Aprendendo A Sorrir escrita por Musuke


Capítulo 4
Capítulo 04 - Vivian


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, quase que esse não sai, eu tinha as ideias só não sabia como escreve-las muito bem.
Boa leitura



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Capitulo 04 – Vivian

 

— Pelos céus o meu dia ta só piorando! O que esta fazendo aqui? – vociferou ela.

— Missy desarma! –  ele levantou os braços de modo defensivo – Eu vim em paz. Sente-se, por favor, quero falar com você. – Ela respirou fundo, mas continuou com a expressão desconfiada.

— Vamos Iza. – disse Sara se levantando.

— Por quê? Eu quero saber quem é ele. –  Iza cruzou os braços com um beicinho.

— Eu falei vamos! – ordenou a mulher em um tom autoritário. Iza se levantou contrariada e seguiu a mãe. O senhor John, saiu sem dizer nada, ele estava frustrado.

— Obrigado, Sara. – agradeceu ele com um pequeno sorriso, Sara respondeu com um meio sorriso e saiu carregando Iza. Ele virou-se para Missy – Seu avô não gostou muito da minha visita.

— Você queria o que? – ela pareceu chateado com seu tom afiado, deu um suspiro tentando manter a voz calma. Ela não merecia suas farpas – Desculpa Jonas é que de vocês a gente espera tudo. Mas o que veio fazer aqui?

— Eu estava indo a Palm Beach Gardens a pedido do meu pai, resolver um assunto do trabalho dele. Aproveitei que estava na estrada e resolvi passar aqui.

— Nossa, resolvendo assunto do pai? Tão jovem e já esta importante. – ironizou ela se sentando no sofá, mas arrependeu-se logo depois. 

— Na verdade é só uma reunião, nada de importante. Eu só vou representando ele, pois ele esta viajando. Vou ficar lá cerca de 2 horas ouvindo gente chata e velha falando. – Ele deu uma pausa. – Mas isso não tem importância, eu só queria falar com você, pra ser sincero, nem sei por quê.

— Tia Sara te ofereceu alguma coisa? – ela ignorou o comentário.

— Não, ela nem ofereceu trouxe direto. – ele apontou pra mesinha de centro onde estava um prato vazio e um copo de suco de laranja pela metade. Missy riu. – O bolo estava ótimo.

— É a cara dela fazer isso... E o vovô?

— Não falou nada desde que cheguei, a única que parecia feliz era a sua prima. Ela fala bastante, perguntou de tudo, desde “o que você ta fazendo aqui?” até “O que mais gosta de fazer?” – disse ele rindo. – Acho que é porque ela não sabe o que aconteceu.

— Sorte a dela. – respondeu ela, eles ficaram alguns segundos sem dizerem nada.

— Peço desculpas pelo mal que a minha família fez a sua. - Jonas finalmente quebra o silencio, ele realmente parecia arrependido - Eu sinto muito. 

— Eu já os desculpei Jonas, mas perdoar não é esquecer. Não posso fingir que nada aconteceu, e sair tratando vocês com todo amor e carinho. Mas você não tem culpa, a gente não escolhe família. Eu tinha me esquecido que de todos você é o melhor.

— Não fale assim Missy...

— Mas é a verdade. Sua irmã é a garota mais antipática e metida que eu conheço, seu irmão é um bad boy metido a galã, sua mãe é uma perua, que se acha melhor que todo mundo, SEU PAI não consegue ficar sem traí-la por um minuto se quer. E seu avô é um velho ranzinza e nada confiável.

— Missy! – Ele aumentando o tom de voz.

— O que? Eu esto mentindo? – disse ela com um olhar desafiador. Ele revirou os olhos, ela queria briga, mas não ia conseguir.

— Nossos avôs eram amigos... – Ele começou, mas ela interrompeu.

— Até o momento em que seu avô traiu a confiança do meu.

— Missy até onde eu sei, foi a SUA avó que deu em cima do meu avô.

— Está certo. Ela não é a melhor pessoa do mundo, mas como amigo ele deveria ter contado ao vovô.

