Lembre-se De Mim escrita por Tsuki Hikari


Capítulo 8
Um por todos e todos por um!


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao oitavo capítulo de Lembre-se de Mim.
Até fico emocionada de pensar em quanto a história avançou desde o capítulo 1. Espero estar fazendo um bom trabalho.
Boa leitura!



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Dois meses depois...

–... E então?

– Acho que alguém deveria nos agradecer, não concordam?

– Eu concordo.

–... Abacuc, não concorda?

– Ainda não estou falando com aquele traidor.

– Fala na cara, viu?

– Acho que ouvi uma mosca...

– Parem os dois, inferno!

– Droga, já está amanhecendo!

Com a última declaração, os quatro garotos olharam temerosos para o céu. De fato, o dia estava clareando. Devia ser por volta das cinco da manhã, o que significava que muitas pessoas já estavam acordando, mas que as ruas ainda estavam totalmente desertas, ou pelo menos estariam se não fosse pelos garotos. De uma maneira ou de outra, a guerra já tinha começado havia poucas semanas, então os asmodianos temiam um ataque de Calnat a qualquer instante, por que até então Calnat só havia se defendido dos ataques deles.

– Que raiva... Minha mãe disse para eu voltar antes de amanhecer... – Murmurou Hartwig para si mesmo.

– Ah, Hartwig... Não me diga que sua MÃE sabe do nosso plano SECRETO! – Dio deu um tapa na própria testa.

– Ahm... Não era para eu ter contado? – Os olhos verdes do garoto se arregalaram surpresos.

– Não! E, mesmo assim, ela estava louca?! Porque raios ela DEIXOU?! – Dio não estava se conformando com aquilo. Ele e Abacuc saíram escondidos de suas casas, de madrugada, e Hartwig tinha simplesmente perguntado para a mãe e saído pela porta da frente?!

– Porque ela disse que éramos nobres e que era um ato de nobreza ajudar nossos amigos. – Hartwig estava começando a ficar sem-graça.

– Ei, Dio, deixa isso para lá. – Falou Gordon – O que me preocupa é: ... Como irei voltar à minha casa, agora? Meus pais vão ficar muito bravos comigo quando souberem que, apesar de eu treinar por tanto tempo para ir ajudar na guerra, no meu dia de ir encontrei meus amigos e eles me convenceram a não ir.

– Bem feito... – Resmungou Abacuc. Todos os outros achavam que ele estava simplesmente sendo fresco, por não perdoar Gordon por algo que ele fora obrigado a fazer.

– Eles não vão ficar bravos não, Gordon – Respondeu Hartwig, ignorando completamente Abacuc – Eles só te mandaram porque a ordem era claramente: “Se houver gêmeos acima de dez anos, um deles deverá servir na guerra”. Eles inventam cada regra idiota! Mas seus pais vão ficar felizes quando você voltar.

– Então, vamos logo? Daqui a pouco meus pais estão acordando, lá em casa, e não seria legal eles descobrirem que eu não estou. – Disse Dio apreensivamente. Os outros concordaram e então eles foram, a passo rápido, para a casa de Gordon.

Ao chegarem Gordon foi imediatamente bater na porta, e ao fazer isso mordeu o lábio inferior, provavelmente esperando o pior. Houve um instante de silêncio antes de a porta abrir. Mizore, que ainda estava de camisola e com os cabelos loiros que costumava a prender em uma trança soltos, atendeu. Seus olhos estavam inchados; era claro que ela havia chorado. Ao ver o irmão ela o abraçou imediatamente.

– Gordon, seu retardado! Porque você está aqui?

– Ahn... Porque é a minha casa? – Ele arriscou. Mizore não ouviu, ou provavelmente fingiu que não ouviu, e o arrastou para dentro anunciando alto: “Olhem quem voltou!”. Gordon acenou para os amigos em despedida. Hartwig e Dio acenaram de volta e então eles mais
Abacuc olharam para o céu novamente. Estava num tom cinza-pálido.

– Que droga, vamos ter de ir voando...! – Comentou Abacuc.

– Então, o que estamos esperando? – Disse Dio. Então, como se tivessem combinado, os três fizeram um aceno com a cabeça e depois se separaram correndo.

