos andando, até que senti um vento muito forte que nos fez ir um pouco para tras. De repente, Kimberly começou a rir.

– O que foi isso? - perguntei arregalando os olhos. Ela olhou para mim e riu.

– Era o Jake. Ele tem supervelocidade - eu acho que fui parar dentro da televisão, porque isso ainda não é real para mim - Vince tem habilidade na luta e é bem forte, e a Rachel, por ser uma esgrimista, tem habilidade em luta com espadas - Rachel e um garoto, que era o Vince, estavam duelando com espadas - Vince pode tentar o quanto quizer, mas a Rachel vai sempre vence-lo.

Estavamos já dando uma volta na enorme área espaçada, até que eu vejo Nicole sentada numa pedra lendo - que novidade. Agora eu fiquei curiosa. Qual será seu poder?

– Qual a habilidade da Nicole?

– A habilidade dela está ligada a mente. Ela pode ver o futuro, entrar na cabeça das pessoas causando confusão e dores, e também entrar e visualizar lugares com a mente - Okay, agora eu fiquei com medo– Thomas tem a mira perfeita. Qualquer coisa que ele jogar vai acertar no local em que está mirando, ele também pode enxergar de longe, como um binóculo.

Olhei para Thomas, que estava jogando dardos em um alvo em uma árvore. Bem próximo dele, estavam duas garotas de cabelos longos e castanhos. Acho que são gêmeas. - Aquela é a Holly. Ela pode produzir até três cópias perfeitas de si mesma. É por isso que ela é tão avoada. Ah, e ela também pode criar campos de força.

– Você é tipo uma líder? - perguntei.

– Não sou tipo uma líder, eu sou a líder. Meus poderes estão ligados diretamente ao portal, e tenho telepatia, que mantém todos nós ligados.

– E como eu faço para descobrir o meu? - perguntei e ela fez uma expressão pensativa.

– Vamos entrar na casa.

Atravessamos o gramado verde e úmido, e entramos pela porta dos fundos da pequena casa de pedras. A cozinha era um tanto velha, e no meio dela, havia uma mesa de madeira escura, onde tinha uma espécie de mapa sobre ela.

Kimberly foi até um dos armários e começou a vasculhar a procura de algo.

– Aqui - ela disse pegando uma caixa de madeira de tamanho médio, e pondo-a em cima da mesa.

– O que é isso?

– É uma caixa - não me diga.

– Isso eu percebi - disse.

– Eu ainda não terminei - ela disse rindo - é uma caixa que contém um material que vai dizer qual a sua habilidade - ela abriu a caixa revevando umas pedras e outras coisas que eu não consegui ver.

– Parece coisa de bruxaria - disse e ela riu.

– Parece mesmo - ela ficou fitando o tal mapa ou se lá o que - Está vendo isso, é a nossa marcação em relação ao portal - ela passou a mão por ele - aqui sou eu - ela disse parando o dedo em um pequeno círculo que fica no centro do mapa. Continuou arrastando o dedo até parar em outro - Essa é a Nicole, depois o Jake, Thomas, Holly, Mark, Vince e Rachel. E essa é você - disse apontando para um círculo que completa o anagrama - apareceu assim que a Nicole teve a visão - ela fez uma pausa.

– Então... - disse incentivando ela a continuar a falar.

– Bom, assim que você colocar essa pedra sobre o mapa, no respectivo círculo - ela disse me entregando uma pedra cinza - a pedra vai se mover para um desses símbolos - disse apontando para diversos símbolos que ficavam ao redor do anagrama - e com este pergaminho - tirou um pedaço de papel de dentro da caixa - vamos relacionar a sua habilidade .

– Hum - assenti.

Lentamente coloquei a pedra em cima do meu círculo. De repente, ela começou a se mover, até que parou no canto esquerdo, perto de onde a Kimberly estava. Ela bufou e abriu o pergaminho.

– Então... - disse ansiosa para saber o que eu posso fazer.

– Bom, a sua habilidade tem a ver com estrutura molecular.

– Como assim?

– Você pode ficar invisível, se teletransportar e atravessar paredes, coisas do tipo.

– Tudo isso? - perguntei espantada.

– Acho que sim, algumas habilidades não se desenvolvem, mas quem sabe se você tiver sorte como a Nicole.

– Ela desenvolveu todas?

– Sim, ela não só faz aquilo que eu disse. São tantas coisas que eu nem sei de cabeça. Mas levou um tempo.

– Vocês fazem isso a quanto tempo?

- No início era somente eu, a Nicole, o Jake e o Thomas. Mas depois que os poderes das trevas foram aumentando, novas pessoas foram escolhidas para ajudar na batalha. Primeiro a Holly, depois o Mark, e depois o Vince e a Rachel.

– Quem são as trevas? - perguntei. A Kimberly era muito simpática, pelo menos quando está só.

– São três irmãos, Megan, Matt e Devon. A Megan tem poderes de persuasão, que ela usa para fazer com que pessoas normais passem para o lado das trevas.

– E essa luta, é perigosa? - perguntei. Já estava um pouco receosa sobre esse assunto. Eu sou muito desastrada, e atraio muitos acidentes.

– Estarei mentindo se disser que não - disse se sentando em uma das cadeiras, e eu fiz o mesmo - O portal se abre para liberar uma energia que mantém a ordem das coisas. Nosso objetivo é fazer com que pessoas como a Megan, que querem obter esta energia poderosa para si, não interfira na liberação de energia.

– E onde fica o portal?

– É sempre em um lugar difernte. Existe um portal em cada parde do mundo. E no caso da Europa, é aqui na Inglaterra.

– Existem outros como nós espalhados pelo mundo inteiro? - perguntei espantada e ela confirmou com a cabeça.

– Sim, e nós temos que garantir que todos se abram na mesma hora, para espalhar a energia pelo mundo - disse Kimberly - Mais alguma pergunta?

– Sim - disse e rimos - Como vamos saber que está na hora, e o local?

– Fácil, vai haver algumas alterações climáticas muito fortes, devido a ação das trevas, vamos sentir algo diferente, e é claro, a Nicole com certeza vai prever algo - acho que está tudo mais claro para mim, mas também estou com mais medo - então, quer tentar despertar suas habilidades? - sorri e concordei com a cabeça. Nos levantamos, e a Kimberly foi guardar a caixa, depois saimos.

Após passar a tarde todinha tentando fazer alguma coisa, fui para casa acabada, e frustrada com as minhas tentativas fracaçadas de tentar atravessar algum objeto. Eu nem conceguia andar direito, pois eu também lutei um pouco, e eu não estou acostumada com isso.

Quando cheguei, a primeira coisa que fiz foi tomar banho e depois fui comer algo. Meu pai não estava em casa, então me deitei no sofá para assistir TV, e nem percebi quando peguei no sono.

Senti alguem, ou alguma coisa me cutucando. Abri os olhos e vi que era o meu pai.

– Pelo jeito, a tarde foi boa - ele disse rindo da minha cara de cansaço.

– Hum - gruni me esticando para levantar esfregando meu rosto contra o estofado.

Me lavantei, e senti meu corpo todo doer. Nunca fui de praticar esportes ou algo do tipo.

Subi as escadas me apoiando no corrimão. Quando finalmente me deitei na cama, suspirei e relaxei. Logo peguei no sono.