Aprendendo A Sorrir escrita por Musuke


Capítulo 6
Capitulo 06 – Sorvete (parte 02)


Notas iniciais do capítulo

Oi, espero que gostem ^^



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Capitulo 06 – Sorvete (parte 02)

 

Quando a aula acabou Iza saiu, ela olhou pra um lado e para outro, mas não viu Missy. A mamãe disse que Missy iria se atrasar, pois sai quase na mesma hora que eu, espero que não seja muito, pensou ela enquanto olhava pelas grades da escola a rua.

Cerca de meia hora depois a escola ficou vazia, tinha três garotos brincando na caixa de areia e uma menina, sentada em um banco embaixo de uma árvore que ficava perto da entrada. A professora os observava de longe. Iza se aproximou da menina e se sentou ao seu lado.

— Oi. Como é seu nome?

— Julie Thompson, tenho seis anos. E você? – Iza estranhou tanta informação de uma vez, mas seguiu no mesmo ritmo.

— Meu nome é Isabella Campbell, eu tenho cinco anos. Mas você pode me chamar de Iza, todo mundo me chama assim.

— Eu esto esperando meu irmão, ele vai me levar para tomar sorvete. Mas acho que ele se esqueceu de mim.

— Eu também, mas a Missy não se esqueceu de mim, eu acho.

— Missy é sua irmã mais velha?

— Sim.

 

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Missy corria. Estava atrasada pra buscar Iza, ela talvez até já tivesse começado a chorar, ela não gostava de ficar sozinha, era por isso que sempre esperava Missy olhando pela janela, ela sempre chegava primeiro, pois Missy ficava ajudando os professores em algo ou simplesmente conversando com alguém. Ela ficou até mais tarde com a professora de biologia, senhora Rodriguez, tirando dúvidas sobre a matéria e acabou esquecendo que tinha que buscar Iza.

Chegou e percebeu que ao contrario do que pensava Iza não estava chorando e sim rindo muito, conversando com outra menina. Aproximou-se, nenhuma das duas a tinha visto chegar.

— Se soubesse que estava assim tão feliz não tinha corrido tanto.

— Missy! – Ela abriu um enorme sorriso.

— Quem é a sua amiguinha? – ela sorriu pra menina que retribuiu o sorriso.

— Essa é a Julie... Sabe ela é legal, mas é um pouco fresca.

— Não sou não. – a menina fez bico.

— A gente viu uma joaninha no banco e ela começou a gritar como se ela fosse um monstro.

— Iza todo mundo tem medo de alguma coisa, você por exemplo morre de medo de minhoca e a coitada não faz nada com ninguém.– Iza não disse nada, Missy olhou pra Julie e perguntou. – Está esperando quem?

— Meu irmão, ele vai me levar pra tomar sorvete igual a vocês, só que acho que ele me esqueceu. Não seria a primeira vez, ele já me esqueceu no Park porque estava paquerando as garotas. Mas, vocês vão agora? - a menina a olhou com tristeza, e isso doeu seu coração. 

—Não, nós não podemos deixar você aqui sozinha, vamos esperar até seu irmão chegar. Se ele demorar muito a gente liga para sua casa, a escola deve ter o número.

— Tá. – Ela sorriu. – Vamos brincar de alguma coisa enquanto isso? – ela perguntou pra Iza, as pessoas da idade de Missy normalmente não brincavam, sempre tentava convencer Daiane, mas ela sempre dizia não. Iza fez sim com a cabeça.

— Eu também né, não quero ficar sem fazer nada. -  Missy fingiu um bico idgnado, Julie riu.

 

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Lucas conversava com os amigos no estacionamento, James estava falando.

— Minha irmã mais velha é uma chata, ela passa o dia inteiro ouvindo aquelas músicas toscas.

— Nem me fale, a minha irmãzinha é uma mala sem alça. Ela queria a todo custo que eu a levasse para...- ele arregalou os olhos ao lembrar. – Droga, esqueci ela.

— Esqueceu o que?

— Minha irmã. – Ele entrou no carro e foi embora rapidamente.

