Aredite escrita por Filha de Apolo


Capítulo 2
Capítulo 1 - Conhecer


Notas iniciais do capítulo

Ai, eu não sei se vocês vão gostar, mas eu gostei, eu sempre achei engraçado o fato deles ficarem juntos, ele tão grosso como deve ser com a deusa mais delicada do Olimpo? Eu o imagino todo bobo na frente dela u.u Espero que gostem (:



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Ela foi ao bar, que Apolo praticamente obrigou Zeus a abrir, e pegou uma mesa bem ao fundo, perto da porta que levava ao andar de cima, onde os casais iam para.. "esquentar as coisas", ela pediu uma taça de vinho branco e parou para observar o local.

Havia alguns espelhos espalhados pelo local, onde ela podia apreciar a sua beleza tão insignificante para o seu marido. Afrodite vestia um vestido um pouco acima do joelho, preto com um decote bem.. provocante. Ela só queria que alguém a notasse, qualquer um serviria, simplesmente alguém para a cantar e fazer com que ela se sentisse bem novamente.

O lugar era aconchegante, a luz não era tão forte e os assentos eram confortáveis. Era simples mas organizado. Estava cheio de deuses, ninfas e todo o tipo de habitante do Olimpo. Muitos casais, amando ou brigando. Muitos homens e mulheres solteiras. Havia uma pista de dança mas ninguém havia a aberto, a música que tocava era lenta, suave aos ouvidos da deusa.

Não havia tido tempo nem de terminar a primeira taça de vinho quando o primeiro apareceu.

-Boa noite, princesa.

Afrodite olhou para ele, fixou seus olhos nos olhos azuis que o pertenciam mas não respondeu, apenas sorriu.

-A que devemos a honra de ter sua ilustre presença por aqui?

Ele se sentou ao lado dela.

-Eu estou apenas refrescando a minha mente.

-E eu não conheço você de algum lugar?

A voz dele a incomodava, e estava claro pelo bafo dele que havia bebido mais do que devia, até porque os homens só chegam em Afrodite com essa naturalidade se já beberam muito ou se são realmente corajosos e determinados.

-Não, não conhece. - Ela respondeu friamente, ele estava se aproximando e estava prestes a passar a mão pela perna dela quando uma voz firme se fez presente.

-Eu acredito que a dama não queira mais a sua companhia, jovem.

O homem que antes estava tão confiante diante da deusa se encolheu e partiu murmurando algumas palavras de despedidas. Afrodite se virou para agradecer seu salvador e deu de cara com um homem alto, másculo, com feições muito bonitas mas cheias de cicatrizes de guerra, nada que Afrodite não pudesse suportar, mas o que realmente prendeu a sua atenção foram os seus olhos, eles estavam literalmente em chamas, era um vermelho apaixonante, da cor do sangue. Ares era o seu nome. Deus da guerra, filho de Zeus e Hera, o único irmão de seu marido. O deus que tanto se esforçava para demonstrar confiança parecia estar quase cedendo, gotas de suor se formavam no seu rosto enquanto ele observava toda a beleza que Afrodite exibia.

-Obrigada - Ela se limitou a dizer com um tom de voz suave, ainda o olhando nos olhos. Ela se perguntava como é que ela estaria aparecendo para ele. Qual era a definição da perfeição para ele. Pois ela tinha esse poder, a habilidade de mudar de forma e se adequar ao que cada ser que a fitasse julgasse ser a perfeição.

Ele tremeu ao ouvir a sua voz delicada se dirigir a ele, e somente a ele. Tão bonita, o que faria num bar como esse, sozinha? 

-Não há de quê. - Ele disse, controlando para que seu tom não demonstrasse fraqueza. Talvez eu devesse partir, talvez ela esteja aqui porque quer ficar sozinha. Ele pensou, mas antes que pudesse agir ela puxou uma cadeira o convidando a sentar.

