Aprendendo A Sorrir escrita por Musuke


Capítulo 5
Capitulo 05 – Sorvete (parte 01)


Notas iniciais do capítulo

Gente eu demorei para postar, já estou terminando o 6 Ok?
Ando sem idéias boas, perdão se não ta ficando muito bom ç.ç
Mas boa leitura, por favor comentem.



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Capitulo 05 – Sorvete (parte 01)

 

— Lucas! – Chamou Julie batendo na porta, não demorou muito para ele abrir e deixar a irmã entrar.

— O que você quer?

— Cadê a chatinha? – Ela ignorou a pergunta dele.

— Quem? Jennifer?

— É claro, aquela garota é muito chata.

— Ela foi ontem à noite, a mandei embora. Não queria que dormisse aqui. E ela não é tão chata assim.

— É sim, ela odeia crianças, eu ouvi ela falando pelo telefone com aquela ruivinha que veio aqui uma vez, que eu era uma pirralha muito intrometida.

— Ela mentiu? – Ela mostrou a língua pra o irmão, ele não deu importância. – Mas você não me respondeu. O que quer?

— Me busca na escola hoje? – ela sorriu.

— Para quê?

— Pra me levar pra comprar sorvete.

— Por quê?

— Porque você me prometeu.

— Prometi? Quando?

— Faz tempo, e até hoje você não me levou.

— Pede para Lucy, ela te leva.

— Mas foi você quem prometeu, eu quero que você me leve. – Ela cruzou os braços e fez bico, o que o fez rir. Apesar de Lucas sempre irritá-la e provocá-la, Julie gostava muito do irmão. Ele quase nunca ficava com ela e quase não conversavam, Julie queria a companhia dele.

— Depois.

— Você sempre diz isso e ai acaba não fazendo nada. Nem vai demorar Lucas, por favor.

— Eu te levo depois, hoje não dá. Tenho um compromisso.

— Vai beber?

— Não é da sua conta, agora dá licença que tenho que tomar banho.

— Por favor, você é meu irmãozinho e nunca fica comigo. – ela fez cara de choro, ele deu um suspiro derrotado. 

— Ta bom, sua chantagista. Eu te levo. Mas acho bom não demorar mesmo.

— Obrigada, Lucas! Você é o melhor irmão do mundo. – ela abriu um sorriso enorme. Ela estava quase pulando de felicidade, e ele não conseguiu evitar sorrir. 

— Ok, ok. Agora saia.

 

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— Missy, por que já está pronta? Ainda está cedo, nem terminei o café. – disse Sara ao vê-la já com a mochila nas costas.

— Jonas vai me levar pra tomar sorvete. 

— Eu também quero! – Iza veio correndo e a abraçou sorrindo.

— Não dá, Iza. Jonas e eu temos que conversar. – o sorriso desmanchou e ela fez uma cara triste, se soltando de Missy. – Mas hoje o dia está tão quente, ainda é cedo e o calor já está me matando. Não tem problema em tomar dois sorvetes em um dia.

— Você vai me levar? – os olhinhos brilharam de animação. 

— Depois da escola eu passo lá e te pego, me espere. Nós vamos tomar um sorvete enorme. Aquela sorveteria perto do seu colégio tem um sorvete maravilhoso.

— Que bom, pois hoje chegarei mais tarde, iria pedir para meu pai pega-la, mas já que você vai é melhor. Assim o mantemos longe da tentação. –  Sara se referia a sorveteria. Seu avô era diabético, mesmo assim teimava em comer doce.

— É verdade. Mas por falar no vovô, cadê ele?

— Iza, vai pegar minha bolsa para que eu dê o dinheiro para a Missy.

— Ta bom - e ela foi correndo buscar a bolsa da mãe. 

— Acho que ele está tentando evitar ver o Jonas. – comentou ela depois que Iza saiu, pois a menina começaria a fazer perguntas.

— Jonas não tem culpa pelo o que aconteceu tia.

— Eu sei, mas ele é cabeça dura. Mas eu também me preocupo querida, nunca se sabe. Tome cuidado.

— Ele não vai me raptar não tia. Eu sei me cuidar. – Sara assentiu com a cabeça, logo depois Iza veio trazendo a bolsa. Sara pegou o dinheiro e lhe entregou.

— Quase me esqueci. Percy me contou sobre a sua ideia de fazer um almoço em família. Papai e Max vão vir?

