Alguém Muito Especial escrita por Luisavick
No sábado à tarde, na casa da Carly, Freddie estava quieto e risonho, o olhar perdido. Spencer, Carly e Gibby ficaram olhando para ele, admirados e resolveram perguntar:
_ Hey, Freddie. Pode nos contar a piada? – perguntou Spencer.
_ Hein? O quê?
_ Coitado! – disse Gibby – Além de doido, tá ficando surdo. – Por que está sorrindo, Freddie? – Gibby quis ser mais direto.
_ Hã? Não percebi que estava sorrindo, Gibby – Freddie disse isso, sorrindo. – Mas se te incomoda, eu posso parar.
_ Não sorria muito ultimamente, Freddie. – retrucou Spencer. – Queremos saber o porquê da mudança.
_ Bem, não tinha muitos motivos para sorrir. – falou Freddie.
_ Você tem um belo sorriso, Freddie. – disse Carly. – Deveria sorrir sempre. – Carly tinha algumas suspeitas daquela mudança, mas preferiu aguardar, mas não por muito tempo.
_ Obrigado, Carly.
Nesse momento a porta se abriu e Sam entrou. Freddie abriu um sorriso mais largo ainda e se levantou. As suspeitas de Carly se confirmaram. Freddie não tirava os olhos de Sam e ela, por sua vez, estancou na porta e parecia achar alguma coisa bem interessante no chão.
_ Vamos filmar o iCarly? Hein? Freddie? Sam? Hello!!! – Carly chamou tanto que finalmente conseguiu fazer com que seus amigos saíssem do transe em que se encontravam.
Após o programa, Freddie e Sam já estavam agindo de forma mais natural um com o outro. Logo se despediram e foram se arrumar para executarem o plano de vingança.
Spencer seria o motorista e Sam iria acompanhá-los. Carly iria para outra parte com Gibby, Meião e outros amigos de Spencer.
Na porta de Debby, Spencer estacionou o lindo carro que conseguiu arrumar com um de seus amigos. Ele estava vestido como um motorista profissional. Sam estava linda em um vestido lilás justo, o qual acentuava as curvas de seu corpo. A pele muito bem maquiada e os cabelos perfeitamente arrumados. Freddie precisou segurar o queixo e a vontade de terminar logo com aquela vingança idiota. Queria ficar sozinho com Sam. Tinham muito a conversar. A vinda dela tinha sido providencial. Não seria só para lhe dar apoio.
Sam e Freddie desceram do carro e se contemplaram.
_ Dá um tempo... – Sam reclamou – Olha só para nós!
_ Acho que você está demais. – Freddie elogiou com sinceridade e Sam ajeitou o paletó dele.
_ Que pena que minha avó já morreu... –Sam disse – Ela ficaria orgulhosa de me ver de sutiã. – Freddie sorriu.
_ Hey, eu ainda estou aqui. – gritou Spencer.
_ Pegue seus trapos e vamos – debochou Sam, entrando na parte da frente do carro.
Freddie tocou a campainha da casa de Debbie e logo ela apareceu. Apesar de bem arrumada, não exercia mais nenhum encanto sobre ele.
_ Oi – ela disse, examinando-o de cima abaixo – Está diferente.
_ De quando? – Freddie perguntou.
_ De antes. – retrucou Debbie.
_Estou de terno – respondeu Freddie. Debbie gargalhou exageradamente – Já você continua a mesma. – Freddie rebateu e ela pareceu não perceber o falso elogio.
_ Vamos? – perguntou ele, oferecendo o braço a ela.
_ Ok. Oh, olha só este carro! – exclamou Debbie – Você o roubou?
_ Não. Peguei emprestado – respondeu Freddie. – Imaginei que você fosse fina demais para carros populares. – dizendo isto, Freddie sorriu com o canto da boca.
_ Está certo. – respondeu Debbie,
Chegando ao carro, Spencer abriu a porta dos passageiros, com reverência, para que Freddie e Debbie entrassem. Só então ela percebeu a presença de Sam.
_ Então, Freddie. – Debbie usava um tom meloso. – Sempre trás uma garota a mais quando você sai?
_ Gosto de estar coberto – respondeu Freddie, sarcástico.
_ Muito bom. Vou me lembrar disso.
Enquanto isso, Sam olhava-os pelo espelho do retrovisor e pensava: “Vou amar isso. Já posso sentir.”
A primeira parada da noite foi em um restaurante caríssimo.
_ Sua amiga não vai entrar conosco? – perguntou Debbie.
_ Não – respondeu Freddie, seco. – Ela prefere ficar na companhia do motorista – em seguida, piscou para Sam que lhe sorriu com os olhos. Freddie entendia tudo que Sam queria lhe dizer apenas com um olhar. Eram cúmplices. – Somos só eu e você – falou para Debbie sedutoramente.
