Afrodite caminhava pelo Pátio, Hefesto havia novamente viajado para outra de suas forjas e ficaria longe por tempo indeterminado. Ela não conseguia mais se aguentar. Depois da noite que passou conversando com Ares ela não conseguia mais nem disfarçar para si mesma. O modo com que ele a olhou, como ele a tocou tão delicadamente e como a ouviu falar sobre tantas coisas que nem interessavam a ele... Afrodite estava definitivamente se desviando, estava a ponto de cometer um dos seus maiores erros.

Havia se perdido já em pensamentos quando o viu, ao longe, treinando, ou espancando, um deus menor. Ela ficou observando até que o "treino" terminasse. Ares tirou a camisa e deixou a mostra seus músculos bem definidos e suas costas cheias de cicatrizes, derramou um pouco de água sobre a sua cabeça e pegou uma toalha para se secar. Quando virou para pendurar sua toalha seus olhos encontraram os de Afrodite. Nenhum dos dois desviou o olhar. Ares jogou a toalha em um canto e caminhou até ela, sorrindo.

-Boa tarde, senhorita. - Ares disse.

-Há, deixei de ser "senhorita" há éons, meu bem. - Afrodite riu e se levantou. - Estava espancando o pobre menininho por que?

Ares não pode segurar a risada. - Eu não estava espancando ele, estava treinando ele para a vida!

-Sei, sei. - Afrodite riu. Depois das horas que eles haviam passado juntos, Ares não ficava tão nervoso perto de Afrodite. Tudo bem que a sua beleza ainda o impressionava, mas ele acreditava que isso ia continuar por um bom tempo, pois não há como uma mulher daquelas perder o encanto.

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Fora tão errado, tão sujo, tão... bom. Ela não devia, mas ele parecia precisar dela tanto e ela sempre quis aquilo: alguém que precisasse dela, de verdade, alguém que dependesse dela para sorrir.

Ela estava nua com ele, na cama dele, no quarto dele. Ele pingava suor e ela tentava fazer sua respiração voltar ao normal. Quando ambos se acalmaram, ela rolou para mais perto dele e deitou sua cabeça no seu peito, naquele peitoral forte e musculoso, e ele a acariciou, dando delicados beijos em sua testa.

-Eu não entendo como você pode ter sido desprezada por qualquer homem que seja - Ele falou, praticamente sussurrando.

-Há homens que não sabem valorizar minha beleza. - Ela respondeu, fechando os olhos e ouvindo o coração dele bater um pouco mais acelerado do que deveria. Eles adormeceram juntos, pela primeira vez e última, ao menos era isso que ela pensava.

Ambos estavam dormindo muito bem, até que ouviram uma voz grossa e batidas na porta.

-ARES - Os dois se olharam e arregalaram os olhos, era o Hefesto.