— Não. Orlando é longe, Robert não tem como vir. Eu só o convidei mais por educação, já sabia que ele não iria poder.

— Que pena!

— Não fique triste querida, mês que vem é o aniversario do seu avô e ele prometeu que iria vir e trazer o Max e iram passar três dias aqui. – Sara abriu um enorme sorriso que foi retribuído pela sobrinha. – Quando eu falei com ele, disse que você queria falar com o Max sobre o ocorrido na escola dele.

— O que ele disse? – Sara ficou na dúvida se falava ou não, optou por falar.

— Que Max não queria falar com você. Eu ouvi ele dizendo de longe: “Fala pra ela deixar de ser chata e cuidar da vida dela.” Mas é lógico que seu pai deu uma bronca nele.

— Moleque sem educação! Ele só não quer falar comigo, pois sabe que iria brigar com ele, mas deixa a gente se encontrar... Como ele pode dizer isso? Quero ver falar na minha cara. – Ela cruzou os braços com raiva. A campainha tocou, Missy se despediu de Sara e Iza, pegou um pedaço de bolo em cima da mesa e saiu rapidamente.

— Oi. - cumprimentou Jonas.

— Oi, cadê seu carro? – procurou o “brinquedinho” do qual Jonas tanto se orgulhava.

— Deixei no hotel, vim de táxi. Andando teremos mais tempo pra conversar, e depois andar faz bem.

— Noossaaaa! O Grande senhor resolveu dar uma de mortal? Por acaso ta tentando sentir na pele o que a “ralé” sente? – zombou ela com um sorriso maldoso, ele riu lavando na brincadeira, Missy gostava de provocar.

— Esse olhar é sua marca registrada senhorita Bergler.

— Que olhar?

— Olhar desafiador. Sempre provocando pra saber até que ponto as pessoas vão. Brincar com isso é perigoso sabia?

— Adoro desafios, mas eu não faço isso com todo mundo, só brinco assim com pessoas com quem tenho amizade. – De certa forma era mentira, Missy brincava assim com amigos e família, mas às vezes fazia sério, com pessoas que não gostava, como fizera com Lucas. Não conseguia evitar quando via já estava lançando indiretas, palavras ásperas, sendo irônica ou fingindo dar pouca importância para aquilo que as pessoas faziam ou diziam, quando percebia que elas já estavam ficando bravas.

— Sei... – Ela aproveitou para morder um pedaço do bolo que segurava. Ele tirou um saquinho de pano branco amarrado com uma fita rosa claro do bolso de traz da calça e lhe entregou.

— Segura meu bolo – ela estendeu o bolo para ele, mas quando ele ia pegar ela tirou a mão – Só não come ta? – ele riu e assentiu com a cabeça. Ela pegou o saquinho e entregou o bolo.

Ela abriu, dentro havia uma pulseira grossa, com cerca de quatro dedos de largura, quase do mesmo tamanho da que usava sempre, só que era rosa bebê, e com um pingente grande de metal que era símbolo da paz.

— Quando estava vindo pra cá vi uma senhora que vendia essas pulseiras.  Achei melhor comprar, além de ajudar a senhora, iria fazer você tirar essa daí, pois já passou da hora. – ela sorriu.

— Obrigada, ela é muito bonita. – Ela guardou a pulseira na mochila e pegou o bolo de volta. – Agora vamos. Eu quero meu sorvete.

— Missy, tenho uma coisa pra te falar. – ele ficou sério.

— Hum? - ele olhou para ele curiosa, mastigando o bolo. 

— Meu avô é renal crônico, você sabe.

— O quê que tem?

— Ele está internado faz um mês, alem de deste problema ele tem pressão alta e problemas cardíacos, ele está muito mal.

— Eu sinto muito. - Ela levantou as mãos. – Mas ele vai ficar bem!

— Você acha?

— É claro, nunca ouviu aquele velho ditado?

— Qual? – ele arqueou as sobrancelhas.

— Vaso ruim não quebra!

— Melissa! – Ele aumentou o tom de voz nervoso e a empurrou de leve.

— Que foi? Só por que o velho ficou doente ele virou santo? Eu não vou ser hipócrita e começar a chorar. Eu lamento de verdade, mas ele fez muita coisa ruim. Eu não desejo mal a ele, mas nunca vou esquecer como ele humilhou a mim e a minha família.

— Você não pode nos perdoar?