No restaurante, Freddie contou com a ajuda do dono do estabelecimento, amigo do T-Bo. Havia uma reserva especial para ele e Debbie, assim como um atendimento vip. Ao fundo uma música clássica tocava, havia flores, toalhas e guardanapos de linho, tudo combinava para manter o clima bem romântico.
_ Sua comida está se mexendo? – perguntou Freddie para Debbie que fitava seu prato com cara de nojo.
_ O que é isto? – perguntou Debbie, ainda com a cara enojada.
_ É caviar beluga. – respondeu Freddie. _ É o caviar mais caro que se pode comprar. Pensei que você fosse uma garota fina. Deveria conhecer esse tipo de coisa. – Freddie falou com zombaria.
_ Olha – falou Debbie perdendo a paciência. – Como isso aconteceu é um mistério tanto pra mim assim como pra ti. Estou tão espantada com isso quanto você... Então por que não pára de se meter comigo, por favor? – disse ela com a voz melosa e irritada.
_ Estou me metendo contigo? – quis saber Freddie rindo com seu costumeiro sorriso de canto de lábios.
_ Sim – respondeu Debbie, desconcertada. Ela não esperava que Freddie fosse tão senhor de si. – Como naquele dia, com aquele seu joguinho de poder sobre eu ter que pedir permissão aos meus amigos. Não gostei daquilo. Não gosto de ser tratada assim.
_ É, acho que você gosta de ser tratada de forma pior. – devolveu-lhe Freddie, olhando duramente para Debbie. – Mas era verdade, não era?
_ Pelo menos eu tenho amigos. – disse ela.
_ Tem certeza? – Freddie alfinetou.
_ Quer por um fim nisso agora mesmo? – falou Debbie, jogando seu guardanapo sobre a mesa.
_ Hey, relaxe. – disse Freddie acalmando a situação para poder prosseguir com seu plano. - Se acalme, por favor. Já pedimos. Não podemos sair, ok? Aproveite o ambiente. Imagine que não estou aqui.
_ Eu gostaria. – respondeu Debbie.
Do lado de fora do restaurante, Sam e Spencer se divertiam jogando dados em regime de aposta com outros motoristas. E, é claro, Sam estava ganhando. Apesar de bem arrumada, não deixou de lado seu jeito moleque de ser.
_ Tira isso daí. Aí vão os dados – gritava Sam. - Façam suas apostas. Apostamos no dez. Certo? Aposta única. Aposta única. – repetia ela.
_ Te dou 5 para 1. – disse um deles.
_ 5? – gritou Sam. – 5 para 1? 7 para 1.
_ 7 para 1? Aqui é o Saara? – gritou outro.
_ Pareço italiano? – falou mais outro.
_ Não preciso disso – Sam falou levantando-se e recolhendo seu dinheiro. Piscou para Spencer.
_ Oh, não. Sente-se – falou um dos motoristas. – Vamos deliberar. O que você disse?
_ 7 para 1 – resmungou Sam, impaciente. – É pegar ou largar.
_ De jeito nenhum – falou outro.
_ Para ganhar tens que fazer o quê? – filosofou um deles
_ Perder – respondeu outro.
_ Perder. Isso mesmo. Perder muito – respondeu o filósofo. – E o que estamos fazendo? Hã? Perdendo muito...
_ É – concordaram todos. – É isso...
_ Então. – disse Sam. – Dobro. Pelo 10. - E ela jogou os dados. Caíram dois valores de 5.
_ Oh, não! – resmungaram os motoristas – Merda! – xingaram.
_ Brincou com fogo se queimou. – provocou Sam – Sabem o que estou dizendo? Hein? – e recolheu a grana apostada que ia passando para Spencer.
Freddie e Debbie iam saindo do restaurante nesse momento conversando animadamente e ele achou aquilo tudo muito engraçado.
_ Divertindo-se? – falou ele.
Sam sobressaltou-se e passou a mão pelo vestido e pelos cabelos instintivamente. Freddie sorriu para ela. Mas Sam ficou tensa e enciumada ao vê-los juntos.
_ Vamos? – Freddie perguntou e estendeu para Sam um embrulho – Aqui, trouxe algo pra você e o Spencer comerem.
_ Oh! Um presente! – falou Sam com voz adocicada. – Veja Spencer, Freddie trouxe um presente para nós...
_ Achei que estivessem com fome. – rebateu Freddie fechando a cara pra Sam, percebendo o deboche dela.
_ Oh, obrigada, Freduardo! Não precisava se incomodar... – Podemos agendar um cochilo? – Sam falou, atrevida.
Spencer percebeu o clima entre os dois e tratou de colocar Debbie para dentro do carro. Freddie que estava prestes a entrar no carro, fechou a porta e voltou-se, aproximando-se de Sam e encarando-a. Meteu as mãos nos bolsos das calças.
_ Qual é o problema, Sam? – procurou falar de forma que só ela escutasse.
_ Nenhum. – tentou convencê-lo. _ Nada mesmo.
