Aprendendo A Sorrir escrita por Musuke


Capítulo 3
Capítulo 03 - O mundo caiu


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, me desculpem se não está muito bom, é que tava sem ideias. D: Eu vou tentar melhorar no próximo.
Boa leitura.



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Capitulo 03 – O mundo caiu

 

Depois da aula, Missy e Anne foram à lanchonete, onde comiam e conversavam.

— Não acredito que você virou o café na cabeça dele. – Anne estava chocada com o que a amiga dizia

— Não acredita por quê? Até parece que você não me conhece.

— E a Jennifer?

— Ela é mimada, e não é a pessoa mais doce que conheço. Mas o que o Thompson faz com ela é castigo, alem de traí-la ele ainda a trata mal. – Missy deu uma pausa e continuou: – Odeio caras do tipo de Lucas: safados e sem o menor respeito pelas pessoas.

— Ele ficou bravo?

— Sim, mas não fiz nada de mais, ele merecia coisa pior. O que ele faz com as pessoas é maldade, ninguém merece ser tratado assim. 

— Ele vai querer se vingar - Anne tinha os olhos arregalados de medo, Missy deu de ombros. 

— Eu sei. – respondeu ela sem dar muita importância e se concentrou em tomar seu refrigerante. Anne ficou quieta por alguns minutos, ela olhava pela janela um pouco triste, Missy achou aquilo estranho - O que foi?

— Nada, eu estava pensando no que aconteceu com a Grace. Você fez com que ela tivesse força para enfrentar as gozações.

— Anne eu não fiz nada, Grace é quem superou seu medo. Ao longo do caminho algumas pessoas podem nos ajudar, mas ninguém pode andar por nós. Eu poderia ficar horas falando com ela, mas seriam apenas palavras. São as atitudes que mudam as coisas.

— É. – Ela ficou mais um tempo calada, parecia estar tomando coragem. Missy esperou, não iria forçá-la a falar. – Posso te perguntar uma coisa?

— É claro.

— Você já... Quer dizer... Com tudo que aconteceu com você, sei lá... Já passou pela sua cabeça, mesmo que por um segundo... Cometer suicídio?- Anne disse de forma quase inaudível, mas Missy conseguiu entender.

— Não só pensei como eu também tentei. – Anne arregalou os olhos, tanto pelo fato quanto pela tranqüilidade em que Missy falava.

— O que?

— É serio!

— Quando?

— Há pouco mais de sete anos. Eu era uma apenas criança que viu seu mundo cair, era demais para minha cabeça. – Ela deu uma pausa e continuou, seu rosto estava sombrio. – Eu fui até a sacada do prédio onde morava, eu ia me jogar de lá. Eu fiquei com medo, cenas ruins passavam em minha cabeça, foi ai que tive certeza iria desistir de tudo, não queria ser mais atormentada pelas lembranças.

— O que aconteceu?

— Quando estava pra pular, lembrei de uma coisa que meu avô havia falado: “Existem duas escolhas minha pequena, lutar e desistir. Desistir é fácil de mais, apesar de seguro, não nos leva a nada. Então lute com todas as forças, caia, chore, mas levante-se e siga em frente. Faça isso quantas vezes forem necessárias. No final da tudo certo, se não deu é porque ainda não acabou.” Imaginei como minha família iria ficar quando soubesse que eu me matei, Meu pai ficaria desesperado, meu avô se faz de forte mais sabia que ele não suportaria. Foi ai que percebi como eu estava sendo egoísta, não era justo acabar com meu sofrimento, e causar muito mais dor em todos a minha volta.

— E o que você fez?

