Alguém Muito Especial escrita por Luisavick


Capítulo 8
Capítulo 8 - A Vingança




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No sábado à tarde, na casa da Carly, Freddie estava quieto e risonho, o olhar perdido. Spencer, Carly e Gibby ficaram olhando para ele, admirados e resolveram perguntar:

_ Hey, Freddie. Pode nos contar a piada? – perguntou Spencer.

_ Hein? O quê?

_ Coitado! – disse Gibby – Além de doido, tá ficando surdo. – Por que está sorrindo, Freddie? – Gibby quis ser mais direto.

_ Hã? Não percebi que estava sorrindo, Gibby – Freddie disse isso, sorrindo. – Mas se te incomoda, eu posso parar.

_ Não sorria muito ultimamente, Freddie. – retrucou Spencer. – Queremos saber o porquê da mudança.

_ Bem, não tinha muitos motivos para sorrir. – falou Freddie.

_ Você tem um belo sorriso, Freddie. – disse Carly. – Deveria sorrir sempre. – Carly tinha algumas suspeitas daquela mudança, mas preferiu aguardar, mas não por muito tempo.

_ Obrigado, Carly.

Nesse momento a porta se abriu e Sam entrou. Freddie abriu um sorriso mais largo ainda e se levantou. As suspeitas de Carly se confirmaram. Freddie não tirava os olhos de Sam e ela, por sua vez, estancou na porta e parecia achar alguma coisa bem interessante no chão.

_ Vamos filmar o iCarly? Hein? Freddie? Sam? Hello!!! – Carly chamou tanto que finalmente conseguiu fazer com que seus amigos saíssem do transe em que se encontravam.

Após o programa, Freddie e Sam já estavam agindo de forma mais natural um com o outro. Logo se despediram e foram se arrumar para executarem o plano de vingança.

Spencer seria o motorista e Sam iria acompanhá-los. Carly iria para outra parte com Gibby, Meião e outros amigos de Spencer.

Na porta de Debby, Spencer estacionou o lindo carro que conseguiu arrumar com um de seus amigos. Ele estava vestido como um motorista profissional. Sam estava linda em um vestido lilás justo, o qual acentuava as curvas de seu corpo. A pele muito bem maquiada e os cabelos perfeitamente arrumados. Freddie precisou segurar o queixo e a vontade de terminar logo com aquela vingança idiota. Queria ficar sozinho com Sam. Tinham muito a conversar. A vinda dela tinha sido providencial. Não seria só para lhe dar apoio.

Sam e Freddie desceram do carro e se contemplaram.

_ Dá um tempo... – Sam reclamou – Olha só para nós!

_ Acho que você está demais. – Freddie elogiou com sinceridade e Sam ajeitou o paletó dele.

_ Que pena que minha avó já morreu... –Sam disse – Ela ficaria orgulhosa de me ver de sutiã. – Freddie sorriu.

_ Hey, eu ainda estou aqui. – gritou Spencer.

_ Pegue seus trapos e vamos – debochou Sam, entrando na parte da frente do carro.

Freddie tocou a campainha da casa de Debbie e logo ela apareceu. Apesar de bem arrumada, não exercia mais nenhum encanto sobre ele.

_ Oi – ela disse, examinando-o de cima abaixo – Está diferente.

_ De quando? – Freddie perguntou.

_ De antes. – retrucou Debbie.

_Estou de terno – respondeu Freddie. Debbie gargalhou exageradamente – Já você continua a mesma. – Freddie rebateu e ela pareceu não perceber o falso elogio.

_ Vamos? – perguntou ele, oferecendo o braço a ela.

_ Ok. Oh, olha só este carro! – exclamou Debbie – Você o roubou?

_ Não. Peguei emprestado – respondeu Freddie. – Imaginei que você fosse fina demais para carros populares. – dizendo isto, Freddie sorriu com o canto da boca.

_ Está certo. – respondeu Debbie,

Chegando ao carro, Spencer abriu a porta dos passageiros, com reverência, para que Freddie e Debbie entrassem. Só então ela percebeu a presença de Sam.

_ Então, Freddie. – Debbie usava um tom meloso. – Sempre trás uma garota a mais quando você sai?

_ Gosto de estar coberto – respondeu Freddie, sarcástico.

_ Muito bom. Vou me lembrar disso.

Enquanto isso, Sam olhava-os pelo espelho do retrovisor e pensava: “Vou amar isso. Já posso sentir.”

A primeira parada da noite foi em um restaurante caríssimo.

_ Sua amiga não vai entrar conosco? – perguntou Debbie.

_ Não – respondeu Freddie, seco. – Ela prefere ficar na companhia do motorista – em seguida, piscou para Sam que lhe sorriu com os olhos. Freddie entendia tudo que Sam queria lhe dizer apenas com um olhar. Eram cúmplices. – Somos só eu e você – falou para Debbie sedutoramente.