Alguns minutos depois, quando chegou a casa, ofegante por causa da corrida, Dio entrou silenciosamente e olhou em volta. Escuro. Silêncio. Ninguém havia acordado. Ele suspirou, aliviado, e então subiu a escada com cuidado para não fazer barulho. Ao chegar ao andar de cima, entrou no seu quarto e se jogou na cama.

Ele nunca fizera nada tão ousado quanto sair sem permissão, de madrugada e durante a guerra, na sua vida. E o dia estava somente começando.


*********

– Madame? - Chamou James, batendo delicadamente na porta do quarto de Rey. Eram oito da manhã, então ela obviamente já estava acordada, olhando de sua cama para fora da janela.

– Entre.

– Trouxe seu café-da-manhã e uma mensagem. – James contou ao entrar no quarto. Rey não respondeu, esperando.

Ele trazia consigo uma bandeja que continha uma tigela com várias frutas picadas e um copo de suco. Rey sempre alegava que não sentia fome, mas gostava de frutas, então o único jeito de fazê-la comer era as acrescentando a toda refeição. James pôs a bandeja ao lado dela na cama.

– Agora a mensagem – Pediu ela, se sentando com dificuldade, pegando o suco e dando um pequeno gole.

– Seu pai volta da guerra semana que vem. – James respondeu, sério.

– A guerra já acabou? – Os olhos da garota brilharam. Ela não ia muito com aquele negócio de guerra.

– Não, mas ele está voltando por você. Mandou uma carta dizendo para você agüentar firme por mais uma semana só, e então você vai melhorar.

– Eu não vou melhorar. – Seu humor desabou. Ela sabia que ia morrer e até já se conformara com a idéia, mas toda vez que alguém lhe dizia que iria melhorar ela sentia como se a pessoa a estivesse fazendo de idiota.

– Para tudo há cura, madame - O mordomo lhe sorriu, fez uma mesura e saiu do quarto.

Era incompreensível. Se para tudo havia uma cura, por que ninguém nunca lhe dera a que ela precisava? E seu pai... Realmente saberia como fazê-la melhorar? Não, foram provavelmente palavras vazias. Ou melhor... Obviamente foram. Agora era esperar até a próxima
semana.


********

Depois de ter voltado à sua casa naquela manhã, Dio voltou a dormir, pois se não fizesse isso perderia um dia inteiro de sua vida pensando em como estava com sono. Dormiu e só foi acordar novamente às onze da manhã, mais tarde do que estava acostumado, que eram as nove ou dez horas.

Ele se vestiu e desceu para o almoço. Era muito cedo para almoço, ainda, mas era bem mais fácil almoçar adiantado do que tomar café-da-manhã atrasado em sua casa.

– Estava em coma? – Perguntou sua mãe, quando ele chegou à sala de jantar. Ela estava sentada diante à mesa lendo. – Estou a duas horas te chamando e batendo na porta do seu quarto e você simplesmente não dá sinal de vida!

– Desculpe. – Dio murmurou. – Mãe, posso pedir para servirem o almoço mais cedo?

– Não. Agora você vai ter que esperar até o meio-dia. – Respondeu ela duramente. – E arrume seu quarto.

– Ahn?! Porque EU tenho de arrumar o meu quarto?!

– Por que alguém tem de arrumar e você deixa ninguém entrar no seu quarto! Dio, você está escondendo alguma coisa?

– Não – Respondeu ele com simplicidade, antes de se lembrar. E deve ter feito uma cara muito suspeita quando se lembrou, pois sua mãe ergueu uma sobrancelha. – Vou arrumar.

Ele saiu correndo novamente para o seu quarto. Todo santo dia ele se lembrava da chave mágica, mas logo naquele quase esquecera. E aquele era o mais importante, pois era nada menos que o ÚLTIMO dia. O último dia em que o ritual deveria ser realizado, antes de a chave realizar... Bem, sua mágica, fosse qual fosse. O último dia... E provavelmente o dia que definiria o resto de sua vida daquele dia em diante.

O último de uma espera de dois meses. O dia.


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Notas finais do capítulo

Mãe do Dio inspirada na minha mãe ^_^!
Brincadeira... De qualquer forma, até o capítulo nove! Conto com vocês!



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