— Foi só um beijo.

— Só um beijo não, traição é tração. Só um beijo que o vovô viu. Quem garante que não aconteceu mais nada?

— Deixa de ser boba, isso foi há mais de 30 anos, nossos pais ainda eram crianças. E seu avô nem lembra mais disso, ele estava bravo por causa da...

— Aquilo machucou todos nós Jonas. – Missy preferia não tocar no assunto, Jonas compreendeu, Um longo e incomodo silêncio se instalou, até que ele resolveu quebrá-lo: 

— Vamos tomar um sorvete? – disse ele com um sorriso enorme,  ela se surpreendeu com mudança de assunto, aceitou. Era melhor assim. E depois, ela amava sorvete.

— Mas amanhã, agora tenho que ir. – disse olhando no relógio. – Estou super atrasado. – Missy lhe lançou um olhar mortal, o que o fez rir.

— Você está de sacanagem com a minha cara.

— Tchau, passo aqui amanhã antes da sua aula. – disse ele saindo, antes que ela dissesse mais alguma coisa.

— Cara chato. – falou para si mesma cruzando os braços.

— Você parece criança. – a voz Percy surgiu vindo da cozinha, fazendo Missy pular de susto.

— O que você ta fazendo aqui? Quase me mata do coração. – Perguntou ela com a mão no peito, ainda sentindo o coração acelerado.

— Vim pegar minha grana, o vovô me ligou dizendo que já tinha pegado no banco.

— Você só pensa em dinheiro?

— Claro que não. Penso em garotas principalmente. – brincou ele com um sorriso enorme.

— Você não presta - rodou os olhos. Deu-se conta de uma coisa: - Ei você estava ouvindo minha conversa, seu safado?

— Estava. – respondeu ele tranquilo.

— Sua mãe não te disse que é falta de educação ouvir a conversa dos outros?

— Ela sempre disse, mas eu nunca dei ouvidos. Nunca me importei em ser educado, gente educada demais é chata. – Missy revirou os olhos. – Pelo menos eu não sou comprado com um sorvete.

— Eu não fui comprada com sorvete.

— Tudo bem. Agora falando sério, o vovô não ficou muito feliz com a visita dele. Você acha que pode confiar nele?

— Confiar? Não sei. Mas sinto coisas boas no Jonas, talvez ele seja a salvação daquela família.

— Acredita mesmo nisso? – perguntou ele se sentando no sofá ao lado da prima.

— Eu tento, mas sempre espero um golpe de algum deles, embora me sinta mal de sentir isso dele. Olha será que dá pra mudar de assunto?

— Ok, não está mais aqui quem falou.

— Mudando de assunto, quando Emily virá aqui? Estou morrendo de saudades dela.

— Esse fim de semana eu acho, tia Sara vai fazer um almoço de família no domingo, todos vão vir.

— Como eu não sabia disso?

— Tia Sara decidiu hoje, quando eu cheguei ela estava falando com seu pai, para ele e Max virem. Mas logo depois o Jonas chegou ai ficou um clima estranho aqui, eu me mandei pra cozinha.

— Deixa eu adivinhar: foi comer e aproveitou pra ouvir a conversa dos outros.

— Sim. Eu tinha que fazer alguma coisa enquanto esperava, já que com essa situação o vovô não ia dar o dinheiro. E o Jonas tinha razão o bolo estava ótimo, comi metade dele sozinho. – Percy é o tipo de pessoa que esté sempre sorrindo, como sempre abriu um sorriso enorme enquanto falava sobre o bolo. - Por falar nisso vou pegar o dinheiro com ele. – Ele subiu as escadas atrás do avô, sem dizer mais nada. Esse cara é maluco pensava ela enquanto acompanhava o primo com os olhos.

Missy deitou-se no sofá olhou para o teto e lembrou-se da conversa que tivera com Anne. Ai vovô, o senhor sempre tentou ser forte pra poder ajudar aqueles que também sofriam.