— Eu não tenho que perdoar você, pois não fez nada, eu já disse que os perdoei sim. Não totalmente, mas eu estou tentando, todos os dias. Não guardo ódio do seu avô, não mais, mas também não sinto nada por ele, talvez... Pena. Não pela atual situação, mas por ter sido sempre tão infeliz. –  ela não o olhava, Jonas ficou em silêncio e eles ficaram assim por muito tempo indo em direção a sorveteria. 

 

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Lucas desceu as escadas vagarosamente, se sentou a mesa sem dizer uma palavra. Julie que estava ao seu lado estava incomodada com o silêncio.

— Mamãe o Lucas vai me levar pra tomar sorvete depois da aula.

— Isso é ótimo. Mas por favor, tenha modos. –  o tom da mulher foi áspero, ela apontou para os cotovelos da menina sobre a mesa. A menina tirou e se calou sem graça.

Lucas percebendo isso pegou a xícara de café a sua frente, afastou um pouco a cadeira pra traz e de tênis e tudo colocou os dois pés em cima da mesa enquanto bebia um gole de café, deixando todos, principalmente a mãe, chocados.

— Agora sim está confortável, não acha Julie? – Ele sorria bobamente o que fez Julie cair na gargalhada.

— Mas que palhaçada é essa Lucas? Tire esses tênis imundos da mesa. – o pai gritou, furioso.

— Calma pai, nem estão sujos, a Lucy lavou ontem. Mas o senhor manda, eu obedeço. – Lucas tirou os tênis e jogou os dois por cima da mesa, mas continuou com os pés sobre a mesma. – Pronto. – Disse ele com um sorriso cínico. Julie começou a gargalhar. O pai a olhou furiosamente e ela tentou segurar o riso. 

— LUCAS O QUE ESTÁ FAZENDO? – A senhora Thompson berrou.

— Calma mãe, não seja histérica. Isso não é coisa que uma mulher de classe com senhora, faça. Eu só estou relaxando. – ele disse sem conseguir conter a risada.

— Eu mato você, seu moleque. – O senhor Thompson se levantou, Lucas também levantou, correu e pegou o tênis, mas ainda ria muito. – Volte aqui!

— Infelizmente eu não posso ou irei me atrasar para escola. – Antes de sair pela porta Lucas falou alto e em tom de deboche: – Amo vocês família linda! - Ouviu a mãe dizer para o pai que berrava alguma coisa que ele não conseguiu entender: “Se acalme, os vizinhos vão comentar.”

Do lado de fora ele entrou rapidamente no carro enquanto ainda ouvia o pai berrar. Nada mais agradável que uma manhã em família, pensou ele rindo.

 

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Eles chegaram ao colégio, ambos já estavam acabando com o sorvete.

— Imagino quanto foi doloroso, ele não devia ter feito aquilo.

— Eu superei, todos nós superamos não se preocupe. Não há como mudar o passado, mas ainda há como mudar o futuro, não sou mais escrava dos meus fantasmas, mas não posso negar que eles ainda me atormentam ás vezes.

— Eu imagino, peço perdão novamente, por tudo e em nome de todos.

— Tudo bem. – Missy sorriu.

— Você é minha irmã.

— Não sou sua irmã.

— Mas para mim é. Eu te considero, então é. – Ela riu e o abraçou.

— Foi bom te ver, Jonas.

— Sim, até outro dia Missy.

— Até. – Ele saiu andando, ela o olhou até ele sumir ao virar a esquina.

Ela terminou o sorvete estava atravessando o estacionamento quando foi puxada pelo braço, para trás de um carro. Ela fechou as mãos se preparando pra bater em quem quer que fosse.

— James! Mais que susto, por pouco eu não te soco. – Ela deu uma pausa pra respirar, o coração batia forte. – Por que fez isso, maluco?

— Quem era aquele cara? – ele ignorou a pergunta.

— Por que quer saber? – ela o olhou desconfiada.

— É que eu tenho a forte impressão que o conheço de algum lugar, só não consigo me lembrar da onde.

— Não é ninguém importante. Estou indo. – ela virou-se para ir embora.

— Já sei! – Ela voltou-se pra ele. – Aquele é o Jonas, não é? – Ela arregalou os olhos.

— Nossa que memória boa a sua, só viu ele uma vez e se lembra. E olha que nem o viu direito.

— Não dá pra esquecer...

