O Despertar de Um Anjo escrita por Mara S, Kelly S Cabrera


Capítulo 4
Lara Croft I - Egito, A Grande Pirâmide, 1999




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            O lugar era escuro e senti que todo o meu corpo doía. A última coisa de que me lembrava era de Werner tentando me salvar, não adiantou muita coisa. Tentei me levantar, mas a dor era tanta que desisti.

           “O Paraíso não existe mesmo” Eu ri desse pensamento estúpido, por alguns segundos imaginei que estava morta.

            - Não Lara, você não morreu, mas também não está nada bem...

            Consegui achar minha lanterna. A cena não era nada agradável. A parte de cima, de onde eu acreditava ter caído estava totalmente escura, obviamente pedras devem ter obstruído a saída, sem contar a altura. Era incrível imaginar que sobrevivi daquela queda. De qualquer forma, minha situação não era das melhores, a areia havia encoberto minhas pernas, que estavam com diversos cortes. A dor que sentia ao tentar me sentar ou levantar vinha de um corte na minha barriga, além da dor de cabeça insuportável.

            “Devo ter batido a cabeça em alguma pedra, pelo menos, me lembro de tudo o que aconteceu. Queria ter me esquecido de tudo...”

            O lugar em que estava era pequeno, aparentemente não havia saída, mas eu deveria me levantar e procurar atentamente.

- É melhor eu tentar desinfetar esses machucados.

            O kit de primeiro-socorro não adiantou muito, estava quebrado e sujo, mas consegui fazer um curativo muito mal feito no corte da barriga.

            - Eu espero que Werner esteja feliz!Chore bastante seu maldito, achando que estou morta! – gritei, mancando pelo lugar a procura de alguma saída.

            Depois de algum esforço achei uma pedra que poderia ser movida. A dor era enorme, mas consegui movê-la. A outra sala era maior, entretanto não era tão agradável. Era escura ou minha visão estava ficando cada vez mais turva. Fui caminhando lentamente até o que parecia ser um sarcófago de calcário, cada vez enxergando menos. Caí de joelho na frente do sarcófago, segurando-me em suas bordas, mas a dor era intensa. “Pode haver escorpiões aqui Lara! Sua fraca! Levante-se... levante-se...

 

            Eu não sei quanto temo já havia se passado, mas sabia que tinha tombado no chão. A minha cabeça não suportava a dor e desmaiei. Ao acordar percebi que as coisas haviam clareado um pouco, minha cabeça ainda doía, mas agora pude me levantar sem sentir a pontada forte na nuca. A minha vista não estava mais escurecida e pela primeira vez reparei no tamanho da sala onde estava.

            - O cheiro não é agradável, no entanto essa sala já deve ter sido muito suntuosa. As colunas estão gastas, aqui deveriam ter inscrições em hieróglifos. Maldição! Não consigo ler nada. Essas colunas tiveram suas inscrições destruídas. Não parece que foi o tempo que fez isso.

Ao longe pude ver o que seria a entrada para essa sala. Estava bloqueada por pedras.

            - Alguém realmente não queria que descobrissem esse lugar. Nenhum explorador deve ter visto isso, aliás, são poucos que conhecessem os segredos da Grande Pirâmide, se os arqueólogos imaginassem o que existe dentro dessa pirâmide, um Templo intacto de Hórus! E agora acabo de descobrir outra coisa, de grande valor... E perigo talvez.

            As colunas estavam dispostas em forma de círculo, observei atentamente cada coluna, mas era impossível entender o que estava escrito. As paredes também não possuíam qualquer tipo de entalhe. Eram puro calcário, sem figuras religiosas.

            No chão havia diversos símbolos que formavam dois círculos, um dentro do outro.

            - Ah! Algo que eu possa ler! – mas não tive tanta sorte assim – Estranho... Esses símbolos não são egípcios, nem se parecem com nada que conheça, nem mesmo com os símbolos de Atlântida.

            Entretanto, havia uma inscrição que conseguia ler, estava no meio do círculo interno: “O caminho para a escuridão e a luz”. Eu gostaria de saber o porquê dessa inscrição. Hieróglifos no meio de símbolos desconhecidos. Esse lugar está escondendo alguma coisa.

            O que eu achava ser um sarcófago era na verdade uma mesa. “Talvez para rituais”. Manquei até a mesa, não havia nada escrito, nem mesmo figuras.

            - Esse lugar não parece ter nenhuma utilidade, não hoje em dia. Preciso achar a saída.

            Havia dois dispositivos, parecidos com alavancas, perto da saída bloqueada.

            - O que será que elas fazem? Não tenho muita escolha. A minha curiosidade já me trouxe tantos problemas, mas agora isso não vai fazer tanta diferença, se pelo menos isso me ajudar a sair daqui.

            Com muito esforço consegui mover as duas alavancas e um barulho veio do fundo da sala, poderia ser alguma porta? Ao me virar observei confusa que os círculos do chão haviam sido levantados, o pequeno girava lentamente dentro do grande que permanecia imóvel. Aparentemente o círculo interno estava com uma coloração mais escura, como se houvesse algo além...

            - Um portal? Não duvido de mais nada – respirei profundamente e hesitei por alguns segundos, não sabendo se estava fazendo a coisa certa.

            - Isso é ridículo, não necessariamente se eu passar por aquele círculo vou encontrar algo diferente do outro lado... Vamos tentar.

            Tudo ficou escuro novamente, me choquei com o chão.


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