No restaurante, Freddie contou com a ajuda do dono do estabelecimento, amigo do T-Bo. Havia uma reserva especial para ele e Debbie, assim como um atendimento vip. Ao fundo uma música clássica tocava, havia flores, toalhas e guardanapos de linho, tudo combinava para manter o clima bem romântico.

_ Sua comida está se mexendo? – perguntou Freddie para Debbie que fitava seu prato com cara de nojo.

_ O que é isto? – perguntou Debbie, ainda com a cara enojada.

_ É caviar beluga. – respondeu Freddie. _ É o caviar mais caro que se pode comprar. Pensei que você fosse uma garota fina. Deveria conhecer esse tipo de coisa. – Freddie falou com zombaria.

_ Olha – falou Debbie perdendo a paciência. – Como isso aconteceu é um mistério tanto pra mim assim como pra ti. Estou tão espantada com isso quanto você... Então por que não pára de se meter comigo, por favor? – disse ela com a voz melosa e irritada.

_ Estou me metendo contigo? – quis saber Freddie rindo com seu costumeiro sorriso de canto de lábios.

_ Sim – respondeu Debbie, desconcertada. Ela não esperava que Freddie fosse tão senhor de si. – Como naquele dia, com aquele seu joguinho de poder sobre eu ter que pedir permissão aos meus amigos. Não gostei daquilo. Não gosto de ser tratada assim.

_ É, acho que você gosta de ser tratada de forma pior. – devolveu-lhe Freddie, olhando duramente para Debbie. – Mas era verdade, não era?

_ Pelo menos eu tenho amigos. – disse ela.

_ Tem certeza? – Freddie alfinetou.

_ Quer por um fim nisso agora mesmo? – falou Debbie, jogando seu guardanapo sobre a mesa.

_ Hey, relaxe. – disse Freddie acalmando a situação para poder prosseguir com seu plano. - Se acalme, por favor. Já pedimos. Não podemos sair, ok? Aproveite o ambiente. Imagine que não estou aqui.

_ Eu gostaria. – respondeu Debbie.

Do lado de fora do restaurante, Sam e Spencer se divertiam jogando dados em regime de aposta com outros motoristas. E, é claro, Sam estava ganhando. Apesar de bem arrumada, não deixou de lado seu jeito moleque de ser.

_ Tira isso daí. Aí vão os dados – gritava Sam. - Façam suas apostas. Apostamos no dez. Certo? Aposta única. Aposta única. – repetia ela.

_ Te dou 5 para 1. – disse um deles.

_ 5? – gritou Sam. – 5 para 1? 7 para 1.

_ 7 para 1? Aqui é o Saara? – gritou outro.

_ Pareço italiano? – falou mais outro.

_ Não preciso disso – Sam falou levantando-se e recolhendo seu dinheiro. Piscou para Spencer.

_ Oh, não. Sente-se – falou um dos motoristas. – Vamos deliberar. O que você disse?

_ 7 para 1 – resmungou Sam, impaciente. – É pegar ou largar.

_ De jeito nenhum – falou outro.

_ Para ganhar tens que fazer o quê? – filosofou um deles

_ Perder – respondeu outro.

_ Perder. Isso mesmo. Perder muito – respondeu o filósofo. – E o que estamos fazendo? Hã? Perdendo muito...

_ É – concordaram todos. – É isso...

_ Então. – disse Sam. – Dobro. Pelo 10. - E ela jogou os dados. Caíram dois valores de 5.

_ Oh, não! – resmungaram os motoristas – Merda! – xingaram.

_ Brincou com fogo se queimou. – provocou Sam – Sabem o que estou dizendo? Hein? – e recolheu a grana apostada que ia passando para Spencer.

Freddie e Debbie iam saindo do restaurante nesse momento conversando animadamente e ele achou aquilo tudo muito engraçado.

_ Divertindo-se? – falou ele.

Sam sobressaltou-se e passou a mão pelo vestido e pelos cabelos instintivamente. Freddie sorriu para ela. Mas Sam ficou tensa e enciumada ao vê-los juntos.

_ Vamos? – Freddie perguntou e estendeu para Sam um embrulho – Aqui, trouxe algo pra você e o Spencer comerem.

_ Oh! Um presente! – falou Sam com voz adocicada. – Veja Spencer, Freddie trouxe um presente para nós...

_ Achei que estivessem com fome. – rebateu Freddie fechando a cara pra Sam, percebendo o deboche dela.

_ Oh, obrigada, Freduardo! Não precisava se incomodar... – Podemos agendar um cochilo? – Sam falou, atrevida.

Spencer percebeu o clima entre os dois e tratou de colocar Debbie para dentro do carro. Freddie que estava prestes a entrar no carro, fechou a porta e voltou-se, aproximando-se de Sam e encarando-a. Meteu as mãos nos bolsos das calças.

_ Qual é o problema, Sam? – procurou falar de forma que só ela escutasse.

_ Nenhum. – tentou convencê-lo. _ Nada mesmo.