-O que fazes aqui? - Aquela voz suave soava nos ouvidos do deus, ele ainda não tinha conseguido tirar seus olhos dos dela.

-O mesmo que todos os outros, procurando alguém que me aguente, ao menos para clarear minhas ideias. - Ele tentou escolher as palavras com cuidado para não agir como um ogro como sempre, mas havia algo naquela deusa que o fazia se acalmar naturalmente, e o deixar muito, muito inseguro.

-Um homem como você não deve suportar ter apenas uma mulher. - Observou Afrodite. O modo como ela destacou o "homem como você" o deixou ainda mais inseguro. O que ela quer dizer com isso? Que eu sou um galinha?

-E por "homem como você" eu quero dizer um homem inconstante, você passa tanto tempo fora em guerras, e as mulheres preferem ter um homem só para elas. -Disse Afrodite, quase como se pudesse ler os pensamentos dele.

-E você, o que te traz aqui? -Ares perguntou, querendo desviar-se do assunto "ele" para "ela".

-Eu? Apenas procurando se amada novamente, mesmo que por um único momento. - Ares ergueu as sobrancelhas.

-Uma deusa como você? Seu marido não está te amando como deveria?

-Ele me ama sim, mas não me dá atenção, e além de ser amada eu preciso mesentir amada. - Afrodite sorriu e mudou de posição, ficando mais perto do deus da guerra.

-E como eu poderia fazer você se sentir amada? - Estúpido! Como é que eu digo uma coisa dessas para uma mulher? É por isso que não consigo que ninguém me aguente por muito tempo! Agora ela vai achar que eu sou como todos os outros, o que não é muito errado, que querem apenas uma noite. 

Silêncio. Afrodite ergueu as sobrancelhas em desconfiança e cruzou os braços, pensativa.

-Eu.. não foi o que eu quis dizer.. saiu completamente errado.. - Ares tentou se desculpar. Eu, o maior guerreiro que essa existência já teve, tentando me desculpar para uma mulher. Por que eu não resisto a um rabo de saia? 

Afrodite riu, o que amenizou o clima tenso que havia ficado no ar.

-Não precisa de desculpar. - Ela sorriu e se aproximou mais do deus, a ponto que apenas os dois ouviriam o que quer que fosse dito ali. - Dançar comigo é um bom começo. - Afrodite se afastou e sorriu.

A música era lenta, bem lenta. Ares se levantou e estendeu a mão para que a deusa a pegasse. Céus, eu nem sei dançar. Ele foi com ela para a pista de dança e eles dançaram, dançaram bem perto um do outro, e simplesmente dançaram por um bom tempo. Há tempos que Afrodite não dançava assim com alguém, já que seu marido não era um bom dançarino e ela não queria cair no meio da música. Ele era pelo menos uma cabeça mais alto que ela.

Ela encostou a cabeça no peito dele e fechou os olhos, ele com as mãos na cintura dela, a segurando junto ao seu corpo, firme para que ela não pudesse o deixar e que para que ninguém a roubasse dele. Ele se sentiu tão bobo, tão.. frágil, como uma mulher poderia fazer ele se sentir assim?

E eles dançaram a noite toda. Conversaram enquanto dançavam. Ele se gabou por suas inúmeras vitórias e explicando como é que ele vivia. Ela se limitou a ouvir e responder sempre que ele perguntasse por um longo tempo, até que eles inverteram papéis e ela começou a falar. Falou sobre tudo, comentou todo o tipo de coisa, explicou melhor o porquê de ter desistido de seu marido, o homem que ela ainda amava (mas essa parte ela não deixou ele saber).

Eles conversaram, eles riram e eles se conheceram, quase que completamente, em uma longa noite de dança, até que cada um seguiu seu caminho, ela voltando para sua casa, deixando ele se repreendendo por não tê-la beijado e feito ela ficar.


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Notas finais do capítulo

Está aí. Reviews para me motivar e fazer uma semideusa feliz.