— Lutei pela minha vida. – Ela abriu um enorme sorriso, que foi correspondido por Anne. – Decidi assumir o controle, eu iria aprender a me defender das coisas ruins, e abraçar as coisas boas, há milhares de motivos para sorrir Anne, o sol que nasce todas as manhas, as estrelas e a lua que vem logo depois que vem ele se vai, um abraço, um sorriso, uma palavra de carinho, as amizades, o amor, enfim a vida. As coisas simples da vida são as mais valiosas, mas normalmente só percebemos isso quando as perdemos. Eu entendo o que sente, e você pode contar comigo pro que der e vier, quando precisar pode falar comigo. – Missy sabia o motivo da pergunta de Anne, queria ajudar à amiga, mas não sabia como. A compreensão e o carinho de Missy a fizeram sentir aliviada.

— Estou cansada de ser tão passiva. As pessoas fazem o que querem comigo e eu não consigo dizer nada, elas me humilham e me ofendem, e eu fico calada. Mas embora eu fique irritada, não consigo mudar minha atitude. Eu queria ter a sua coragem. – Missy não disse nada, Anne precisava falar. – Eu tentei falar com minha mãe, mas ela disse que era frescura, que era falta de fé em Deus e que eu devia orar mais, eu amo Deus Missy, mas queria carinho da minha mãe e não critica. Mas ao mesmo tempo meu pai me sufoca, ele sempre quer que eu seja uma boa menina, ele é muito rígido, e mal posso sair de casa. Eu sei que é pecado, mas não consigo evitar sentir raiva deles.

— Anne seus pais te amam, e do jeito deles, eles só querem o seu bem. E a raiva é natural do ser humano, reprimir os nossos sentimentos nos destrói. – Uma pessoa deprimida não precisa de criticas e sim de compreensão, ela precisa desesperadamente ser ouvida. Na verdade todos nós precisamos.

— Mas como você...? - ela não soube como continuar. 

— Confesso que não consegui sozinha, todo mundo precisa de ajuda as vezes. O apoio é importante, e pode ter certeza que tem o meu, mas um profissional pode ser de grande ajuda. Cada dia é um desafio, mas consegui sobreviver, você também consegue.

— Profissional? Mas eu não sou louca! - ela estava horrorizada. 

— Não seja boba, isso não é coisa de louco e sim de alguém que precisa de ajuda e tem coragem para buscar uma saída. Todo mundo precisa de alguém para ouvi-lo e ajudar, todo mundo se perde ás vezes e precisa de alguém para lhe ajudar a encontrar o caminho. 

Anne assentiu lentamente, e concordou com a amiga. Elas continuaram conversando, por mais algum tempo, até que ambas foram para casa.

 

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Depois do treino de basquete, Lucas, James, Brandon, Jennifer, Katy, Lorry, ficaram conversando.

 

— Jennifer disse que você entrou na sala de aula, todo molhado de café, tava querendo sentir o gosto pela a cabeça é? – Perguntou Brandon de braços cruzados, encarando Lucas.

— Não te interessa. – Respondeu ele.

— É um animal mesmo. – Brandon revirou os olhos. Quatro lideres de torcidas passaram, fazendo os garotos e principalmente Lucas, entortar a cabeça para olhá-las.

— Oi. – cumprimentou Lucas com um enorme sorriso.

— Oiiiii. –  elas responderam em uníssono.

— Gatinhas, vocês são maravilhosas. – Disse já abraçando elas.

— Saiam daqui, suas cadelas. – esbravejou Jennifer com muita raiva. As lideres de torcida foram embora. Jennifer era a “rainha” da escola, as pessoas faziam o que ela mandava, mas Lucas não obedecia, e sim mandava nela.

— O que você pensa que está fazendo? Está louca? Para de querer mandar em mim, você não tem nada a ver com minha vida. Você não é nada minha. – Lucas entrou no carro e bateu a porta.

— Ui, essa doeu - esse era Brandon, Jennifer lançou-lhe um olhar furioso que ele ignorou. 

— Lucas, desculpa! – Ele fingiu não ouvir, apenas deu-lhe as costas e entrou no carro. 

No caminho Lucas viu uma garota na caçada, ele a reconheceu, freou bruscamente, ao seu lado, assustando Missy. Desceu do carro e parou na sua frente.