_ Escuta, você se ofereceu pra isso. Eu estava preparado para vir sozinho com Spencer. Você disse: “Não, eu vou com você, assim posso te ajudar com qualquer coisa”. Se lembra?
_ Foi hoje à tarde, Fredbobo. Claro que me lembro. – Sam respondeu desconcertada pela sua falta de controle e, tentando amenizar a situação, deu um sorriso fraco.
_ Então, por que está fazendo isso? – Freddie esperou que ela lhe dissesse o que ele já suspeitava saber. Sam apenas balançou a cabeça dando a entender que iria se comportar e entrou no carro ao lado de Spencer. Freddie desapontou-se e tratou de entrar no carro também.
Como ninguém falava nada e o clima estava visivelmente pesado, Spencer tentou quebrar o gelo:
_ Então... Vamos! Próxima parada: Museu de arte.
_ Museu de arte? – espantou-se Debbie – o que vamos fazer em um Museu de Arte? Voltou-se para Freddie. Sam revirou os olhos.
_ Não gosta de arte? – Freddie perguntou.
_ Gosto. É que... Não está fechado? – perguntou Debbie espantada.
_ Isso não significa que não podemos entrar. – disse Freddie.
_ Ok! – disse Debbie, visivelmente impressionada. Na frente do carro, Sam fazia uma cara entediada. Spencer sorria, observando-a.
Na entrada do Museu, Freddie e Debbie foram recepcionados por Gibby e Carly.
_ Olá. – disse Gibby fazendo uma reverência – Estávamos esperando vocês a um tempão... – E cochichou no ouvido de Freddie: - “Belas pernas”.
Ao serem conduzidos para o interior do museu, Freddie e Debbie foram deixados sozinhos. Freddie agradeceu a Gibby e Carly.
_ Qualquer coisa por um amigo, Freddie. – disse Gibby.
Os amigos de Gibby e Carly deixaram o museu bem romântico também. A baixa luminosidade e a música ambiente serviram para deixar Debbie mais relaxada. Após apreciarem algumas obras de arte e conversarem bastante Freddie a levou para uma concha acústica na parte de fora do teatro, um lugar onde eram realizados shows, e ambos se sentaram no palco. Ao longe, na última fileira de poltronas, Sam os observava, engolindo em seco sua angústia.
_ Quero te dar um presente. – disse Freddie e abrindo um das mãos de Debbie, deu-lhe a caixinha aveludada com os brincos de ouro. Ela ficou surpresa e emocionada. Começou a chorar. Era isso que Freddie pretendia.
_ Aí dentro dessa caixa está meu futuro, Debbie. E eu estou dando ele pra você. Cada centavo.
_ O que você viu em mim, Freddie? – ela perguntou, limpando os olhos com as costas das mãos.
_ Quero que você me diga, Debbie. O que você viu em mim? Por que está aqui comigo hoje?
_ Acho que nunca alguém pensou algo que não fosse como seria bom ficar comigo. – ela fungou e desabafou. – Eu aceitava isso porque eu preferia ficar com alguém pelos motivos errados do que sozinha pelos motivos certos. Não suportaria ficar sozinha.
_ Ninguém aguenta ficar sozinho. – respondeu Freddie tentando aceitar as justificativas de Debbie. Mas ao falar isso, ele percebeu o quanto estava enganado. Havia sim alguém que estava sozinha pelos motivos certos: Sam. Essa conclusão foi como se um clarão muito forte iluminasse todas as suas ideias. E, então, ele compreendeu. Entendeu como Sam era forte, decidida e verdadeira com seus sentimentos. Nem Carly se comparava a ela nesse aspecto. Sam sempre esteve por conta própria. Essa era a verdade.
_ Estou esperando há muito tempo. – Freddie confessou – E até hoje não tinha encontrado alguém especial. Alguém por quem valesse realmente lutar. Mas agora eu encontrei.
_ Oh, Freddie! – Debbie achou que ele estava falando dela e começou a chorar mais ainda. – Eu não te mereço. Me sinto mal pelo que tenho feito. Detesto me sentir envergonhada. Essa noite é uma farsa. Uma grande farsa – ela confessou. – Greg e os amigos dele estão armando pra te pegar na festa. – Eu te usei.
_ Eu já sabia. – disse Freddie e ela admirou-se.
_ Você já sabia? – ela disse - E mesmo assim fez isso tudo? – Por que, Freddie?
_ Estamos empatados. – ele disse. – Você me usou, eu te usei. Não deve fazer isso de novo, Debbie. Nunca. Você é boa demais para o Greg.
_ Eu acho que esses brincos são seus, Freddie. Não posso ficar com eles. Eu aprendi uma grande lição hoje. Obrigada! – e, então, ela beijou-o no rosto.
Sam não ficou esperando para ver o resto daquela cena deprimente. Voltou para o carro.
_ Vamos. – disse Freddie – Temos uma festa para ir.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!