— Imagino. Você é um dos poucos que sabe essa historia, nem mesmo a Anne conhece essa parte, então trate de ficar quieto.

— Anne?

— Aquela minha amiga. A tímida que vive andando comigo.

— Hum... O que ela sabe?

— O que eu conto pra quem pergunta sobre minha mãe: Que ela morreu durante uma viaje nossa... etc.

— Ah então você mentiu.

— Eu não menti... Eu omite parte da história. E olha só, você só sabe da historia porque é um intrometido.

— Sou apenas um pouco curioso. Ei eu poderia ser um ótimo detetive né?

— Deixa de ser besta. – ela revirou os olhos.

— Você está é com inveja. Pois eu sou o Sherlock Holmes negro. – ele abriu um enorme sorriso.

— Você só pode ta brincando. – Ela colocou a mão sobre a testa. Deu uma pausa e continuou séria. - E trate de ficar calado! Você prometeu não contar.

—Deixa de ser boba eu não ganharia contando pra alguém isso, mas eu não consigo entender porque tanto segredo.

— Por que eu não quero que as pessoas saibam. E tchau. – Ela nem deixou que ele falasse mais alguma coisa, saiu apressadamente.

 

Assim que entrou na sala, encontrou Oliver sentado na quinta cadeira da primeira fileira, logo atrás de onde Missy se sentava.

—Oi. – Ela sorriu, se sentando na cadeira.

— Oi, você não me respondeu: Por que o Thompson me perguntou sobre você? – Oliver foi direto, no mesmo dia em que Lucas lhe perguntara sobre a garota, durante o almoço, Oliver lhe contara tudo.

— Já é a terceira vez que você me pergunta isso. Na próxima eu te dou um soco!- Ela deu uma pausa. - Eu já disse que eu não sei, deve ser porque eu não fico babando por ele. Acabou ferindo o ego dele, sei lá. Mas mudando de assunto: fez o dever de biologia?

— Sim. –  e depois Oliver ficou quieto.

 

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— Amigas, ontem Lucas e eu tivemos uma noite maravilhosa, ele é super fofo e... – Jennifer parou de falar ao ver Lucas conversando com Keiko uma asiática, de cabelos e olhos negros, que usava roupas muito curtas, e em cores bem vibrantes, a saia era roxa e a blusa rosa Pink.

— Mas que garota brega. Viu aquela roupa? Deve... – Disse Katy, mas foi interrompida por uma furiosa Jennifer ao ver Keiko entregando um papel para Lucas.

— Aquela vaca oferecida, está dando o telefone para o Lucas. – Jennifer bufou – Mas se eu for lá, acabar com a festinha dela, Lucas ira ficar com raiva de mim.

— Ai amiga, essas garotas são assim mesmo. Não sabem se comportar. – disse Lorry, apesar do que dissera Lorry tinha a fama de fácil. Jennifer sabia que Lorry já havia “ficado” com Lucas algumas vezes, mas fingia que não sabia de nada.

Mesmo com raiva ela foi pra sala, não havia feito o dever de biologia iria pedir para algum C.D.F copiar para ela. Ao chegar viu apenas seis pessoas na sala. Missy lia um livro e Oliver mexia em alguma coisa no celular. Os outros alunos conversavam. Jennifer estava agora sozinha, Lorry e Katy haviam ido ao banheiro retocar a maquiagem.

Ela se aproximou de Missy.

— Ei coisinha. – Chamou Jennifer, Missy fingiu não ouvir. Meu nome não é coisinha, então não sou eu, pensou ela. – Eiiii. – Ela cutucou Missy, que dessa vez a olhou, O que há de errado comigo? De repente eu passei a existir, o mais surpreendente é que dois dos mais populares vieram falar comigo.

— Sim?

— Copie o dever de biologia para mim agora! – A garota popular ordenou. Sentiu uma varias respostas surgiram em sua mente, todas bem mal educadas ou irônicas. Se controle Missy, chega de confusão, tia Sara mandou você se comportar.

— Desculpe, mas eu não posso.

Jennifer estranhou, Oliver pela primeira vez desviou os olhos do celular. Por favor, não bata nela, pensou ele. Várias vezes Missy dissera que ia bater nela por ser tão irritante. Ela dizia: “Ainda bem que eu sou invisível, se ela viesse falar comigo metia-lhe a mão na cara”, normalmente ela falava por brincadeira, mas não duvidava que ela fosse capaz.