 

Chegando a escola de Julie, já havia se passado mais de uma hora dede o fim da aula. Ele desceu do carro e teve uma surpresa: Missy e uma outra menina estavam com Julie. Missy fazia algumas caretas e falava alguma coisa, fazendo as duas meninas caírem na gargalhada. Julie o viu ele se aproximar e gritou:

— VOCÊ ESQUECEU-SE DE MIM! – Missy e Iza olharam pra ver com quem ela estava falando. Missy arregalou os olhos ao reconhecer Lucas.

— Foi mal, tive um problema. – disse pra Julie, mas sem desviar os olhos de Missy.

— Mentiroso. – Julie estava brava. – Se a Missy e a Iza não estivessem aqui eu teria ficado sozinha.

— Deixa de ser chata, eu estou aqui não to? – Ele olhou pra Julie depois se voltou pra Missy. – Obrigada por cuidar da minha irmãzinha, você é uma anjo. – seu tom era sarcástico.

— Se o irmão desnaturado não a tivesse deixado aqui por todo esse tempo eu não precisaria.

— Já agradeci, quer que eu te beije também?

Ela se levantou para encará-lo.

— Nem que você fosse o ultimo cara da terra.

— Sei... – Ele riu em deboche. – Qual o seu problema comigo?

— Você é cafajeste, idiota, tapado, sem vergonha, não respeita ninguém, se acha melhor que todo mundo, é metido, mimado, preconceituoso e acabo de descobrir que também é irresponsável, pois alem de esquecê-la aqui, esqueceu sua irmã em um Park, só pra paquerar as garotas. Ta bom ou quer mais? Tenho uma lista infinita aqui.

— Nossa sua paixão deve ser grande mesmo...

— A minha? Você está louco? E por que perguntou quem eu era pro Oliver? Ele me contou.

— É que eu estou fazendo uma pesquisa.

— Que pesquisa?

— Pra saber quem é a garota mais ridícula da escola, eu precisava saber o nome da principal candidata.

— Cala essa boca! – depois disso não se entendeu mais nada, os dois começaram a gritar e a falar ao mesmo tempo, as pessoas passavam e olhavam pra dentro da escola pra ver do que se tratava.

Iza e Julie ficaram ali, sem saber o que fazer, não estavam entendendo nada. Uma das professoras ouvindo aquela bagunça toda resolveu ver o que era.

— CALEM-SE! – Gritou ela, a professora tinha cerca de 40 anos cabelos e olhos castanhos escuros. Os dois a olharam. – Isso aqui não é local para briga de namorados.

— Não somos namorados! – disseram em uníssono.

— Não importa, quero que saiam agora, a escola já vai fechar. – Os garotos da caixa de areia não estavam mais lá.

— Me desculpe, já estamos saindo. – A professora se virou e foi embora. – Vamos Iza, tomar o nosso sorvete.

—Ok. – Iza estava assustada, assim com Julie.

— Nós também vamos. – disse Lucas com um sorriso cínico.

— Eu sei, infelizmente. Esse é um país livre, não há como evitar.

—Se está incomodada vá à outra sorveteria.

— Não, vá você em outra.

— Eu quero ir nessa.

Missy estava morrendo de raiva, saiu carregando Iza pelo braço pra atravessar a rua. Entraram na sorveteria, pouco depois Lucas e Julie entraram também. Julie se sentou do lado de Iza, e pra surpresa de Missy, Lucas se sentou ao seu lado.

— Você ta brincando comigo? – Agora o jogo havia mudado era Missy quem sentia raiva e Lucas era quem estava provocando.

— Que foi? Julie quer sentar perto da nova amiguinha. – Ele estava sorrindo.

— SAIA DAQUI! – Aquele cara a deixava furiosa, era estanho como sua razão não estava funcionando muito bem, ela não conseguia se controlar.

— Aposto 10 pratas que ela joga ele escada abaixo. – disse Iza. – Ela fez isso com o Percy.

Missy olhou para a garota, com raiva. 

— 1º: Para de se meter na conversa dos outros; 2º: Você não tem 10 pratas; 3º: Eu não joguei o Percy escada abaixo, foi um acidente. – Ela parou e virou-se pra Lucas. – E 4º: Você eu jogaria escada abaixo!

— Ui, que medo. – Ele debochou. Ela chutou a coxa dele com força e ele caiu da cadeira.

—Nossa! Isso doeu, oh chutinho forte esse, aii! – disse ele enquanto passava a mão no lugar que ela havia chutado.