 

Uma das lembranças mais fortes de Missy era do avô olhando para o céu tristemente. Não deveria ser o destino de um pai ver a morte de um filho. Senhor por que levou a minha menininha? Ela tem dois filhos pequenos que precisavam e ainda precisam muito dela. Pensava ele.

— Vovô? – Chamou uma voz infantil, o homem se vira a para a menina de oito anos. Apesar de tão pequena, a menina tinha uma expressão sombria, sem vida.

— O que foi Missy? – Ele sorriu. A menina se sentou na grama ao lado dele.

— Tia Sara disse que vocês vão embora, por quê?

— Temos que voltar pra casa, Missy. Orlando é maravilhoso, mas estamos aqui há quase dois meses, nós tiramos licença dos nossos empregos, mas ela tem marido e não pode ficar aqui pra sempre. E eu estou quase me aposentando, não seria bom ficar tanto tempo longe.

— Ainda parece que foi ontem, os pesadelos me atormentam. Nem parece que já tem dois meses que aquilo acabou, mas sinto que tudo vai recomeçar e eles vão... – Algumas lagrimas caíram, e ela não conseguir terminar. O avô sentiu seus olhos enxerem d’água, mas ele se segurou. Ele abraçou a neta tentando confortá-la.

— Está tudo bem agora, meu bebê. Nada mais vai acontecer.

— O senhor sempre diz que Deus é muito bom, então por que ele fez isso? Por que ele me odeia? O que eu fiz de tão ruim pra ele? – ela se soltou de seus braços, para olhá-lo nos olhos. Agora ele além de dor percebera raiva na voz da neta.

— Não fale isso! Deus não fez aquilo com Helena e muito menos com você. Ele nos ama e só quer o nosso bem, todo o sofrimento serve para que cresçamos. Por favor, querida, Max é um bebê de dois anos, seu pai está deprimido eles precisam de você. Eu preciso de você. Se isolar no quarto o dia inteiro só ta fazendo mal a todo mundo, seja forte. – Um longo silencio se instalou entre eles.

— Vamos a Disney?

— Aonde? – A menina arregalou os olhos surpresa.

— Disney, eu nunca fui. E eu moro há mais de 40 anos na Flórida, que vergonha não é? E meus filhos conhecem a Disney, foram com a mãe uma vez em uma de suas poucas visitas aos filhos. – O senhor John nasceu no estado de Dakota do Sul, em sua juventude sua família se mudou para a Flórida. Tinha três filhos Mario o mais velho (pai de Percy e Emily), Helena dois anos mais nova e a caçula Sara seis anos mais nova que Helena.

— Mas eu conheço a Disney, eu moro aqui lembra? –  ela ainda pensava ser uma brincadeira do avô.

— E daí?

— E daí que não é a melhor ocasião.

— Por quê?

—O senhor está falando sério?

— É claro menina, você acha que eu estou brincando? A vida segue querida, precisamos continuar em frente. Helena ficaria chateada ao nos ver assim, ela sempre foi animada e brincalhona.

 

Acabou sendo um ótimo dia, foi à primeira vez que eu sorri desde o acontecido, mas eu ainda me sentia mal por tudo. Algumas semanas depois Missy e Max foram morar com Sara em Lake Park, ficando com o pai durante as férias, festas e reuniões de família. Aos seis anos Max voltou para Orlando para morar com o pai.



Como a vovó Vivian pode abandonar o vovô? Mas quem sou eu para criticá-la? Ela devia ser infeliz, abandonar o marido é uma coisa, o chato foi abandonar os filhos. Pensava ela.

 

John era perito criminal, era um profissional bom e respeitado. Ele vivia contando historias para seus netos. Na minha época não havia tanta tecnologia quanto hoje, antigamente era mais difícil, mesmo assim nós fazíamos um excelente trabalho. Dizia ele orgulhoso. Missy amava ouvir as historias de família. Seu tio Mario uma vez lhe contara a historia de quando a mãe foi embora:

 

Uma mulher linda com cerca de 30 anos, cabelos e olhos castanhos e vestido florido, estava sentada no sofá, estava cansada, trabalhava em uma loja de roupas, assim que chegara teve que lavar toda a louça suja que estava na pia. Eu não aguento mais essa vida, não nasci pra isso, pensava ela com a mão na cabeça.