Lucas que estava passando pelo corredor entrou na sala ao ver Jennifer em pé ao lado de Missy, ficou só observando de braços cruzados.

— Então me dá o dever que eu peço pra alguém copiar! – Ordenou ela colocando a mão na cintura, altiva. Oh meu pai, ela ta pedindo!, pensou Missy respirando fundo.

— Acho que você não me entendeu princesa, esse dever não estava muito fácil, eu me esforcei. Eu não vou deixar que esse esforço seja jogado no lixo para uma pessoa que não faz nada levar os créditos daquilo que fiz. Você quer seu dever feito? Então faça você mesma. – falou da forma mais calma que conseguiu, não estava numa semana muito boa, a visita de Jonas (entre outras coisas) a deixara um tanto nervosa.

Jennifer parecia indignada, Missy falara baixo, Lucas teve que se aproximar um pouco para ouvir o que ela falava. Os outros alunos estavam mais ao fundo, não conseguiram ouvir, conversavam animadamente. Não era estranho um popular pedir a um CDF para fazer suas tarefas, então não deram tanta importância.

— Como você pode falar assim comigo?

— Com a boca. – respondeu parecendo bem calma, só parecendo. O rosto de Jennifer começou a ficar vermelho de raiva.

Lucas riu, fazendo Missy e Jennifer olharem pra ele, Oliver já o tinha visto, mas ficou calado. Lucas já estava nervoso com os ataques que Jennifer tinha, como havia dito que iria se comportar, achou melhor não aprontar nenhum escândalo. Saiu nervosa, mas aquilo não ficaria assim, aquela garota iria pagar.

— Esses populares são tão temperamentais, se irritam fácil, fácil. – disse baixo só para ele ouvir. Lucas lhe lançou um olhar mortal, ela ignorou e voltou a ler seu livro, Lucas também saiu da sala.

 

Na hora do almoço Missy e Anne se dirigiam ao refeitório, assim que entrou foi surpreendida por uma bandeja de comida virada sobre ela. Missy olhou para a pessoa que havia feito aquilo e não se surpreendeu.

— Desculpe querida, eu não te vi. Afinal um ser tão insignificante não pode ser visto, mas sabe que até melhorou seu visual? Qualquer coisa é melhor que isso ai que você chama de roupa. – provocou Jennifer com um sorriso maldoso.

A maioria das pessoas do refeitório riram, Anne ficou assustada com aquilo, permaneceu imóvel do lado de Missy, na mesa dos populares os únicos que não riam eram Brandon e James, Brandon nem deu importância para o que estava acontecendo.

Havia muita gente observando, e isso fez com que parasse o que estava prestes a fazer. Respirou fundo para se controlar. 

— Tudo bem, sem problemas. – Missy lhe lançou um pequeno sorriso e saiu do refeitório como se nada tivesse acontecido, o que incomodou Jennifer. Para o resto das pessoas pareceu apenas que a garota estava fugindo.   Anne saiu junto com ela.

— O que foi isso?

— Uma bandeja de comida que foi virada em cima de mim. Olha só, hoje o almoço é macarrão com queijo, parece gostoso, você deveria comer. – disse ela olhando pra blusa toda suja. – Olha minha calça, ta molhada de suco, deve ser de quê? – Missy mantinha o pequeno sorriso que havia lançado a Jennifer.

— Você não está com raiva? – perguntou Anne surpresa.

— Ta brincado? Eu to querendo jogar a princesinha pela janela do quarto andar, na verdade do vigésimo, mas infelizmente a escola só tem quatro andares.

— Então por que está assim tão tranqüila?

— Eu poderia me vingar, mas estaria descendo ao nível dela. Ela queria me fazer sentir inferior, que eu saísse chorando ou até brigasse com ela, mas eu não dei esse gostinho pra ela. E depois se continuar me importando com ela, eu irei me vingar, e ela vai tentar se vingar e assim o ciclo vai ser infinito. E também se a gente não brincar com as coisas chatas que acontecem conosco a vida se torna muito mais difícil.

— Entendi, mas aposto que se ela vier te provocar de novamente você provavelmente não vai se segurar.

— É, talvez. Você sabe que sou estourada, mas vou me esforçar. Anne pode ir almoçar, vou tentar me limpar. Tenho outra blusa no armário. Eu sou uma pessoa prevenida. – Ela sorriu.


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