— Você não sabe com quem está se metendo Thompson. Para de me provocar, se não eu chuto um lugar que vai doer bem mais. – Todos na sorveteria os olhavam assustados.

— Você não é muito feminina, não é mesmo? E não chuta como uma garota, você joga futebol ou algo do tipo? – Lucas se levantou apoiando na mesa, a perna estava muito dolorida.

— Não tenho interesse em ser feminina. Eu não jogo futebol e isso não é da sua conta. – Missy estava explodindo de raiva.

Normalmente ficaria furioso por causa do chute, mas a raiva no rosto da garota lhe deu prazer.

— Eu...

— Lucas para, por favor. – Julie interrompeu Lucas, pela primeira vez ele a olhara, ela tava fazendo uma cara muito triste.

— Iza, troca de lugar com ele.

Lucas resolveu dar um tempo na provocação, Julie ficara um bom tempo esperando ele, ela merecia tomar o sorvete em paz. Ele ficou sentado de frente pra Missy, que estava sentada ao lado de Iza, que estava de frente para Julie. A garçonete chegou e perguntou o que iriam querer.

— Eu quero uma banana split bem grande.

— Eu também. –Disse Iza.

— Eu também quero. – Disse Julie.

— E você metidinho?

— Me chamou de que? –Lucas a encarou.

— De nada, pois é isso que você é. Agora fala logo o que você quer.

Lucas abriu a boca pra começar uma nova briga, Julie tocou no braço dele.

— O que você quer Lucas? – Julie disse com uma voz doce, ele decidiu ficar calado dessa vez. Apenas lançou a ela um olhar mortal. Ela ignorou.

— Um Milk Shake de chocolate. – A garçonete saiu e alguns minutos depois voltou com os pedidos.

Lucas tomava seu Milk Shake tranquilamente até perceber a cara de Missy, percebeu que Iza fazia uma cara parecida, ambas olhavam para alguma coisa perplexas, com a boca entreaberta. Olhou na direção que elas olhavam e viu que era pra Julie. Como a mãe a ensinara, deveria pegar apenas uma pequena quantidade de comida e colocar na boca devagar e educadamente, só que a quantidade Julie estava pegando com a colher era pequena demais, Missy duvidou que ela estivesse sentindo o gosto de alguma coisa.

— Mas que frescura é essa? – Às vezes Missy não conseguia segurar a língua.

— A mamãe me ensinou a comer assim. – Não era exatamente daquele jeito, mas era mais ou menos.

— Com essa lerdeza o sorvete vai derreter. Iza ensina pra riquinha como se toma sorvete. – Ela olhou pra Iza.

— Ok. – Iza pegou uma colher cheia de sorvete e enfiou na boca.

— Isso, boa menina. – Lucas só observava, a situação ficara um tanto cômica.

— A mamãe disse que se eu não for educada as pessoas, vão debochar de mim.

— Isso é no mundo dos “ricos e metidos a besta”. No mundo real vão debochar se você fica comendo assim, temos que ter educação, mas tudo tem que ter um limite, quando a pessoa é educadinha demais, ela fica chata. – Missy pegou uma colher do sorvete dela, cheia de sorvete e enfiou na boca de Julie. Fazendo a menina assustar. – Pronto agora ta melhor, seja feliz menina. – Ela sacudiu os braços no ar fazendo Lucas rir.

Julie começou a tomar o sorvete como uma pessoa normal, ou melhor dizendo como uma criança normal. Iza encheu a colher de sorvete de tal forma, que ela não conseguiu enfiar inteira na boca, acabou se lambuzando toda. Julie caiu na gargalhada.

— Se a mamãe visse isso ficaria chocada.

— Até eu estou chocada! Que isso menina? Não exagera calma que o sorvete não vai fugir não. – Missy também caiu na gargalhada, por causa do rosto completamente lambuzado de Iza.

Um sorriso quase imperceptível se formou nos lábios de Lucas. Ela tem um sorriso tão bonito. Os olhares se cruzaram e o sorriso dela desmanchou.

— Algum problema?

— Não, eu só estava me lembrando do café que você jogou em mim.

— Sua namorada já se vingou por você, não lembra?

— É verdade, só que a vingança não foi por mim. – Ele já havia bebido metade do Milk shake, ele jogou o resto na cara dela.

