A Caçadora escrita por TodyWild


Capítulo 2
O grito humano.




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ser frágil é uma caracteristica completamente humana, ter medo, temer, se assustar... ser criada numa casa onde seus pais te ensinam sobre como eliminar fantasmas ou usar uma arma pra se defender você meio que perde o seu completo senso de humanidade, sua real existencia, é como se eu fosse menos viva do que qualquer um que eu transformei em cinza todos esses anos.

...

e eu estava no chão, sendo sufocada por um garoto, um homem pouco mais velho que eu, eu não tinha forças pra gritar ou pra me defender, me contorci ainda enxarcada no chão, envolta numa mísera e felpuda toalha azul.

-solte-me. - falei tão natural quanto numa respiração.

ele riu sarcasticamente.

- não viajei cinco dias Ludimila Eliot para te deixar escapar tão fácil... - ele disse dando mais espaço para minha respiração. - você e´só uma garotinha, eu pensei que fosse bem mais difícil.

- quem é você? - continuei perguntando aflita.

- ninguém. - agora ele me ergeu no colo, foi ai que lancei todo meu peso contra ele,ele não esperou minha investida, empurrei-o contra o meu closet, e rastejei no chão tateando debaixo da minha cama em busca da arma, ele se recuperou e me puxou pelos cotovelos.

- mãe! - gritei.

- você acha que eu sou burro garota? - ele  jogou-me numa cadeira qualquer e me prendeu a ela com uma habilidade federal. - estão sedados. - eu pensei que você fosse do tipo forte, do que me falaram de você era uma das melhores, é uma menininha da mamãe.

eu permaneci calada, presa ali não havia muito pelo qual eu podia fazer.

- o que quer? - perguntei com nojo, altamente desconfortavél, afinal eu estava praticamente nua.

- é simples querida. - ele pegou a minha arma debaixo da cama, descarregou-a... - belo brinquedinho... - comentou ele.

- fale de uma vez! - ordenei.

- uma historinha para você. Sabe quem é Lívia Thompson? - começo ele os olhos verdes penetrantes, a fala rude, o corpo branco em tons rosados, me provocava incomodo.

- não faço ideia. - respondi hostil. - a unica coisa que eu tenho ideia é que são quatro da manhã e tem um cara no meu quarto.

ele me ignorou...

- pois é, ela é chefe da Columbia Machine. -

eu o interrompi.

- os federais mal pagos? - conclui

- exato! você chegou na questão, o marido de Lívia sofreu a alguns dia um infarto fulminante, devido a decadencia da família Thompson, e agora a esposa dele acha que... como eu digo isso... o espírito dele, está querendo matá-la.

- não sou exorcista, não trabalho pra você. - respondi fria. - nossa irmandade não trabalha com contratos, somos caçadores pelo bem da humanidade, não por dinheiro ou interesses pessoais...

ele tapou minha boca:

-heroica! - resmugo ele. - eu trabalho para Srta. Thompson, e se eu não tirar seja lá o que for da casa dela, minha cabeça vai rolar, e eu não quero acertar as contas com uma coisinha bonita como você... - ele deslizou a mão para minha perna, mas eu chutei com tanta força que ele demorou meio minuto para se recuperar.

-vadia! - foi que ele finalmente disse a recobrar o folego. - o chefe da irmandede de vocês me deu o seu nome, e a menos que queira sua família num saco plástico preto, vai tirar aquilo de lá.

eu respirava forte, eu sentia nojo, raiva, eu não era uma matadorazinha de aluguel, eu tinha um emblema, bravura... mas tinha que abandonar tudo isso pelo bem da minha família.

- feito. - disse cabisbaixa.

ele me desatou das cordas que me prendiam na cadeira.

- vista sua roupa. - disse ele hostil. - o nosso vôo sai em uma hora.

-vôo? - perguntei mais assustada do que gostava de ser.

-Rússia querida, é pra lá que a gente vai... - ele respondeu esclarecedor, a voz mais doce que outrora.

-nunca, eu não posso... - ele me puxou pelo braço.

-sim, você vai. e se tentar uma gracinha srta. bruxinha, eu mato seus pais...- a respiração dele atingia meu rosto de um modo sedutor, eu fiquei meu bebada naquele momento, soltei-me, desfiz-me do seu olhar vidrado.

-me de meia hora. - disse raivosa, mas não me permiti chorar.

eu iria fazer o que tinha o que fazer.

custe o que custar, eu sou uma caçadora.

Continua...


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