Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 31
Heritage


Notas iniciais do capítulo

Cá está o capítulo tão esperado! heheh nem demorei muito, né?
Divirtam-se!



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The Beauty and the beast...


 

Caspian

O plano era ter ficado longe, mas eu já deveria saber que não conseguiria. Tomei todo cuidado possível para não ser reconhecido por ninguém na festa nem nos arredores da igreja, mas não resisti em me aproximar dela na hora da dança. Foi rápido, mas suficiente para aplacar a saudade por um tempo. Ela desconfiou, óbvio, se é que não me reconheceu, por isso eu deixei o salão, mas não sem notar a proximidade que ela e Dash mantinham. O jeito como ela fica perto dele. Aquilo doeu muito, mas eu saí mesmo a vontade de tirá-la de perto dele sendo forte. Voltei para as redondezas da casa dela, esperando-a chegar, se ela não viesse para cá, Lúcia ou Edmundo dariam um jeito de me avisar.

Eu a vi chegar com Dash e Bri esperou meu amado irmão enquanto ele a acompanhou até dentro da casa. Ele permaneceu lá por mais tempo do que devia e me vi lutando contra a revolta, só em imaginá-los juntos. Não culpo Susana por isso, claro que não, eu a magoara, a deixara. Eu não consegui me perdoar, por isso, então, não cobraria isso dela. Mas eu jamais perdoarei Dash.

Ele finalmente partiu com Bri, esperei mais uma hora, então fui até lá.

Entrei por uma das janelas da sala tomando o cuidado de manter silêncio e fechar a janela cuidadosamente. Olhei para dentro da casa e constatei estar tudo escuro, em absoluto silêncio. Ela devia estar lá em cima, então subi as escadas cuidadosamente tomando o corredor enquanto raios cortavam o céu do lado de fora, jogando alguma luz mais forte dentro da casa. Não seria necessário ir de quarto em quarto procurando-a, seu cheiro inebriante era muito forte ali, afagava meu olfato deixando-me ansioso por estar tão perto dela de novo e sentir seu perfume de verdade, não só por lembranças.

Parei em frente a uma porta dupla, respirei fundo, tomando coragem. Pousei a mão na maçaneta, abrindo a porta devagar, revelando lentamente a imagem da grande cama. Caminhei em silêncio contendo a respiração para não arfar de ansiedade. Parei ao lado da cama, tendo a visão que tanto almejei ter nos últimos tempos.

Seus cabelos longos modelavam seu rosto, repousando no colo. A face angelical levemente virada para o lado, uma das mãos repousava sobre sua barriga e a outra sobre o travesseiro, ao lado de seu rosto. Senti uma lágrima cálida descer por minha face. Não resisti e estiquei a mão até tocar sua face, sentindo a maciez de sua pele. Susana franziu a testa levemente, provavelmente estava sonhando e no mesmo momento uma imagem invadiu minha mente. Era eu, quase transformado.

Recuei um passo, reprimindo o susto e a imagem sumiu. Arfei, eu definitivamente não esperava por aquilo. Respirei fundo e toquei seu rosto novamente tomando cuidado para não acordá-la, preparado para o que viria.

Ela... Ela estava sonhando comigo...!

Cobri a boca com a outra mão tentando não gritar de felicidade, aproveitando e gravando em minha memória cada detalhe, mas então ouvi um barulho no primeiro andar. Saí do quarto e fui ver do que se tratava, não queria que Susana fosse acordada de repente e me encontrasse em seu quarto.

Ao chegar a sala, vi que o vento havia aberto a janela que eu atravessava, fazendo suas bandas baterem. Fui até elas para fechá-las, mas ouvi passos no topo da escada e de relance vi a luz de uma pequena chama se aproximando. Imediatamente fui para o canto da sala, onde a escuridão era intensa e fiquei lá, escondido, quase prendendo a respiração para não fazer barulho, sentindo meu coração palpitar. Completamente hipnotizado, eu a vi descer as escadas devagar, portando um pequeno castiçal em uma das mãos.

Ela não me viu, mas eu a vi bem, iluminada à meia-luz pelo lampião. O vento apagou sua ela e ela abandonou a mesma sobre uma mesa, o vento balançou seu roupão antes de ela fechar a janela, acabando com aquele barulho irritante. Mas, para minha sorte, um raio cortou o céu jogando uma rápida luz na sala, revelando-me.

Susana virou para mim com um olhar assustado, recuando lentamente. Eu sabia que ela não me via porque eu ainda estava no escuro, eu podia ficar parado, deixá-la pensar que fora só sua imaginação, mas eu não podia continuar tão perto dela sem poder falar-lhe ou tocá-la. Eu avancei em passos lentos no mesmo ritmo que ela recuava, até que paramos um de frente para o outro, ambos em frente a janela, iluminados à meia luz pela chama do lampião. Seus olhos chocados me fitaram e ela segurou-se na cortina como se precisasse de apoio, seus olhos derramaram lágrimas e eu ansiava por consolá-la, por secar suas lágrimas e demonstrar-lhe todo o meu amor...

Eu queria dizer alguma coisa, mas não conseguia, estava hipnotizado com aqueles belos olhos azuis que faziam meu coração bater.

-O que você está fazendo aqui...? - perguntou com a voz embargada e um pouco dura, mas continuava a ser música para mim.

-Eu queria vê-la... - respondi.

-Por que?

-Porque eu não suportava mais ficar longe de você. - aproximei-me um passo. - Eu precisava olhar em seus olhos... Ouvi sua voz... Tocá-la... - avancei o passo que me levaria até ela, com a intenção de segurar suas mãos, mas Susana fugiu de meu toque, recuando, dando-me as costas e entrando levemente na escuridão. Eu já esperava por isso.

-O que pensa que sou para me tratar assim? Acha que pode enxotar-me de forma tão rude, voltar quando quiser, invadir minha casa, ter a coragem de olhar em meus olhos e dizer que não aguentava mais ficar longe de mim?! - falou ainda de costas para mim. Não pude ver seu rosto, mas por sua voz eu soube que me dera as costas para esconder suas lágrimas cada vez mais abundantes.

-Eu não podia mais ficar longe de você... Senti tanto a sua falta... Falta do seu perfume... Do seu beijo... - aproximei-me mais um passo.

-Tivesse pensado nisso antes de ir embora.

Suspirei. Eu fantasiava que Susana iria me receber de braços abertos e me perdoaria, mas na realidade, eu já esperava por aquela rejeição.

-Sei que cometi um erro grave. - comecei. - Mas acredite, foi com boa intenção. Eu não iria deixá-la, se dependesse apenas de mim... Não depende...

-Se não queria ir, então por que foi?

Fiz silêncio por alguns segundos.

-Para protegê-la.

-De quê?

-De mim.

Ela finalmente olhou para mim, seus olhos buscavam uma explicação. Respirei.

-É uma longa história...

Então eu disse tudo a ela, contei, num rápido resumo, tudo o que sabia sobre a herança.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da reação da Susana, será que ela vai perdoar o Caspian?

Reviews!

Beijokas!!



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