— Como vai? – Perguntou ele sério. Ela piscou surpresa, ela parecia até um maniaco surgindo daquele jeito. Recuperou-se do susto e deu um sorriso irônico.

— Vou bem e você? – zombou ela cruzando os braços.

— Não me provoque. – Ele deu passo para frente, ela não se intimidou.

— Por quê? Vai me bater?

— Eu não bato em garotas, não sou covarde. Apesar de você não parecer uma garota. – Missy o olhou friamente, ele riu. Deu um suspiro reginado, era melhor parar com aquela palhaçada logo, estava indo longe demais. 

— Se eu pedir desculpas você me deixa em paz?

— Hã? Agora você quer pedir desculpas? – Ele estava incrédulo.

— Pra falar a verdade... Não, você merece coisa pior, mas aceito tudo pra você me deixar em paz, fingir que eu não existo.

— Fingir que não existe? – Ele estava cada vez mais confuso. – Você é estranha.

— Que legal! Me desculpa ou não? – falou ela sem dar muita importância. Na cabeça de Lucas ela queria chamar a atenção dele.

— Não. Eu disse que ia me pagar.

— Ok. – Ela saiu andando, ele a segurou pelo pulso direito impedindo que ela continuasse andando, sob sua mão havia uma pulseira grossa e bege. Ate o momento ela permanecia inabalável, mas quando a segurou ela pareceu entrar em pânico.

— Me solta, me solta, me solta. – Ela dizia desesperada enquanto puxava o braço. Ele se assustou e soltou dizendo:

— Calma, já soltei. O que ouve Missy? – Ele já a pegara pelo braço antes e ela apenas o olhou com raiva, mas por que quando a pegara no pulso direito ela entrara em desespero? Missy sempre usava aquela pulseira.

— Nada. – respondeu ela mais calma se virando e indo embora, dessa vez ele não a impediu.

Lucas chegou a sua casa, não conseguia tirar a reação de Missy da cabeça, a garota o intrigava. Para sua surpresa Jennifer estava lá, conversando animadamente com a senhora Thompson.

— O que você ta fazendo aqui? – ele estava impaciente.

— Eu estava combinando com a sua mãe da gente fazer compras. – disse ela sorrindo, a verdade era que Jennifer era falsa, ela queria agradar a senhora Thompson, na cabeça dela essa era uma forma de chegar até ele.  

— A Jennifer é um amor de pessoa. Ela lembra muito a mim quando tinha a idade dela. – sua mãe falou sorrindo. Ela queria muito que os dois ficassem juntos, quem sabe ate se casarem no futuro, ideia que causou arrepios em Lucas.

— Nossa nunca iria adivinhar. – ironizou. Jennifer era dissimulada, e controladora, alem de calculista e consumista. Coisas que Olivia Thompson tinha de sobra.

— Vim te pedir desculpas, eu... – Lucas a puxou pra cima antes que a mãe se metesse. Daiane observava tudo com raiva, oferecida pensava ela. Quando chegaram a seu quarto Lucas fechara a porta com força. - Me perdoe.

— Que seja –  sentou-se na cama tirando os sapatos.

— Obrigada gato. – disse ela em seu ouvido, depois começou a beijá-lo e lhe fazer caricias. 



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Quando Missy chegou em casa estava um estranho silêncio, Iza não a veio receber como sempre fazia.

— Iza? – Chamou ela.

— Missy! Como você demorou. – Disse Iza com um enorme sorriso, sentada no sofá com Sara e o avô, mas todos estavam sérios.

— Oi. – Ela sorriu. – Jonas? – O sorriso desmanchou assim que viu uma homem bonito com cerca de 19 anos sentado na poltrona. Tinha cabelos e olhos castanhos claros. Ele a olhava com um pequeno sorriso – Pelos céus o meu dia está só piorando! O que esta fazendo aqui?


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