— Mamãe. – Gritou uma voz infantil, depois uma menina com três anos cabelos negros e olhos azuis, adentrara a sala correndo. A mãe a olhou irritada.

— O que foi Sara?

— Mario colocou chiclete no meu cabelo. – choramingou a menina com uma voz chorosa, mostrando a mexa com chiclete.

— Eu não coloquei, ele caiu sem querer. – defendeu-se o garoto de onze anos cabelos pretos e olhos igualmente azuis, entrando logo atrás da irmã, sendo seguidos por uma menina de nove anos, cabelos castanhos e olhos também azuis.

— Mentira, eu vi tudo. Ele colocou no cabelo da Sara enquanto ela brincava de boneca.

— Cala boca Helena! Você não tem nada com isso, não se mete na conversa. – gritou ele empurrando Helena.

— Não calo a boca não, Sara é um bebê, ela ainda não consegue se defender então eu defendo ela. – ela o empurrou de volta.

— Parem de brigar! – Sara deu um tapa em Mario, enquanto ele e Helena empurravam um ao outro. A mãe olhava aquilo cada vez mais irritada, sem conseguir mais compreender o que eles gritavam, pois falavam todos ao mesmo tempo.

— CALEM A BOCA! – berrou ela, fazendo com que os três parassem e olhassem para ela assustados. – Mario saia da minha frente agora, quando o seu pai chegar contarei a ele.

— Mas mãe...

— SAIA! – Gritou a mãe, o menino arregalou os olhos e saiu, nunca vira a mãe tão brava. – Helena tire isso do cabelo da sua irmã.

— Ta. - Ela ainda assustada saiu levando a irmã no colo.

Cerca de 2 horas depois os três estavam mais tranquilos, assistindo TV sentados no chão da sala. A mãe estava na cozinha, encostada na pia. A campainha toca e Mario levanta para abrir a porta, pois a mãe nem se mexeu.

— Oi Mario. Onde está o seu pai? - perguntou um homem de cabelos e olhos negros, mas já tinha alguns fios brancos, já entrando na casa.

— Oi. Ele não está.

— E Vivian?

— Estou aqui Douglas. - Disse ela saído da cozinha e indo em direção a ele. – Crianças vão brincar lá fora.

— Mas está escurecendo mãe. – retrucou Helena, mas Sara e Mario não disseram nada, saíram correndo muito felizes.

— Não tem problema, vá com eles.

— Ta. – Helena saiu a olhando desconfiada. Antes de passar pela porta, a menina ainda se virou mais uma vez.

Ficaram alguns minutos brincando até que o pai chegou, eles correram a seu encontro. Em sua juventude John era um homem muito bonito.

— Papai, o senhor chegou mais cedo. – Sara o abraçou, ele acariciou seus cabelos, percebendo que havia uma mexa grossa cortada bem curta.

— O que é isso Sarita? – Sarita era o apelido carinhoso que o pai chamava a pequena.

— Helena cortou, porque o Mario colocou chiclete no meu cabelo.

— A mamãe que falou pra eu tirar isso do cabelo dela, esse era o único jeito que eu conhecia. – defendeu-se Helena com medo de levar uma bronca, pois o pai a olhava sério.

— Mario venha comigo, nós vamos conversar. Como Vivian deixa uma criança de nove anos cortar o cabelo da irmã? – Mario cruzou os braços e seguiu o pai contragosto, ao entrar ambos viram uma cena que os magoou, principalmente a John. Vivian e Douglas se beijavam abraçados no sofá. John perdera a cabeça e foi pra cima de Douglas, os dois brigaram feio.

Os dois “amigos” ficaram anos sem se falar. Dois dias se passaram e Vivian e John não se falavam, ficaram como estranhos na mesma casa.

— Sabe por que eu fiz isso John? Você quase nunca está em casa. Essas crianças estão me deixando louca. Eu abandonei minha carreira de modelo para ficar com você e ter uma família, eu queria ser rica e famosa e acabei aqui. Eu não nasci para isso.