— Seu riquinho mimado, você está morto! – Ela pegou a banana split com as mãos e meteu toda na cara dele, ele até tentou, mas não tinha como fugir de um lado tinha a parede e do outro Julie, que atrapalhava a passagem.

—Ah é assim? – Lucas tomou a banana split de Julie.

— Ei, isso é meu! – Julie protestou. Lucas ia jogar na garota a sua frente, mas foi impedido por um homem

— Chega! Parem com isso ou irei expulsa-los! Os outros clientes estão incomodados com essa bagunça. – O homem era o Sr. Hall, o senhor de 50 anos e o dono da sorveteria. – Missy você continua arrumando confusão é? – O Sr. Hall era amigo do avô de Missy.

— Eu não sei do que o senhor está falando.

— Pelo que eu me lembro com uns 10 anos você foi expulsa da escola, há uns três anos você e outra garota saíram no tapa aqui mesmo... Quer que eu continue ou ta bom?

— Então você é do tipo briguenta? Sempre achei que uma C.D.F deveria ser o modelo de bom comportamento. Para uma garota “invisível” você chama atenção demais. – Lucas estava tentado se limpar com guardanapos.

— Não que isso seja da sua conta, mas isso já faz muito tempo. Só para você saber porque talvez não tenha notado, mas eu estudo nessa escola há 2 anos e eu aprendi a me comportar, ok?

— É claro, seu comportamento tem sido de uma dama. – Lucas disse sarcástico.

— Olha aqui, você não tem nada a ver com o jeito de eu me comportar. Vai cuidar das suas prostitutas e me deixa em paz...

— Ei! Eu falei que era para parar! - o homem estava irritado, Missy desculpou-se com ele. 

— Fique ai Iza, termine seu sorvete, vou ao banheiro me limpar.

— Eu fico de olho nela Missy. – Disse o senhor Hall.

Alguns minutos depois quando voltou Julie ainda estava lá, mas Lucas não, havia ido ao banheiro também.

— Foi um prazer te conhecer Julie, apesar de toda essa confusão. – Missy sorriu.

— Eu gostei muito de você Missy, você é bem legal. – Julie sorriu de volta. Missy se voltou para o homem.  

— Senhor Hall quanto que ficou mesmo, o meu e o da Iza?

— Aquele garoto já pagou, Missy. – Neste momento Lucas apareceu. Missy pegou o dinheiro e jogou no peito dele, o fazendo assustar. Nem mesmo ela soube quanto havia dado a ele.

— Não quero nada de você - disse para ele com raiva e lhe deu as costas- Desculpe por tudo senhor Hall. Vamos Iza, tchau Julie.

— Tchau. – despediu-se Julie, um pouco desnorteada, Missy arrastava a pobre Iza atras de si, que tentava acompanhar os passos da mais velha. 

— Tem um temperamento forte e é muito orgulhosa, mas é uma boa garota. – Disse o dono da sorveteria.

— É muito maluca, isso sim.

 

Missy puxava Iza pelo braço enquanto andava apressadamente.

— Calma Missy, não ande tão rápido, não esto conseguindo acompanhar. – Missy diminuiu o passo. – Por que você ficou tão brava com o irmão da Julie?

— Algumas atitudes dele me lembra pessoas que eu não gosto nem de olhar na cara.

— Quem?

— Não importa. – Preferia não falar, já que uma dessas pessoas era o pai de Iza, depois do que ele fizera com Sara...



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— E ai, quando vai pedir pra sair com ela?- perguntou Julie assim que entrou em casa.

— Sair com quem?

— Com a Missy.

— Está com problemas mentais agora é? Você estava lá, viu a nossa briga, para de falar bobagens.

— Lucas o que é isso na sua camiseta? – perguntou a senhora Thompson, ao adentrar a sala e ver aquela mancha na camiseta do filho.

— Isso? Sorvete.

— Como isso...

— To indo. – Ele não deu chance dela terminar a frase. – Tenho que sair, vou tomar um banho.

— Volte aqui garoto e me explique isso direito. – ele não deu importância subiu as escadas, e fingiu não ouvir sua mãe lhe chamando.


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Notas finais do capítulo

O que acha?
Comentem, por favor, e deixem a autora feliz e mais motivada a escrever. Eu aceito criticas construtivas, tudo para melhorar a história
Beijos



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