_ Escuta, você se ofereceu pra isso. Eu estava preparado para vir sozinho com Spencer. Você disse: “Não, eu vou com você, assim posso te ajudar com qualquer coisa”. Se lembra?

_ Foi hoje à tarde, Fredbobo. Claro que me lembro. – Sam respondeu desconcertada pela sua falta de controle e, tentando amenizar a situação, deu um sorriso fraco.

_ Então, por que está fazendo isso? – Freddie esperou que ela lhe dissesse o que ele já suspeitava saber. Sam apenas balançou a cabeça dando a entender que iria se comportar e entrou no carro ao lado de Spencer. Freddie desapontou-se e tratou de entrar no carro também.

Como ninguém falava nada e o clima estava visivelmente pesado, Spencer tentou quebrar o gelo:

_ Então... Vamos! Próxima parada: Museu de arte.

_ Museu de arte? – espantou-se Debbie – o que vamos fazer em um Museu de Arte? Voltou-se para Freddie. Sam revirou os olhos.

_ Não gosta de arte? – Freddie perguntou.

_ Gosto. É que... Não está fechado? – perguntou Debbie espantada.

_ Isso não significa que não podemos entrar. – disse Freddie.

_ Ok! – disse Debbie, visivelmente impressionada. Na frente do carro, Sam fazia uma cara entediada. Spencer sorria, observando-a.

Na entrada do Museu, Freddie e Debbie foram recepcionados por Gibby e Carly.

_ Olá. – disse Gibby fazendo uma reverência – Estávamos esperando vocês a um tempão... – E cochichou no ouvido de Freddie: - “Belas pernas”.

Ao serem conduzidos para o interior do museu, Freddie e Debbie foram deixados sozinhos. Freddie agradeceu a Gibby e Carly.

_ Qualquer coisa por um amigo, Freddie. – disse Gibby.

Os amigos de Gibby e Carly deixaram o museu bem romântico também. A baixa luminosidade e a música ambiente serviram para deixar Debbie mais relaxada. Após apreciarem algumas obras de arte e conversarem bastante Freddie a levou para uma concha acústica na parte de fora do teatro, um lugar onde eram realizados shows, e ambos se sentaram no palco. Ao longe, na última fileira de poltronas, Sam os observava, engolindo em seco sua angústia.

_ Quero te dar um presente. – disse Freddie e abrindo um das mãos de Debbie, deu-lhe a caixinha aveludada com os brincos de ouro. Ela ficou surpresa e emocionada. Começou a chorar. Era isso que Freddie pretendia.

_ Aí dentro dessa caixa está meu futuro, Debbie. E eu estou dando ele pra você. Cada centavo.

_ O que você viu em mim, Freddie? – ela perguntou, limpando os olhos com as costas das mãos.

_ Quero que você me diga, Debbie. O que você viu em mim? Por que está aqui comigo hoje?

_ Acho que nunca alguém pensou algo que não fosse como seria bom ficar comigo. – ela fungou e desabafou. – Eu aceitava isso porque eu preferia ficar com alguém pelos motivos errados do que sozinha pelos motivos certos. Não suportaria ficar sozinha.

_ Ninguém aguenta ficar sozinho. – respondeu Freddie tentando aceitar as justificativas de Debbie. Mas ao falar isso, ele percebeu o quanto estava enganado. Havia sim alguém que estava sozinha pelos motivos certos: Sam. Essa conclusão foi como se um clarão muito forte iluminasse todas as suas ideias. E, então, ele compreendeu. Entendeu como Sam era forte, decidida e verdadeira com seus sentimentos. Nem Carly se comparava a ela nesse aspecto. Sam sempre esteve por conta própria. Essa era a verdade.

_ Estou esperando há muito tempo. – Freddie confessou – E até hoje não tinha encontrado alguém especial. Alguém por quem valesse realmente lutar. Mas agora eu encontrei.

_ Oh, Freddie! – Debbie achou que ele estava falando dela e começou a chorar mais ainda. – Eu não te mereço. Me sinto mal pelo que tenho feito. Detesto me sentir envergonhada. Essa noite é uma farsa. Uma grande farsa – ela confessou. – Greg e os amigos dele estão armando pra te pegar na festa. – Eu te usei.

_ Eu já sabia. – disse Freddie e ela admirou-se.

_ Você já sabia? – ela disse - E mesmo assim fez isso tudo? – Por que, Freddie?

_ Estamos empatados. – ele disse. – Você me usou, eu te usei. Não deve fazer isso de novo, Debbie. Nunca. Você é boa demais para o Greg.

_ Eu acho que esses brincos são seus, Freddie. Não posso ficar com eles. Eu aprendi uma grande lição hoje. Obrigada! – e, então, ela beijou-o no rosto.
Sam não ficou esperando para ver o resto daquela cena deprimente. Voltou para o carro.

_ Vamos. – disse Freddie – Temos uma festa para ir.



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