Alguém Muito Especial escrita por Luisavick
Freddie foi apressado para a casa de Sam e entrou sem bater. Também se tivesse feito isso ela não o escutaria. Encontrou-a no quarto escutando rock no mais alto volume, deitada em sua cama, de olhos fechados. Não sabia se ela o expulsaria dali, mas precisava tentar, precisava pedir desculpas para ela. Não queria que ela se afastasse dele, jamais. Aquilo que ela dissera na casa da Carly o deixou muito abalado. Deveria estar dando pulos de alegria, mas não estava...
Pensando bem, Sam sempre fora sua amiga. A mais verdadeira. Mesmo que o jeito dela de se expressar não fosse nada convencional, ela estava sempre certa. Passou alguns minutos a contemplá-la, antes que ela percebesse sua presença.
Quando ela abriu os olhos e o encarou, surpresa, ele percebeu que os olhos dela estavam vermelhos e inchados. Foram poucas vezes que viu Sam chorar. Ela era durona.
_ Oi – falou Freddie sem saber o que dizer. – Posso entrar?
_ Já está dentro, não? – Sam levantou-se da cama e abaixou o volume do som.
_ Sua mãe não se importa de você ouvir o som tão alto assim? – perguntou Freddie fechando a porta e tentando quebrar o gelo.
_ Não sei. Nunca perguntei. – Sam estava visivelmente tensa, mas não parecia que iria atacá-lo. Pelo contrário, estava bem estranha, aparentando tristeza e um tanto formal. Freddie teve ímpetos de abraçá-la. – Há que devo a honra?
_ Estou com um problema – disse Freddie. – Se lembra que me falou que Debbie Nelson era uma farsa? – ele abaixou a cabeça e esfregou as mãos nervosamente. Sam o encarava com as mãos nos quadris.
_ Sim. – respondeu Sam.
_ Bem... – prosseguiu Freddie. – É uma farsa.
_ Quer dizer uma farsa, como uma farsa pra você? – Sam perguntou. Freddie sorriu.
_ Isso – ele confirmou enquanto se sentava na beirada da cama. Sam continuou em pé e cruzou os braços – Carly me contou tudo.
_ Que bom que descobriu – comentou ela, passando os dedos nos cantos da boca, após emitir um suspiro.
_ Não estou com medo de Greg. – comentou Freddie, olhando significativamente para Sam.
_ Deixe ver se entendi. – ela disse se aproximando dele e soltando os braços ao longo do corpo. – Você quer prosseguir com isso...
_ Eu preciso, Sam.
_ Você acha que é apenas Greg?
_ Não. O fato é que se ele quer me pegar, ele me pega. Não precisa ser na festa. Ele terá muitas oportunidades. Não vou me esconder dele.
- Deixe como está, Freddie. – pediu Sam.
_ Não posso.
_ Por que não? – Sam quis saber.
_ Porque quero enfrentá-lo.
_ Bem, esqueça. Isso é impossível. Daqui há pouco ele vai pra faculdade e te esquece. É melhor engolir orgulho que sangue.
_ Você não pensa assim, Sam. Não acredito que pense assim. – Freddie olhou para ela incrédulo. _ Não me rendo a eles, nem por um minuto.
_ Entendo – Sam olhou para ele, mas ainda sem sorrir. Freddie deitou-se na cama de Sam com as mãos na nuca e fixou o olhar no teto. – Estou te desconhecendo Freduardo. – Sam deitou-se ao lado dele e colocou as mãos sobre a barriga.
Freddie virou o rosto e olhou para ela. Sam continuou a mirar o teto.
_ Me desculpe, Sam – pediu ele. – Desculpe ter sido tão ríspido com você. Desculpe não ter te ouvido.
_ Me desculpe também, Freddie.
_ Sempre machucamos a quem amamos. – Freddie comentou despreocupadamente. Sam deu um meio sorriso. Sabia que ele falava de amor de amigos.
_ Então – perguntou ela travessamente – Quando é que você quer ir à forra com Debbie Nelson?
Foi a vez de Freddie sorrir. Sam o havia perdoado. Ela era uma pessoa única, e muito especial.
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