POV Rachel

            Antes mesmo do sábado acabar nós fomos embora, tudo estava estranho. Eu estava evitando o Finn e o Noah, mas eles também não estavam muito afim de falar comigo. Kurt voltou dirigindo, e Finn foi com Noah no outro carro. Eu me sentia um lixo por em parte ter estragado o fim de semana.

-Calma, vai passar. – Kurt falou como se pudesse ler meus pensamentos. Suspirei.

-Espero que esteja certo. – Falei triste

-Eu estou.

-Vamos lá Rachel, ânimo, o Kurt está certo, daqui a algum tempo você nem vai lembrar desse fim de semana. – Mercedes falou tentando animar o clima

-Difícil esquecer. – Falei por fim.

            O resto da ‘viajem’ correu tranqüila e silenciosa, Kurt me deixou em casa bem no fim da tarde. Me arrastei até dentro de casa, meus pais não estavam (novidade nenhuma), não me dei ao trabalho de mover uma palha, me joguei na cama e por ali fiquei. Eu me sentia estranha, triste, um pouco desapontada. Eu estava desapontada com a vida, ela nos faz achar que mandamos, ela nos deixa fazer planos para o hoje e para o futuro, mas ela decide quando vamos cair e ainda decide a profundidade dos nosso ferimentos. Tentei lembrar da minha noite com o Finn, foi em vão, isso era muito frustrante. Meus olhos encheram de água, merda! Droga de sentimentalismo! Comecei a chorar silenciosamente, eu não queria aceitar que estava chorando mais uma vez. Já aconteceu, acabou, eu tenho que superar. Comecei a sentir frio, a janela devia estar aberta, mas meus músculos não me obedeciam, então não me movi, não fiz nada, só fiquei com frio. Quando eu estava quase dormindo senti um par de braços me envolvendo, braços quentes e ao mesmo tempo amigos. Eu não precisava olhar para saber quem era, me aconcheguei em seus braços e ali fiquei, caí no sono sendo aquecida pelo meus melhor amigo/amante.

            Quando eu acordei, tudo estava muito claro, o sol me incomodava um pouco. Senti Noah ainda ao meu lado, involuntariamente sorri, acho que essa situação toda serviu para acalmar essa atração que sentimos. Estou colada nele e não sinto vontade de agarrar ele, bom, não o suficiente para eu perder a cabeça e agarrar ele agora. Comecei a passar a mão no moicano dele, lentamente ele foi acordando e abrindo os olhos.

-Bom dia Berry – Ele disse sonolento

-Bom dia Noah.

            O silencio predominou, estávamos confortáveis, mas eu não sabia o por que dele aparecer assim de madrugada, essa duvida me consumia, mas não sabia se era muito indelicado perguntar agora. Vai que aconteceu algo grave.

-Aconteceu alguma coisa Noah?

-Depende, alguma coisa o que?

-Alguma coisa grave.

-Ah, aconteceu sim.

-O que houve Noah, me conta. Sabe que pode contar comigo para o que der e vier né?!

-É meio complicado, eu tenho essa amiga sabe? E ela é maravilhosa, perfeita mesmo. É linda, meiga, legal, sexy, inteligente, prestativa, honesta e sincera... – Ele olhou profundamente para mim – Então, aconteceu algo que ela não gostou, e ela ta achando que a vida acabou. O que eu posso fazer para que ela volte a ser radiante e especial como antes? – Ele terminou e abaixou a cabeça, olhou novamente para mim, um olhar cheio de expectativas.

-Er.. Poxa Noah, isso foi lindo. Mas eu estou chateada, me falaram que o tempo é o melhor remédio.

-Olha Rach, eu sei que não deve estar fácil, mas nem tudo são flores. A vida te derruba? Ok! Mas só os que se levantaram que podem dizer que lutaram por seus feitos, que são merecedores da felicidade. – Ouch! Aquilo ficou na minha cabeça.

            ~Silêncio~ ~Cri.. cri.. cri~

-E outra, tu se livrou de sentir uma dor do caramba! – Ele falou descontraído arrancando uma gargalhada minha.

-Aiai Noah! Só você! – Continuei a rir, ele de repente me beijou. Epa! O que foi isso? Correspondi ao beijo, mas não durou muito.

-É tão bom te ver sorrindo de novo. – Ele deu um sorriso acolhedor lindo. Ele era tão fofo! *-*

            Abracei ele com vontade, com saudade, me apertei a ele.

-Tava com medo de te perder. – Eu disse

-Ei, ei! O por que desse medo idiota?

-Ah é que ontem você tava estranho depois que voltou do passeio pela praia, ficou me evitando. Achei que estivesse com raiva de mim.

-Você não queria falar nem comigo e nem com Finn, tava quase escrito na sua testa. Então decidimos dar um tempo para você. Eu não estava te evitando, eu estava deixando você livre para pensar. Você necessitava de um tempo para você mesma.

            Abracei ele de novo, fiquei agarrada a ele por alguns minutos. Depois me soltei e fio procurar uma roupa para usar, era domingo, eu tinha que fazer alguma coisa.

-Então quer dizer que eu me livrei de uma dor do caramba?! – Falei divertida para ele.

-Toda mulher sente dor na primeira vez, você simplesmente pulou essa fase. – Ele deu de ombros.

-Noah – Revirei os olhos – Sempre achando o lado positivo da coisa!

-Eu sou demais! – Ele disse beijando seu próprio braço.

-Pois é Senhor”Eu sou demais”, eu posso não ter sentido a dor, mas eu também não senti o prazer. – Afirmei. Ele me abraçou por trás e falou bem maliciosamente no meu ouvido.

-Isso a gente pode resolver já já!

(66’