— Não invente desculpas, você é uma cadela ordinária, que não vale nada. – eles discutiram por horas. Vivian foi embora no mesmo dia, quase nunca visitava os filhos. Quando vinha trazia presentes para compensar a ausência, mas ninguém sabia onde ela morava e o que fazia. Com o tempo na adolescência os filhos descobriram que ela havia ido morar com um homem rico em Nova York, com quem se casara depois de se divorciar de John.

Quando Vivian foi embora John trabalhava o tempo inteiro, para conseguir colocar mais dinheiro em casa. Ele pedira à vizinha que olhasse os filhos e fizesse comida para eles, de vez em quando ela vinha arrumar a casa, mas ela tinha filhos e a casa pra cuidar, não podia ficar o tempo inteiro lá. Mario parecia não ligar muito para a bagunça, na verdade até contribuía para que ela aumentasse, Sara era pequena, também não deu muita importância. Vendo que a casa estava de “pernas pro ar” Helena resolveu tomar o controle da situação.

— Arruma seu quarto. – Ordenou ela para Mario.

— Ta doida? Você não manda em mim.

—Olha pra essa casa, ta uma bagunça. O papai trabalha muito e não tem como arrumar, temos que ajudá-lo. Eu já arrumei o meu, o da Sara também, ela me ajudou.

— Ok, mas só o meu quarto.

— Não você vai me ajudar com a casa toda, por favor, Mario, o papai faz tanto pela gente, não custa nada retribui um pouquinho. – Helena o olhou com uma “carinha de cachorro pidão” que sempre fazia quando queria alguma coisa, normalmente funcionava.

— Eu odeio você. – disse ele com um olhar mortal, depois subiu para arrumar o quarto. Ela riu. Ela cuidara de Sara e de certa forma ate de Mario e o pai. Os irmãos brigavam muito, mas se alguém mexesse com algum deles, era melhor essa pessoa correr.

 

Era impossível resistir à mamãe, ela era capaz de convencer um elefante de que ele era uma bailarina, pensou Missy divertidamente, estava tão distraída que não vira Sara passar para a cozinha para fazer o jantar, que já deveria estar quase pronto.

Percy desceu as escadas, e foi até o sofá, onde viu a prima deitada com um olhar distante.

— Em que planeta você esta? – Ela o olhou, sorriu e se sentou dando espaço para ele sentar.

— Estava lembrando de umas coisas. Quando foi a ultima vez que você viu a vovó Vivian?

— Sei lá, foi no enterro da tia Helena, eu acho. – ele pensou melhor. –  Não, foi no aniversario de dois anos da Iza, agora me lembrei.

— Eu também, eu só a vi... – Ela contou nos dedos. – oito vezes.

— Você está no lucro, pois só lembro-me de tê-la visto cinco vezes. Ela me deu tantos presentes, pra mim e pra Emily, talvez eu devesse visitá-la. – brigou fingindo um ar pensativo. 

— Deixa de ser interesseiro. – a voz feminina veio da cozinha – Minha mãe faz isso com todos nós, ela dá presentes pra aliviar a culpa. 

— Por que esse súbito interesse nela? - o primo perguntou. 

— Sei lá, estava lembrando da minha infância. Acabei pensando nela.

— Lembrando de como eu te provocava? Ou o dia que você me jogou da escada? 

— Eu não te joguei da escada! Foi um acidente – ele riu - Sabe, eu tava imaginado a infância das outros crianças, elas brincavam e sonhavam e eu pensava em cortar os pulsos. – disse ela com um sorriso triste, o primo a encarou sério, algo raro para ele. 

— Missy eu nunca te disse isso, mas te admiro muito. Você resistiu a coisas que eu não aguentaria. Pessoas enlouqueceram por muito menos. Eu acompanhei, para mim foi difícil, imagina pra você. 

Sara surgiu e abraçou a sobrinha. Missy se aconchegou entre seus braços, só podia ser grata por tê-los em sua vida. 


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Notas finais do capítulo

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Beijinhos



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